Crônicas Alquímicas escrita por Bella Targaryen


Capítulo 2
Inverno pt 2


Notas iniciais do capítulo

Estou quase terminando de rever o anime clássico e tive uma súbita inspiração para escrever algo EdWin! Confesso que não ficou exatamente como eu esperava, mas espero esteja do agrado de vocês. Uma coisa que eu queria dizer é que... bom, como o Brotherhood mostrou, Ed e a Winry tiveram dois filhos, mas os nomes e as idades não foram contados (não que eu saiba), por isso batizei o mais velho de William e o mais novo (que colocarei em outra drabble) de Leonard. Lógico que não ficou "exatamente" como eu queria, mas sinceramente espero que gostem. Ah, e claro que o Roy e a Riza ficaram juntos, não mostrando os dois evidentemente como um casal (mas quem precisa, visto que o mangá INTEIRO teve royai descarado? HAHAHA!), mas como na minha outra fanfic, Wildest Expectation, também fiz os dois terem uma filha. Vou explorar mais o lado paternal/maternal dos personagens sem exagerar e (tentar) sem OOCzá-los.

Enfim, espero que gostem deste EdWin! ^^



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Crônicas Alquímicas

Inverno – EdWin

Rizenbool era uma cidade pacata e rural no interior de Amestris. Não havia a agitação das cidades maiores, o ar era mais puro e saudável e a natureza purificava o horizonte soberano. Até mesmo no inverno, a cidade era convidativa e aconchegante. Os campos outrora verdes como esmeralda eram brancos como nuvens, unindo-se ao céu com maior perfeição do que em Central City, por exemplo. O nascer do sol parecia uma pintura, sua perfeição instigava até as mais jovens crianças a acordarem cedo para recepciona-lo. Bom, talvez nem todos.

Duas pessoas estavam enroladas em quatro cobertas grossas. O homem, loiro e alto, abraçava o travesseiro e dormia de bruços. A mulher, mais delicada e esguia, repousava sobre as costas largas do marido. Seus braços estavam enrolados no tronco trabalhado de Edward Elric, enquanto seus cabelos longos e amarelos formavam uma cachoeira até o colchão.

Um feixe de luz atravessou a madeira da veneziana da porta e acertou em cheio a pálpebra sonolenta de Winry. Ela a forçou e tentou esconder o rosto nas costas de Ed, mas logo em seguida o despertador tocou.

– Winry – resmungou Edward – Desliga essa merda...

Ela, por sua vez, esticou o braço até o criado-mudo ao seu lado e derrubou o despertador no chão:

– Pronto...

Ed moveu a cabeça para o lado:

– Você quebrou ele de novo...

Sua esposa respondeu algo que ele não pôde entender. Pouco se importando com o fato de já estar quase atrasado para levantar, Edward fechou os olhos e continuou o sono. O sol continuou insistindo e fez com que Winry finalmente saísse de cima das costas do marido. Bocejou e coçou os olhos, olhando ao redor como se tentasse se localizar. Bastaram poucos segundos até que ela saltasse da cama em desespero:

– É tarde, é tarde, é tarde! – exclamava ela enquanto procurava suas roupas.

– Winry... – Ed soltou um muxoxo cansado e cobriu a cabeça com o travesseiro.

– Levanta Ed, você tem que cortar lenha! – ela jogou um sapato na cabeça do loiro e correu para fora do quarto.

Esfregando a nuca (que agora dera espaço para um galo e tanto) ele se levantou e rolou os olhos, murmurando impropérios:

– Eu me casei com um demônio...

No quarto da frente, já devidamente agasalhada, Winry lentamente abria a cortina azul com ovelhas estampadas, deixando o sol lentamente preencher o quarto infantil. Com um sorriso, ela se aproximou do pequeno berço de madeira e passou a observar um garotinho loiro, com pouco mais de um ano, dormir agitado com um carrinho de madeira entre as mãozinhas.

– Bom dia, meu amor... – ela alisou cuidadosamente os cabelinhos finos do garoto, mas ele apenas apertou os dedos dos pés e se esticou todo. – Quanta preguiça...!

Aparentemente William iria dormir um pouco mais. Sorrindo, ela saiu do quarto e seguiu para a cozinha afim de preparar o café da manhã. Não que Winry fosse dada às tarefas de casa, muito pelo contrário, mas entre ela e Ed, a menos perigosa na cozinha era a Rockbell.

Esquentou a frigideira e colocou dois tabletes de manteiga, começando a preparar as waffles de Ed. Na mesa de jantar haviam muitas coisas: todas elas não eram nem de longe equipamentos de culinária. Lá estavam chaves de fenda, chave hidráulica, chave inglesa, porcas, parafusos, molas, peças de diversos membros de automails, óleo, fios nervosos, dentre muitas outras ferramentas.

Ainda trabalhava com automail e depois que Ed e Al recuperaram seus corpos, para a surpresa da loira, as encomendas aumentaram. Atualmente Winry estava trabalhando em uma perna para uma criança de quatro anos, moradora de Yourswell.

Enquanto encarava o trabalho ainda inacabado, lamentou-se:

– Aah... Tão simples! Mas este automail está tirando muito tempo... Hmm... – caminhou até a mesa e tomou o pequeno membro em suas mãos. – O amortecimento eu já fiz... check. Agora, eu acho que falta regular a suspensão...

Enquanto revia seu trabalho, Winry esqueceu a panela no fogo. Só se lembrou quando sentiu um leve cheiro de queimado:

– Ah, não! As waffles!! – atrapalhada, ela voou até o fogão e enfiou a panela na água fria da torneira.

– Depois de todo esse tempo, eu não consegui te ensinar a fazer uma simples refeição? – apareceu Pinako, vinda de seu próprio quarto.

– Er... – Winry ficou azul. – Eu me distraí, obaa-chan...

– Bom – ela expeliu a fumaça de seu cachimbo. – Deixe que eu termine o automail. Vá acordar Ed ou aquele preguiçoso vai dormir até o almoço.

A loira concordou com a cabeça e caminhou arrastando os pés até o quarto em que dividia com o marido, abrindo a porta com um chute e pronta para gritar por ele, mas a cama estava vazia.

– Ué...? – ouviu então o som do registro do chuveiro de água quente ser aberto. Sorriu e deu uma leve batida na porta do banheiro – Não demora Ed, só tende a esfriar mais!

– Tá bom, tá bom! – respondeu ele de volta.

Com um suspiro cansado, a mecânica saiu do quarto e passou pelo quarto do bebê. Estacou lá por um instante, olhando incrédula para a cena que se desenrolava lá:

W...Wi..lli...am...

Edward estava terminando de vestir a calça de moletom quando ouviu um sonoro berro de Winry. Seu coração pulou e sambou na tampa do vaso sanitário antes de voltar para seu peito e ele finalmente sair desesperado atrás da loira:

– Winry? Mas qu...ê? – seu ar faltou e os olhos dourados ficaram opacos ao ver o quarto do menino repleto de floquinhos brancos.

– Eu não posso acreditar!! – a Rockbell puxava os cabelos com força.

William estava sentado no berço e arrancava toda a espuma do colchão, rindo de rolar com a traquinagem. Ed fuzilou Winry com o olhar:

– Você quase me mata do coração por causa disso?!

– Como assim “por causa disso”?! Você não viu que o seu filho destruiu o berço?!

– Ele só está brincando, Winry!

– Brincando? Isso mais me parece o segundo passo da Alquimia! A destruição!

Ed não pode evitar um sorriso. Alquimia. Renkinjutsu, Rentanjutsu, Arte Proibida... Seus olhos se perderam por instantes. Tempo suficiente para fazer Winry entender o que havia feito; provocado lembranças.

– Ed...

– Tudo bem – ele sorriu um pouco mais, mas depois voltou a olhar a traquinagem do menino. – Okay... e agora?

– Vou dar um banho nesse demoniozinho da tasmânia – ela respondeu e pegou um menino no colo. Agitado e cheio de energia para gastar brincando o dia inteiro. – E você vai limpar essa baderna.

Ed reduziu-se a uma silhueta branca.

–-

Algumas horas mais tarde, depois de tomarem um café da manhã (não menos confuso), Edward saiu da casa dos Rockbell com um machado sobre o ombro direito. O ex-alquimista usava roupas pesadas e luvas, além de protetores de orelha. Ele suspirou e uma fumaça fria escapou por entre seus lábios:

– Isso era tão simples antigamente... – resmungou enquanto caminhava até os fundos da casa e pegava as lenhas para cortá-las.

Desde que finalmente recuperou seu braço e sua perna, junto com o corpo de Alphonse, anos atrás, Ed fora privado de usar a alquimia. Não conseguia mais resolver as coisas com um simples bater de mãos, e a vida enfim se tornara dificultosamente interessante.

Falando em Alphonse... há um mês que não recebia qualquer carta do irmão. Al estava em Xing com Mei afim de “aprender o Rentanjutsu”. Todos concordaram em acreditar naquela óbvia desculpa para ficar a sós com Mei por um tempo.

Uma hora depois Ed voltou com os dois braços cheios de lenha para a sala, onde encontrou Pinako obaa-chan a terminar o automail encomendado e Winry sentada próxima à Dean no tapete com Will entre as pernas:

– Ah, finalmente Edward – resmungou a velha Pinako.

– Não começa, velha nanica – uma veia saltou na testa da idosa.

– Só porque você cresceu um pouco acha que pode me desafiar ainda, criança?!

Os dois iniciaram uma discussão que chamou a atenção de Will. O pequeno bebê estava rodeado de brinquedinhos, mas as expressões do pai e da bisavó pareciam-lhe muito mais interessantes. Pinako resmungou qualquer coisa e pegou seus instrumentos para terminar o membro na sala de trabalhos.

Winry viu seu filho agarrar sua blusa e soltar gemidinhos insistentes, tentando chamar a atenção do homem alto a sua frente. Finalmente conseguiu depois de soltar um gritinho agudo e cansado, fazendo Ed olhá-lo pouco depois de colocar a madeira na lareira:

– Ei, garoto – Edward sorriu e esticou a mão, esperando o menino se levantar e andar desajeitado até si. – Papai não te deu atenção, não é? Desculpe, agora sou todo seu.

Winry acendeu a lareira e depois deitou-se nas costas de Dean, observando Ed segurar William acima de sua cabeça. O garotinho ria de perder o fôlego. Sorria o mesmo sorriso de Edward. Era absurdo como os dois se pareciam:

– Oh, Will está voando! – ela entrou na brincadeira, ao que Ed “voava” com o filho em um rasante perto do rosto da mãe.

Aproveitando-se disso, Edward sussurrou perto do rosto do menino:

– Viu como a mamãe é bonita?

Winry corou violentamente.

– Mama!

Os dois se calaram e observaram pasmos a primeira palavra do bebê. A loirinha levou as mãos à boca e logo seus olhos transbordavam lágrimas de imensurável alegria. Edward parecia ter perdido toda a cor do corpo, e uma única lágrima desceu pela ponta de seu nariz:

– O que você disse, pequenino?

Will repetiu; parecia querer matar os pais de emoção. Nenhum dos dois percebeu a batida na porta, tampouco notou quando Pinako atravessou a sala e atendeu, recebendo o carteiro.

Nenhum dos dois percebeu que a idosa também deixava algumas lágrimas caírem, mas logo notariam que a família se uniria novamente.

Nii-san,

Primeiramente, me desculpe pelo tempo que fiquei sem dar notícias. As coisas aqui em Xing estão bem, Mei e eu conseguimos cumprir nossas metas e aprender o máximo sobre Rentanjutsu. Ling e Lan Fan estão juntos e bem... Tal como Mei e eu.

Não vou me aprofundar mais, pois estamos voltando para casa! Levarei presentes para Will e para Winry.

Espere por mim, nii-san!

Alphonse Elric”

Inverno: Os dias em breve ficarão mais quentes em Rizenbool.


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Notas finais do capítulo

Se acharem este capítulo digno de um comentário, não hesitem em fazê-lo! :V