Noites Sombrias escrita por Thaywan


Capítulo 62
A Batalha de um Futuro - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Antepenúltimo capítulo. Gostaria de agradecer à Sparkly por recomendar a fic. Muito obrigado, Sparkly, adorei a sua recomendação. Bom, não tenho o que dizer. Espero que gostem e tenham uma boa leitura.
#DoisCapítulosParaoFim



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Longe daquele lugar e de tudo o que havia ocorrido, Ana Júlia seguia Rin para... Qualquer lugar, que a mesma a levasse. Enquanto não chegavam à algum lugar, a ex-bruxa iniciou uma conversa paralela, afim de descontrair e relaxar.

–Então... Você acha que eles vão ficar bem?!

–Não se preocupe, todos passaram por muitas coisas. Não acho que um grupinho possa detê-los. A garota sorriu, sem desviar o olhar. - Lembra de quando ficamos presos na ilha e enfrentamos aqueles robôs assassinos?!

–Lembro sim. -Rin devolveu o sorriso- Aquilo foi tão... tenebroso. Eu me sentia desprotegida, sozinha. -Rin abraçou a si mesma, e o sorriso deu lugar à uma expressão de medo, o qual foi notado por Ana Júlia, que abraçou a amiga.

–Não precisa ficar assim, já passou. E também, nunca deixaríamos você sozinha.

–Não é sobre a ilha. É sobre... O agora. Eu posso morrer a qualquer instante e nem poderei me defender.

–Não chore. - A bruxa limpou as lágrimas que caíam dos olhos da mesma- Eu estou aqui. E não deixarei nada te acontecer.

–Obrigada. Mesmo. Por tudo que está fazendo por mim.

–Faria por qualquer amigo. E também, não posso correr o risco de perder mais pessoas. Vi muitos serem mortos desde a criação dos Caçadores. E nem todos foram na guerra. Hanna, Aurora. Elas não tiveram escolha. Mas você tem. E faremos de tudo para mantê-la viva.

Rin assentiu e as duas voltaram à seguir seu caminho. Ana Júlia possuía seu livro de magias aberto na mão esquerda, enquanto a mão direita estava ocupada com uma lanterna. A sensação de Rin levou as duas até um local dentro da floresta. Estava escuro e as árvores enormes não permitiam que elas usassem a luz da lua à seu favor. Por isso, Ana Júlia iluminou com o objeto.

–É aqui. -Disse Rin.

–Tem certeza?! -A bruxa mostrou-se confusa e alternou entre olhar em volta e olhar para o livro. Algo não estava certo. - Não pode ser. Não tem nada aqui. Você tem absoluta certeza de que Mohamed lhe trouxe para cá?!

–Ah... Eu não sei. Está tudo tão confuso. - A garota foi ao chão e elevou as mãos à cabeça, gritando logo em seguida. Sua fala era unida com seu choro e seus soluços.- Eu vejo imagens... Muitas... Eu vejo sangue, morte... Extermínio.

–Rin, calma. - Ana Júlia tentou ajudar a amiga, colocando o livro e a lanterna sobre o chão. Os gritos de Rin ficavam cada vez mais agudos, causando um barulho ensurdecedor. As folhas das árvores caíram e uma passagem abriu-se em uma rocha, que até então, parecia normal.

Ana Júlia pegou o livro e iluminou as páginas com a lanterna. Palavras começaram a ser escritas, enquanto o sangue de Rin escorria pelas veias de seus pulsos.

–Então é isso... -Sussurrou Ana Júlia. - A masmorra em que Mohamed foi preso esteve em Collsville o tempo todo... Mas... Apenas Rin poderia encontrá-la. O sangue dela revela o resto da escritura do livro.

–E também acorda o grande híbrido. - Disse uma voz, que chamou os olhares de Ana Júlia e Rin, que por ua vez, já não gritava mais. - Oi, ainda não fomos apresentadas. Sou Donna. Uma lobisomem. Estava lá naquela batalha com os outros. Mas saí poucos antes dela começar, por que vi você. E sabia que você era a escolhida.

–Você vai nos ajudar a destruir Mohamed?! - Indagou Rin.

–Na verdade, tenho outros planos. Quero acordá-lo. Isso irá acontecer de qualquer jeito, então prefiro que seja por mim.

–Não iremos deixar você fazer isso. - Retrucou Ana Júlia.

–Eu não estou pedindo permissão.

Donna olhou diretamente para a lua e a transformação começou. Seu corpo cresceu e ficou coberto por pelos, seus olhos avermelharam-se e suas garras saíram. Ela saltou e caiu de frente para Ana Júlia, que se pôs em posição de batalha.

Donna tentou atacar Rin, mas foi impedida por Ana Júlia, que conseguiu lançá-la contra uma árvore. Rin correu e se escondeu atrás de uma pedra, procurando por qualquer coisa que pudesse usar contra a garota loba.

Donna se levantou e foi de encontro contra Ana Júlia. A bruxa lançava consecutivas esferas de energia, que embora causassem grande efeito na criatura, não utilizara muito de seu poder. No entanto, Rin sabia que ela não conseguiria ficar assim até Donna voltar a sua forma normal.

A lobisomem saltou para escapar do golpe da adversária e conseguiu levá-la ao chão. Agora, ela só tinha um alvo: Rin. Rin tentava se manter o mais quieta possível, para que a mesma não descobrisse onde ela estava. Não teve sucesso, Donna tirou a pedra e lançou-a para trás.

Rin já contava com isso, e surpreendeu a garota com um tronco de árvore em sua cabeça. Isso fez com que Donna se atordoasse, mas não caísse. Rin correu, e foi perseguida. Ana Júlia levantou-se e parou Donna com seus poderes, lançando da árvore ao chão. Ela estava consumida pela raiva e mostrara isso. Donna desacordou ao entrar em contato com o chão, dando vitória ás amigas.

–E agora?! - Indagou Rin.

–Vou lançar o mesmo feitiço apenas para reforçar que Mohamed seja libertado.

–Você tem poder para isso?!

Ana Júlia não respondeu a pergunta da garota e começou a realizar o ato. Rin esperou, nervosa.

*

Angeline tentava alcançá-lo para acalmá-lo, mas o mesmo era mais rápido. A garota anjo cansou e caiu no chão, exausta.

''Se eu pelo menos soubesse para onde ela está indo, poderia dar um jeito de chegar lá primeiro''. - Pensou.

–Provavelmente, ele está indo para a prefeitura. -Disse Sally,que surpreendeu a garotinha com seu de repente aparecimento

–Sally... Como pode ter certeza?!

–Bom, a garota que mexeu com a cabeça dele estava acompanhando Patrick, que por sua vez queria matar o prefeito.Então... Deduzi. -Sorriu.

–Eu não tenho mais forças... Acho que fui derrotada.

–Quanto drama. - Sally sorriu e estendeu sua mão sobre Angeline. Uma luz forte e clara saiu de suas mãos e penetrou no corpo da pequena. Angeline levantou-se, sentindo-se mais forte.

–Como fez isso?! Achei que não podia interferir no mundo dos vivos.

–Foi você que me permitiu fazer isso. Agora vai, alcance Jack e salve-o.

Angeline assentiu e levantou vôo, seguindo o caminho até a prefeitura.

*

Raven, Iran, Christian e todos os outros que haviam participado na batalha na prisão foram levados à prefeitura, como os vilões, sendo vigiados por várias pessoas, enquanto estavam em uma cela que inibia suas habilidades. No entanto, caso a cela falhasse, armas estariam apontadas e com permissão para atirar até a morte. O prefeito Glinston entrou na cela, desacompanhado, e parecia estar muito nervoso.

–Então quer dizer, que eu ajudo vocês, acabo com a organização dos caçadores para que possam ter uma vida normal e vocês armam uma batalha em uma prisão para seres sobrenaturais e ainda deixam quatro deles escaparem?! - Indagou, encarando a todos.

–Pai... -James tentou conversar.

–Agora não, James.

–Prefeito Glinston, sentimos muito... -Disse Raven.

–Ah, é mesmo?! Vocês sentem muito?! É o mínimo que devem sentir. Colocaram a minha cidade em perigo.

–Sabemos que fizemos a coisa errada, mas não somos os vilões, nós somos os mocinhos. -Falou Iran.

–Os mocinhos?!Então tá,e quem são os vilões, então?!

–Patrick. - Respondeu Krystal, de imediato. - Patrick é o vilão. E os quatro seres que saíram de suas celas estão com eles. Só queríamos impedir que eles causem outra guerra e milhões de inocentes morram.

–Olhem, o que vocês tentaram fazer foi bom. Mas, deixe isso com a Cia. Eles podem resolver isso.

–Você não entende. - Raven se levantou. - Patrick está criando um exército, a Cia não pode detê-los. Mas nós podemos. Deixe-nos sair daqui que acabamos com isso.

–Um momentinho, pois não?! - Disse, levando sua mão até o ouvido. Logo depois, ele encarou os ali presente, pegou o controle que estava sobre o centro e apontou para a televisão. O canal de noticiários mostrava um lobisomem totalmente descontrolado, destruindo o que via pela frente. - Como vocês me explicam isso?!

–Fui eu... - Murmurou Christanny. - Eu fiz isso com ele. - A garota recebeu olhares de todos. - Me desculpem.

–Vocês estão muito encrencados. Acham que posso simplesmente mandá-los embora e livrar a cara de vocês?!

–Achei que era exatamente isso que você iria fazer. -Disse Levi.

–Pai... - James se levantou e caminhou até o mesmo. - Sei que a situação está difícil. Mas acredite neles.Eles só queriam ajudar.Patrick quer matá-lo e fará de tudo para conseguir isso. DÊ mais uma chance para nós e mostraremos nosso valor.

–Ei, não é mansão?! - Christopher apontou para a televisão.

–Droga... - Sussurrou o prefeito, deixando aquela cela. A porta se fechou assim que o mesmo saiu.

*

Pessoas fugiam do ser que aterrorizara a cidade, e nem mesmo os fotógrafos conseguiam chegar perto da criatura. Eram carros voando para todos os lados. O portão da prefeitura já não existira mais e os policiais e seguranças tentavam parar o lobisomem, sem sucesso. Angeline conseguiu chegar e ficar de frente para Jack, olho a olho.

–Jackson Jones Johnson, para com isso imediatamente.

O lobo uivou e, logo em seguida, acertou a garota com suas garras, ferindo-a gravemente. No entanto, o mesmo percebeu o que havia acabado de fazer e mesmo sendo controlado, conseguiu recuperar o controle de si próprio. Jack correu em direção á menininha, enquanto era encarado pela multidão de pessoas e os seguranças apontando suas armas.

Todos que estavam dentro da cela gritavam para serem soltos, acenavam para as câmeras e batiam na porta mas não obtiveram sucesso. A porta, enfim, se abriu. O prefeito entrou, acompanhado de sua secretária. Ele tinha um comunicado importante a fazer. Os seres sobrenaturais notaram isso e prestaram atenção.

–Recebi notícias de que Patrick está criando um exército. Juntou bruxos, lobisomens e transformou vampiros. - Informou.- Vocês irão combatê-los sim, mas não estarão sozinhos. A minha equipe vai com vocês. Boa sorte e não morram. -Falou a última frase olhando para seu filho.

Todos assentiram. Um a um, os seres saíam pela porta, rumo à batalha que decidiriam se eles seriam enfim aceitos pela sociedade ou não. Não será uma batalha fácil, mas eles estão dispostos a lutar até o fim.


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