A Ordem dos Nove Reinos - Agents of S.H.I.E.L.D escrita por Jessyhmary


Capítulo 21
Ainda Humana


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!! :)
Como vcs devem saber, minha rotina universitária voltou com tudo, mas hoje consegui terminar este capítulo! :) Espero que vocês curtam tanto quanto eu!

P.S.: Vocês são leitores maravilhosos! Muito obrigada a todos pelo carinho e incentivo... Vocês são ótimos!! Muito Obrigada!!!



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– Comandante Hill – uma voz grave embaçou seus pensamentos, fazendo Maria voltar ao plano do escritório. – A agente Melinda May acaba de chegar à Unidade. Como devo proceder?

– Mande-a para a minha sala, agente Triplett.

– Sim, senhora.

Hill descansou o copo sobre a mesa e sentou-se bem ao lado do uísque. Não apenas por apreciar a bebida como ninguém, mas por sentir suas veias ardendo com a ansiedade. Fazia tempo que ela não lembrava o que era se preocupar tanto com alguém desse jeito, de fato, a última vez que tivera esse mesmo sentimento, fora quando Samantha sofreu um acidente de moto em Wisconsin. “Foco, Maria” ela repetia pra si mesma, encarando seu Scotch de 30 anos. “Coloque sua cabeça em ordem.” Mal conseguira terminar a frase quando ouviu as batidas ecoarem escritório adentro. “Melinda.” ela pensou antes de se virar completamente em direção à porta, caminhando agora, sem perceber, a passos largos.

– Vim o mais rápido que consegui.

A voz carregada de May fez com que seu estômago embrulhasse instintivamente. Hill estava prendendo um choro abafado desde que descobrira sobre Samantha, desde que ouvira que sua irmãzinha estava em perigo. Sem responder absolutamente nada, Maria lançou-se nos braços da amiga, sem ao menos lutar contra as lágrimas. Seu peito ardia como se facas venenosas a estivessem atravessando, fazendo com que o choro corresse aos soluços. Melinda amparou a tão frágil comandante da S.H.I.E.L.D levemente impressionada ao ver o estado em que ela se encontrava.

– Maria... – ela balbuciou, meio que suspirando seu nome. – Você precisa se recompor. Vai ficar tudo bem.

Hill não se apressou em respondê-la, apenas continuou despejando sua dor garganta a fora, na tentativa de liberar a própria passagem de ar. Respirou fundo depois de alguns minutos, apertando os olhos com força. Na cabeça de May, os pensamentos sobre Phil, Samantha e Maria se confundiam, deixando-a um tanto atordoada. Aquela era sem dúvidas uma semana atípica.

– Okay – a morena de cabelos curtos revelou dois olhos azuis carregados. – Desculpe por isso, May. Eu estive me segurando por dias...

– Eu sei, eu sei – a asiática tocou o ombro da amiga, tentando confortá-la. – Não precisa se desculpar.

– Estão sendo dias loucos – a comandante respirou fundo e enxugou as lágrimas com o dorso da mão, enquanto apontava uma poltrona para a agente recém-chegada. – Nós já sabemos por onde começar. Dr. Selvig e a Dra. Foster estão se dirigindo a E.A.R.T.H. nesse exato momento e poderão chegar a qualquer hora – ela sentou-se em sua poltrona e voltou a olhar o uísque de relance. – Mas a ideia de que tudo isso será inútil para salvá-la... Ainda consome a minha sanidade.

Não era fácil para ela admitir aquilo. Maria Hill sempre fora uma mulher muito forte e independente, nitidamente preenchida com um espírito de liderança impressionante e praticamente nato. No entanto, a ideia de perder a pessoa que ela mais amava no mundo, a corroía, a destruía por dentro, despertando um velho lembrete. Um bilhete brutal que ameaçava ruir com toda aquela fortaleza embaixo de um uniforme bem alinhado. E o bilhete gritava: “Você ainda é humana!”

– Trabalharemos para que isso não aconteça. – Melinda interrompeu mais uma vez seus devaneios. – Coulson e os outros também estão fazendo suas pesquisas. Phil achou melhor que eu viesse ajuda-la, mas por enquanto, eles precisarão permanecer na base. Tem pilhas e pilhas de coisas a serem reconstruídas.

– Eu entendo – Maria voltou a encará-la, dessa vez um pouco menos melancólica. – Agradeço seu apoio e compreensão. Nós duas sabemos que eu não costumo perder o controle das coisas dessa maneira.

– Isso é completamente compreensível, Maria. – Melinda pronunciou, suavizando o tom de voz. – Você já me viu perder o controle antes.

– É – ela suspirou outra vez e direcionou sua atenção a uma pilha de papéis à sua frente, na mesa. – Parece que ainda sou humana...

As duas mulheres tiveram seus pensamentos interrompidos pela secretária eletrônica, numa espécie de susto sincronizado. A bela voz feminina anunciava a chegada de Selvig e Foster à Unidade, forçando as duas mulheres a se levantarem ainda em sincronia e tomar o rumo da sala de reuniões.

– Doutor Selvig. Doutora Foster. – Hill cumprimentou-os firmemente, tentando manter seu tom de voz padrão. – Bem-vindos à Unidade E.A.R.T.H.

– Comandante Hill, Agente May. – Foster apressou-se em cumprimenta-las. – Em que poderemos ser úteis?


(...)


Samantha revirava o dispositivo, apontando-o em todas as direções que conhecia, na tentativa de encontrar alguma espécie de sinal. Ward apenas assistia tudo de baixo, ainda sentado, tentando entender o que a irmã estava tramando.

– O que houve, Marshmallow? O seu wi-fi está dando problemas de conexão?

– Olha só quem sabe o que é wi-fi! – ela zombou da ignorância dele, nunca saindo por baixo. – Pensei que você também não entendia o básico de informática.

– Eu tinha uma amiga hacker – ele lembrou, levemente nostálgico. – Vocês duas juntas seria um perigo pra humanidade.

A garota deu uma gargalhada solta, fazendo o próprio Ward sorrir com o som que ela emitia. Samantha conseguiria fazer qualquer um rir, simplesmente pelo fato de estar ao lado dela. Era algo completamente natural.

– Não é wi-fi, seu tonto – ela bateu com sua armadura no ombro dele. – Nós vamos instalar uma escuta em um dos orifícios que restou do ultimo alinhamento dos reinos. Foi por uma fresta assim que Jane Foster conseguiu estabelecer uma conexão com a Terra recentemente.

Ward ouvia tudo em silêncio. Samantha sabia que ele não entendia daquilo, mas ele também não precisaria anunciar sempre que não soubesse de algo. Já estava bem evidente quem era o gêmeo mais bem dotado intelectualmente.

– Enfim, o dispositivo está programado para identificar qualquer radiação proveniente do nosso planeta em especial. No momento em que o dispositivo identificar esse sinal, nós configuramos os fones e estabelecemos uma conexão direta com a Terra. Como se fosse um simples telefonema.

– Uau! – ele escancarou os olhos, admirado – Você sabe bem mais do que eu imaginava...

– Hill me contava tudo, você já deve ter percebido isso – ela sorriu com a expressão de confusão que se formava na face do irmão. – Por isso eu conheço a S.H.I.E.L.D tanto quanto, ou melhor do que você.

– Às vezes eu me pergunto se você está mentindo pra mim – Ward confessou num sorriso descarado. – Você parece ter estado na S.H.I.E.L.D mais tempo do que eu.

–A única diferença, Grantie – Samantha pausou a sentença, como se aquilo fosse o anúncio de uma atmosfera de seriedade. – É que eu fui leal à S.H.I.E.L.D. Mesmo sem trabalhar lá dentro; mesmo escolhendo a CIA. Eu fui leal à minha irmã.

Ward abaixou a cabeça, não tendo argumentos suficientes para rebater a premissa de Samantha. Aquilo tudo era bem verdade. Ele nunca havia se comprometido inteiramente com a S.H.I.E.L.D. até trabalhar com a equipe de Coulson e ainda assim os havia traído. No fim das contas, Grant Ward havia traído a si mesmo.

– Eu estou tentando mudar isso, okay? – ele suspirou e tentou se redimir. – Eu não fui o melhor homem do mundo enquanto estava lá e me arrependo por isso. Mas eu não posso apagar o passado, Sammy. Eu queria poder voltar lá e ter avisado todo mundo sobre o que iria acontecer; queria não ter matado tanta gente... Mas não dá! – ele soltou um novo suspiro e sentiu as mãos de Samantha tocarem o seu ombro. – Simplesmente não dá.

Por um instante a garota se arrependeu por ter tocado no assunto. Ela o amava, mas não conseguia simplesmente passar um corretivo sobre o que havia acontecido. Ela tinha suas feridas também, e por vezes, elas estavam bem expostas.

– Desculpe – ela pronunciou, numa dose meio amarga de remorso. – Só queria entender por que as coisas se deram dessa forma, mas não quero te machucar mais. Foi muito difícil ficar sem você depois de tudo o que eu vi naquela fazenda, mas... Aqui estamos nós de novo. Juntos. E eu não quero que isso mude.

– Nem eu, Sammy.

Ele levantou-se e a envolveu num abraço cauteloso e repleto de insegurança. Por alguns segundos de diferença, Samantha era a mais velha dos dois e de alguma forma aquilo interferia no modo como ele se sentia em relação a ela. Ward sabia que ela sempre estaria lá para confortá-lo e abraça-lo quando ele precisasse. Como fizera na maior parte de sua infância.

– Nós vamos sair daqui, Grantie. E resolver essa confusão toda.


(...)


A noite caíra rapidamente, revelando o notável desprezo que a lua imprimia sobre os raios imponentes do sol. Coulson repousava sua cabeça no encosto de seu acento, com a miniatura da Lola em mãos e um sorriso de contentamento em seus lábios. Skye estava se comunicando com a Nova Central, buscando informações que pudessem sanar suas dúvidas em relação aos novos cadetes que começariam o treinamento. E Jemma Simmons, como em todas as noites desde que voltara do fundo do Oceano, estava ao lado do garoto pálido que a havia forçado a nadar mais de 90 metros com um respirador improvisado.

– Fitz – ela pronunciava fracamente, declarando sua vulnerabilidade diante do estado vegetativo do rapaz. – Essa espera está me matando... – ela acabou por encher os olhos de lágrimas, muito antes do que esperava. – Você não quer dar sinal de vida... Todos os dias eu te vejo do mesmo jeito... Você não sabe o quanto está sendo difícil te assistir nesse estado.

A cientista puxou uma cadeira pra perto dele, de modo que pudesse segurar sua mão e chorar por cima dela.

– Eu sinto tanto a sua falta... Do seu sorriso, da sua voz, Leo – as lágrimas ficavam cada vez mais frequentes, se ajustando perfeitamente ao seu tom de voz que começava a se desesperar novamente. – Leo, eu te amo, okay?! – ela gritou, desolada, agora chorando sobre o peito do garoto que permanecia imóvel. – Você é mais do que o meu melhor amigo, você sabe! Você sempre foi algo mais pra mim... Quando você precisou se despedir de mim... Eu não queria te deixar, Fitz! Por que você fez isso comigo?!

O soluço tornou-se alto o suficiente para chamar atenção dos arredores da câmara, mas naquele momento, não havia ninguém por perto. Jemma Simmons estava a sós com sua dor e com suas lágrimas.

– Eu não sei como posso seguir sem você, Fitz... Sempre sonhei em conquistar o mundo ao seu lado. Eu só precisava do seu apoio pra acreditar em mim mesma e agora... Agora eu estou perdida, Leo. Não sei o que vou fazer sem você por perto.

Ela agora segurava o rosto dele entre as mãos, alisando seu cabelo dourado. Ele parecia um anjo, mas pensar sobre isso lhe dava a impressão de que o estava perdendo e ela não conseguia sequer pensar numa possibilidade real de que isso fosse verdade.

– Você não precisará descobrir, Jemma.

Um sussurro fraco e baixo fez com que o coração de Simmons se acelerasse ainda mais. O garoto pronunciou de olhos ainda fechados, mal conseguindo movimentar os músculos do rosto.

– Porque eu não vou a lugar algum. – ele completou a sentença.


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Notas finais do capítulo

Enfim despertou!!! * Fitz!!