A Ordem dos Nove Reinos - Agents of S.H.I.E.L.D escrita por Jessyhmary


Capítulo 17
"Lado Rock"


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!! Desculpem a demora, mas vocês devem saber que eu estou travando uma luta para configurar meus meios de comunicação.. rs então... Não consigo ainda escrever tanto naquele celular com pequenos espacinhos para as teclas, então...
Mas, imprevistos à parte... Mais um capítulo para nós! Mais um que eu amei, por sinal! Acredito que vocês gostarão!
E vamos de Capítulo novo!

#BoaLeitura! :)



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– Aí nesse mesmo dia, outro cara deu em cima de mim numa festa – ela contava animada, como se voltasse ao passado subitamente. – Ele sempre usava uma daquelas jaquetas de couro marrom, tinha uma Harley envenenada e dizia que sonhava em abrir um bar ali perto – ela balançava a cabeça em sinal de negação. – Duane. Idiota.

– Esse Duane deu em cima de você?

– Não só ele. Metade do bar olhava pra nós duas como se fôssemos as únicas mulheres ali. Ah! – ela arfou, indignada. – Aquilo foi nojento!

– E o que vocês fizeram?

– A Hill é a mulher mais ciumenta que eu conheço – ela deu uma risada e encostou-se na parede. – Acho que nem você teria feito o que ela fez.

Ward franziu a testa, começando a analisar a possibilidade de aquela mulher ser outra Maria Hill. A que ele conhecia, não parecia muito com aquela que Sammy descrevia. Mas era a mesma, ele sabia. Só não conseguia associar uma à outra.

– Cara, imagina a cena: Nós duas estávamos sentadas nos bancos, tomando nossas bebidas no balcão. Aí chega esse cara chamado Duane e derrama vodca no meu vestido...

– E como era esse vestido, hein mocinha? – ele tentou dar uma de irmão protetor.

– Você fugiu quando eu tinha dezessete, lembra? – ela deu uma pausa pra ele fazer uma breve retrospectiva. – Está só alguns anos atrasado pra me dizer como eu devo me vestir.

Ele teve de engolir aquela. Samantha não gostava de bancar a indefesa, e pra falar a verdade, ela não era nenhum pouco. E feminista como ela só, ela não deixaria aquela por menos.

– Okay, senhora independência... Não me lembro de tê-la visto no 4 de Julho.

– Grantie, querido – ela sorriu, debochando dele. – Eu tenho uma ótima resposta pra isso, mas vou te deixar sem essa porque eu te amo, okay? – ela sorriu novamente e virou-se de frente pra parede como se pudesse olhar para ele. – Apenas deixe-me continuar a história, sim?

– Manda – ele suspirou. – Você é pior do que a Skye...

– Tá – ela sorriu. – Depois você me diz quem o quê é isso – Sammy ignorou a menção do nome da garota e seguiu com a história. – Bom, o cara derramou a vodca no meu vestido e quando eu me virei pra ele, o idiota se ofereceu pra limpar a bagunça.

– Oh...

Ward fez uma careta. Ele sabia que o cara estava ferrado, mas nesse caso, adoraria ouvir o que elas fizeram com ele.

– Eu lancei um olhar de assassina pra ele, mas o idiota ainda tentou tocar em mim. Esse foi provavelmente o pior erro dele naquela noite.

– O que a...

– Eu me virei e deixei a bebida sobre o balcão e quando voltei pra torcer a mão dele, o cara já estava caído no chão. A Hill se adiantou e deu uma rasteira no cara, ficando por cima dele.

Ward não se atrevia a falar mais nada. Existia um vazio vagando pela sua cabeça. Ele estava com os olhos arregalados imaginando a cena, talvez com raiva do cara que havia ido importunar sua irmã. Talvez com muita raiva dele mesmo. E talvez houvesse uma ponta de admiração e gratidão para com a mulher que havia cuidado dela enquanto ele estava ocupado sendo um babaca.

– E ela estava divinamente linda, era a parte mais engraçada da coisa! Os cabelos presos num rabo de cavalo ainda batiam nas costas e ela estava com uma blusa aveludada preta, tomara-que-caia e uma saia quadriculada vermelha com preto, sem contar as botas pretas até o joelho. Ela usava argolas enormes e um bracelete preto também. Ela dizia que era o “lado rock” dela falando. – ela soltou mais uma gargalhada, divertindo-se rios com aquilo.

– A Hill... Assim?!

Ward quase perdeu o fôlego por alguns segundos, tentando imaginar a cena. “Hill? O que fizeram com você?” Ele divagava e ao mesmo tempo se repreendia por estar pensando nela daquela maneira. Samantha ignorou mais uma vez a interrupção quase involuntária do irmão e continuava a história, rindo cada vez mais da situação.

– O cara nem teve tempo de perceber o que houve e ficou com uma cara de dúvida, ele já estava bêbado e depois daquela queda, estava mais desorientado do que você quando chegou aqui.

– Uau... A Hill fez mesmo isso?

– A Maria?! – ela perguntou, incrédula. – Você disse que a conhecia, Tartaruga Ninja! Essa é a Maria Hill, senhoras e senhores! Mas me deixa continuar!

– Continua, Sammy. – ele revirou os olhos.

– Aí ela segurou a cabeça dele e perguntou: “Você não quer derramar vodca em mim também não?” E o cara ficou sem entender se aquilo era uma ameaça ou uma cantada e tentou beijar ela – ela deitou-se no chão, rindo. – Eu só sei que ele passou o resto da noite desmaiado no chão do bar e nós saímos de lá. Era muito assédio para duas mulheres como nós.

– E quantos anos vocês tinham?

– Eu estava com 23 e a Maria tinha acabado de fazer 25.

– E ela era mesmo assim?

Ward ainda achava aquilo tudo muito difícil de acreditar.

– Comigo ela sempre foi assim. E você fala como se ela fosse um monstro, Grant! Olha... Eu sei, ela mudou um pouco...

– Um pouco?! – ele discordou. – Às vezes parece que você está falando de outra pessoa!

– Grant, Grant... Maria passou por maus bocados, antes de se tornar a Toda Poderosa Comandante da S.H.I.E.L.D. Sem contar aquela missão em Bahrein que destroçou a Melinda...

Ward parou de escutar a irmã no momento em que ouviu o nome da piloto. “Oh não. Isso não me parece nada bom... A Sam conhece a May também... Eu estou triplamente ferrado! A Hill me odeia desde sempre, a May me odeia mais do que nunca e até a Skye descobriu que sabe odiar alguém... Ficar em Asgard com a Sammy que ainda não me odeia, nem me parece tão ruim agora...”

– Grant? – Sammy terminou de falar e estranhou o silencio repentino do irmão. – Ainda está acordado?

– Tô – ele voltava a Terra lentamente. – Tudo bem... Eu só não conhecia esse lado da Hill. Na S.H.I.E.L.D ela foi sempre tão... Intocável. Quase arrogante.

– Ela é só a pessoa que resolve as coisas. Esse é o trabalho dela. Isso nos deixa um pouco ríspidos, às vezes. Precisava me ver trabalhando, eu sou pior do que ela! Levamos tudo sempre muito a sério, por isso temos ótimos cargos em grandes órgãos do governo norte americano.

– Bom, parabéns por isso. Você foi uma agente melhor do que eu.

– Não tenha dúvidas disso – ela concordou com uma dose de prepotência. – E eu ainda sou uma agente.

– Eu ainda tenho tanta coisa pra te contar – ele confessou num suspiro, com uma sinceridade incomum. – Aconteceu tanta coisa depois que eu fugi da prisão...

– Tudo ao seu tempo, querido – ela falou com cuidado. – Eu amo você. E o reencontrei depois de quase quinze anos... Não é agora que eu vou te abandonar. Ainda vou te espancar muito, disso não tenha dúvidas, mas isso não significa que eu vou deixar de te amar.

– Eu também te amo, Sammy – ele encostou sua testa na parede fria e sentiu a irmã repetir o gesto do outro lado. – Você a única coisa que me resta na vida.

– E eu não vou a lugar algum, Grantie. Eu vou estar com você até o fim.



(...)



Ela enxugou uma lágrima calada, em meio aos sorrisos. Era inevitável não chorar sabendo que sua pequena estava longe e em perigo. Era impossível para Maria vê-la apenas como uma mulher feita, responsável, competente e independente. Mesmo que ela conhecesse muito bem a sua irmã, seu coração ainda a via como aquela garota assustada que chegara à sua casa com o rostinho vermelho e os loiros cabelos bagunçados pelo vento da estrada. Samantha Hill sempre seria a sua pequena Sam.

– E então ela colocou as duas mãos na cintura e olhou brava para o garoto de cima a baixo. Estávamos no meio da colheita e ela usava um macacão jeans florido, enquanto segurava uma cesta cheia de aspargos. Ela simplesmente soltou a cesta e deu alguns passos na direção dele, perguntando por que raios ele havia voltado lá em casa, já que ele mesmo havia terminado o namoro comigo.

– Nossa – Triplett sorriu e tomou mais um gole de café, enquanto Hill mostrava a ele uma foto da Samantha que havia em sua gaveta.

– Aqui – ela colocou a foto sobre a mesa, em frente a ele. – Foi nesse dia.

– Ela é uma garota muito especial, não é?

– Sim, agente Triplett. Confesso que não queria deixar que essa missão se tornasse sobre ela e continua sendo sobre possíveis ameaças globais. Mas – Hill pegou a foto mais uma vez e a usou para cobrir o rosto que ameaçava um novo choro. – Ela é a única família que eu tenho. Depois que o papai se foi, ela e Melinda foram as únicas pessoas em quem eu confiei. Então... É estranho – ela respirou fundo e guardou a foto novamente. – Há algumas semanas nós almoçamos juntas... Não tem nem duas semanas que eu falei com ela no telefone e... Saber que ela foi levada para outro mundo...

– Vai dar tudo certo, comandante. – ele falou, encostando as costas na cadeira novamente. – Temos uma boa equipe, bons recursos e pelo que me contou, ela é uma agente experiente e pode conseguir uma maneira de sobreviver até que a encontremos. Ela vai ficar bem.

– Okay – ela respirou fundo novamente e enxugou o rosto que ainda estava úmido. – Aqui estão as suas primeiras tarefas na unidade E.A.R.T.H. – ela entregou uma espécie de tablet para ele. – Algumas supostas rotas, fundamentadas em pesquisas anteriores dos doutores Selvig e Foster e baseadas no cálculo de espaço/tempo. Eles tem maiores detalhamentos sobre isso, que definitivamente não é a minha área.

– Certo, estarei acompanhando a equipe responsável, Comandante.

– É um prazer tê-lo aqui, agente Triplett. – ela sorriu e acenou com a cabeça.

– Igualmente, comandante Hill. Farei o meu melhor para o bom andamento da missão.

– Tenho certeza que sim.

– Com licença.

Ele desapareceu porta afora e Hill voltou para o seu gabinete, procurando alguma base que pudesse disfarçar aquela cara de choro. Olhou a foto mais uma vez e lembrou-se de algo que remotamente poderia ajuda-la a encontrar sua irmã. Era uma possibilidade quase nula, mas se houvesse algo que ela poderia tentar, ela com certeza o faria.

– Sammy... Por favor, me diga onde você está. – ela desejou quase num sussurro, apoiando os cotovelos na mesa e escondendo o rosto entre as mãos.



(...)



– Agente May? – A voz de Triplett a trazia de volta a realidade.

– A-agente Triplett – ela respondeu surpresa e ofegante, mesmo que o nome do agente tivesse piscado na tela antes dela atender. – Algum problema?

– Agente May – ele se interrompeu, estranhando o tom de voz dela por algum motivo. – Você está bem?

– S-sim, claro – ela estava nitidamente embaraçada. – Estou ótima – ela falou, um tanto convincente. – Já chegou à nova unidade? O Helitransporte da E.A.R.T.H. é enorme, não?

– Sim, agente May – ele resolveu ignorar o fato de que ela estava muito falante e seguir com o assunto. – Acabei de sair do escritório da comandante Hill.

– E como ela está?

– Ela está precisando de alguém que a conheça bem, agente May – ele deu uma pausa, voltando a falar logo em seguida. – Desculpe-me o intrometimento, eu acredito que ela saiba muito bem se virar sozinha e manter suas emoções controladas, mas... Ela precisa de você.


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Notas finais do capítulo

Valha, Melinda... O que houve contigo?

— O que acharam?

#Itsallconnected #StandWithSHIELD #23thSeptember!