ANNABETH

Ficamos o resto do dia lá naquela campina conversando e falando sobre nossas famílias. Percebi que Luke tinha vários motivos de falar de sua família com tanta amargura, ele não via o pai deste os dois anos, que deixou ele com a mãe que parecia ser uma mulher realmente estranha e de uma hora para outra o pai dele liga dizendo que iria estudar no CHB junto com mais dois irmãos dele que eu ainda não conhecia. Ele era educado, simples e uma pessoa fácil de se lidar. Quando parecia quase umas seis horas da tarde, Luke disse que já era hora de irmos para casa, senão nossas famílias loucas iam ficar mais loucas ainda.

Logo,infelizmente, as árvores foram substituídas pelos grandes e elegantes prédios cinzas.Fomos chegando perto da minha casa, e agora eu me sentia mais confortável na moto e estava gostando disso, eu me sentia mais livre, de bem comigo mesma. Luke não parava de falar que devíamos fazer isso mais vezes, e para a minha surpresa eu concordei com isso, quer dizer, eu sempre fui uma aluna exemplar nunca havia matado uma aula, até hoje.

Luke parou um pouco afastado da minha casa, fintando com um olhar nem um pouco amigável um ponto escuro perto do jardim achei um pouco estranho mas resolvi deixar para lá.

– Obrigada Luke,eu estava realmente precisando de tudo isso.- Lhe disse com a cabeça baixa, estava com vergonha de admitir isso.

– Eu falei loirinha, sempre estou certo. Mas... agora é melhor eu ir, senão seu amiguinho pode me matar. Te vejo amanhã?

– Amiguinho?

– "Sim Luke te vejo amanhã bonitão". " Então ta amor te vejo amanhã". Sabe, eu estava esperando algo assim. - Antes de eu dizer qualquer coisa ele colocou o seu capacete e foi embora sem dizer mais nada.

Fiquei confusa por um momento até que eu avistei um Mercedes - Benz Class azul e sabia o que vinha por aí. Eu já estava com medo de abrir a porta e me deparar com aquela cena humilhante de novo: Percy conversando com meu pai. Tomei coragem e abrir a porta mas me deparei com uma imagem diferente de que eu esperava. A minha madrasta estava na cozinha assando seus famosos biscoito com gotas de chocolate, que nem tão bons assim eram, e os gêmeos estavam na mesa sentados fazendo as suas tarefas de casa.

– Olá Annabeth, você está bem? Seu pai ficou realmente preocupado com você. - Gritou minha madrasta pelo barulho do liquidificador.

– Sim estou bem. Cadê meu pai?

– Está na escritório com seu namorado . -Fiquei realmente nervosa com os gêmeos. Na verdade foi só um deles que disse isso, mas como até hoje troco os nomes dos dois então foram os dois que disseram isso. É uma lógica justa.

– Ele não é meu namorado!

– Parece ser seu namorado.

– É mas pensa gênio, ele está com Thalia, ele é namorado dela.- Respondeu o outro gêmeo ao seu irmão já querendo uma pequena e normal discussão entre eles.

– Ele não é o namorado da Thalia! - Retruquei.

– Está vendo, é o namorado da Annabeth, ela ficou com raiva.

– Não, você está errado, o namorado da Annabeth é o cara da moto que trouxe ela.

– Que cara da moto? - Gritou minha madrasta já olhando para mim de um jeito super estranho. Ela estava sorrindo.

– EU NÃO NAMORO NINGUÉM! - Acho que falei alto demais pois logo apareceram meu pai junto com Thalia acompanhada logo por Percy, que tinha se superado dessa vez, ele estava com um estilo mais despojado, bermudas jeans e uma camiseta branca quase transparente, que deixava aparecer bem os seus músculos esguios . Quando olhei para ele, não sei como ele conseguiu segurar o meu olhar, com aqueles mesmos olhos verdes brincalhões acompanhado daquele sorriso que já me irritara bastante

– Annabeth está namorando quem? - Perguntou Thalia com uma voz que me deixou completamente envergonhada. Por que todos pensam que estou namorando? - Com quem?

– Com o cara da moto que trouxe ela.

– Que cara da moto? Ah não... Ah não! ANNABETH! Você está namorando Luke? Pois ele é o único cara com uma moto nessa cidade que eu conheço!

– Luke? - Perguntou Percy, dessa vez seu sorriso havia desaparecido, e sua expressão antes sempre irônica, agora estava séria.

– Entendam eu não estou namorando ninguém. Luke só me trouxe para casa, ele é meu amigo! - Já estava começando a ficar irritada, ninguém poderia dizer com quem eu estou namorando. Aliás eu não sinto nada por Luke ele é o meu amigo, agora um dos melhores.

– Bem, eu acho que já vou embora. Vai dormir aqui né pinheiro?- Perguntou Percy agora já descendo completamente a escada.

– - Vou lerdeza. Já vai? Mas você... - Percy interrompeu a fala de Thalia o que me deixou mais confusa que tudo.

– Tchau Sr. e Sra Chase. Crinças...Annabeth.

– Percy... é... tchau.

Percy saiu pela porta rápido demais para o meu gosto eu tinha a esperança de que ele ia ficar mais tempo e conversaria comigo. O ar ficou mais pesado, o meu pai não tinha soltado nem uma palavra e nem se mostrou preocupado comigo ;apenas subi as escadas correndo acompanhada por Thalia. Eu queria voltar para aquele lugar no meio do nada que Luke me levou mas dessa vez com Percy, seria legal eu passar algum tempo com ele. Ai Annabeth olha o que você está pensando! Passar um tempo sozinha com Percy? Endoidou? Está na hora de se internar né? Pelo menos Thalia iria dormir lá comigo, apesar dela ser uma fofoqueira de primeira, eu confiava nela, poderia contar qualquer coisa para a minha amiga.

– Annabeth que história era aquela? Luke e você na moto? Na frente de Percy? Olha eu tinha esperanças mas depois disso...

– Por favor Thalia para. - Interrompi ela me deitando na cama. - Só com essa pequena discussão eu já estou com a minha cabeça doendo.

– Tudo bem. Eu te entendo, mas nós ficamos preocupados garota! Em uma noite sua casa é invadida o no outro dia você desaparece ainda faltando de aula! Pensei que isso não existia no seu dicionário.

– Na verdade isso formou uma frase.

– Pouco me importa o inglês. - Thalia me acompanhou deitando do outro lado da cama. - Só para saber, tem um pacote de jujubas debaixo da sua cama?

– Thalia, quem guarda jujubas debaixo da cama é você.

– Seus irmãos tem jujubas?

– Provavelmente, e são meio irmãos.

– Tanto faz, vou ter uma conversinha rápida com eles.

– Vai roubar a jujuba deles? - eu conhecia Thalia, e ela não tinha uma conversinha com ninguém quando se tratava de comida ela apenas pegava e quem se ofendia com isso já podia começar a preparar o seu próprio enterro.

– Talvez.

Fiquei lá parada pensando em como meu dia alegre e relaxante se transformou naquela bagunça. Percy estava estranho, geralmente ele era mais brincalhão, engraçado e irritante. Realmente eu precisa passar um tempo conversando sozinha com ele, precisava conhecê-lo melhor, para entender exatamente o que eu sentia por ele. Perdida nos meus pensamentos nem notei quando Thalia chegou no quarto com dois pacotes de jujubas.

– Eles choraram?

– Só tentaram me tacar um vaso cheio de terra. - Disse ela se deitando novamente no mesmo lugar na minha cama.

– Normal.

– Problemas? - Perguntou Thalia se virando para mim, ela me conhecia bem, melhor do que eu mesma. - Percy?

– Sim, olha Thalia eu preciso contar para alguém, mas por favor não saia espalhando por aí. - Ela somente assentiu e assumiu sua posição de curiosidade. - Eu ... eu... eu não sei exatamente o que sinto por Percy, eu só sei que é forte. Eu precisava conversar mais com ele a sós... talvez...

– Fácil, conversa com ele. E só para constar: Eu sabia!

– Sabia não, e não tem jeito de eu conversar com ele a sós, ele vive cercado de pessoas.

– Mais fácil ainda.

– Ah, então me diga gênio, como vou fazer isso?

– O único lugar que ele fica só é no quarto dele, invada-o de noite se ninguém saber que você está lá, ninguém vai interromper sua 'conversa'.

– Invadir?

– Invadir.

–Jura?

–Juro. Agora vamos parar Hazel Grace, seu Gus aqui cansou.

Invadir.