Masumi Nakamura escrita por Caroline Bueno
Não dava para acreditar, como assim tinha sido Asuka? Não tinha muito tempo que a conhecia mas não conseguia crer no que tinha descoberto, será que alguém jogou a cupa para cima dela? Saí da sala da Sra. Naru sem saber o que pensar.
Andando nos corredores encontrei Hajime de novo, ele não parecia saber e acho que também eu não deveria contar. Tentei não dar atenção, mas senti meu braço ser puxado.
– Oi Masumi, como vai? Conseguiu provar sua inocência garota má?- Hajime disse entre risos.
– Ha,ha,ha, muito engraçado. Eu não sou má, só apronto por diversão, eu acho. Mas isso não vem ao caso, encontraram o culpado.- falei.
– E quem foi? Quero saber.
– Vai ficar querendo, não posso te contar, acho melhor deixar isso por conta da Sra. Naru. A pessoa que fez isso não gostaria nada de ser apontada pelo orfanato inteiro, seu fofoqueiro.
– Fofoqueiro? Eu não costumo espalhar notícia, mas você Masumi, adora virar notícia. Pop star do mal.
– Eu quase ri, retardado.
Poderia fuzilá-lo se conseguisse descontar toda a minha indignação. Fui para meu dormitório e Asuka parecia estar pesarosa, arrumava e desarrumava a cama em questão de milésimos.
– Foi você.- falei.
– O que tem eu?- disse Asuka.
– Não se faça de desentendida, Asuka. Você queimou os ônibus, por quê?
– Você já fez coisa pior Masumi, não tem moral. Eu estava triste, fora que foi um acidente. Eu não te devo explicações e meio que fui forçada a fazer isso. Já basta o que vou ter que ouvir da Sra. Naru!- ela berrou.
– Para!- retruquei- Eu sei que não posso ser um exemplo de boa criança ou adolescente mas eu tenho meus motivos, que também não justificam. Mas justo você? É tão novinha, só tem 12 anos e foi capaz de tudo isso? Fora que sempre me pareceu quieta.
– Pareceu, não sou.- ela disse enquanto começou a chorar.
Pior que queimar ônibus não parecia tão absurdo para mim. A abracei, talvez suas depressões também a fizessem descontar em algo. Não éramos delinquentes e sim carentes. Olhei seu rosto e vi o quanto ela estava arrependida, talvez eu precisasse mudar por ela, pois Asuka era minha única amiga naquele lugar infernal. Também tinha Hajime, mas não dava para considerar.
Sra. Naru apareceu e mais dois jovens que deveriam ser as testemunhas, engraçado que era a mesma menina que sempre me entregava, uma japonesa com algumas mechas rosas no cabelo. Parecia adorar dedurar os outros, mas seria ótimo se eu fizesse algo contra ela, e minha vontade de ser má voltou outra vez.
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