Masumi Nakamura escrita por Caroline Bueno


Capítulo 2
Manpuko-ji




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Acredite, eu tinha conseguido ter uma boa noite de sono. Me levantei e fui direto tomar banho, hoje iríamos visitar o templo Manpuko-ji, que fica próximo a Kyoto.

Penteei os cabelos com um pente que me deixava nervosa. Estava sem uns 30 dentes, mentira, faltavam apenas 5. De qualquer jeito me deixava irritada, pois não escovava direito, fazendo com que eu levasse uns 20 minutos só para ajeitar o cabelo. Me vesti e saí do meu dormitório, levando uma bolsa com um caderno de anotações.

Estava me dirigindo para o ponto de encontro de onde nosso ônibus partiria quando me deparei com Hajime Suzuki. Estava torcendo para que ele não me visse e então passei batido. Já estava aliviada por ter conseguido, quando:

– Oi Masumi, como vai? - Disse Hajime Suzuki quando eu acabara de passar por ele.

– Oi Hajime, estou bem. Você também está indo ver o Manpuko-ji?

– Sim, estou meio perdido, não me lembro muito bem onde fica o ponto de encontro, aqui é um orfanato grande, posso ir com você?

Bufei. Eu não queria ter que levá-lo até lá, pois teria que conversar com ele e fingir que tudo era muito agradável.

– Claro, será um prazer.- Menti.

Fomos andando e foi como eu temia. Ele não parava de falar, estava a ponto de fazê-lo engolir minha bolsa. Seu papo era tão ruim que fiquei com sono em vários momentos da conversa. Quando finalmente chegamos me apressei em me despedir.

– Infelizmente Hajime as meninas e os meninos vão em ônibus diferentes. Tchau.

– Ok. - Ele se despedia- até lá.

Assenti e fui correndo direto para o ônibus. Era bom de mais poder me libertar de Hajime. Ele era chato e não calava a boca. Aquilo me fez pensar se ele era imperativo.

– Olá Masumi- disse uma menina que deveria ter uns 12 anos.

– Oi, você é a... - Não sabia o que dizer.

– Asuka - ela completou- Prazer.

– Prazer.- eu disse.

Passamos bastante tempo conversando. Ela parecia legal. Me contara que tinha parado nesse orfanato porque seus avós haviam falecido de velhice não havia muito tempo e que nunca conhecera seus pais. Contou-me também que havia se despedido deles e pôde lhes dizer suas últimas palavras de afeto, por isso não estava tão inconsolada. Eu lhe contei minha história sobre como meus pais haviam morrido e como me sentia em relação a isso. Asuka me falou de como haviam me apelidado depois de minhas atitudes no orfanato: O Demônio do dormitório 6 ( esse era o número do meu quarto). Eu ri, não era nenhuma surpresa ter aquele apelido bizarro, eu fizera por merecer.

Quando chegamos, desci do ônibus com Asuka e com os outros adolescentes. O templo era realmente lindo, tinha um tom de vermelho muito admirável. Enquanto admirava a estrutura, um troço me deu um tapinha nas costas, era Hajime.

– Oi. - eu disse desanimada.

– Oi Masumi, quem é sua nova amiga?- ele perguntou.

– Prazer, sou Asuka. - ela estendeu a mão.

Nós três caminhamos até o templo. Então a bruxa começou a ditar regras de como deveríamos nos comportar quando estivéssemos lá dentro. Não havia dito, mas ela se chamava Naru. Todos entramos. O local por dentro era ainda mais bonito, a estátua de Buda estava lá, sempre majestosa.

Quando a visita acabou, todos nos dirigimos para os ônibus, quando vimos que havia algo de errado, eles estavam queimados. Todos se entreolharam, procurando suspeitos.

– O que vamos fazer agora Sra. Naru? - Gritou um menino.

– Ainda não sei.- Ela respondeu.

Estava chocada. Ninguém havia percebido nada, nem um cheiro de fumaça, nada. Tudo parecia ser bem planejado de mais para um acidente. Quando ia me sentar, um garoto gritou:

– Foi a Masumi Sra. Naru! Ela que costuma aprontar, por quê não dessa vez?

Todos me olharam, eu estava ferrada.


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