The Woman In Me escrita por Luisa Stoll, Caramujo


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpem a demora. Eu deveria ter postado isso há dias, mas acabei enrolando... Bom, o importante é que agora eu postei, certo?



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– Estamos atrasadas, atrasadas, atrasadas! - Mika entrou, falando, enquanto Megan cuidava dos cachos em meus cabelos.

– Atrasadas para quê? - perguntei, curiosa.

– Sua mãe tem alguns comunicados a fazer.

– Tudo bem, tudo bem...

Me levantei assim que meu cabelo ficou impecável, e me dirigi a passos ligeiros em direção ao gabinete da rainha, erguendo a barra do vestido para não tropeçar.

Amberly estava sentada atrás de uma mesa, onde se encontravam várias cartas, com diversas caligrafias diferentes. Não olhei tempo o bastante para reconhecer alguma, apenas perguntei:

– A senhora gostaria de falar comigo?

Ela levantou os olhos para mim e sorriu, apontando a cadeira à frente dela. Me sentei e esperei, com as mãos pousadas no colo.

– Aghaté, recebemos uma carta ontem à noite nos informando de uma visita extraordinária. - ela sorriu, remexendo os papéis na mesa, e pegou um, lindamente decorado e com um envelope dourado, contendo uma caligrafia bem desenhada. Ela abriu o envelope e puxou um papel, lendo em voz alta: - "[...] Gostaríamos de presentear Sua Majestade com nossa célebre visita, e presentes de última geração de nosso país. Estamos animados com a Seleção da princesa e herdeira do trono, o que nos deixa com o dever de conhecer um pouco mais de seus pretendentes, já que somos amigos e trabalhamos juntos em nossos reinos por um longo tempo. Meus filhos, os príncipes Heitor e Andrew, gostariam também de vos presentear pessoalmente, devido às relações que já mencionei anteriormente."

– Então receberemos a visita dos príncipes da Grécia? – questionei.

– Os príncipes, o rei e a rainha, na verdade. Gostaria de propor um comitê de organização entre os selecionados, talvez assim você consiga escolher quem sai...

– Eu tenho receio de mandar alguém embora...

– Pois não tenha. Enquanto você tiver medo, terá problemas.

Suspirei, vencida e confusa.

– Tudo bem, talvez surja algo a mais pra eu eliminar alguém... – disse, pensativa.

– Você não irá se arrepender, Aghaté. – Minha mãe se levanta e aperta meu ombro com leveza – Pra ser uma boa rainha, às vezes é preciso fazer escolhas difíceis.

– Obrigada, mãe. – sorri, reconfortada – E sobre nossa visita... acho que devemos avisar os selecionados hoje à noite, no jantar.

– Sim, você dará o aviso.

Levantei-me, ajeitando a saia do vestido:

– É apenas esse comunicado?

– Sim, e o do comitê de organização dos selecionados, mas esse fica a seu critério. Eu e seu pai achamos melhor dividir em grupos com trabalhos diferentes para cada um, assim, além de organizar mais rápido, eles aprendem a trabalhar em conjunto, e os selecionados que não se esforçarem devidamente, serão classificados como incapazes para ser seu futuro esposo, e consecutivamente, o futuro rei de Illéa.

– E quem apresentar boa organização...?

– Continua no palácio. – a rainha completa.

***

Após o jantar, levantei-me e pedi um pouco de silêncio.

– Temos um aviso importante aos selecionados. – corei um pouco – Recebemos uma carta do rei da Grécia, dizendo que vem nos visitar daqui duas semanas, em decorrência da Seleção. Com essa visita, o palácio precisa de uma recepção calorosa, e bem organizada. Caberá a vocês, selecionados, organizar a recepção, a comida, a decoração, etc. Tudo o que precisarão fazer é seguir as instruções de Gwydion. – ao ouvir seu nome, o homem apareceu na sala de jantar, com a coluna ereta e a expressão séria. – Obrigada pela atenção. – Sentei-me novamente, voltando a olhar para o meu prato, onde antes se encontrava uma porção de tortellini.

Saí da sala de jantar silenciosamente, como uma leve brisa, e fui diretamente para o meu quarto, sentando-me em frente ao piano, e deixando meus dedos deslizarem sobre as teclas.

Tinha medo. Medo de que algum dos rapazes que eu mais queria ali dentro cometesse um erro em sua organização... Se isso acontecesse... Eu não saberia como falaria com meus pais para que o deixassem ficar.

Acordei no dia seguinte com Megan me sacudindo levemente e dizendo que já estava passando da hora do café e que meu pai estava impaciente. "Quando ele não está impaciente?" Bufei enquanto eu mesma colocava meu vestido, e as criadas arrumavam meu cabelo. Mal elas terminaram de prender um último cacho eu já saí correndo, erguendo a barra do vestido. Saí tão apressada que nem deixei minhas criadas passarem maquiagem. "Meus olhos ainda devem estar com um vestígio de sono, espero que ninguém veja... Ah, que irresponsabilidade! A futura rainha sendo vista desse jeito!" Repreendi a mim mesma enquanto me sentava em meu lugar, ao lado de meus pais, evitando encarar o olhar zangado do rei.

Olhei para a mesa dos selecionados e me deparei com vários rostos me olhando. Imediatamente baixei a cabeça, corando rapidamente, mas então me lembrei de que eles estavam ali por mim e é claro que iriam me olhar. "Tenho que me acostumar com isso" pensei, sorrindo.

– Todos os selecionados devem começar a organização para a recepção hoje mesmo. Imagino que vocês precisarão de um certo tempo para aprenderem a se portar. – meu pai começou, e eu suspirei, de forma inaudível.

Comi o meu pedaço de torta e saí, indo até o meu quarto para enfim me maquiar e ser vista de uma forma decente.

Assim que Mika terminou a minha maquiagem, olhei para a minha mesa de trabalho, me deparando com um amontoado de envelopes. Não me dei ao trabalho de perguntar o que era. Apenas sentei-me em frente à mesa e comecei a ler as cartas.

Qual foi a minha surpresa quando me deparei com uma carta de Anthony... Abri-a imediatamente e li suas palavras.

Querida Aghaté,

Soube que está fazendo uma Seleção para escolher o seu futuro marido e rei. E eu, que lhe tinha reservado meu coração? Imagino que já tenha se esquecido de mim... Mas eu nunca poderia esquecer de seus lindos olhos azuis. Sinto sua falta.

Sinto que escrever uma carta para dizer algo assim a alguém que já me colocou de fora de seus planos seja quase um insulto, e peço que me perdoe se o entender assim.

O outro motivo da carta é o de que eu e minha irmã, Gwenhwyfar, iremos visitar seu reino a negócios em algumas semanas. Não temos uma data definida, mas enviarei outra carta quando lhe puder dizê-lo.

Abraços,

Anthony Dinovid, príncipe da Rússia.

Li e reli a carta umas três vezes até compreender o que estava escrito. Anthony ainda gostava de mim? Ele estava decepcionado por causa da Seleção? Isso não fazia sentido, se ele realmente me amasse, por que não me escrevera antes?

Peguei uma caneta e pousei-a sobre um papel de carta, o qual exalava um perfume de lilases. Provavelmente Mika tinha perfumado a quantidade de papéis que supôs que eu iria usar. Reli a carta algumas vezes, até pensar no que poderia responder.

Querido Anthony,

Sinto muito pelo fato de estar fazendo uma Seleção. Mas juro que nunca pensei que quisesses algo comigo que não fosse apenas amizade. Porém, nunca esqueci-me de você. Continuo lembrando das feições de seu rosto todos os dias.

Seria indelicado se eu dissesse que um dos selecionados me lembra muito você? Não apenas a aparência, mas também a personalidade. E, bom, nunca entenderia sua carta como um insulto. Eu espero que você possa encontrar outra mulher, que te ame.

Desculpe, não sei o que falar sobre isso em uma carta...

Devo dizer que você e Gwenhwyfar são muito bem-vindos aqui no palácio. Apenas avise-me, para que possa estar ciente da data da visita. Eu gostaria de lhe apresentar algumas pessoas, se não for muito rude da minha parte, levando em conta o assunto anterior.

Sinto sua falta também.

Um abraço,

Aghaté Schreave, princesa de Illéa.

***

Estava descendo a escadaria principal rumo ao jardim, pois tinha resolvido dar uma volta para refrescar a cabeça e, quem sabe, encontrar um dos selecionados. Na verdade, um, em particular. Meu vestido era mais simples e curto que o dos outros dias, não tão armado e de um amarelo leve que me lembrava as folhas na primavera. Era um vestido apropriado para um passeio no jardim.

Ouvi passos descendo as escadas atrás de mim e me virei para ver quem era: Klaus Büttinger, o selecionado do sorriso ofuscante... e como se estivesse lendo meus pensamentos, ele abriu aquele maravilhoso sorriso pra mim.

– A senhorita vai ao jardim?

– Sim

– Que coincidência! Também estou indo pra lá. Quer me dar a honra de sua companhia...? - ele me estendeu seu braço bem definido por baixo da camisa branca que estava usando.

– Claro – sorri, segurando seu braço e descendo o resto da escada até o jardim.

– Está ansioso com as visitas que chegarão, e com a organização da recepção? – perguntei, sem muita convicção.

– Sim, senhorita...

– Já disse, pode me chamar apenas de Aghaté.

– Sim, Aghaté - ele me olha com aqueles olhos azuis como cristais – Estou ansioso, animado e... bem, até um pouco nervoso.

– Ora, não tem motivo para estar nervoso! Gwydion é um bom instrutor, ele fará com que todos vocês se saiam muito bem – sorri, encorajando-o.

– E se eu... Não servir pra isso? - percebi que o olhar dele assumiu completa preocupação e medo. Medo de eu manda-lo embora.

– Klaus... - olhei para cima, para os seus olhos me encarando, mas não consegui encará-lo de volta.

– Tudo bem, acho que não devia ter te falado isso. - ele arrancou uma rosa branca da roseira ao lado e a prendeu delicadamente em meu cabelo.

Não sabia o que falar, afinal, nem eu sabia quem eu teria que mandar embora, e não era a primeira vez que um selecionado dizia que estava com medo de ser dispensado...

– Klaus, se você se sair bem na organização... – balancei a cabeça – Eu não o mandarei embora. Não se preocupe. – sorri, passando a mão na rosa em meu cabelo.

– Isso me deixa um tanto aliviado – num impulso,

ele me abraçou e saiu do jardim, fazendo uma pequena reverência.

Continuei a andar pelo jardim, sem rumo, até ouvir um belo som. Agucei os ouvidos e caminhei em direção à música, deparando-me com Bryan, que segurava uma flauta transversal. Sentei-me ao seu lado, no banco do jardim, ouvindo a melodia.

Quando a música terminou, ele virou-se para mim.

– Estou começando a me acostumar com o seu radar musical. – comentou, rindo. Eu o acompanhei.

– Que música você estava tocando?

– Chama-se My Heart Will Go On, senhorita... Foi feita para um filme, há muitos e muitos anos...

– É linda.

– Quer que eu cante pra você? – questionou. Eu assenti. Ele limpou a garganta e aqueceu a voz. Em alguns minutos, estava cantando a música, que possuía uma letra esplêndida.

– Sua voz é linda... – comentei, sorrindo.

– Obrigado, princesa. – ele fez uma pequena reverência. – Desculpe, mas sinto que devo ir. Gwydion me espera.

Sorri a acenei enquanto Bryan saía. Fiquei sozinha no jardim, inspirando o aroma das flores que o vento trazia em minha direção. Refleti novamente sobre a carta que Anthony havia mandado. E eu pensando que ele já tinha até se casado... Se eu soubesse que ele ainda gostava de mim, nem teria feito a Seleção. Mas, por outro lado, também não teria conhecido Jared... que tinha muito em comum com Anthony... Balancei a cabeça afastando esse pensamento da mente. "Foco na Seleção, Aghaté. Aposto que papai ficará satisfeito se isso não der certo e ainda virá com um baita sermão pra cima de você. Além de que sua reputação no Reino irá cair um bom tanto, fazendo sua imagem não parecer apropriada para governar Illéa..." E não era isso que eu queria.

Definitivamente não.

Não tinha mais o que fazer ali, então voltei para o meu quarto e sentei-me em frente ao piano. Comecei a tocar melodias que eu sabia de cor, sem realmente prestar atenção ao que saía das teclas.

Estava preocupada com o modo que os garotos lidariam com a organização do evento, e sequer contara para papai e mamãe sobre a carta de Anthony. Eu não poderia lhes mostrar a carta. Não com o que havia nas linhas dela. Esperaria para avisar quando a outra carta chegasse.

Gwydion saberia o que ensinar aos rapazes, mas ainda assim estava receosa. Infelizmente, eu não poderia sugerir nada para ninguém, ou estaria sendo injusta. E uma princesa não poderia agir com injustiça.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Quais são suas teorias sobre essa fic? E a visita do Anthony, heim?

Se vocês mandarem reviews, ficarei muito feliz.

Beijinhos e muitas tortas de morango.



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