Novo Mundo escrita por Mi Freire


Capítulo 30
Problemas intermináveis.


Notas iniciais do capítulo

Nada muuuito intenso acontece nesse penúltimo capítulo. Mas garanto que acontecem coisas boas que vão colocar um ponto final definitivo em certas coisas. Chega de enrolação, não é mesmo? Espero que vocês compreendam e gostem. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/506063/chapter/30

— É bom te ver, Alison. – Bradley se aproximou dela com o garotinho loiro segurando sua mão. — Me parece que você se recuperou bem do acidente. Como você está?

— Bem. Agora eu estou bem. – ela engoliu em seco, olhando fixamente para ele. — Mas eu tive dias péssimos.

Era duro para ela ter que voltar a falar daquele assunto, logo com ele, Bradley, o cara que se dizia seu namorado, dizia que a amava mais que tudo, mas que acabou abandonando-a quando ela mais precisou.

Agora, olhando bem para ele, Alison não sentia absolutamente nada. Apenas desprezo, por ele ter sido um mau-caráter. Mas não lhe desejava mal. Pelo contrário, estava agradecida. Pois a ausência de Bradley em sua vida deu espaço para que ela e David se redescobrissem, fizessem as pazes e iniciassem um romance. Um história de amor real.

Alison precisou passar por tudo aquilo até finalmente encontrar a verdadeira felicidade. Aquela que esteve sempre ali, bem de baixo do seu nariz. Mas por muito tempo ela se enganou.

— Sim, eu imagino. – ele disse. Já não parecia mais o mesmo. Estava desgastado e para ela parecia um completo estranho. Como se eles nunca tivessem sido namorados ou como se nunca tivessem formando uma quase família. — Mas fico feliz por você não ter precisado de mim para se recuperar.

Embaraçada ela não soube o que dizer. Mas bem lá no fundo ela queria socar a cara dele. Só pra ele aprender uma boa lição antes de abandonar uma pessoa que já esteve à beira da morte.

Ele é um coitado, sínico e infeliz.

— Pai... Quem é ela? – o garotinho perguntou, quebrando o silencio entre eles. O loirinho alternava o olhar entre os dois adultos.

— Sam, essa é a Alison. Uma velha conhecida do papai. Alison, esse é Sam Febrey. Meu filho. – ele disse isso com muita convicção.

Ao perceber a expressão de espanto de Alison, Brad achou que lhe deveria algumas explicações já que não se viam há tanto tempo.

— Sam, querido, você pode sim ficar com os salgadinhos. Mas porque você não aproveita e vai pegar mais dois pacotes?

O garotinho pulou de alegria e saiu de cena correndo.

— Sei que parece tudo muito confuso pra você e estranho, afinal como eu poderia ter um filho com oito anos? Mas eu posso explicar. – ele se aproximou ainda dela, tirando seu aparelho celular do bolso.

Bradley parou ao lado de Alison, dando-lhe calafrios.

— Essa é Theresa Febrey, minha namorada. – ele explicou, mostrando a Alison a foto de uma loira esbelta em seu celular que deveria ter mais ou menos uns trinta e dois anos. — Ela é divorciada. Sam é filho dela. Mas ele me aceitou como um pai. Pobrezinho, ele nunca teve uma referência masculina em casa.

Apesar de estranho, estava tudo explicado para Alison.

— Que bom que você conseguiu a única coisa que te importava: um filho. Eu espero, realmente espero do fundo do meu coração, que ela possa te dar mais filhos. – Alison tentou não soar tão irônica. — Bom, eu já vou indo. Passar bem, Brad.

Ela pegou seu carrinho e se retirou devagar, mas antes que pudesse virar no final do corredor ela ouviu Bradley dizer:

— Manda um abraço para o David por mim.

≈≈≈

Desde que se encontrou com Bradley no mercado há dois dias atrás Alison sentia-se muito estranha. Não eram só os ressentimentos que ela nutria por ele. Mas estava também muito intrigada pela maneira indiferente que ele a tratou como se ela nunca tivesse significado nada.

Afinal, o que ele tinha na cabeça?

Amnésia? Ou problemas mentais?

Alison não sabia, mas só de pensar nele ela sentia vontade de gritar alto de raiva. E o pior: ele foi muito cara de pau e um cretino ao pedir que ela mandasse um abraço para David. Claro que ela não o fez. Nem se quer chegou a comentar com o namorado seu reencontro com o ex.

David por sua vez já havia percebido que a ruiva andava muito estranha, distraída e até um pouco distante. Mas ele estava dando um espaço a ela. Para que pudesse respirar melhor. Talvez ela estivesse sobrecarregada com o novo trabalho, tentando se adaptar ainda.

Naquela noite estavam os dois em casa de bobeira. Ele chegou do trabalho cansado, comeu qualquer coisa, tomou um banho e se esparramou na cama. Alison estava ocupada com mais um trabalho, com seu notebook sobre a mesa. Concentrada e calada. Ela aparecia não querer papo e ele nem insistiu, ligando a tevê.

Meia hora depois Alison que já não conseguia mais se segurar resolveu se manifestar.

— David, será que dá pelo amor de Deus para você desligar a porcaria dessa televisão ou pelo menos abaixar o volume? Você não vê que está me atrapalhando? – ela virou-se para ele, vermelha de raiva. — E, por favor, mastigue de boca fechada. Tente não fazer tanto barulho! Eu estou trabalhando! E se não fosse pedir de mais, você poderia ao menos tirar as migalhas de restos de comida de cima de mesa ou recolher as suas roupas sujas largadas no canto.

David olhava para ela intrigado e assustado.

Ele olhou em volta: a casa estava impecável como sempre. Nada de sujeira ou bagunça. Mas Alison de uma hora pra outra resolveu implicar com coisas que ela nunca nem se quer se importou.

— O que deu em você? – ele levantou-se frustrado, pegando a primeira camiseta que viu para vestir. — Porque está implicando com tudo? Eu não fiz nada de errado! Eu só estava tentando... Ah – ele jogou os braços para o alto. — quer saber? Esquece.

David calçou os chinelos, pegou as chaves de sua moto e seguiu em passos firmes em direção a porta. Não queria ficar ali dentro daquele loft nem mais por um minuto. Não enquanto Alison estivesse implicando com ele por qualquer besteira só porque não estava tendo um bom dia.

— Então é assim agora? Você vai sair e simplesmente ignorar tudo que eu te pedi? – ela cuspia as palavras, como se estivesse esfregando-as no rosto dele. — Nossa. Parabéns! – ela ironizou. — O mais legal é que você sempre cai fora quando as coisas esquentam para o seu lado.

Ele parou onde estava, de costas para ela, em frente a porta. David suspirou fundo, tentando manter a calma.

— Você está se ouvindo bem? – ele perguntou quando finalmente teve coragem de se virar para ela. — Isso não é verdade, Alison. E você sabe disso melhor que ninguém. – ele jogou as chaves de volta a mesinha de centro. — Eu não vou a lugar algum. Satisfeita? Eu vou ficar aqui, como eu venho fazendo bem nos últimos meses. Eu vou ficar bem aqui enquanto você atira pedras em mim.

Eles se encaravam.

— Pronto. Comece. Vamos lá. Atire pedras em mim!

Naquele momento, enquanto ela olhava para ele Alison se deu conta de que estava cometendo um grande erro. Além de estar sendo mal agradecida, ela estava descontando em David - que não tinha nada a ver com isso - problemas mal resolvidos de seu passado.

David não merecia isso de jeito nenhum. Ela sabia bem disso. Foi equivocada e não pensou direito antes de agir. Agora sentia-se culpada e injusta. Não era certo. Ela não queria perde-lo. Eles não são de brigar assim por qualquer coisinha.

Claro que essa não é a primeira e nem a última vez que eles se desentendem. Afinal, não são um casal perfeito. Mas essa, diferentemente de todas as outras, são por motivos banais.

Alison não quer e nem deve cometer um grande erro depois de tudo que David fez por ela nos últimos meses. Ele praticamente a salvou, a livrou, a resgatou de uma profunda depressão. Ele foi forte, corajoso e paciente ao tira-la do fundo do poço. E agora o que ela estava fazendo em troca? Sendo malvada com ele.

— Dave, me desculpe.... Eu... Eu não sei o que deu em mim. – imediatamente seus olhos se encheram de lágrimas. — Eu não queria... Eu... Eu sinto muito muito. Me desculpe....

David correu até ela, para ampara-la. Pois como ele previa: ela estava sobrecarregada com alguma coisa em particular. E por alguma motivo ela resolveu descontar isso nele, implicando com pequenas coisas.

— Tudo bem, meu amor. Vai ficar tudo bem. – ele a abraçou, deitando a cabeça dela em seu peito. — Não chore mais. Por favor.

David esperou que Alison se acalmasse. E com cuidado sentou-se com ela sobre a cama, oferecendo-lhe um copo de água. Alison já não chorava tanto e havia controlado melhor suas lágrimas.

— Eu não vou mais sair por aquela porta quando as coisas ficarem difíceis entre nós, tudo bem? Eu nunca mais vou embora. E eu espero que você acredite e confie em mim.

Ele tirava o cabelo dela da frente do rosto com carinho.

— Eu vou me esforçar mais, eu prometo. Alison, eu detesto brigar com você. Vamos ficar bem? Agora me conta. Me conta porque você está assim? Porque brigou comigo daquela forma?

Alison escolheu bem as palavras e contou do seu reencontro com Bradley no mercado para David. Podendo finalmente desabafar com alguém que de alguma forma era capaz de compreende-la.

Ou não.

≈≈≈

Os dois estavam em casa aquele sábado.

David está de costas para ela, em frente ao fogão, mexendo algumas panelas que ele havia acabado de colocar no fogo.

Alison está sentada a mesa com uma faca nas mãos, ela está picando tomates, batatas e cebolas para o namorado.

Os dois estão muito calados e pensativos.

Desde que Alison contou a David sobre seu reencontro com Bradley no mercado e tudo que ela sentiu ao vê-lo novamente, David ficou furioso com a verdade. E o relacionamento dos dois esfriou um bocado nas últimas semanas desde então.

Eles estão mais distantes, mal se falam, parecem dois completos estranhos um para o outro e agem indiferentes diante disso, como se nada de ruim estivesse acontecendo. Mas por dentro só eles sabem o quanto aquilo estava prejudicando o namoro deles.

Ao contar a verdade para David, já que ela não havia nada a esconder pois não fizera nada de errado, Alison acreditou que iria tirar um grande peso das costas e tudo voltaria ao normal.

Mas aconteceu o inverso disso.

Não que David estivesse furioso com ela. Ele só estava com muita raiva de Bradley por tamanha petulância. Bradley havia tratado Alison como se ela não houvesse significado nada. Quando na verdade ele devia muito a ela por ter a abandonado friamente quando ela perdeu o bebê. Como se tudo que importasse para ele fosse apenas a criança e não a vida de sua ex-namorado. E o pior: no mercado, pela forma como Alison disse, foi como se ele não se lembrasse de nada ou fingia ter esquecido.

E isso o irritava muito, só de pensar na cena.

David ainda queria se reencontrar com Bradley. Queria poder socar a cara dele até que ele pedisse desculpas para Alison.

Alison por sua vez não entendia porque David estava agindo assim, como se ela fosse a errada da história por ter se encontrado por acaso com o ex-namorado. Mas a verdade é que David não sabia muito bem como se expressar e isso estava o deixando maluco.

— Eu terminei.

— Ótimo.... O almoço está quase pronto.

— Eu estou sem fome.

Alison levantou-se sem nem olhar para ele.

— Eu vou dar uma saída. Eu já volto.

O clima dentro do loft era pesado demais, quase sufocante.

Alison deixou David terminando o almoço. Ela pegou seu casaco preto no guarda-roupa, uma touca preta e saiu.

O céu lá fora estava completamente nublado, o ar estava frio e ventana forte. Alison previa que em poucas horas iria cair um temporal.

Ela enfiou as mãos no bolso e caminhou sem rumo pelas calçadas vazias do Queens.

No fundo Alison sabia que precisava fazer alguma coisa para reverter aquela situação entre ela e David. Não deveria permitir que o orgulho falasse mais alto. Por outro lado ela queria que ele tomasse a iniciativa, pedisse desculpas e quisesse conversar. Se ele fosse o primeiro a ceder - já que ela não se sentia culpada por nada - eles logo ficaram bem novamente e tudo voltaria ao normal.

Mas David estava sendo muito cabeça dura. Ainda mais que ela.

Dois dias atrás ele fez uma pergunta direta a ela que a pegou de surpresa. Na hora Alison não soube exatamente o que responder. Mas agora, após horas de reflexão, ela sabe a resposta exata.

— Você ainda sente alguma coisa por ele? – David perguntou, olhando-a nos olhos. — Qualquer coisinha, por mínima que seja? – como ela não respondeu nada, desviando os olhos ele decidiu continuar: — Porque eu ainda acho que você gostaria de poder resolver algumas questões inacabadas com ele. Sendo assim, eu acho que você deveria procura-lo e resolver isso de uma vez por todas.

Ele levantou-se, vestiu a jaqueta jeans, pegou as chaves e se foi, para o trabalho, sem ao menos dar-lhe um beijo de despedida.

Essa é a questão, Alison disse a si mesma em pensamentos. Eu não sinto mais nada. E nem deveria sentir, se ele também não sente. Aquela história ficou para trás. E as vezes eu sinto que teria sido melhor se nunca tivesse acontecido.

Era tudo que ela queria dizer a David, mas que não conseguia por falta de coragem. Tinha medo que ele não entendesse.

Se Bradley já não lembrava mais de todo o mal que causou a ela, porque ela deveria ficar remoendo isso? Não parecia justo, nem consigo mesma e nem com David. Se pudesse ou se fosse possível ela gostaria de poder nunca mais rever Bradley novamente. Isso a vazia mal. Ela só queria distância. E esquecer tudo com a mesma facilidade que ele esqueceu e prossegui com a sua vida como se nada tivesse acontecido.

Apesar de não terem parado para conversar e resolver certas questões do passado, Alison acredita que já não é mais preciso. Ele nunca foi dela e ela nunca o pertenceu. O que ele queria... Ela não pôde lhe dar. E agora ele encontrou isso em outra pessoa, em outro lugar, refazendo uma nova família. E ela poderia prosseguir com a sua vida normalmente, recomeçar ao lado do homem que verdadeiramente ama.

Mas porque estava sendo tudo tão complicado?

Desde que ela e David se desentenderam, Alison acredita que falta alguma coisa. Algo que só agora ela compreende. O que falta é eles pararam de serem tão imaturos e cabeça dura. O que falta é os dois pararam para conversar e resolver as coisas. O que falta é os dois deixarem o orgulho de lado e partirem para o ataque. O que é falta é eles esquecerem o passado de uma vez por todas e recomeçarem o futuro.

Mas para isso um lado precisa ceder.

≈≈≈

Era a primeira vez em anos que Susan aparecia para uma visita em seu loft. David estava sozinho, pois Alison havia acabado de sair para ajudar Margo com os últimos preparativos do casamento que aconteceria finalmente na semana seguinte.

— Filho, esse lugar é tão pequeno. – Susan observou, com uma meia careta. Enquanto olhava para os lados, prestando atenção em cada detalhe. — Você sabe que pode contar comigo e com o seu pai se precisar de alguma ajuda, não sabe? Vocês poderiam....

— Não, mãe. Obrigado pela preocupação. – David a interrompeu, sentando-se na cadeira em frente a cama onde ela também estava sentada. — Eu e a Alison não queremos depender de ninguém além do esforço de nós mesmos. E também, não há mais com o que se preocupar. Nós já conseguimos uma casa bem maior em Manhattan. Nós vamos nos mudar assim que fizermos o pagamento da primeira parcela da hipoteca.

— Ah é? Então vocês finalmente conseguiram dar o primeiro passo? Eu fico feliz por vocês, David. - Susan–sorriu, olhando dentro dos olhos do filho. — Mas você não me parece tão empolgado com a novidade. Aconteceu alguma coisa?

Sua mãe sempre previa tudo.

Esse é o maior dom das mães: prever os problemas dos filhos.

— Não é nada, mãe. Bobagem!

— Tem certeza, David?

— Ah sim, não se preocupe.

— Essa sua carinha não me convence.

Constrangido David desviou o olhar, olhando através da janela, vendo que lá fora estava garoando forte.

Pelo menos ali dentro estava quentinho.

— Você e a Alison brigaram?

— Nós estamos tendo uns... Problemas.

— Como assim? Me conta.

— Ah mãe, não. Não quero falar sobre isso.

Susan suspirou.

— Tudo bem. Eu entendo.

Os dois passaram alguns segundos calados. De repente Susan resolveu se levantar e adiantar o porquê de estar ali. Não era só para uma visita fora de hora, mas sim para poder dar algo especial ao filho.

— Eu tenho algo pra você, levanta-se. É importante.

David obedeceu, mesmo surpreso. Ficando de pé a poucos centímetros de sua mãe. Ele observou com atenção quando ela retirou uma caixinha pequena de joias de um preto aveludado de dentro da bolsa. E estendeu a ele, como se quisesse pressentia-lo.

— Vamos, abra. – ela o incentivou com um sorriso.

Com cuidado David abriu a caixinha e se deparou com um anel de prata lindo, fino e caríssimo. Onde bem no meio havia uma preta de esmeralda. Que lembrava a cor dos olhos de Alison.

— Não importa quais foram os problemas que estão entre você e a Alison, vocês dois se amam demais para ficarem perdendo tempo com bobagens. Não deixem que isso, seja lá o que for, prejudique vocês. – Susan passou a segurar as mãos do filho, alternando o olhar entre ele e a joia. — David, você a ama, não a deixe partir nunca.

Mesmo sem entender, David ouvia com atenção as palavras da mãe. Ela estava sendo generosa, cuidadosa e muito amorosa.

Uma mãe que só agora, aos vinte e sete anos ele tinha. Tudo isso e muito mais graças a Alison Harvey.

— Eu quero que você dê isso a ela. Porque eu sei, porque eu sinto, que vocês dois foram feitos para ficarem juntos. Feitos para durar. Fortes o bastante para superaram juntos qualquer coisa. Não importa se foi ela quem errou ou se foi você. Eu não sei. Mas eu acho, como sua mãe e uma mulher experiente, acho que você deveria dar o primeiro passo, pedir desculpar e dar a vocês uma segunda, uma terceira, uma quarta chance ou quantas chances forem necessárias.

Susan beijou a testa do filho como se ele ainda fosse um garotinho. Mesmo David já sendo um homem feito, forte, atraente e independente, as vezes, ela sentia que ele sempre seria o seu menininho emburrado.

— Pense nisso. Eu já vou indo... Vejo vocês no casamento.

Susan se foi tão depressa quanto chegou.

David sentou-se na cama, sozinho e atordoado. Refletindo sobre as palavras preciosas de sua mãe. Talvez ela tivesse razão.... Ou melhor, ela sempre teria total razão. Não havia porque perder tempo ou dificultar as coisas entre ele e Alison. Não por uma bobagem qualquer.

Chega de tantas brigas e desentendimentos.

Mesmo distantes, morando na mesma casa ou não, ele sentia muito falta dela. De conversar, de abraça-la, de beijá-la, de poder olhar para ela, vendo-a sorrir timidamente ou passando uma mecha por trás da orelha e de tocar cada centímetro perfeito de seu corpo.

David voltou a olhar para o anel. Parecia precioso, mas Alison, mais que qualquer outra pessoa, era merecedora de tamanha prova de amor. Não seria um pedido de casamento, nem nada do tipo. Não queria assusta-la ou apressar as coisas. Como ela mesma sugeriu: dessa vez eles iriam ir devagar e com calma. Primeira a casa própria e depois... O que tivesse que acontecer.

Mas já não havia dúvidas e nem orgulho: David estava disposto a presenteá-la com algo significativo e pedir desculpas por ter criado mais um empecilho entre eles nos últimos dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar! Provavelmente vou postar o ultimo capítulo na sexta-feira.