Estou Oficialmente Me Mudando escrita por ohhoney


Capítulo 1
Padre, eu pequei.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas da Terra e do outer space, como vão?

Estou de volta com mais essa one-shot (na verdade não sei se vai ser one-shot, por isso vou deixar em aberto) de um AU que achei super divertido. Gostei muito de escrever e espero que gostem de ler também.



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Ok, vamos começar do começo.

Eu nunca fui um cara de reclamar. Óbvio que coisas como cocô de cachorro nos meus tênis de basquete são exceções, mas você entendeu. Sempre me conformei com o que tinha que vir, e sempre tratei de tentar entender tudo o que acontece a minha volta.

Só não entendo porque tem um nego sem camisa deitado no meu sofá, ou porque a sala cheira a álcool, ou o que diabos é essa poça meio amarelada no chão.

Deixando bem claro para você, leitor, que não estou reclamando.

Só digo que a porra vai ficar muito séria se a tal da poça amarela for vômito e tiver manchado a porra do meu tapete. Mas, de novo, não estou reclamando.

Porém, isso ainda não muda o fato de ter um preto semi nu no meu sofá, babando na minha almofada.

Nunca vi esse cara na vida. Nunca. Porque diabos ele está no meu sofá? E de onde ele entrou, Jesus? Ninguém tem a chave do meu apartamento. Porque ele tem um roxo enorme nas costelas? Meu Deus. E eu achando que a velha contando moedas na fila do supermercado seria a coisa mais frustrante que teria que enfrentar hoje.

Eu devo ter pecado. Só pode ser isso.

-Ou.

O cara não acorda. Não me atrevo a chegar muito perto. A sala tá fedendo pra caralho.

-Ou - repito, e cutuco o pé dele com a minha bota.

Não há sinal de vida. Estou começando a ficar preocupado. Como explicar pra polícia que eu cheguei em casa e encontrei o cara morto no sofá? Boa sorte com isso.

-Se você morreu, eu to fodido. Acorda aí, caralho - chuto o pé dele e (AMÉM) ele solta um resmungo - Ou. Ou, acorda, lazarento.

O cara balbucia algumas palavras e depois volta a roncar.

Suspiro. Deixo as sacolas de compras em cima do balcão e encho dois copos com água. Volto até o sofá e jogo o primeiro deles na cara do neguinho. Ele se afoga por um instante e se ergue.

-fioog´~sjral???

-Que porra você tá fazendo aqui?

O cara foca os olhos em mim bem lentamente e fica parado por uns 30 segundos. Depois, vagarosamente, começa a olhar ao redor com os olhos semicerrados.

-...Mano? - digo.

-Maaaaaaaaano... - o cara solta numa voz grossa e totalmente rouca ainda olhando ao redor. Os olhos dele param em mim de novo, vermelhos de irritação - Mano... onehéqutoe?

-Que? - inclino-me para frente para tentar ouvir. O cara tosse um pouco, e eu estendo-lhe o copo com a água. Ele olha preguiçosamente para minha mão, e depois pega e bebe tudo.

-Onde é que eu to? - ah, a voz dele tá bem mais clara agora - Arghh, que dor de cabeça do caralho...

Trato de respirar bem fundo. Ew, má ideia. Saporra tá cheirando mal pra cacete.

Ok, ok. Não estou reclamando.

Vou até a cozinha e pego um analgésico no armário. Quando volto, o cara está sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos e olha fixamente para seu reflexo na televisão.

-Pega.

-Valeu, cara.

Ele engole o analgésico e pisca lentamente. Coça a cabeça.

-Que que 'cê tá me olhando, hein? - ele pergunta, virando na minha direção.

-Você tá na porra da minha casa, na porra do meu sofá, quase pelado, com uma ressaca do caralho, vomitou na porra do meu tapete e eu que tenho que te dar uma porra de uma satisfação?!

Ok, agora estou reclamando.

Ele me olha por mais trinta segundos e ergue a mão na minha direção.

-Aomine - ele diz.

Honestamente, não sei se quero cumprimentá-lo, maaas...

-Kagami. - aperto a mão dele brevemente.

-Mano, tu não tem noção. Eu tava dançando com umas minas muito gatas, sabe? Mas muito gatas mesmo. Elas tinham uns peitões bem grandes, sabe? Tipo, pra caralho.

-Hm.

-E eu curto muito uns peitões, mano.

-Hm - uma artéria na minha testa pode explodir a qualquer segundo e eu juro que não vou ser eu quem vai limpar a porra do sangue.

-E eu bebi todas, cara! Eu e o Tetsu. O Tetsu, você deveria ter visto... Ele tava muito louco. Entende, cara? O Tetsu não bebe, então quando o Midorima (ele tava muito louco também, cara. Acho que foi o décimo shot de tequila, mas eu não tenho certeza) prendeu ele e o Akashi virou a garrafa de vodka bem na boca dele, o cara surtou.

-Hm - não vai ser só uma artéria, tenho quase certeza.

-...Por sinal, cadê o Tetsu?

-Sei lá, eu cheguei aqui e só tava você.

-Ah, ele sabe se virar - ele ri um pouco - Aí eu e as minas demos uma saidinha, e eu continuei bebendo todas...

-Uhum.

-Aí eu vinha dormir na casa do Kise, né, porque era mais perto. E eu procurei em todo lugar, mas não achei a chave. Aí sabe o que eu pensei?

-O que?

-Vou entrar pela janela.

Ele é louco.

Ele é louco e eu estou reclamando.

Pelo amor de Deus. Eu moro no segundo andar de um prédio. Se o cara entrou pela janela...

-E eu entrei pela janela, mano.

Ele entrou pela janela.

Anotação mental: vou colocar barras nessa janela hoje mesmo e ninguém vai me falar um caralho sobre isso.

-Eu tentei subir pela calha, né. Quando eu tava meio alto, eu caí, mas nem me machuquei, então foi suave. Aí eu tentei subir de novo, mas eu tava louco pra caralho, mano. Tava tudo rodando, eu te juro, e eu tava quase gorfando, mas não queria sujar a parede do prédio, sabe como é.

Eu não pequei. Eu devo ter jogado pedra na cruz em outra vida, porque isso daqui não é punição pra um simples pecado, não senhor.

-Aí eu consegui chegar até a janela e entrei, mas na hora que eu pisei no chão, mano... Mano, eu vomitei e tentei limpar com a minha camisa, mas eu tava tão bêbado que nem conseguia enxergar direito, então eu caí no chão. Mas acho que Deus me ajudou, cara, sério, porque eu consegui ir pro sofá.

-Uhum.

Aomine olha ao redor mais uma vez e (de novo) me encara.

-Mas parece que essa daqui não é a casa do Kise.

-Não, não é.

Calma, Taiga. Não fique estressado.

-Onde é que eu to mesmo?

-Na minha casa.

-...Ah. Pô, Kagami, foi mal...

Não. Fique. Estressado.

-Tá suave. Acho que você entrou no apartamento errado. O do Kise é a janela do lado.

-Puta merda... - ele meio que arregala os olhos.

-Vou te levar lá. - digo e levanto do sofá.

Aomine tenta se erguer, mas não consegue. Passo um braço dele por trás do meu pescoço, tentando ignorar o maldito fedor que cachaça que vem dele.

Abro a porta de casa. Vamos pelo corredor em silêncio, mais mancando do que andando, quase caindo.

-Mano - Aomine eleva a voz e para.

-Que fo- PUTA QUE PARIU NÃO. NÃO. VOCÊ NÃO FEZ ISSO SEU FILHO DA PUTA MISERÁVEL LAZARENTO SEU CORNO DO CARALHO BOÇA-

-Ops.

-OPS O CARALHO VOCÊ GORFOU NA PORRA DO MEU TÊNIS NOVO!!!

-Relaxa, cara. É só passar uma água que tá suave.

Empurro Aomine para frente, lançando-o contra a porta de Kise. Aperto a campainha repetidas vezes até alguém vir atender a porra da porta.

-Que que é? - um cara de cabelo verde e óculos tortos vem nos receber. Ótimo, outro de ressaca.

-Isso é seu - puxo Aomine pelo ombro e o lanço nos braços do outro cara - Pode ficar.

-Kagami... Ou, foi mal, velho. - Aomine diz baixinho antes de ameaçar vomitar de novo.

-Cala a boca. Tchau.

Volto para casa antes que mais alguma coisa desse gênero aconteça. Sabe, estou cansado; tive um turno de 48h nos bombeiros hoje, cheguei faz vinte minutos pra encontrar um preto bêbado no meu sofá e o cara ainda gorfa no meu tênis.

Vai se foder. Estou reclamando sim. Saporra tá toda errada.

Só quero deitar e dormir. Minha cabeça tá explodindo, a sala tá fedendo, meu tênis tá vomitado, o tapete manchado... São 7:40 da manhã e o dia já tá uma bosta. Não é possível.

Abro a porta do quarto e me jogo na cama, para logo depois dar um pulo digno de ginasta e berrar alto o suficiente pra acordar o prédio inteiro.

TEM ALGUÉM NA PORRA DA MINHA CAMA.

Ainda tremendo, puxo as cobertas. Um carinha de cabelo azul tá deitado dormindo. Na. Porra. Da. Minha. Cama.

-Ei, ei - será que é um dos amigos de bebedeira do Aomine? - Ei, acorda aí.

-ffgájptojh... Aomine-kun?

-Quê? Não, meu nome é Kagami e você tá na minha cama, amigo. Saia daí.

-Aomine-kun...

-T-Tetsu? Tetsu, é esse o seu nome? - ele balança a cabeça - Sai daí, Tetsu. Você tá na casa errada.

-C-Casa errada...? - ele abre os olhos e se apoia nos cotovelos.

-Isso, agora levanta. Isso, vem - vou induzindo-o para fora da cama, quando ele para - Vamos, eu vou te levar até o Kise e...

E ele vomita na minha cama.

Eu não joguei pedra na cruz. Eu fui o próprio Judas. Só isso explica o dia de hoje.

Ok. Chega.

Estou oficialmente me mudando.


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Notas finais do capítulo

Essa fic já estava pronta faz tempo, mas com o Nyahpocalipse, tive que deixar pra postar hoje. Espero que tenham curtido. Até a próxima, sim? ^3^