Amor cigano escrita por nique


Capítulo 5
Sonhos apaixonados e conversa com a mamãe.


Notas iniciais do capítulo

Sonhar com o amor é tão bom.



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Mais tarde, Maria começa a acordar, havia dormido muito bem aquela noite, parecia que havia dormido em um acampamento a vida inteira, havia sonhado com Renzo, no sonho ele a havia aceitado e eles estavam dançando em um campo cheio de rosas vermelhas, ela não poderia mais negar, estava apaixonada por aquele cigano.
Quando se levantou viu que alguém tinha lhe deixado o café da manha bem ao lado de sua cama, era uma cesta cheia de frutas e pão, Maria se senta ao chão para comer aquela refeição simples ali mesmo.
Enquanto comia, ela pensava:
Renzo nunca irá me aceitar, nunca vai me querer como mulher, pois eu sou uma Gadje e ele odeia os Gadjes, mas não custa tentar contar a ele como eu me sinto quem sabe ele me trate um pouco melhor.
Seu pensamento é interrompido pelo próprio Renzo entrando na tenda, ele estava tão bonito aquela manha, parecia que era outro dia de festa.
–Bom dia Gadji-O disse secamente-Como passou a noite?
–Muito bem, obrigada.
–Mesmo tendo que dormir como uma Romani?
–Sim, não tive problemas para adormecer.
–O vento não a incomodou?
–Nem um pouco, como vocês fazem nos dias de chuva?
–Dormimos nos carromatos.
–Mas só devem caber umas duas pessoas por cada carromato, se o seu pai dorme com a esposa em um, onde você dorme?
–No mesmo, os carromatos são maiores do que parecem ser, cabem confortavelmente três pessoas lá dentro.
–E quando você se casar com a sua prometida? Como irá fazer?
–Eu não irei me casar.
–Como?
–Chega de perguntas, eu não devo explicações a uma Gadje, vamos, eu não prometi que a levaria para casa, então temos que ir.
Quando saíram da tenda se encontraram com Barnabas que disse que os acompanharia a casa de Maria, pois, queria falar com sua mãe sobre o que aconteceu na noite anterior, (o que era mentira), então seguiram em direção à cidade.
–Porque tirou o vestido que lhe demos? Ficou tão linda nele- Disse Barnabas.
–Não achei adequado vir com ele.
–Não é vergonha nenhuma se vestir como uma Romani.
–Não é vergonha é só que...
–Você o acha escandaloso de mais para vesti-lo em publico-Disse Renzo já irritado-Ainda bem que você não vai ficar com ele, ficou horrível nele.
–Não foi o que você me disse ontem à noite.
Renzo não disse mais nada, apenas deu as costas e continuou andando.
–Aquele vestido, pertencia á minha finada esposa, a mãe de Renzo, foi o vestido que ela usou em nossa primeira noite de lua de mel-Disse Barnabas triste.
–Eu sinto muito senhor, mas realmente, não acha que ele deveria ficar com o senhor?
–O que eu iria fazer com ele? Não é direito fazer minha mulher usa-lo, eu deveria dá-lo a minha futura nora, mas...
–O que tem ela senhor Barnabas?
–Ela sumiu á muitos anos.
–Mas o Renzo não pode se casar com outra pessoa?
–Poder, até ele poderia, mas ele não quer, diz que permanecerá fiel a ela até morrer.
–Eu sinto muito mesmo-Disse triste, pois agora é que não havia esperança dela ficar com seu amado.
Minutos depois chegaram à casa de Maria, tocaram o sino e quem os veem atender é Tenca.
–Senhorita Maria! Onde você esteve à noite inteira?
–Desculpe Tenca, era para voltar cedo, mas os ciganos me convidaram para uma festa e não pude negar o convite.
–Olá senhora, eu sou Barnabas, fui eu quem sugeriu que Maria ficasse não era nossa intenção deixa-la preocupada, a senhora é a dona desta casa?
–Não, não sou eu, o que você quer com a senhoria?
–Eu gostaria de poder falar com ela, lhe explicar porque a menina não veio para casa ontem.
–Não se preocupe senhor, eu a informarei.
–Eu faço questão de falar com ela, afinal, sua filha ficou sobre nossa responsabilidade.
Depois de refletir bastante, Tenca os deixa entrar, e os leva diretamente para cima, onde a mãe de Maria se encontrava lendo.
–Senhora! Sua filha acabou de chegar com uns senhores que querem falar com a senhora.
–Quem são eles Tenca?
–Pelo que me parece são ciganos senhora, um deles se chama Barnabas e tem urgência em falar com a senhora.
–Mande-o entrar.
–Mas e o outro rapaz?
–Diga-lhe que pode esperar lá fora.
Então Tenca sai e volta minutos depois com Barnabas.
–Bom dia senhora-Disse Barnabas gentilmente.
–Você deve ser Barnabas, minha filha fala muito do senhor, disse-me que o senhor foi muito gentil e que mandou seu filho a acompanhar até em casa para que ela não corresse perigo.
–Oh sim, claro, sua filha é muito gentil e muito educada com o meu povo para uma Gadje.
–Entendo, não deve ser muito comum Gadjes serem gentis com os Romanis, estou certa?
–Com certeza senhora, mas não estou aqui para falar dos problemas do meu povo, estou aqui para falar de sua filha.
–Ela lhe fez alguma coisa, o desrespeitou?
–Não! De forma alguma, mas á um fato que preciso falar com a senhora.
–Pode-me dizer qual é esse fato?
–Se sua filha é uma Gadje, porque ela se parece tanto conosco?
–O que quer dizer com isso?
–Ontem na festa, a vestimos com um de nossos vestidos, e Gadjes, por mais que arrumamos, nunca ficam tão semelhantes a nós, senhora, quem era o pai de Maria?
–Não sei se deveria lhe contar afinal você é um cigano, não sei se posso confiar em ti.
– Eu não contarei a ninguém, prometo.
–Bom se é assim, tudo começou...
Enquanto os dois conversavam, Renzo esperava pelo pai na antessala, junto com Maria.
–O que será que o teu pai tinha para falar com a minha mãe?
–Não faço a mínima ideia- Disse-lhe mentindo, pois sabia que seu pai não queria revelar o real motivo de sua visita.
–Gostou da minha casa? Disse ela mudando de assunto rapidamente.
–Prefiro um carromato, onde posso viajar pelo mundo inteiro.
–Eu entendo.
–Não entendo porque Gadjes gostam de morar em um lugar só, não tem graça.
–Minha babá é uma Romani, e optou por essa vida.
–Um fato muito estranho para uma Romani.
–Concordo.
–Onde está seu noivo, moças Gadje de sua idade já são até casadas.
–Não tenho noivo ainda.
–E por quê?
–Não encontrei o homem certo ainda, a maioria dos daqui são uns almofadinhas metidos, não gosto deles.
–Em meu povo, nós somos prometidos desde pequenos, e nos guardamos para essa pessoa até que chegamos à idade de casar, infelizmente no meu caso, eu nunca irei me casar.
–Porque diz isso Renzo, só porque ela sumiu?
–Ela já deve estar morta, não saberia nem por onde começar a procurar por ela.
–Não perca a fé.


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