A Arte do Amor escrita por Catwoman


Capítulo 2
Decepções e carícias


Notas iniciais do capítulo

Um pouco mais tarde do que prometido, mas ai está.
Agradeço os comentários pelo cap anterior... Também estou animadíssima com essa história.
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505944/chapter/2

As vezes me pergunto o porquê dos celulares existem.

Bruce recuou com um passo curto, me soltando lentamente, desfazendo nosso abraço - e provavelmente nossa noite -

–Desculpe-me, eu preciso atender... - ele sussurrou, saindo de perto, e levando consigo minha/nossa excitação. Homens e seus negócios.

Ele virou de costas, olhando pela janela enquanto atendia o celular.

–Wayne. - falou astuto, quase grosso. E enquanto ele ouvia e ficava em silencio, meu corpo começou a notar os primeiros sinais de um estranho desconforto.

Lentamente, abaixei ao chão, onde minha bolsa havia caído - e nem tinha percebido - e coloquei de volta ao ombro, decidida a sair dali o mais rápido possível. Quando estava prestes a virar de costas e sair sem o ínfimo barulho, a voz dele, apesar de normal, ecoou pela cobertura, fazendo-me arrepiar.

Como eu queria aquele homem! Cada pedaço dele!

–Estou a caminho. - me fez continuar onde estava

E mesmo de costas o vi colocar o celular no bolso interno de seu terno e virar-se em minha direção. Seu rosto exclamava sinceras desculpas. Me adiantei, levantando minha mão e dando um sorriso tremulo e ao mesmo tempo sem nem um pingo de sinceridade.

–Entendo perfeitamente. - ele pareceu se aliviar por um segundo

–Você não sabe o quanto eu gostaria de estar entre suas pernas nesse exato momento - ele parou, me fazendo ofegar com esse repentino desabafo. - ao invés de ter que fugir...

Apertei a bolsa entre meus braços tentando me conter. Ah, sim... Como eu adoraria que você estivesse entre minhas pernas, Bruce Wayne. Tenho certeza de que não seria nada menos do que animalesco. Suspirei, espantando estes pensamentos desejosos.

Ele deu um passo em direção a mim, me fazendo despertar.

–Bom, eu vou... - apontei em direção a porta do elevador, a qual havíamos acabado de sair. Dei o primeiro passo em direção concluindo que assim fora até melhor.

Selina não poderia se envolver... não, de modo algum. Principalmente com um cara como o Wayne. Não era por questão sociológica ou nada do tipo... Wayne era do tipo de homem que guardava segredos, e mantia-se em retaguarda sempre, fazendo com que o relacionamento se sobrecarregasse, e mesmo sendo, em intenção, apenas uma noite causal de sexo ele certamente ainda perturbaria meus pensamentos por dias, semanas... Bruce Wayne certamente era um homem pelo qual não se deixaria ser esquecido.

Apertei o botão do elevador particular da cobertura, abrindo a porta imediatamente, suspirei uma ultima vez e entrei no espaço confinado do elevador.

Virei-me de frente, e o vi olhando para mim, com um olhar de lamento. E disse:

–Tenho o sensação de que se pedir seu telefone você não me dará. Estou certo? - Observei-o atentamente. Não concordei, mas também não discordei.

O elevador esperava pelo meu comando e eu esperava palavras vindouras de Bruce. Ele se aproximou a ponto de colocar a palma por sobre a porta de metal do elevador. Seu aroma pessoal único preencheu aquele pequeno espaço e adentrando sem dó minhas narinas e repentinamente o nervosismo presente em mim se transformou em uma linha obscura de raiva. Eu não poderia tê-lo sobre mim aquela noite e provavelmente não mais. Não existia um motivo em si, eu apenas havia acabado de ter em convicto de que aquilo poderia ter acontecido, mas não aconteceu. Agora já era tarde.

Apertei o botão do saguão do prédio. E antes das portas se fecharem sobre ele, consegui dizer, alto o suficiente para que ele escutasse:

–Por favor, não me procure. - Não havia a raiva repentina instalada do meu tom de voz, talvez apenas um desapontamento pela rejeição involuntária dele.

Nós estávamos tão perto há pouco atrás... Ainda conseguia senti seu cheiro impregnado em mim, e a visão de seus lábios roçando os meus com certeza não me deixaria dormir.

Assim que entrei em meu carro, depois de ter saído do prédio, me dei conta de que eu não dormiria hoje. Hoje, minha frustração seria libertada de outro modo, e pela manhã, assim como esperava, desejos e fantasias construidas em questão de segundos não iriam passar de uma névoa cinzenta em meus pensamentos pela manhã.

~~

Eu estava errada.

Apesar de ter liberado toda a frustração da quase noite com Bruce Wayne pela madrugada, pela tarde, tudo o que eu tinha dentro e por fora de mim era a lembrança do que aquele encontro poderia ter dado e alguns hematomas adquiridos na madrugada anterior combinando com algumas cicatrizes.

Passei a mão pelo rosto, enquanto tentava afugentar aqueles pensamentos.

–Você parece perdida em um mundo só seu - disse Leslie enquanto trazia um buquê de flores para a mesa. Leslie era tudo o que eu tinha parecido com família. Havia cuidado de mim desde adolescente e sempre sabia quando algo não estava certo comigo.

–Bruce Wayne. - nomeei meu problema, meneando para a cadeira a frente da mesa de café, para que ela se sentasse.

–Esse é perigoso, querida - ela disse, pousando as flores ao meu lado antes de se sentar a minha frente. Olhei as flores ao meu lado e tentei puxar o ar para dentro de meus pulmões. Não consegui. Uma segunda vez foi precisa para que pudesse manter controle não só da respiração mas de meus pensamentos.

–Mais perigoso ainda quando se dá flores. - olhei para as rosas em um tom de vermelho quentíssimo, sendo apenas acalmado com alguns ramos de um tipo de flor verde e, apenas uma, rosa branca no meio. O buquê era primoroso. E perigoso. Assim como Leslie havia falado. Corri os olhos até a janela a minha frente, que ia do teto ao chão, salvaguardada apenas pelas cortinas entreabertas, e encarei a paisagem lá fora. Dali conseguia ver toda a baia de Gotham, e no fundo, a ponte que dava saída aquela ilha.

–O celular dele tocou. - expliquei para Leslie.

–Ah, celulares.... - ela se levantou, passou por mim, parando apenas para colocar o cartão das flores sobre a mesa perto de meu café intocado e disse:

–Eu sei que você quer tentar novamente. - E saiu da sala. Ah, Leslie, como você era, bondosamente, má!

Toquei no cartão, e como se ele estivesse eletrizado, uma corrente correu por meu corpo. O abri:

Selina, você definitivamente não é uma pessoa que eu queria/vá esquecer. E é por isso que preciso ter a noite com você pela qual fomos interrompidos. Preciso te ter por inteira, preciso estar dentro de você.

Fique comigo esta tarde, em minha casa.

Mandarei buscá-la uma hora depois das flores chegarem a você.

''Não'' não será viável em seu caso.

Te espero.

W

Virei o cartão:


P.S.: Desculpe-me, mas ''não te procurar'' também

não foi viável no seu caso.

Respirei fundo tentando controlar aquela mistura de emoção e algo que não havia como descrever. Havia o conhecido pessoalmente há menos de vinte quatro horas, e não podia negar o quanto me sentia mexida, tanto com sua transparente vontade de querer uma noite comigo, quanto a sua insistência a isso.

Não havia o que decidir sobre eu ir ou não, ele havia deixado bem claro por naquele cartão de que não havia outra escolha. Ele não desistiria.

Tudo bem, na verdade havia sim escolha... Mas eu não queria nem ao menos cogitar negar aquele pedido. Eu queria sim, uma noite com Bruce Wayne, e eu a teria.

Uma hora se passou e lá estava seu carro. Ouvi quando o porteiro falou com Leslie pelo interfone, informando que o carro de Senhor Wayne estava a minha espera.

Eu havia me vestido de modo similar ao dia anterior, com roupas quase tão formais a que usava para ir trabalhar. Um vestido leve, preto, até os joelhos, mas com as linhas do tecido realçando cada curva de meu corpo, e um decote generoso que mostrava parte de meus seios. Algo sexy e formal. Foi a escolha perfeita.

Prendi meus cabelos, que iam até os ombros, em um coque elegante e me senti satisfeita.

Ao entrar no banco de trás do carro senti seu aroma particular. O motorista que havia aberto a porta para mim perguntou cautelosamente:

–Precisa de alguma coisa, senhorita Kyle? - Encostei-me no assento e balancei a cabeça em negativo. Não, eu não precisava de nada... ainda.

O caminho foi longo, mas surpreendentemente rápido.

Assim que entramos na propriedade Wayne senti um arrepio.

Depois de passarmos por um enorme portão com a inicial W seguimos por um curto caminho rodeado por arvores silvestres. A janela do carro estava fechada, mas podia apostar que o aroma do lado de fora não era nada mais do que espetacular.

O carro parou em frente a mansão. Era simplesmente estonteante.

O motorista abriu a porta para mim tirando-me de meu deslumbre.

–O senhor Wayne está a sua espera. - ele falou com convicção

Ele tinha certeza de que eu viria?– sussurrei a mim mesma. Quanta pretensão.

A frente da mansão, perto de uma fonte dramática um mordomo me esperava. Ele realmente caprichou.

O sol estava na metade de seu caminho para se pôr quando adentrei a mansão e fui inebriada por um aroma desconhecido. Cítrico mas sutil.

Assim que entreguei meu casaco ao, mais que gentil, mordomo, o vi descendo as escadas.

Ele estava de terno, como se tivesse acabado de sair de uma importante reunião. Quis despi-lo ali mesmo. Peça a peça.

A casa passo que ele dava em minha direção sentia uma pontada em meu estômago. Meu corpo necessitava do dele. Urgentemente, desde o momento que o vi no saguão do museu no dia anterior.

Fiquei imóvel, esperando ele se aproximar.

Parou a dois - dolorosos - passos de distancia.

–Selina... - ele reverenciou meu nome

–Você tinha tanta certeza assim de que eu viria? - disparei, lançando-lhe um sorriso irônico

–Eu tinha uma esperança. - deu um sorriso amarelado - Venha! - ele ofereceu a mão para que eu a pegasse. Recuei um instante. Meu sentidos estavam aflorados, um pequeno toque dele poderia me fazer perder o controle.

Ele percebeu, pois instalou permanentemente um sorriso encantador em seu rosto. E em um movimento inseguro dei minha mão a ele, deixando-o me guiar pela enorme residência.

Fui guiada até uma enorme sala fechada. Dentro dela havia estantes de livros por três paredes exceto a que portava uma lareira. Ainda era tarde lá fora, mas ali dentro a noite já havia começado.

No chão, a frente de um grande sofá e da lareira um tapete se destacava. Havia uma garrafa de vinho, duas taças e uma cesta de frutas sobre ele.

Bruce reparou meu olhar.

–Lhe devo uma taça de vinho. - ele lembrou

–Hm - respondi

Sua mão ainda estava na minha e meu coração parecia querer sair pela boca.

Nunca pensei que algum homem poderia me deixar daquele modo... tão nervosa.

–Sente-se - apontou ele para o chão, libertando-me de seu toque

–Se importa? - perguntei sentando no sofá e me abaixando para tirar os sapatos. Quando terminei de tirá-los e olhei para Bruce, seus olhos estavam vidrados.

Meu Deus!– ele arfou, avançando em minha direção com passos largos. Não tive tempo nem de levantar. Senti-me presa pelo seu peso me deitando de costas sobre o extenso sofá. - Não consegui passar um minuto se quer de hoje sem pensar em você... Em seus lábios... -passou o indicador por minha boca sedenta- Eu quero tanto você... - ele sussurrou antes de tomar minha boca.

O beijo começou com urgência, um pedido de permissão, e assim que o tomei também o beijo se aprofundou. Ele tinha certa agressividade combinada com carinho. Minhas mãos instintivamente agarraram seus cabelos, aproximando-o mais pra mim. Meu corpo clamava o seu.

Tirei uma de minhas mãos de seu cabelo e desci para seus ombros fortes, e logo seu peito. Ele reagiu tirando sua boca na minha inalando profundamente o ar que pairava entre nós naqueles poucos centímetros. Olhei no seus olhos, e conseguia ver o desejo instalado lá... e ele certamente também estava vendo nos meus, pois a sua mão que estava em minha cintura começou a descer em encontro de um pouco abaixo de meus joelhos, onde meu vestido havia deslizado.

Sua boca desceu a ponto de ficar sobre a minha quando eu sussurrei:

–Acho que teremos que tirar outro dia para tomar aquele vinho.

–Certamente. - sua mão desceu, invadindo o espaço de meu vestido

E minha mão se moveu, fazendo se mover para que eu tirasse o paletó e a gravata. Sua outra mão encontrou o zíper sobre minhas costas, o abrindo lentamente... Aumentando o desejo. Ele se moveu em cima de mim para que eu pudesse tirar o vestido. Assim que o vestido foi ao chão ele exasperou baixo que quase não consegui escutar:

–Maldito telefonema. - dei uma gargalhada leve ao ouvi-lo.

Ele me encarava de pé a cabeça agora. E pela sua expressão, ele estava nada menos do que maravilhado com meu corpo.

–Minha vez, garotão... - disse, puxando-o para mim. Comecei desabotoar - assim como ele fez comigo - lentamente cada botão de sua camisa.

–Você está me deixando louco, Selina... Vamos com isso! - ele exigiu, entre beijos em minha garganta. Consegui deixar escapar outro riso antes dele tomar minha boca e eu afastar de si sua camisa, que foi ao chão. Coloquei minhas mãos sobre seu peito tonificado, sentindo seus pelos ralos e seu calor quase febril. Fui deslizando pelo seu abdome até encontrar a braguilha de sua calça, mas ele me impediu colocando sua mão sobre a minha.

–Eu quero você urgentemente, mas quero aproveitar cada pedacinho de você. Quero te ter primeiro. - Ele disse, olhando em meu olhos.

Sua mão soltou a minha e viajou por minha barriga, até encontrar meus seios presos por um sutiã de renda vermelha.

–Eu sabia que essa era sua cor assim que vi seu carro - seus dedos inquietos encontraram o fecho dianteiro libertando meus seios entre suas mãos.

–Eles são... - interrompeu-se usando os lábios para acaricia-los. A principio em leves lambidas e depois sugando-os com força me fazendo contorcer os dedos do pé. Ele passava de um seio para o outro, usando a boca e os dedos. O prazer se espalhou como uma explosão repentina, destruindo tudo o que via pela frente.

Em um momento despercebido entre o prazer percebi que sua boca descia em direção a outro ponto. Arfei em expectativa. Sua mão abaixou cuidadosamente a calcinha par do sutiã, sua boca invadia agora um espaço bem mais perigoso.

–Bruce! - consegui dizer, entre outras palavras presas dentro de mim, assim que ele começou a explorar com a língua meu sexo. Ele me tomava com sua boca em maestria. Não pude segurar um grito abafado quando o segundo orgasmo chegou repentino. Minhas costas arquearam e meu corpo pedia mais a cada ar que respirava.

Sua boca voltou para a minha e senti a deixa.

Era minha vez agora.

Abaixei a mão ao encontro de seu sexo. Por cima da calça o acariciei, sentindo toda sua ereção. Encontrei a braguilha da calça, e passei minha mão sobre a abertura, o puxando sem pudor para fora. Ele era grande. Bem grande.

Fazendo carinho em toda sua extensão o ouvi arfar em meu ouvido.

Senti sua mão me puxando pelo quadril assim que ele se livrou das calças, ouvi o som de embalagem se rasgar e ele se deitar novamente em cima de mim.

Nossas bocas de chocaram quando ele entrou dentro de mim. A sensação me preencheu, aquecendo cada centímetro de minha pele nua. Seus movimentos calmos trespassaram para movimentos rápidos, me fazendo tirar as costas do sofá.

Sua boca estava em meu pescoço e suas mãos seguravam minha coxa levantada. Ele investia em mim com a mesma mistura de seu beijo: Fúria e caricia.

Entreguei-me por completa a aquele momento... e a ele.

A sensação de prazer subia pelo meu abdome, anunciando o terceiro e furioso orgasmo. Me preparei para ele, mas não foi o suficiente. Contorcendo os dedos dos pés e suspirando seu nome, cheguei ao clímax um pouco antes dele. Seus olhos estavam fechados quando ele atacou minha boca, sussurrando meu nome entre beijos. Ele havia chegado lá também.

Ele ainda estava dentro de mim quando nossas respirações aceleradas acalmaram. Sua mão ainda se aventurara em minha coxa e barriga quando o senti deslizar para fora de mim. Eu o queria novamente. Agora.

Sentei no sofá, com as pernas um pouco tremulas e encontrei minhas roupas intimas, enquanto o via, já vestido com a calça, furtivamente jogar um lenço de papel com o preservativo em um lixeiro no canto da sala.

Peguei meu vestido, começando vesti-lo. Ele veio até mim.

–Eu a ajudo - disse, em tom carinhoso.

Virando as costas e pondo meus cabelos curtos fora do caminho do zíper, senti sua mão deslizar de baixo para cima fechando-o me dentro do vestido. Havíamos acabado de fazer um sexo inesquecível, e eu queria mais. Muito mais.

Sua mão passou por meu braço, me fazendo virar para ele.

Seu peitoral estava com uma camada fina de suor, me fazendo fantasiar coisas que nunca pensei antes. Fui ao encontro de sua boca para um beijo. Foi um beijo leve, carinhoso. A sua mão que estava em meus braços desceu até minha mãos. Nossos dedos se entrelaçaram.

–Isso foi... -

–Maravilhoso. - ele me interrompeu. Havia um brilho nos seus olhos, algo que não conseguia identificar o que era. -Vou pegar outra garrafa de vinho. Esta já deve ter esquentado. Você me acompanha? -

–Claro - respondi com um sorriso no rosto.

–Não demoro - ele disse. Saindo de meu abraço, pegando a garrafa de vinho e me deixando sozinha ali.

Alguns minutos se passaram e meu interior começou a soar um alarme silencioso. Ignorei-o. Mais alguns minutos até eu ouvir o som da porta se abrindo.

Virei em expectativa a decepção quase me fez desabar.

Era o mordomo.

–Senhorita Kyle... - ele começou a dizer. Meu cérebro começou a ferver. Eu sabia exatamente o que estava acontecendo. Ele havia feito o que queria comigo e agora estava me dando um pé, via mordomo.

Me levantei e rapidamente o interrompi:

–Chame um táxi, por favor.

–O motorista..

–Por favor - falei em suplica - chame um táxi.

Ele abaixou a cabeça concordando e saiu, desabei no sofá, onde a pouco tempo havíamos feito algo que não me deixaria dormir naquela noite. Eu estava sozinha novamente, só que agora com um sentimento de desgosto indescritível.

Minutos intermináveis se passaram, até que a porta de abriu novamente suavemente. Levantei do sofá, indo em direção a porta quando ele falou o que eu já sabia: O táxi havia chegado.

Pegando meu casaco e bolsa na entrada da mansão ouvi o mordomo insistir:

–Por favor, senhorita Kyle, deixe que o motoris... - olhei com desdém para ele e ele completou, mudando a frase - Ele pediu sinceras desculpas. Teve de ir.

–Então por que ele não disse isso? - exasperei - Ele não poderia, ao menos, ter tido a vergonha de me dispensar ele mesmo?

–Sinto muito... - o mordomo disse

–Não. - falei direito a ele - Eu é que sinto muito. - Por ter sido tão facilmente enganada. Ele havia me feito de idiota. Por que ele não tinha me levado a sua cobertura e deixado o romantismo barato pra outra? Como ele poderia ter sido tão canalha a ponto de me levar até ali só para poder me deixar com cara de idiota na frente de seus empregados?

Abri a porta pesada da casa e sai com passos largos entrando no táxi, e conforme íamos saindo da propriedade fui percebendo que havia esquecido algo lá dentro daquela sala: Minha dignidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Drama, hã? Próximo capitulo promete. Espero vocês!
Beijos

Não esqueçam de conferir minhas outras histórias BAT/CAT.
:)