My Sky Angel escrita por Snowflake


Capítulo 17
Capítulo 16 - Kristoff


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Espero que gostem!



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– Anna está à anoitecer, temos que descansar – afirmei. Já não dormíamos há dois dias.

– Mas assim Merida estará mais tempo sozinha – continuou ela sem parar de andar.

– Anna, - agarrei-a no braço – tu estás cansada, eu estou cansado, temos que parar. Olha só para o teu hiddick.

Olaf, o hiddick de Anna, olhava envolta de si totalmente confuso e extremamente cansado, conseguia-se notar a milhas. Ouço Anna suspirar.

– Eu não consigo Kristoff – ela olha para mim.

– Vamos lá – eu agarro as suas mãos para lhe dar apoio. Quando lhe toquei percebi que ansiava aquilo desde que a conheci. Ela era carinhosa, simpática e orgulhava-se em ajudar os outros sem pedir favores em troca, algo que eu admirava.

Quando vi que que ela não reclamou aproximei-me de duas pedras lisas e sentei-me numa convidando-a a sentar-se noutra. Partilhamos o pão seco e alguns frutos secos que tínhamos trazido das nossas reservas da gruta. Os nossos hiddicks debicavam as milhagas que caíam somente por prazer já que eles não sentiam fome. Partilhamos também a fruta e as bagas que fomos apanhando ao longo do caminho. Sentia as asas e os pés cansados de tanto andar e voar.

– Olha – apontei para uma nascente de água. Mal a avistei ambos corremos para lá devido à grande sede que tínhamos. Enchemos os nossos odres que entretanto já se tinham esvaziado. A seguir pegamos em alguma palha que pusemos numa pequena gruta que serviria de abrigo. Não soltamos uma palavra.

– Bom trabalho – ela anunciou feliz quando a palha seca cobria o chão todo. – Pelo menos já não será num chão tão duro.

Sorri, ela sorriu de volta e pensei ver os seus olhos azuis esverdeados brilharem. Toquei na parte de trás das costas onde uma pequena faca de mato repousava. Mesmo antes de sair Hans dera-ma para não andarmos desarmados. Dissera que tinha duas e que dispensava uma para defesa das suas irmãs. Esperava que Merida também tivesse o seu arco. Quando disse aquilo arrepiei-me um pouco mas suspirei também de alívio sabendo que estávamos protegidos. Mesmo não confiando totalmente em Hans sabia que ele era o melhor para o cargo.

A noite estava fria e não acendemos a fogueira a pedido de Anna. Quando eu perguntei porquê ela desabafou que alguém nos vigiava na gruta e tinha medo que nos seguissem. Anuí e deitamo-nos junto um ao outro aproveitando o calor humano. Os hiddicks também estavam embrulhados entre nós.

Quando senti o corpo de Anna relaxar soube que ela adormecera. Passado bastante tempo para garantir que ninguém nos vigiava permiti-me adormecer mas segui o conselho de Hans: “Podes dormir mas dorme como um gato, sempre com um olho entreaberto”. Adormeci encaixando o meu corpo em concha no de Anna.

Acordei pouco depois do sol nascer. Anna ainda estava a dormir. Levantei-me devagarinho para ela não acordar e comecei a preparar algo para comermos.

– Bom dia – ouvi uma voz sonolenta.

– Bom dia – respondi para uma Anna a esfregar o olho – com fome?

Ela assente e comemos algo leve. A seguir a estarmos satisfeitos e prontos a partir seguimos caminho. Anna ia à frente com uma energia que eu mal conseguia perceber como ela a ganhava. Usava uma das camisolas que Anna e Punzie, a minha irmã, tinham feito para mim. Era bastante confortável. Andávamos a um ritmo rápido e constante.

– Queres voar? – ela pergunta-me com um sorriso no rosto e eu desfraldo as asas em resposta.

Levantamos voo com delicadeza sempre com os nossos hiddicks a seguirem-nos. Eu seguia as suas asas azuis brilhantes e volumosas. As minhas tinham um tom amarelado mas à sua maneira eram ambas sublimes e encantadoras.

Muitas vezes eu e Anna subíamos numa tentativa maluca de mergulhar e abrir as asas no último instante. As nossas gargalhadas ecoavam na floresta. Ambos lado a lado parecia não haver nenhuma preocupação nem insegurança. Estávamos num mundo só nosso.

De repente vejo Anna, que entretanto sobrevoava mais alto que eu, cair desenfreadamente.

– Anna! – grito desesperado e bato as asas mais depressa numa tentativa louca de a apanhar.

Quando a agarro e a seguro nos meus braços as minhas asas raspam nos cumes das árvores e eu inclino-me a tentar subir. Agora os ramos batiam-me também no resto do corpo levando a cortes um pouco profundos. Bato com mais força as asas mas com o peso adicional de Anna torna-se difícil aumentar a altitude. Sinto as asas queixarem-se com o esforço mas tento não desistir. Subo um pouco. Mais um pouco e agora estava livre do nível do cume das árvores. Suspiro. Sinto um novo esgar de dor mas não paro de bater as asas. Anna abre os olhos.

– Estamos a voar? – ela pergunta surpresa pois sente as suas asas recolhidas.

– Bem, eu estou a voar e tu a agarrar-te a mim – solto uma gargalhada e vou descendo devagarinho até por os pés assentes na terra.

Quando pousamos, Anna olha para mim horrorizada e eu devolvo com um olhar confuso.

– Estás cheio de cortes – ela sussurra.

Olho para mim. As minhas asas estavam ensanguentadas assim com o resto do meu corpo. Consigo sentir o metal frio contra as minhas costas o que faz-me suspirar de alívio. Ainda tinha a adaga de Hans.

– Não é nada – eu tento sossega-la – O que aconteceu lá em cima?

– Eu estava a voar quando sinto uma pontada de dor nas costas e caí. Devo ter desmaiado.

– Mostra-me as tuas asas. – ela ia criticar mas faz o que eu lhe digo e abre as asas para eu analisar.

– Tu não voas muito – lembro-me – O que sentiste foi cansaço devido a esforço excessivo, Anna – repreendo-a.

– Vamos procurar água. Precisas de, no mínimo, lavar esses cortes – ela diz ignorando a minha reprimenda.

Encontramos um pequeno ribeiro com um caudal ligeiro. Sento-me numa rocha, a mando de Anna, e esta começa a pegar em água com a concha da mão e a molhar-me as penas. Ficamos calados bastante tempo. Anna era suave com as mãos quando tocavam nas minhas feridas, lavando-as. Muitas vezes eu soltava um gemido de dor e ela sossegava-me com um shh, como se faz às crianças. As feridas ardiam em contacto com a água mas eu fazia de tudo para não me queixar. Anna devia estar com mais trabalho já que, por baixo de mim, se formava uma poça de água e sangue dissolvido.

– Achas que consegues mergulhar na água só para limpar o restante? – ela pergunta carinhosamente e eu aceno.

A água era bastante fria. Nas mãos de Anna parecia mais quente. As feridas ardiam com o contacto mas o pior que eu mostrava era o contorcer da cara.

Quando saí ela gira em torno de mim observando-me.

– As feridas não são muito profundas pelo que serão mais rápidas a estancar – ela pega na minha camisola e rasga-a – Anda cá – eu obedeço e o meu tronco é envolvido pela camisola apertando onde os cortes eram mais profundos.

Percebi que era para estancar melhor e agradeci-lhe com um sorriso. Ela sorriu de volta mas o seu sorriso rapidamente desaparece.

– O que é isto? – ela pergunta pegando na faca.

– Bem, Hans deu-ma para último recurso – ela olha para mim horrorizada, talvez pensando no que poderíamos encontrar. Depois devolve-me novamente a faca do mato.

Ouvimos um piar fraco. Um pássaro cai aos nossos pés. Um agapornis. Espera, não era um agapornis normal era o hiddick dela. Olho aterrorizado para Anna que me devolveu o olhar antes de cair também no relvado.

Aproximei-me dela, assustado. Estava a arder em febre mas respirava. Pego em Olaf, o seu hiddick, e vejo que ele estava vivo e sem nada de mal portanto era Anna que fazia aquilo.

Pego nela ao colo e levo-a para junto do rio. Rasgo um bocado das minhas calças e embebendo-o em água, passo-lhe pela cara, pelo pescoço e pelos braços tentando diminuir a temperatura. Devia leva-la à gruta onde a minha irmã saberia o que fazer mas acho que ela não aguenta uma viagem. Parecia demasiado fraca.

– Vais ficar boa Anna. Acredita em mim – sussurro tentando suavizar a situação. Mas dentro de mim não sabia se me estava a enganar a mim próprio ou a Anna. Eu queria acreditar naquilo mas parecia difícil. Ouço passos atrás de mim e um rapaz, talvez de 15 ou 16 anos aparece. Levo a mão imediatamente à faca.

– Calma – ele diz – estou aqui para ajudar. Tens de confiar em mim se queres que ela sobreviva. – ele aponta para Anna.

Volto a olhar para a rapariga febril nos meus braços e depois direciono o meu olhar para o rapaz. Não me apetecia confiar nele mas era a vida de Anna que estava em risco.

– Como te chamas? – eu pergunto.

– Um sim, então – responde. – Vem.


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Notas finais do capítulo

E agora espero que o capítulo anterior passe a fazer mais sentido! Daqui a uns capítulos teremos mais explicações! Espero que estejam a gostar!! Comentem!!
~-...-~
Terras Dufins - Rei Lufhins - Asas Azuis
Terras Weerfins - Rei Adnis - Asas Amarelas
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❄Abraços,
Snowflake❄



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