Altharian: The Resistance escrita por C Blue


Capítulo 1
Prólogo




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Adam estacionou o carro velho no acostamento da estrada que levava a pequena cidade. Sentado no banco olhou no espelho as feições cansadas de preocupação. Olheiras em volta dos olhos cinzentos destacavam-se da pele pálida. Passou a mão pelo cabelo liso e negro. Ele esperou ali, parado, quieto, medo sondava seu peito. Até ver uma figura vir em sua direção, ela corria o campo com uma bolsa, seus cachos louros estavam quase prateados com o a luz do crepúsculo. O vestido movimentava-se com o vento mostrando as curvas do corpo. Ele saiu do carro e sentou-se no capô do veículo.

Alicia soltou a bolsa e o abraçou, seu cheiro era suave, ela ofegava pela corrida até o carro. Poderia tê-la pego em casa, mas não se arriscaria a tanto, não quando se tratava de sua segurança. Iria protegê-la dando tudo de si. Agora ainda mais...

— Adam – Sussurrou.

— Vamos, não podemos perder tempo – Disse ele, com a voz firme, porém amável como sempre. Alicia pegou a bolsa caída, entraram no carro e Adam o ligou, logo estavam partindo pela estrada num fim de tarde que cobria o céu de uma cor avermelhada. – Eles não podem descobrir – dizia Adam, mais para si do que para a jovem – não agora, não ainda.

— E não irão... Tudo dará certo, como planejamos.

Ele a fitou, os olhos claros da jovem vagaram por sua face. E ele sentia medo. E culpa, por tê-la colocado nessa situação. Ele sabia que não podia esconder o que sentia, a conexão que tinham era uma peça chave, forte, que só se intensificava com o que sentiam um pelo outro. Amava Alicia e faria o que pudesse para tirá-la viva disso... Isso era entre ele e o Império, os traidores.

A noite já havia caído quando chegaram ao local. A floresta estava com um aspecto tenebroso, Adam estacionou o carro e eles seguiram um rasto que os levavam a para dentro da floresta. Uma viagem para de volta para sua casa estaria para acontecer, se não fossem impedidos. Tomaria seu trono e libertaria seu povo. Soava muito heroico para ele, mas era o certo a fazer. A floresta os cobria e ele arrepiou-se pensando o que Alicia sentia – o laço só deixava que ela o sentisse. Andando lentamente e evitando tropeços na escuridão Adam guiou a garota até uma clareira. Ele viu, no meio do local. Um círculo com vários símbolos, que pareciam ter sido feitos por fogo. Dentro do círculo encontrava-se uma fenda, parecia profunda.

— Chegamos – disse Adam. Sua voz saiu com certo alívio. Aproximou-se mais de Alicia e a tomou em seus braços, beijando-a. Seus lábios eram suaves enquanto os dele estavam secos.

— Não se iluminem ainda – Adam percebeu a voz como uma tapa na cara. – O romance jovem, sempre tão... Esperançoso.

O jovem que saiu da escuridão das árvores e entrou na luz da clareira não tinha nada de desconhecido. Esguio, os fios castanhos percorriam ao lado do rosto do amigo de Adam.

— A semente já está plantada, Osíris – falou Adam, seu tom agora era quase como um desafio.

— Claro que sei disso, e por isso estou aqui – ele olhou Alicia dos pés a cabeça – vim, pois tenho planos para o fruto da semente... E não, não destruirei este, como eles querem fazer, poderá confiar em mim desta vez, meu amigo?

— Eu confiei. Sempre confiei – ele suspirou – e agora estou fugindo ás presas para um abrido. Antes que eles venham me caçar. Antes que...

— Sei que errei Adam... Mas tem que confiar em mim – em seus olhos, Adam viu súplica. Nunca tinha visto o amigo assim. Osíris era forte, sempre independente. – Posso concertar o que foi quebrado, se me der mais uma chance.

— Osíris... – Ele olhou para Alicia, ela fitava o rapaz a sua frente, não havia raiva em seu olhar. – Temos pouco tempo...

— Não, - disse – não temos tempo.

Por um instante Adam não soube o que significava. Mas logo pode perceber. Sentiu uma onda de poder, um tipo de aura tão forte que parecia física. Eles chegaram. Os símbolos curvilíneos ao redor do círculo, que antes eram riscas queimadas, enchendo-se de cor prata, brilhando.

Adam tentou não cair diante a aura de poder. Mas Alicia já estava caída, ele foi a sua direção, mas Osíris já estava ao lado da jovem erguendo-a.

— Vá! Distraia-os! – Foi tudo. Ele era da realeza. Sangue real corria em suas veias, ainda era mais forte e os deteriam por mais tempo. O suficiente para salvar Alicia e a semente. Ali Adam percebeu que teria que confiar em Osíris. Ele confirmou com a cabeça e virou-se para a fenda, luz começava a resplandecer com raios brancos. O jovem Esguio levou a garota para fora da clareira entrando na floresta e desaparecendo. Adam pode ouvir os lamentos de Alicia atrás de si. Não queria ir, mas devia, ela também sabia disso.

As luzes que tomaram conta da clareira afetariam qualquer pessoa normal. Adam, claro, não era um jovem normal. Seus olhos puderam ver através da claridade a chegada de três membros da guarda Imperial de seu planeta. Suas características se perderiam as dos humanos se não fosse por suas peles pálidas levemente azuladas, marcas diversas em seus braços, e seus olhos... Olhos negros, inteiramente pretos.

— Jovem A7.3, seus últimos comportamentos diante das leis de nosso povo foram lamentáveis... Gostaria de explicar tamanha ousadia em ir contra sua raça?

Quem falou foi K2.6, Kyia, uma fêmea da raça alienígena de Adam.

— Amor – disse – isso explica todas minhas ações – os outros riram diante daquela informação. – Todos nós fomos criados com uma visão distorcida do sentimento... Eu, por outro lado tive a oportunidade de sentir isso de maneira certa. É algo que o muda sabia Kyia?

— Patético! Olhe para você, vivendo entre humanos... Ela o corrompeu! Onde está a fêmea humana que o corrompeu?

Adam a fitou com toda a raiva que já havia sentido. Seu corpo passou de um leve leitoso a um pálido azulado, suas marcas aparecendo – ele tinha muito mais que ela – e por último, o negro da pupila tomou os olhos, deixando-os em preto por completo.

— A única coisa da qual precisa estar ciente é que, hoje, as energias que percorrem suas veias irão se esvair.

Com isso Adam lançou uma corrente de choque em um dos companheiros de Kyia. O outro logo pulou em cima dele, com um punho formando-se em chamas. Adam esquivou-se a tempo, mas foi golpeado em cheio pela jovem.

— Esqueceu como lutar em uma briga, Adam? Nem alguém de sangue real consegue ser tão forte sem o devido treinamento.

Uma nova corrente de choque formou-se em seus punhos, mas a mão do jovem guarda segurou Adam, suas mãos não mais estavam em chamas.

— Não poderá lançar isso se eu estiver lhe tocando – ele deu um leve sorriso.

Adam soltou o choque saindo pelas mãos e as faíscas explodiram repelindo os dois. Adam voou, bateu as costas em uma árvore e caiu. Arfando. A dor percorreu seu corpo instantaneamente. Ele olhou os lados e viu outro jovem caído inconsciente. Dois já foram, pensou. Kyia já estava ao seu lado, com uma lâmina ela o perfurou no braço, e o corte pareceu queimar sua pele ao rasgar e entrar em seu braço.

— Onde está a fêmea? – Sibilou com fúria. – FaleAdam! – Ela girou a lâmina com forçar, ferindo e queimando ainda mais o local onde estava cravada. – Eu quero a verdade! Onde está sua fêmea?

A voz de Kyia soava perigosamente raivosa. Muitas coisas passavam na cabeça de Adam, ali, seu corpo dolorido não aguentaria mais a luta, não estava mais apto a lutas ferozes? Olhou seu braço, ferido e queimando... Veneno talvez. Iria morrer ali? Fitou a jovem que o prendera... Traidora, pensou. Ao ver a expressão da jovem mudar de raiva para surpresa e um pouco de confusão, foi que percebeu o que estava acontecendo... Gritos, os gritos mais desesperadores que já havia escutado, os pelos de sua nuca se arrepiaram e um vento forte bateu em sua face, ao mesmo tempo em que percebeu de quem eram os gritos. Para o seu maior espanto.

Alicia!


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