Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 4
Acordada




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A minha mente despertou antes de o meu corpo ter tomado consciência disso. Num instante, era tudo negro e silencioso, e um segundo depois, um mar de vozes e sons invadiram os meus ouvidos sensíveis. Tentei abrir os olhos, mas no momento em que as minhas pálpebras se iam abrir, decidi que preferia continuar com eles fechados.


Conseguia distinguir cada voz ao meu redor, cada som. Identifiquei perfeitamente o som da televisão, vindo do andar de baixo; conseguia ouvir a minha tia Rose e a minha avó a conversarem, mas o som não era muito forte, sendo abafado pelas paredes; a minha tia Alice e o meu tio Jasper também conversavam, mas pelo som que emitiam, eu tinha 99% de certeza de que eles estavam no jardim. No quarto onde me encontrava – e eu não sabia qual deles era -, conseguia distinguir três timbres diferentes: a minha mãe, que era a que se encontrava mais perto da cama; o meu pai e o meu avô. Suspirei, aliviada. Se eles estavam todos aqui, então isso significava que tínhamos vencido a batalha contra os Volturi e que ninguém se tinha magoado.


Finalmente abri os olhos, agora calma e regenerada – eu não sabia por quanto tempo tinha ficado inconsciente, mas eu sentia-me como nova. A minha mãe, vendo que eu já estava acordada, sobressaltou-se e abraçou-me fortemente contra o seu peito de mármore.


            - Outch – Exclamei, sentindo todo o meu corpo ainda dorido devido às lesões do meu encontro com Jane na clareira. A minha mãe largou-me imediatamente, e olhou-me, pedindo-me desculpa com o olhar.


            - Desculpa, querida. – Disse ela – Então como te sentes?


            - Bem. – Disse, sorrindo. Olhei em meu redor. Estava no antigo quarto do meu pai, na enorme cama de ferro. Olhei para o meu avô, que se aproximava de mim para me examinar, e este sorriu-me. De seguida, observei o meu pai, mas este não me olhava directamente. Estranho, pensei. – Então, contem-me o que se passou! Correu tudo bem, não correu? – Disse, descontraída.


Se não tivesse desconfiada com a atitude do meu pai e, por isso, a observá-lo mais atentamente, nunca teria conseguido ver a significativa troca de olhares que os meus pais trocaram por uma fracção de segundo. A minha mãe voltou a olhar-me, mas desta vez o seu rosto não tinha nenhuma máscara, deixando transparecer toda a sua preocupação e… pena? Porque é que a minha mãe estava assim se tinha corrido tudo bem, se estavam todos vivos? Prestei mais atenção aos sons provenientes de todos os lugares da casa, e constatei que todos os elementos da minha família estavam cá. Então porque razão estariam o meu pai e a minha mãe a agir de forma tão esquisita?


Então, um baque de consciência embateu em mim tão violentamente que me deixou cega por momentos. Eu conseguia ouvir todos os elementos da minha família excepto…


            - Onde está o Jacob? – Perguntei, e a minha voz falhou quando pronunciei o nome dele. Ninguém me respondeu – o meu avô continuava a examinar-me, tão calado que eu quase me esqueci da sua presença. A minha mãe voltou a olhar para o meu pai, mais uma vez o seu rosto cheio de preocupação e tristeza. O meu pai, sem olhar directamente para mim outra vez, sorriu carinhosamente, um sorriso que não lhe chegou aos olhos. – Mãe?


            - O Jacob está bem, Nessie. – Respondeu o meu pai.


            - Onde é que ele está? – Perguntei, aflita – Porque é que ele não está aqui? Porque é que vocês estão todos a agir como se tivesse morrido alguém?


 O meu pai hesitou, como se não soubesse o que me responder. O que é que eles estariam a esconder de mim? Onde estava o meu Jacob? Eu precisava dele aqui comigo…


            - Ele teve… uns assuntos a tratar, querida. – Respondeu docemente a minha mãe, afagando-me o cabelo com uma das suas mãos gélidas – Tu sabes, coisas da alcateia.


Mas eu não acreditei nela. Primeiro, porque eu sabia que o Jacob, se estivesse tudo bem com ele, nunca me deixaria por um segundo enquanto eu não acordasse e ele tivesse a certeza de que eu estava bem. E segundo, porque os meus pais nunca agiram assim devido a uma ausência desse tipo do Jacob. O meu pai até ficava bastante aliviado, e menos tenso, quando não tinha um «marmanjo com mais de dois metros de altura» agarrado à filha dele, mesmo que esse «marmanjo» fosse o marido dela!


O meu pai riu com os meus pensamentos, e eu aproveitei o facto de ele me estar a ouvir para lhe perguntar, em privado, o que se estava realmente a passar.


Pai, conta-me a verdade. O que se passa com o Jacob? Por favor, diz-me…


O meu pai parecer ponderar durante alguns segundos, se me haveria de responder ou não. Depois, suspirou e disse:


            - Depois, Nessie. O Jacob está bem, agora descansa que bem precisas, e quando estiveres melhor, eu prometo que te conto tudo. – Tudo? Tudo o quê? Havia realmente algo de errado com o meu Jacob?


Tentei levantar-me da cama, mas a dor ainda era muita. Bufei, contrariada, e cobri-me com os cobertores de maneira a não deixar nada a vista. Os meus pais entenderam o sinal de que eu queria ficar sozinha, e saíram.


Destapei-me e olhei para o meu corpo pela primeira vez em… quanto tempo estive a dormir? Bem, logo ficaria a descobrir. Observei-me atentamente, e fiquei contente ao constatar que não tinha ficado com nenhuma cicatriz ou nódoa negra! Parece que ser meia vampira não é assim tão mau, pensei, rindo.


Revirei-me nos lençóis, tentando adormecer. Mas era escusado, além de não me sentir cansada – só, talvez, um pouco dorida -, não conseguiria relaxar enquanto não tivesse os braços quentes e fortes do meu Jacob ao meu redor, protegendo-me, apertando-me fortemente contra ele. Quando dei por mim, estava a chorar quase convulsivamente – a mera ausência dele doía muito, era insuportável.


Acabei por voltar a adormecer devido ao choro, e quando acordei já estava escuro. Só estava eu no meu quarto, e por isso aproveitei e tentei levantar-me da cama. Fiquei contente quando percebi que o corpo já não me doía, e que tinha voltado ao normal. Vesti o robe que estava aos pés da cama e saí em direcção às escadas. Conseguia ouvir todos na sala, a conversarem, a verem televisão ou a jogarem. Entrei na sala e todos pararam o que estavam a fazer, olhando para mim em simultâneo.


A minha avó e a minha tia Rose vieram abraçar-me mal me viram.


            - Nessie, estávamos tão preocupados contigo! – Disse a minha avó carinhosamente – Como estás minha querida?


            - Bem – Disse, atrapalhada com os movimentos rápidos que a minha família fazia, juntando-se agora todos à minha volta num circulo. Os movimentos acelerados faziam-me ficar tonta. - … eu acho. – Olhei à minha volta e, mais uma vez, senti vontade de chorar. Onde estava o meu Jacob? Porque é que ele ainda não tinha voltado?


            - Carlisle, não será melhor examiná-la de novo? – Perguntou a minha avó ao meu avô, visivelmente preocupada comigo.


            - Não é necessário, Esme. – Respondeu o meu pai – Anda, Nessie, senta-te aqui no sofá.


            - Vão-me contar o que se passa com o meu Jacob? – Disse rapidamente, o meu coração a bater descompassado no meu peito.


Toda a minha família olhou para o meu pai. Nas suas caras era visível uma mistura de pânico, preocupação, tristeza… E o meu coração começou a bater ainda mais rapidamente, e eu sentia como se ele fosse explodir a qualquer momento.


            - Edward… - Começou a minha mãe, mas o meu pai interrompeu-a.


            - Ela tem de saber Bella. – Afirmou ele – Mais vale ela ficar a saber por nós do que… - ele não chegou a acabar a frase. A minha mãe assentiu e veio sentar-se ao meu lado no sofá, abraçando-me fortemente. Todos os outros se sentaram, a Alice no chão, aos pés de Jasper; a minha avó, Rosalie e Emmett no sofá em frente àquele em que eu estava. Apenas o meu pai e o meu avô permaneceram de pé.


            - Então? – Disse impaciente – O que aconteceu?


O meu pai suspirou e aproximou-se de mim.


            - Querida, quando a Jane atacou o Collin e a ti, ela fê-lo apenas uma ou duas vezes. – Começou ele, mas eu não estava a perceber o porquê de ele ter mencionado o ataque de Jane. – E, por isso, como a quantidade dos ataques foi relativamente pequena, os efeitos foram… instantâneos. – Franzi a sobrancelha, não percebendo o que ele queria dizer com aquilo.


            - O que queres dizer pai?


            - O que eu quero dizer é que… segundo as memórias da Jane, ela atacou o Jacob muitas vezes. E… eu e o Carlisle pensamos que… apesar de acharmos que… - O meu pai parecia engasgado. O que ele dizia não fazia sentido e eu estava a ficar cada vez mais ansiosa e com medo.


            - Pai, por amor de Deus, diz-me o que aconteceu! – Pedi, exasperada.


            - O que aconteceu foi que… - Quando finalmente parecia que o meu pai me ia dizer o que tinha acontecido ao meu Jacob, ele parou, como se não conseguisse dizer, como se lhe doesse fisicamente fazê-lo. Por favor, pai, eu não aguento mais.


            - O Jacob… ele não se lembra de nada, querida. – Nesse instante, todos pararam de respirar, e o único som audível era o meu acelerado coração, que parecia ter saltado uma batida.


            - Queres dizer… que ele não se lembra do ataque? – Perguntei, apreensiva. O meu corpo queria relaxar, e a minha mente também, mas eu não deixei, não enquanto não soubesse de tudo. Levei um quarto de segundo a aperceber-me que o facto de ele não se lembrar era uma coisa boa – já bastava eu lembrar-me de vê-lo sofrer, não queria que também ele tivesse de conviver com essas memórias horríveis. Então, porque estava toda a gente triste?


            - Nessie, quando a Jane o atacou repetidamente, ele perdeu todas as memórias. Ele só tem recordações de depois de ter acordado. – Disse o meu pai, sem olhar para mim.


O meu coração disparou novamente, a minha mente ficou vazia, e as lágrimas invadiram os meus olhos tão violentamente que me impediam de ver correctamente.


            - Ele… não se lembra… de mim? – Olhei para o meu pai, que agora não passava de um borrão de cores, e vi-o baixar a cabeça e olhar para o chão. Chorei ainda mais, e, quando me apercebi, estava a gritar e a dizer coisas sem sentido. O meu pai veio até mim e abraçou-me com força, segurando-me enquanto eu tentava sair do aperto dele e esperneava violentamente. Rapidamente desisti da minha tentativa de ser violenta e abracei o meu pai, que não se tinha afastado um milímetro. É mentira, não é, pai? Ele não se esqueceu de mim, ele não pode esquecer-se de mim!


            - Eu lamento, querida, lamento muito. – Ele murmurou ao meu ouvido, enquanto uma nova onda de lágrimas escorria pela minha face, molhando-lhe a camisa. Fiquei o que me pareceu uma eternidade abraçada ao meu pai, chorando sem parar, quando, de repente, uma ideia surgiu na minha cabeça. Deixei-a inundar-me os pensamentos, de maneira ao meu pai vê-la.


            - Eu não sei, Nessie. – Disse ele, hesitante.


            - Porque não? – Perguntei em voz alta – Se ele me vir, pode ser que ele se lembre de mim… a impressão…


            - Nessie – Disse a minha mãe – Tu não podes ver o Jacob agora.


            - Porquê? – Perguntei, a irritação a crescer lentamente pelo meu corpo.


Ela não me respondeu. Em vez dela, o meu avô falou pela primeira vez desde que começámos a conversar.


            - Nessie, quando o Jacob perdeu a memória, certos instintos mostraram-se mais presentes nele, como o instinto de defesa e a caça. – Ele parou por instantes para ver a minha reacção, mas eu apenas o ouvia atentamente – Quando, depois de o Aro ter decidido ir em paz, e nós fomos ter convosco à clareira para ver se estavam bem, trouxemos-vos para aqui. Enquanto tu estiveste inconsciente por dois dias, o Jake acordou apenas algumas horas depois de vos termos encontrado. Quando acordou, ele quase que nos atacou a todos. – Carlisle parou novamente, e o meu pai resolveu continuar a relatar os acontecimentos dos últimos dias.


            - Ele não se lembrava de nós, como era óbvio, e, quando sentiu o nosso cheiro, pensou que o tínhamos aprisionado, e virou-se contra nós. Tanto eu como Carlisle tentámos explicar-lhe a situação, mas ele não queria ouvir. Então dissemos-lhe que íamos contactar o Sam e, apesar dele não se lembrar, concordou em não nos atacar até que o outro alfa chegasse. Mal o Sam chegou, ambos partiram.


            - Então… - comecei, mas não tinha palavras para descrever o que sentia – E vocês deixaram-no ir, assim sem mais nem menos?! Ele é meu marido, ele faz tanto parte desta família como eu faço! Porque é que o deixaram ir embora? – Descontrolei-me outra vez. Eu não era assim, histérica, mas agora eu não conseguia evitar, não quando o assunto era o meu Jacob e ele não se lembrava de mim…


            - Nessie, tu tens de compreender que, se não o tivéssemos deixado ir, ele teria-se virado contra nós e com certeza iria sair magoado. Sabes que não o iríamos atacar de propósito, mas era inevitável.


Eu não conseguia acreditar em nada do que eles me diziam! Aquele não era o meu Jacob, era outra pessoa. O meu Jacob nunca atacaria a minha família, a nossa família. O meu Jacob nunca se esqueceria de mim…


            - Pai, eu tenho de o ir ver… eu preciso


            - Nessie, ele é perigoso, ele pode-te magoar, querida. – Disse o meu pai – Mesmo que não o faça intencionalmente, ele pode-te magoar.


            - O meu Jacob nunca me magoaria! – Gritei, irritada. Porque é que eles não entendiam que o meu Jacob não era perigoso para mim? O meu Jacob nunca faria nada que me magoasse….


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Notas finais do capítulo

oiee passados cinquenta anos, estou de volta
gente, tou muito triste com voces :/ o ultimo cap. so teve 4 comentáriozinhos :( tá, eu amei eles todos de paixão, mas mesmo assim. não custa nada comentar, e sabe mesmo bem chegar aqui ao site e ver que comentaram na nossa historia, mesmo que seja so para dizer se gostaram ou não.
então, espero que tenham gostado do cap
beijos ;*



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