Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 10
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Depois da visita a casa de Jacob, eu praticamente não saia do meu quarto. Por duas razões: a primeira – o meu pai tinha-me proibido de sair de casa sozinha enquanto tudo não se resolvesse. E quando me referia ao tudo, estava a falar da memória de Jake. A segunda razão, e talvez a que mais condicionava a minha prisão domiciliária – não tinha vontade de sair de casa.

O meu quarto parecia surpreendentemente mais interessante do que o resto do mundo exterior. Estes poucos metros quadrados de paredes eram o que eu chamava agora de casa – já que não podia voltar para a minha.

Por vezes, Alice ou Rose vinham até aqui ver como eu estava e convidavam-me para sair com elas, mas eu recusava sempre e pedia-lhes para me deixarem sozinha. A minha mãe e a minha avó estavam extremamente infelizes, pois eu sabia que era difícil para elas verem-me no estado em que me encontrava, e por isso, quando estavam comigo, pouco falavam. O meu pai, além de mim, era o que mais sofria – era ele que tinha de assistir a cada pensamento meu. Cada mágoa, cada recordação longinquamente feliz… Ele via tudo, e não podia fazer nada para que a dor que sentia desaparecesse.

 

            Ainda estava meia a dormir, deitada na minha cama, quando Alice entra pelo quarto adentro aos saltos e vem-se sentar ao fundo da cama.

            - Bom dia Nessie! – Disse, alegre e risonha – Como te sentes?

            - Maldisposta – Disse, levantando-me a correr e indo em direcção à minha casa de banho privativa. Ajoelhei-me em frente à sanita e comecei a vomitar. Nunca tinha vomitado na minha vida, mas sabia o que estava a fazer. Era uma sensação horrível, o vomitado cheirava mal e ainda me fazia mais náuseas.

            - Nessie? – Ouvi Alice murmurar, ao entrar na casa de banho – O que aconteceu, querida?

Mal ela entrou, o meu estômago contorceu-se de novo e voltei a vomitar. Ela agarrou-me no cabelo, para o impedir de ir para a frente, e manteve-se ao pé de mim enquanto eu esvaziava o meu estômago. O mais engraçado era que não tinha comido nada na noite anterior.

            - Alice – Balbuciei, com a voz rouca e esquisita. A garganta ardia-me devido ao vomitado – O teu cheiro.

Ela olhou-me, confusa.

            - O que é que tem o meu cheiro, Nessie? – Indagou, entregando-me um copo com água.

            - Obrigada. – Agradeci e traguei a água toda de uma vez só. Sentia o estômago vazio, e agora estava com fome – É muito doce. Enjoativo. – Disse, franzindo o nariz.

Ela olhou-me, os seus olhos quase a saírem-lhe pelas órbitas. De seguida pareceu lembrar-se de algo e a sua expressão mudou para uma de concentração.

            - Bem querida, lava-te e veste-te. – Disse ela – O que me dizes de irmos passear um bocadinho? – Quando eu estava prestes a reclamar ela acrescentou – Acho que estás a precisar de arejar. Tantos dias fechada em casa fazem-te mal ao organismo. – Ela sorriu e eu revirei os olhos.

            - Está bem. – Disse, aproximando-me do lavatório e tirando a escova de dentes do armário. Quando ela ia a sair, exclamei – Alice?

            - Sim, querida?

            - Er… Achas que podíamos comer primeiro? – Perguntei, ao qual ela assentiu.

            - Claro, Nessie. Onde queres ir?

            - Não é preciso irmos a lado nenhum, tia. – Respondi – Deixa-me só lavar-me que já desço e faço o pequeno-almoço.

Ela voltou a olhar-me com os olhos esbugalhados, mas saiu sem dizer nada.

 

Quando cheguei à cozinha, um cheiro delicioso invadiu-me as narinas. Andei mais depressa até ao balcão e consegui ver uma pilha de panquecas e waffles cobertas de chocolate derretido e mel. Automaticamente, a minha boca encheu-se de água e peguei num garfo, levando um grande pedaço de panqueca à boca.

            - Hmm, Alice, isto está óptimo – Disse, com a boca cheia. Não conseguia parar de comer, aquele pequeno-almoço estava absolutamente maravilhoso.

            Ela riu-se. – Obrigada Ness.

Reparei que estávamos sozinhas.

            - Onde está toda a gente? – Indaguei, enquanto cortava mais um grande pedaço de panqueca e o cobria com mais chocolate.

            - Foram sair. – Disse simplesmente – Então eu pensei que podíamos ir sair também. Estás a precisar de roupa nova! – Ela olhou para as minhas calças de ganga e a minha t-shirt velha – Estás definitivamente a precisar de roupa nova. Além disso, estou um pouco aborrecida de estar em casa.

            - Tudo bem. – Disse – Sabes, Alice, com pequenos-almoços destes, eu ia contigo até à Lua a pé, se tu quisesses. – Ela riu e eu continuei a devorar a minha comida.

Depois de ter comido umas seis panquecas e duas waffles, estava finalmente satisfeita.

Saímos de casa no Porshe amarelo de Alice. Eu gostava muito daquele carro. Tinha estilo, era mesmo a cara da minha tia.

Fomos andando. Alice, como todos os restantes membros da minha família – até a minha mãe, que quando era humana se queixava da maneira como o meu pai conduzia – andava depressa. Muito depressa. Em vinte e cinco minutos chegámos a Port Angeles.

            - Alice, queres vir às compras a Port Angeles? – Perguntei, confusa. A maior parte das vezes a minha tia obrigava-me a ir até Seattle, ou Los Angeles, Nova Iorque ou até mesmo Paris ou Londres.

            - Não – Disse, sorrindo-me de novo – Viemos só fazer um desvio. Anda.

Parou o carro e saiu. Eu segui-lhe o gesto, e reparei que ela tinha estacionado em frente a uma farmácia. Franzi as sobrancelhas, confusa. Por que raio é que Alice quereria vir a uma farmácia? Os vampiros não ficavam doentes!

            - Alice, o que é que vens fazer à farmácia? – Perguntei, mas ela ignorou-me.

Alice entrou na farmácia, comigo no seu encalço, e dirigiu-se ao balcão mais próximo. Todos os presentes olharam para nós, deslumbrados. É, nós tínhamos esse efeito nos humanos. Revirei os olhos, aborrecida, e aproximei-me da minha tia.

            - Alice, o que é que tu… - Comecei, mas fui interrompida por ela.

            - Bom dia, queria um teste de gravidez, por favor. – Disse, sorrindo ao assistente.

Um teste de gravidez? Por que raio é que Alice queria um… Oh Meu Deus! Um teste de gravidez! O meu cérebro começou a processar toda a informação disponível enquanto eu me apercebia do que se estava a passar, e eu jurava que conseguia senti-lo a interiorizar a informação. De repente, os vários acontecimentos das últimas horas passaram pelos meus olhos como um flashback: o enjoo, a fome avassaladora, o cheiro de Alice ser demasiado doce, os sonhos estranhos e inquietantes, as minhas mudanças de humor repentinas, as minhas emoções à flor da pele… Revi o meu ciclo menstrual mentalmente e constatei que estava atrasada. Bastante atrasada. Eu estava grávida!

Engoli sonoramente, parecia que tinha um bolo na garganta. Eu não podia estar grávida! Quero dizer, não era impossível… de todo. Mas…

            - Alice! – Exclamei, a minha voz esganiçada devido ao pânico – Eu… eu… Não!

Alice olhou-me com um ar preocupado, assim como o assistente, que já tinha regressado com a embalagem do teste. Algo na minha expressão estava a assustá-los.

            - Ness, estás a sentir-te bem? – Perguntou Alice, chegando-se ao pé de mim.

            - Eu vou buscar um copo de água com açúcar. – Informou o assistente.

            - Alice… Eu não posso… - Balbuciei, incapaz de pronunciar as palavras correctamente.

Ela aproximou-se de mim e levou-me até a uma cadeira. Eu tinha as mãos a taparem-me a face, querendo a todo o custo evitar as lágrimas que eu sabia que estavam a chegar. Alice abraçou-me e murmurou ao meu ouvido:

            - Shh Ness, não penses nisso, querida. Desculpa, eu não te devia ter trazido aqui sem falar primeiro contigo… Desculpa.

Consegui travar as lágrimas que teimava em cair dos meus olhos. Tinha de ser forte, e aguentar. Aquele não era o sítio nem a hora de desabar e chorar.

Saímos da farmácia, e fomos o caminho em direcção a casa em silêncio. Eu não conseguia falar, nem pensar em mais nada a não ser no facto de estar grávida. No entanto, cada vez que o assunto me vinha à cabeça, rapidamente o travava. Assim, vim o caminho todo a pensar em nada. Estava confusa e os meus pensamentos eram igualmente confusos.

Quando estávamos relativamente perto de casa, pedi a Alice para parar o carro e me deixar sair. Queria ir a pé, andar um pouco para pensar no que tinha acontecido. Apetecia-me estar sozinha, precisava de chorar, mas não queria que ninguém me visse fazê-lo.

            - Alice, prometes que não pensas no que aconteceu perto do meu pai? – Pedi-lhe, já fora do carro

            - Claro Ness, não te preocupes, querida. – Disse ela – Eu invento uma desculpa qualquer ao teu pai para ires sozinha.

            - Obrigada, Alice.

Quando voltei a olhar, já o Porshe amarelo canário de Alice ia longe na estrada.

Comecei a andar em direcção da floresta densa que se abria à minha frente. Estar junto da natureza sempre me ajudou a reflectir. Sentia-me bem, aconchegada, perto de todas aquelas árvores e formas de vida tão diferentes.

Sentei-me num tronco caído que estava no meio de um trilho. Estava cheio de musgo, mas eu não me importei. Fechei os olhos e todos os acontecimentos dos últimos dias invadiram a minha mente, enchendo-a de cores e vozes.

Senti as lágrimas humedecerem-me a face, mas desta vez não fiz qualquer esforço para as limpar ou para as parar. Eu precisava delas, precisava de chorar. Abracei as minhas pernas, sentindo-me mais confortada, como se o calor do meu corpo de desse o conforto humano de que precisava.

Permiti-me pensar realmente no assunto. Eu estava grávida. Sabia-o do fundo do coração, não precisava de nenhum teste médico para o confirmar. Eu estava… realmente… grávida. Eu ia ter um bebé…

Sorri por uns segundos, um sorriso tímido, e senti o sangue aflorar-me às bochechas. Eu ia ser mãe, ia ter um ser pequenino e vulnerável que ia precisar de mim, depender de mim. Um ser que eu ia amar incondicionalmente, que era uma parte de mim.

De mim e do Jacob. Pensei, e novamente as lágrimas invadiram os meus olhos, mais violentamente que antes.

Eu ia ter um bebé do Jacob, do meu Jacob. E isso era uma coisa boa, maravilhosa. Uma vida que nós criámos, só nós os dois, eu e ele. Fruto do nosso amor, do mais puro e incondicional dos amores. O bebé do meu Jacob.

Este pensamento levou-me há alguns meses atrás, quando tudo era fácil e da maneira como deveria ser…

Estávamos os dois enroscados no sofá, abraçados da maneira mais natural para nós. Lá fora chovia a potes e fazia muito frio.

Jacob e eu tínhamos resolvido passar o dia por casa, a ver filmes lamechas, comer pipocas e aproveitar a nossa nova casa.

Senti Jake cheirar-me o cabelo e de seguida beijar o meu pescoço, fazendo arrepios correrem por todo o meu corpo. Mesmo depois de tanto tempo juntos, ele ainda me provocava sensações iguais (ou talvez mais elevadas) de quando começámos a namorar. Ele continuou a dar beijinhos no meu pescoço, e ria-se quando eu me arrepiava toda. Fechei os olhos, desfrutando da sensação de tê-lo ali tão perto e, como se conseguisse saber aquilo em que estava a pensar, Jacob apertou-me mais contra ele. Eu sentia-me tão feliz que chegava a ser ridículo. Bastava que ele sorrisse para mim, aquele sorriso dele, e eu sentia o meu coração a falhar uma batida. Bastava que ele me beijasse, ainda que tão levemente, e eu sentia-me completa, no paraíso. Era perfeito, era tão… certo. Tão necessário.

            - Amo-te – Sussurrou, com a voz extremamente rouca, no meu ouvido. Tremi, sentindo as borboletas do meu estômago acordarem e levantarem voo. Já tinha dito que ficava incrivelmente babada e orgulhosa quando ele dizia que me amava? Não? Bem… é verdade.

Virei-me para ele, olhando bem fundo nos seus olhos negros. O que vi neles fez-me ter vontade de chorar. Chorar de alegria, de emoção. Os olhos dele deixavam transparecer todo o amor que ele sentia por mim, e isso emocionava-me.

            - Não tanto quanto eu te amo a ti, Jacob. – Disse, aproximando-me dos lábios dele para um beijo terno e cheio de sentimento. Antes de os nossos lábios se tocarem, consegui vê-lo revirar os olhos à minha afirmação.

A meio do beijo, quando eu estava já totalmente desprovida de raciocínio, ele agarrou-me com força na cintura e fez-me ficar deitada de costas para o sofá, pondo-se em cima de mim. Eu ri e dei pequenos gritos histéricos, para enfatizar que me tinha assustado. Ele riu e voltou a revirar os olhos, o que ainda me fez rir mais.

            - Vai sonhando, monstrinha. – Disse, aproximando o seu rosto de mim e enterrando-o na curva do meu pescoço, voltando a cheirá-lo – É impossível alguém amar outra pessoa tanto quanto eu te amo a ti.

Sorri, sentindo-me corar com a declaração dele. Era tão bom ouvi-lo dizer aquelas coisas… Alguns poderiam considerar lamechas, mas para mim era tão perfeito. Simplesmente porque vinham dele. Do meu Jacob.

            - Não concordo – Abracei-o, levando, depois, uma mão aos cabelos dele, despenteando-os, entrelaçando os meus dedos neles.

Ele levantou a cabeça bruscamente, fitando-me, sério. Depois riu-se, e eu não consegui evitar rir-me com ele.

            - Tu sabes que és tudo na minha vida, não sabes Ness? – Disse-me, sério. Novamente as borboletas fizeram questão de se fazer sentir.

            - Sei – Corei – É o meu maior orgulho, Jake. – As minhas mãos ganharam vida e foram para as suas bochechas. Ele fechou os olhos. – Olha para mim, Jake. – Ele olhou, e eu, por alguns instantes, perdi a minha linha de raciocínio, encarando os seus olhos. – Dizer-te que te amo… não me parece suficiente. Não sinto que o seja. Mas também sei que não existem palavras suficientemente fortes que me permitam descrever o que sinto por ti. É tão… vital. Amar-te, quero dizer. Não digo que sejas tudo na minha vida, porque tu simplesmente és a minha vida. És o meu Jacob, e eu sou a tua Nessie. – Parei um pouco, tentando não chorar. Não podia chorar enquanto tentava explicar-lhe o que sentia por ele – Estás a ver agora Jake? Aqui… nos teus braços. É onde eu pertenço, é o meu lugar. É onde eu nasci para estar, e onde eu vou querer estar sempre. – Não consegui acabar de falar, pois os seus lábios procuraram os meus, tão urgentes, que tudo o resto se dispersou. Agora tudo o que interessava, o que era realmente importante, era os lábios quentes e macios do meu Jacob, nos meus. O seu corpo que pressionava o meu tão deliciosamente e, ele estava por toda a parte. Tudo era simplesmente Jake. Não havia mais sofá, televisão ligada, o mundo lá fora simplesmente não existia mais.

            - Tu não… - Murmurou, separando os lábios ligeiramente dos meus. A distância a que ele os tinha deixado era atordoante. – Devias dizer-me essas coisas, Ness. – Riu-se, e eu fiquei novamente baralhada, o meu cérebro simplesmente bloqueava quando eu estava com ele – Deixas-me mais convencido do que eu já sou.

            - Não me importo que fiques convencido – Disse, voltando a beijá-lo carinhosamente – Na verdade – Mais um beijo, rápido – eu gosto que fiques convencido. É sinal que sabes o quão importante és para mim.

Voltei à realidade, sentindo-me incrivelmente vazia, sem vida. Sem o meu Jacob, tudo era incrivelmente cinzento, morto. Só agora, passados tantos anos, é que realmente entendia o que a minha mãe sofreu quando o meu pai foi embora. Agora, que passava mais ou menos pela mesma situação – bem, pelo menos a sensação era a mesma – é que compreendia o sofrimento, a dor por que ela passou. Estar longe da pessoa que mais amamos… é simplesmente agoniante. O mundo torna-se, de repente, um lugar hostil e assustador. Como se a realidade que outrora conhecemos fosse uma ilusão, e completamente diferente do mundo real.

No entanto, eu tinha algo por que lutar, agora. A pequena vida que crescia dentro de mim tornara-se, no espaço da última hora, algo de muito vital na minha vida.

Não só era o meu filho, o meu bebé, como também era a última coisa do meu Jacob que me restava – uma parte dele que me amava, que precisava de mim para sobreviver.

Levei a minha mão trémula ao meu ventre, ainda liso, e afaguei-o. Permiti-me sorrir por instantes, enquanto uma nova memória, que agora me parecia vinda de uma fantasia e não do mundo real, me invadiu.

            Estávamos deitados na nossa cama. Eu tinha a cabeça apoiada no seu peito forte e dava-lhe pequenos beijos por toda aquela extensão enquanto ele passava os dedos vagarosamente pelo meu braço e costas.

Era tão natural estar assim com Jacob, tão necessário. Quando estava nos braços do meu Jacob sentia-me em casa, aquele era o meu lugar, o melhor lugar do mundo.

            Estávamos em silêncio, apenas desfrutando da companhia um do outro, da dádiva de estarmos juntos.

            - Em que estás a pensar? – Perguntei, quebrando o silêncio. Levantei a cabeça ligeiramente de maneira a poder ver-lhe o rosto. Ele sorriu-me.

            - Estava só a lembrar-me de quando me transformei pela primeira vez – Riu – Já passou tanto tempo!

Sorri, também, baixando a cabeça e voltei a depositar um beijo no seu peito nu. Ele apertou-me mais contra si.

            - É tudo tão… surreal. – Murmurou ele, passado alguns minutos.

            - O quê? – Perguntei

            - A forma como as coisas acabaram por se desencadear. – Respondeu – É difícil de acreditar. Acho que se, naquela altura, alguém viesse ter comigo e me revelasse o meu futuro, não acreditaria. – Disse, sorrindo. Eu gargalhei.

            - Amor, nenhuma pessoa normal acredita quando alguém lhe conta o seu futuro. – Disse, ainda rindo – A não ser, é claro, que esse alguém fosse a Alice.

Ele riu.

            - Então ainda bem que a fada-vidente não consegue ver o nosso futuro! – Exclamou, em tom de brincadeira.

Eu ri-me com ele, mas logo o meu sorriso desapareceu e eu fiquei séria.

Ele pareceu notar a minha súbita mudança de humor, pelo que disse

            - Que foi amor, disse alguma coisa que não devia? – Perguntou, cauteloso.

            - Não… é só que… esquece.

Mas ele não esqueceu.

            - Conta-me, Ness. – Pediu, segurando o meu queixo obrigando-me a olhar para ele.

Respirei fundo, envergonhada. Tinha a certeza de que ele ia achar os meus medos parvos e estúpidos.

            - É só que… - Ele continuava a fitar-me, com a sobrancelha erguida – A Alice não consegue ver o nosso futuro.

            - O que tem isso, Ness? – Perguntou confuso

            - Jake! – Estava a ficar exasperada, queria que ele percebesse o que eu estava a pensar sem ter de lhe dizer. Suspirei. – Ela não consegue ver o que vai acontecer… ela não sabe quando… se… nós… vamos ter um… bebé.

Quando terminei, estava sentada na cama e olhava para as minhas mãos como se estas fossem as coisas mais interessantes do mundo.

Jake ficou calado por uns minutos, e eu conseguia ver que ele ficou tenso.

            - Ness… - Começou ele, mas eu não o deixei falar mais.

            - E se eu não posso ter filhos, Jake? – Perguntei, com a voz trémula – Eu quero ter um bebé, Jake… o nosso bebé… eu… - Começei a chorar. Sentia-me tão ridícula, sentia um medo tão grande, pavor mesmo, que me ultrapassava completamente.

            - Shh, amor, não chores – Disse ele, vindo-me abraçar e apertando-me fortemente contra ele – Não penses nisso, Nessie. – Suspirou, e depois inspirou profundamente – Não há nada que diga que não possamos ter filhos, amor. Então, temos de pensar positivo e quando menos tivermos à espera, ele aparece. – Ele afagava-me o cabelo e fazia carinhos nas minhas costas, mas eu não me conseguia sentir melhor.

            - Mas, J-jake – Comecei – eu quero tanto ter um bebé contigo, amor. – As lágrimas caiam livremente pelo meu rosto, e Jacob deixou de tentar fazer com que eu parasse de chorar – Eu… eu preciso, Jake…

            - Eu também quero, Ness. – Ele sorriu – Muito, amor. Mas dá tempo ao tempo, vais ver que logo logo vamos ter um mini eu ou uma mini tu a correr pela casa. – Eu sorri, não conseguindo evitar. Limpei as lágrimas e levei uma mão ao seu rosto, mostrando-lhe uma imagem do nosso bebé, como eu o imaginava.

            - É perfeito, Ness. – Ele disse, voltando a abraçar-me – É nosso.

Mais uma vez fui forçada a voltar à realidade. Era incrível o quanto doía deixar estas pequenas recordações longe na minha mente e enfrentar a realidade imediata.

As palavras dele encheram a minha mente, preenchendo-a. É nosso.

Sorri, pensando no meu bebé, no nosso bebé. De repente, uma onda de determinação apoderou-se de mim: eu ia trazer o meu Jacob de volta, para mim e para o nosso filho.


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Notas finais do capítulo

oiie gente voltei e dessa vez nao demorei muito, demorei?
espero que tenham gostado do cap, agora vamos ao meu momento de gritaria AHH A NESS TÁ GRAVIDAAAA!!! *.* gente, eu tava me segurando cada vez que postava para nao conta e agora ja posso vamos ver o que vai vir dai, ne ?

gente, e agora uma boa noticia pra voces. eu ja tenho o prox cap completo, então, como prenda para os meus leitores queridos, eu posto ele amanha mas tem de comentar muito para eu saber se querem, ok?
então beijos e obrigado a todos os que acompanham a fic



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