Milites Chaos - Scorose escrita por Filha de Hermes


Capítulo 4
Capítulo 4 - Aquiles Groham


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, mas estou com muita lição da escola e estava sem ideia pra escrever esse capítulo, toda vez que eu terminava nunca parecia bom o suficiente, mas finalmente consegui terminar e está até que bem próximo do que eu imaginei para a continuação.



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POV Rose...

“ Ouvia os barulhos de tiros sendo trocados, das pessoas agonizando, gente gritando, explosões para todo lado, mas nada disso me importava, minha atenção estava no rapaz de cabelos castanhos e olhos azuis que mesmo sentido muita dor me olhava com amor. Aquiles Groham meu noivo, a pessoa que me apoiou quando eu precisei, aquele que meus filhos chamavam de pai, que me deu um presente Alec seu filho que agora também era meu.

_ Por favor meu amor aguenta o os médicos já estão chegando. – sussurrei enquanto acariciava sua face as vezes lhe beijando.

_ Você sabe que... – suas palavras foram interrompidas pelo sangue que saia de sua boca – Eu te amo, mesmo que você não tenha me amado o tanto que eu te amei... – sua voz morria enquanto se afogava com o próprio sangue.

_ Eu te amo, eu te amo, eu te amo. – disse beijando seu rosto que agora mantinha um sorriso ainda que meio forçado pela dor que ele estava sentindo – Aguenta meu amor, pra gente voltar pra nossa casa, pros nossos filhos. – as lágrimas que eu tanto queria segurar escaparam.

_ D-di-diga a eles que os amo muito e q-que sinto não poder cumprir minha promessa. - falou gaguejando enquanto se afogava com o próprio sangue.

_ Eu te amo seu cabeça dura, amo muito. – disse baixo no seu ouvido beijando sua testa em seguida – Eu te amo Aquiles Groham.

_ Eu também te amo meu anjo de cabelos de fogo, amo mais que minha própria vida...- falou tão baixo que eu mal pude ouvir.

Naquele momento tudo a minha volta parecia um completo, aqueles olhos azuis sempre tão cheio de vida foram perdendo aquela luz que eu sabia que nunca mais iria retornar, seu coração que como ele sempre disse que batia por mim parou de bater e ali diante dos meus olhos naquele inferno meu salvador morreu.

_NÃO! NÃO AQUILES, VOLTA PRA MIM! NÃO MORRE! – gritava abraçando o corpo do meu amado – AQUILES. AQUILES. AQUILES...”

_ ... AQUILES. AQUILES. – gritava me sentando com tudo na cama, havia uma faca na minha mão e eu apertava o cabo com força até os nós dos dedos ficarem brancos, Cian e Andreas acordaram cada segurando uma faca na mão, a guerra te deixava paranoico depois de um tempo.

_ Rose você ta bem? – perguntou Cian se sentando ao meu lado junto de Andreas.

_ Sim Cian, só um pesadelo. - respondi com um suspiro.

_ Você tava gritando o nome dele, era com dia em que ele morreu não era? O seu pesadelo? – questionou Andreas.

_ Eu só me pergunto por quanto tempo eu ainda vou continuar sofrendo com isso. - disse abaixando a cabeça – Eu sonho com isso desde que ele morreu quase todas as noites e sempre penso se teria sido diferente, se ele estaria do meu lado agora.

_ Ele não ia querer-te ver desse jeito Rô. – falou Cian me abraçando.

_ Eu vou tentar melhorar, mas agora os dois vão dormir.

_ Se não vai dormir Rose? – perguntou Andreas, com se eu conseguia-se dormir com a cena da morte dele na minha cabeça.

_ Vo beber uma agua tomar um ar e já venho dormir.

Levantei da cama e apaguei a luz do quarto que um deles deve ter acendido, fui até minha bolça e peguei dois maços de cigarros, fazia tempo que eu não fumava mais exatamente desde que comecei namorar Aquiles, mas sempre me ajudou a pensar. Peguei também uma garrafa de whisky na bolça do Cian, fui até a sala sem fazer barulho algum mesmo estando com a perna machucada, olhei no relógio e ainda eram 3 da manhã, estava cedo muito cedo.

Sentei no beiral da janela que ficava em cima de um sofá, peguei os dois copos que eu tinha trazido da cozinha e abria janela fazendo o vento frio da madrugada balançar meu cabelos, coloquei a faca na minha frente, enchi um dos copos com whisky, acendi um cigarro e traguei lentamente, deixei o outro copo como cinzeiro.

Na minha mente passava tudo o que eu vivi ao lado de Aquiles, o rosto dos meus filhos quando souberam da morte deles Lucian, Helena e Alec choraram por dias pela perda do pai e cada vez mais eu me culpava por não ter conseguido matar aquele idiota que atirou nele a tempo.

Minha avó foi a primeira a acordar, coisa que eu ocorria desde sempre, ela desceu as escadas lentamente, mas parou ao me ver com um cigarro na boca e um copo de whisky pela metade com a garrafa ao lado, ela me olhou e torceu o nariz deixando bem claro a sua opinião sobre isso, somente tirei o cigarro da boca e soltei a fumaça lentamente, bebendo em seguida todo o conteúdo do copo e o enchendo novamente. Ela deu as costas indo pra cozinha balançando a cabeça negativamente, logo podia sentir o cheiro maravilhoso que vinha de lá.

Apenas as 9 horas todos os ocupantes da casa desceram, Andreas e Cian lideravam a fila, tirando os dois que somente me olharam e balançaram a cabeça em negação, todos os outro me olhavam chocados, como aconteceu com a minha avó os ignorei. Depois de quase uma hora Cian voltou pra sala e se sentou no sofá que ficava em baixo da janela onde eu estava.

_ Imagino que essa seja uma das garrafas de whisky que eu trouxe? – perguntou ele.

_ Imaginei que você não fosse ligar hoje.- falei dando de ombros e bebendo um gole de whisky.

Sempre fui muito resistente para bebidas, depois que entrei para o exercito fiquei mais ainda ao ponto de poder beber uma garrafa e meia de vodka e ficar somente um pouco alegrinha, aposto que já perceberam que tomo whisky que nem tomo água.

_ Ele não ia querer te ver assim e aposto que aqueles pirralhos vão ficar umas feras se souberem que você voltou a fumar. – falou Cian depois de um tempo, meus filhos odiavam que eu fumasse.

_ Eu só estou assim hoje Cian, mas amanhã eu vou voltar ao normal, quanto ao cigarro é só ninguém não contar a eles. – disse dando de ombros.

_ Vocês vão ao cemitério hoje a tarde? –questionou e eu somente confirmei com a cabeça, minha familia escutava nossa conversa da cozinha.

Andreas veio pra sala depois de 6 min acompanhado dos outros, trazia dois copos e se sentou no beiral da janela bem na minha frente, nossos joelhos se esbarravam, encheu os copos com whisky e entregou um para Cian, pegando um outro para si junto de um cigarro logo o acendendo.

_ Ao nosso amigo, que onde quer que ele esteja posso estar fazendo o que mais gosta irritar os outros, sempre é claro tomando conta da sua anja de cabelos de fogo e dos seus três anjinhos loiros. – falou Andreas, levantamos nosso copos em um brinde e virando em seguida todo o conteúdo de uma vez.

Meus parentes não aguentam mais de curiosidade, percebi que todos queriam saber o porque deu estar agindo assim, mas não tinham coragem.

_ Podem perguntar. – falei

_ Porque você está bebendo e fumando Rose? – perguntou Louis.

_ Hoje não é um dia muito legal Louis, e fumar eu já fumava mesmo assim com beber, comecei depois de um ano no exercito, só que em quantidades bem menores.

_ Quem era esse amigo de vocês? – dessa vez foi tia Fleur.

_ Aquiles Groham. – respondeu Cian.

_ Ele era bem especial para vocês. Quando ele morreu? – perguntou tio George.

_ Três anos atrás. Estávamos em uma missão e nossa equipe foi atacada, nos escondemos em umas ruínas, estávamos lutando contra aqueles caras havia uns quatro dias, não conseguíamos contato com a base por muito tempo, o tempo estava péssimo muito calor e tempestades de areia que felizmente não atingiram as ruínas, não tinha como os helicópteros virem e todos os reforços que vinham por terra paravam em uma barreira feita pelos nossos inimigos, no último dia ele levou um tiro no peito que não acertou o coração, mas sim o pulmão, quando os reforços junto dos médicos chegaram ele tinha acabado de morrer, mas mesmo se chegassem antes ele iria falecer do mesmo jeito, já tinha perdido muito sangue e nunca iria aguentar a viajem de volta. Ele morreu nos meus braços. – disse enquanto mexia no anel de noivado que estava na minha corrente.

_ Bonito anel. – falou James, numa tentativa de mudar o clima no ambiente.

_ É uma aliança de noivado. – mais sussurrei do que falei, mas infelizmente todos ouviram.

_ Noivado? – questionou Victoria.

_ Aquiles me pediu em casamento dois meses antes de voltarmos a servir, nosso casamento seria um mês depois que retornássemos dessa missão, íamos pedir dispensa. – contei sorrindo ao me lembrar do embaraço dele quando me fez o pedido.

_ Sinto muito Rose. – falou Vic enquanto os outros se mantinham em silêncio digerindo o que eu disse.

Apaguei o cigarro no meu cinzeiro improvisado, peguei o isqueiro que havia sido um presente do meu primeiro capitão assim que eu me formei no treinamento para sniper, enchi mais um copo de whisky e o bebi de uma vez só.

_ Não sinta, sabíamos dos riscos quando no alistamos, além do mais ele me deu um presente que eu nunca vou poder esquecer, fora o sue apoio quando eu mais precisei. – falei me levantando – Vou tomar um banho pra tirar o cheiro da fumaça, afinal meus três anjinhos loiros vão chegar daqui a pouco.

Saí da sala indo para o quarto, onde separei uma muda de roupas e entrei no chuveiro debaixo de água gelada.

Eu te amo Aquiles Groham, você foi tudo pra mim, meu amigo, irmão, namorado, tudo o que eu sempre precisei, por isso me culpo todos os dias por nunca ter te amado com a mesma intensidade com que você me amou um dia.” Pensei enquanto as lágrimas se misturavam com a água do chuveiro.


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem com ideias pra o próximo, para eu ter por onde começar.

Bjs.

Duda