Contágio escrita por MrArt


Capítulo 62
Estação 4 - Capítulo 62 - A Revolta de Renata


Notas iniciais do capítulo

Heeey, boa leitura!



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O comboio havia parado num complexo Wal-Mart perto dos arredores de Las Vegas para recolher mantimentos. Depois do ataque repentino que resultou no assassinato de Kled, todos os atiradores estavam fazendo a patrulha pelo posto de gasolina enquanto o restante das pessoas do comboio fazia a coleta o mais rápido possível, com receio de um possível ataque acontecer.

— Tentem fazer uma limpeza rápida e peguem tudo o que for possível nos departamentos – Ford falou matando um zumbi que circulava pelo corredor principal, enquanto alguns atiradores subiam para os andares superiores – Qualquer sinal de alerta será emitido com o alarme de emergência do prédio.

— Espero que você e seus planos não matem alguém de novo – Nitori falou debochada e saindo de perto de Ford

Robert, Bel e Renata seguiram para o setor de estoques. Kei, Polly e Akio foram para os setores de varejo.

— Todas essas caixas de cereais estão podres – Bel falou verificando uma prateleira, quase que vazia, tomada por teias de aranhas e outros tipos de coisas deixadas por insetos e pó que deveria estar ali a pelo menos um ano – Isso é muito nojento.

— Mande para a inspeção com a Danita, ela quem está comandando os alimentos agora – Robert falou para Bel e foi até Renata, empurrando um carirnho de compras, que segurava algumas coisas.

— Percebeu que há toda uma hierarquia aqui? – Renata falou colocando uma caixa de enlatados de feijão dentro do carrinho no qual Robert comandava – Tem o líder que é o Ford os atiradores de segurança – Colocou duas embalagens de facas de chef no carrinho – Os motoristas, os rapazes do arsenal e as moças das barracas da feira e por último, nós, os meros refugiados do grupo – Renata cruzou os braços após encher parte do carrinho.

— E isso não é bom? – Robert perguntou empurrando o carrinho até Bel, que continuava procurando alguma coisa – Depois de tanta coisa que passamos, eles ainda estão nos alimentando, dando água e segurança, tudo bem que mataram uma pessoa há duas horas atrás – Robert revirou os olhos – Mas eles continuam firmes e fortes.

Bel foi até Robert e Renata.

— Sério que você achou tudo isso? – Bel falou indignada por estar com apenas uma garrafa de água nas mãos – Não tem mais nada nesse setor.

— Vamos voltar para o saguão então... – Renata falou e de repente o alarme falado por Ford começou a disparar, assustando o trio – Realmente, vamos para o saguão agora! – Os três foram o mais rápido possível até o saguão junto com as coisas que haviam coletado.

 

— Flashback –

 

Dia do Contágio em Los Angeles. Renata estava voltando da Europa depois de um passeio proposto pela faculdade, a Califórnia estava apresentando problemas com voos nos aeroportos devido os atentados de bioterrorismo estarem se alastrando o mais rápido que o previsto e os militares não podiam fazer mais nada.

— Não entendo, por que as pessoas estão fazendo isso uma com as outras? – Renata perguntou para sua instrutora Roxie, que levava ela e os outros alunos para o ônibus da faculdade, para retornarem ao campus – Por que há militares nas ruas?! – Tornou a perguntar.

— São medidas de segurança, Renata! – Roxie falou enquanto acelerava o passo no aeroporto.

Renata revirou os olhos e abandonou o grupo, indo comprar um cappuccino numa cafeteria que ficava no aeroporto. Depois de pagar a bebida, no meio do caminho encontrou uma moça oriental tentando retirar um bilhete numa máquina digital.

— Precisa de ajuda? – Renata perguntou para a mulher.

— Por favor, vim agora do Japão e não entendo muito bem a escrita – A moça japonesa falava com um pouco de dificuldade – Meus amigos estão me esperando lá fora, estou muito atrasada!

Renata apertou um simples botão verde e um bilhete saiu da máquina.

— É só isso – Renata deu uma breve lida no bilhete – Aqui, Akemi – Renata deu um sorriso para a oriental, que retribuiu amigavelmente, as duas se despediram e cada uma seguiu o seu caminho. Nunca mais se encontrando.

Enquanto saia do aeroporto, Renata encontrou Roxie furiosa a sua espera.

— Onde pensa que estava? Isso não é um treinamento Renata, precisamos voltar para o campus agora! – Roxie praticamente havia empurrado Renata para dentro do ônibus cheio de estudantes curiosos com o que estava acontecendo em Los Angeles.

O ônibus seguia o mais rápido possível até o campus enquanto um trânsito precoce se formou numa das rodovias principais. O motorista do ônibus não parava de buzinar para um caminhão de resíduos médicos que estava logo a frente. Renata que ouvia uma música no seu celular e mandava algumas mensagens para Topher, que respondia o mesmo: Coisas estranhas acontecendo por toda a cidade e nenhuma resposta.

— Olhem! – Um dos rapazes olhava pela janela vários helicópteros militares sobrevoando Los Angeles.

— Não vamos conseguir voltar para o campus de ônibus! – Renata falou vendo pela janela várias pessoas abandonarem os carros e algumas gritarem sem parar – MERDA, SE ABAIXEM! – Uma bomba foi lançada de um dos helicópteros, atingindo o caminhão de resíduos médicos, explodindo-o instantaneamente. O impacto havia sido forte, parte da carcaça do caminhão quebrou o vidro frontal do caminhão, matando o motorista e Roxie no processo – MEU DEUS! – Renata havia se levantado do banco, com um corte acima da sobrancelha. Os estudantes que haviam sobrevivido fugiram pela porta dos fundos.

Renata viu que a parte da frente do ônibus estava em chamas, ela pegou seu celular que agora estava com a tela trincada do chão e o seu casaco, abandonando sua mala e descendo pela porta de emergência do ônibus, saiu andando entre os carros que estavam abandonados pelos seus motoristas, que fugiam ou eram atacados pelos errantes, que aumentavam numa velocidade absurda.

— Meu Deus...  – Renata viu uma mulher ser mordida no ombro por um zumbi, ela acelerou o passo indo na direção da universidade, onde Topher poderia estar correndo perigo ali em meio ao caos que se seguia em Los Angeles e não iria terminar tão cedo.

 

— Wal-Mart –

 

— Aconteceu alguma coisa? – Robert chegou correndo com o carrinho de compras, Bel e Renata estavam logo atrás. Quase todo o comboio estava presente ali, exceto três pessoas que se encontravam ausentes ali.

— Ouvimos um barulho de coisas se quebrando no estacionamento – Kei falou com sua arma em mãos, assim como todos os outros atiradores – Acho que alguém entrou aqui enquanto deixamos de fazer a vigia, não podíamos fazer nada, vai que podia ser uma emboscada deles para nos pegar um por um.

— VOCÊS DEIXARAM DE FAZER A VIGIA?! – Ford gritou para o grupo de atiradores – SABEM QUE HÁ PESSOAS ATRÁS DE NÓS! – O homem ficou nervoso e olhou para todas as pessoas do comboio – Danita, Jenny e Selena não estão aqui! – Todos se olharam entre si, vendo que as garotas realmente estavam sumidas.

Todos começaram a ouvir barulhos vindos de um corredor que dava para o estacionamento. Danita veio desesperada de um corredor com várias manchas de sangue em sua roupa. Por instinto, alguns atiradores apontaram suas armas para ela.

— Tudo bem, é a Danita, podem abaixar as armas, mas mantenham a formação – Boone alou abaixando sua arma, vendo a moça ofegante e apavorada.

— Danita! – Ford foi até Danita, que era acalmada por Bonnie e Polly – Viu Selena ou Jenny? O que aconteceu com você?! Aqueles barulhos lá embaixo foram o que?!

— Deixe ela respirar um pouco! – Polly disse entregando uma garrafinha de água.

Danita por alguns segundos conseguiu se acalmar.

— Estava recolhendo algumas baterias de carros com a Jenny e a Selena no estacionamento – Danita disse gaguejando e tremendo – Apareceu quatro homens com um carro, um deles acertou um vidro na cabeça da Selena e o outro tentou atirar na Jenny, mas acertou em algumas janelas, eu corri para debaixo de um carro mas mesmo assim uma bala acertou de raspão o meu ombro, não sei como não dei um belo de um grito naquela hora – Danita mostrou os machucados em seu braço - Depois disso eles colocaram as duas dentro de um furgão

Ford suspirou.

— Quero todos nos últimos andares do Wal-Mart, armados e prontos para qualquer ataque – Ford falou. O homem depois de alguns momentos de silencio olhou para Nitori e Horan, que seguravam uma bolsa de explosivos – Quero as bombas adesivas nas paredes das escadas e dos acessos de emergência – Ford pegou algumas armas da mão de Boone e as entregou para quem visse pela frente. Precisamos de energia para vasculharmos os outros andares.

— Eu chequei a sala de eletricidade, tem um gerador nele, só que há zumbis por todas as partes ali – Akio falou.

— Boone e Kei vem comigo, vocês têm tempo para organizar-se – Nitori falou pegando as melhores armas possíveis – Não vou correr o risco de ficar sem energia enquanto houver pessoas lá fora tentando me matar – Amarrou seu longo cabelo preto e abotoou seu casaco – Vou agora mesmo.

— Faça o que bem entender, mas se pessoas aparecerem mortas, você terá responsabilidade – Ford disse cerrando os olhos para Nitori, que fez o mesmo, sem se sentir intimidada por Ford. Em meio aquele estranhamento, Renata os interrompeu.

— Qual é - Renata cortou o clima e todos olharam para ela - Ela está tentando ajudar e você só sabe trabalhar com ameaças desde que aquele seu amiguinho morreu - Algumas pessoas olhavam Renata com repúdio, pois sempre estavam ao lado de Ford - Há zumbis lá fora, há assassinos em massa lá fora e as pessoas que estão do seu lado você ao menos dá um apoio moral para elas. Essa não é o Ford que vocês tanto prezam a falam - Renata olhou para as pessoas do grupo. Ford permaneceu em silêncio para a moça, sem demonstrar inferioridade.

— Renata... - Robert falou baixinho ao lado de Polly, que estava chocada com as palavras de Renata.

— Pessoal não é por nada não mas... – Renata disse à espreita em uma janela – Tem um grupo lá fora!


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Notas finais do capítulo

Até o próximo :3



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