Contágio escrita por MrArt


Capítulo 139
Estação 7 - Capítulo 139 - Canção


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus leitores! Chegamos ao penúltimo capítulo da temporada

Boa leitura!



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O grupo inteiro havia chego a fazenda da família de Alexander. Durante o caminho inteiro, Polly contou para Robert, Kei e Bel o que aconteceu com ela e Scorpion após se separarem deles. Se Kei não visse as roupas que Polly vestia, provavelmente ela não iria acreditar na história da rave, mas quando Sandy, Mandy, Gibbs e Melissa foram apresentados a oriental, ela teve a conclusão que não podia esperar mais nada do apocalipse zumbi.

 

Após conhecerem Lizbeth e ganharem a confiança dela, fizeram um modesto funeral para Topher nos fundos da fazenda. Robert discursou algumas memórias para o amigo falecido. Sua perda foi a mais dolorida do que todas as outras ocorridas semanas atrás. Era hora de seguir em frente e tentar sobreviver mais um dia.

 

Com tantas pessoas novas chegando a fazenda, todos os cômodos ficaram lotados de hóspedes. Erik se sentia incomodado com o número de pessoas transitando pelo local, se sentindo desconfiado principalmente de Scorpion no celeiro vigiando Billy, que ainda permanecia preso sem contato com qualquer outra pessoa. Nos arredores da fazenda, várias barracas tinham sido montadas para que todos tivessem um lugar onde dormir.

 

— Quando eu era pequeno eu morava em uma fazenda - Ozzy disse atrás de uma árvore, enquanto se despia na frente de Boone. Procurou uma regata e uma calça jeans em sua mochila e a vestiu.

 

— Meu pai tinha um sítio. Na verdade era do meu avô - Boone falou, lavando um rosto com um jarro d'água - Eu odiava aquele lugar, quase não tinha o que fazer e a noite parecia um cenário de filme de terror - Ozzy riu.

 

— Parece que hoje temos nosso próprio filme de terror - Ozzy fez uma comparação um tanto que realista.

 

— E ele está longe de acabar - Boone completou e então prestou atenção no céu limpo daquela região - Ao menos o dia está bonito.

 

— Pelo menos o clima está tranquilo - Ozzy disse. Após finalmente terem tempo para se arrumar, os dois foram até uma das barracas, encontrando Robert e Marilyn - Estão todos acomodados? - Perguntou.

 

— Lizbeth está cuidando de Matthew lá dentro do rancho. Ela disse que ainda tem o berço dos filhos dela - Marilyn falou, um pouco cansada - Merle acabou de dormir. Ele ficou a noite inteira acordado por causa do Topher - A ruiva disfarçou o choro. Topher havia morrido em seus braços.

 

— Você precisa descansar, Marilyn - Robert disse para Marilyn.

 

— Vou fazer isso. Estou toda quebrada - Marilyn colocou a mão na cabeça. Olhou para perto do rancho e viu Aaron e Schindler puxarem dois cavalos para o pasto - Pelo menos esse lugar é tranquilo.

 

— É o que esperamos - Robert disse. Marilyn revirou os olhos e foi para uma das barracas.

 

— Vou conhecer mais o lugar - Ozzy falou, batendo as mãos ao ver Mandy anda sozinha perto de uma das plantações - Até mais rapazes.

 

— Ele não perde tempo - Boone riu junto com Robert.

 

— Quer conhecer o lugar também? - Robert chamou o tatuado para dar uma volta. Os dois caminharam pelo enorme terreno até encontrarem uma cabana onde ficavam as ferramentas de Alexander.

 

— Robert, o que você vai fazer? - Boone perguntou, levemente desconfiado, até que Robert começou a lhe beijar - Idiota - Boone desfez o beijo e riu, puxando Robert para si novamente.

 

Após Boone lhe empurrar contra a parede, Robert fechou a porta da cabana com o pé. O clima naquele pequeno cômodo esquentava, enquanto os outros trabalhavam pela fazenda e se adaptavam ao lugar. Gibbs e Sandy passaram em frente à cabana e puderam jurar ao outro que ouviram alguém gemer ali dentro.

 

Ao conseguir arrumar uma das caminhonetes quebradas, Kei procurava por gasolina em algum lugar da fazenda. Havia procurado na cabana antes de Robert e Boone ocuparem ela e também vasculhou alguns estaleiros, mas nada que pudesse fazer o veículo funcionar. Pensou até em fazer uma mistura com o óleo velho que tinha em uma das latas de um dos estaleiros, mas não seria muito agradável ver a fazenda em chamas por causa de seus improvisos.

 

— Lizbeth pediu para entregar a vocês - Sally apareceu com uma caixa com alguns mantimentos básicos.

 

— Obrigada! - Kei recebeu com um sorriso e pegou a caixa. Havia alguns alimentos frescos e roupas.

 

— Aquele rapaz cubano, o Scorpion… - Sally disse um pouco receosa. Ela tinha certo medo de Scorpion - Me disse que vocês estão precisando de gasolina. Há uma outra fazenda aqui perto, bem acima da casa tem um posto e eu acho que ele ainda tem combustível - Explicou e Kei prestou total atenção - Parece que Duncan tem as chaves para abrir as bombas e encher os veículos.

 

— Pode falar com ele? - Kei perguntou.

 

— Eu acho que sim… - Respondeu e então voltou até a fazenda para procurar por Duncan.

 

Minutos depois, Duncan procurou por Kei e os dois conversaram brevemente, planejando em como fariam para chegar até o posto em segurança. Usariam a caminhonete de Alexander para chegar até lá, e por conta chamaram para a missão Erik, Bel e Ozzy. Kei tentou chegar até Scorpion e pode perceber o que ele havia feito com Billy: O rapaz estava preso em um dos estaleiros do celeiro e ninguém sabia por quanto tempo ele ficaria ali. Lizbeth era contra aquela tortura que o rapaz e tinha coisas demais para fazer dentro da casa para se preocupar com o jovem. Melissa ainda estava debilitada por conta do tiro que havia levado e não conseguia enxergar.

 

— Não é muito longe o caminho - Duncan disse, assumindo o volante, enquanto Kei prestava atenção no caminho. Bel, Ozzy e Erik estavam na parte de trás conversando sobre alguma babaquice referente a Polly vestida com roupas de rave.

 

Enquanto seguiam a viagem, Ozzy, encostado na traseira da caminhonete, segurava um cartucho de balas enquanto cantava.

 

There’s a Man going around taking names— Ozzy cantava em um som que todos podiam ouvir. Bel prestava atenção em cada letra da música - And He decides who to free and who to blame…— Olhou para a paisagem rural, apreciando-a como se não existisse mortos vivos - Everybody won’t be treated all the same.

 

— Johnny Cash? - Bel arqueou a sobrancelha.

 

— O próprio - Ozzy parou a música e sorriu para Bel.

 

— Essa música é sinistra - Erick falou, um pouco arrepiado.

 

— Lembro que nos primeiros dias do apocalipse que essa música tocou no rádio do meu carro quando eu fugia com a Taissa pela rodovia - Ozzy cerrou os olhos, ainda observando a paisagem - Muitas pessoas corriam desesperadas na estrada e os zumbis as pegavam sem pena. Foi uma das coisas mais bizarras que eu tinha visto naquela época.

 

— Levou tempo para você se acostumar com tudo isso? Digo… a nossa situação de vida agora - Bel perguntou.

 

— Na verdade eu nunca me acostumei. Acho que consegui me conformar com isso - Ozzy respondeu um pouco incomodado consigo - Todas as noites eu demoro para dormir pensando que vou acordar com um zumbi no meu pé. Nunca vou me acostumar com essa vida.

 

— E pensar que a qualquer hora vamos morrer - Bel olhou para as suas próprias mãos, tendo um ar de reflexão com Ozzy.

 

Erick achava todo aquele assunto inteiramente macabro e não deu palpite algum. Assim que Kei chegou até o posto, ele foi o primeiro a descer da caminhonete para não ter que ouvir os dois.

 

— Vamos encher essas coisinhas. Se sobrar podemos abastecer as máquinas das plantações - Duncan disse retirando alguns galões vazios de dentro da caminhonete junto com Erick.

 

— Quais bombas vamos abrir? - Kei perguntou segurando um molho de chaves e indo até as bombas de gasolina do posto, analisando o número de estoque.

 

— As duas últimas. Elas são as mais cheias - Duncan respondeu, indo até ela junto de Erik

 

O local ficava no alto dum morro e logo abaixo havia uma fazenda abandonada. Bel e Ozzy ficaram ao lado da caminhonete fazendo cobertura caso alguma coisa de estranha aparecesse. Bel lixava suas unhas enquanto Ozzy continuava cantando Johnny Cash.

 

Estou pronto aqui - Duncan disse segurando dois galões cheios.

 

— Por aqui também - Kei guardou sua arma nas costas e pegou um dos galões - Erick? - Olhou para trás, vendo o homem em frente a uma das cabines de vigia.

 

— Espera aí… estou me aliviando - Erick gritou de costas para Kei. Após fazer suas necessidades, Erick ouviu um barulho vindo de dentro da cabine. Desconfiado, Erick lentamente abriu a cabine, até que um zumbi empurrou a porta e caiu em cima do rapaz, mordendo-o - Porra! - Erick gritou desesperado. O zumbi rapidamente dilacerou seu pescoço.

 

Kei tentou correr até Erick para ajudá-lo, mas recuou quando percebeu que havia zumbis saindo de dentro da pequena área de compras do posto. Alguns mortos-vivos tinham tomado conta do corpo de Erick em questão de segundos. Kei sabia que não tinha outra alternativa senão sair daquele lugar.

 

— Kei, precisamos voltar! - Ozzy gritou, apontando sua arma para um zumbi que saiu dentre as árvores, tendo a atenção chamada pelo barulho.

 

— Entrem na porra da caminhonete! - Duncan berrou, perturbado da cabeça por ter visto Erick morrer.

 

— Bel, cuidado! - Ozzy exclamou desesperado e Bel virou para trás e só teve tempo de segurar o zumbi antes de cair junto com ele.

 

— Porra… - Bel tentou ao máximo desviar seu rosto do zumbi. Kei foi até ela e o puxou, matando-o logo em seguida com uma facada no olho.

 

As duas moças correram para trás da caminhonete junto com Ozzy, antes que vários zumbis os enquadrarem. Duncan acelerou o veículo e saiu do posto o mais rápido possível, deixando para trás aquela enorme quantidade de zumbis, que agora os seguia até a fazenda.


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