Meia Noite escrita por AngelSPN


Capítulo 3
Capítulo 3




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CAPITULO 3

Próximo à margem de um riacho de águas escuras e turbulentas, o homem de capuz continuava ajoelhado segurando uma faca adornada de estranhos símbolos e figuras demoníacas. Incrustada no centro dela destacava-se a figura de um bode de boca aberta, como se aguardasse seu alimento. O estranho homem empurrou o capuz para trás revelando um couro cabeludo repleto de falhas e cicatrizes. Sua fronte ampla o deixava ainda mais exposto, o excesso de pele macilenta, concentrada apenas de um dos lados da face.

Com gestos precisos, o homem cortou o pulso esquerdo, deixando a faca banhada em seu sangue. Em seguida, amarrou a região do corte com um pedaço de trapo. Ao longe ele atentou-se aos ruídos de passos rápidos que se aproximavam, sorriu deixando seus dentes muito pequenos e amarelos a amostra.

Um jovem aproximava-se de moletom azul e de fone de ouvido. A medida que aproximava-se o som da música ficava cada vez mais nítido, assim como, os barulhos das folhas secas que estalavam em contato com seu tênis da Nike de cor branca.

O jovem de aparência oriental de aproximadamente dezoito anos, passou pela enorme árvore e em seguida fora abordado pelo homem de capuz.

— Merda! Tá de brincadeira camarada? Quase me mata de susto! — o garoto gesticulava ao mesmo tempo que gritava, tirando o fone bruscamente do ouvido.

— Preciso do seu corpo — o encapuzado deu dois passos à frente do jovem.

— Quê? Cai fora seu doido! Vá achar o que fazer seu retardado, maluco! — embora fosse jovem, o rapaz era muito bem apessoado, um pouco baixo para sua idade, porém de peito largo e com músculos muito bem distribuídos.

— Já disse, preciso do seu corpo — com as palavras sendo repetidas de forma ainda mais ameaçadoras, o jovem tentou afastar-se. Infelizmente sua agilidade não evitou a investida que o homem de capuz lhe deu com a faca cravada no estômago do garoto.

O jovem fora arrastado ainda contorcendo-se de dor atrás da grande árvore. As folhas antes secas, agora estavam formando uma trilha de sangue e terra. O oriental lutava veemente por manter-se vivo e conseguir arrastar-se daquele homem, os gritos do jovem por socorro foram abafados pela mão do psicopata assassino.

— Quietinho, logo, logo isso passa. Psiu, psiu. Não vai colaborar não é? — O homem de capuz retirou lentamente a faca do corpo do garoto que contorcia-se de dor e os gritos continuavam sendo sufocados pela forte mão do ser das trevas. — Agora, vamos dividir sua glândula salivaria, vamos, abra a boca, abra a boca! — gritou o homem apertando a mandíbula do garoto em prantos, com os olhos vermelhos arregalados, tentando impedir o inevitável.

Neste momento a carteira do garoto caíra ao chão, o que chamou a atenção do psicopata em questão.

— Takeshi...Takeshi...Belo nome. Agora...— Sem titubear o homem da face macilenta, colocou sua mão na boca do jovem sem importar-se com as mordidas que chegavam ao osso de sua mão, tirou a mandíbula de Takeshi do lugar, fazendo o jovem quase perder os sentidos e logo em seguida cortar verticalmente a língua do garoto.

Os olhos arregalados do jovem expressavam toda a dor e pavor de sua morte, seu agressor apenas limpou a adaga e guardou em um saco, que estava pendurado em sua cintura, pedaços da língua do garoto e em um recipiente deixou o sangue entrar e encher a garrafinha. O maldito ser olhou com sorriso diabólico para os olhos petrificados e lacrimejantes de Takeshi.

— Te encontro no inferno, garoto — com essas palavras arrancou os olhos de Takeshi e com um poder e escapava-lhe da boca, sugou a alma que se desprendia lentamente do corpo do oriental.

No mundo normal, não se ouviam os gritos que a alma de Takeshi emitia. E sem chances de ganhar o céu, o monstro engoliu satisfatoriamente a essência do jovem.

— Devo confessar, estava delicioso — o homem levantou-se e saiu caminhando normalmente, deixando para trás o que sobrou do rapaz.

Agora o homem de capuz adentrou uma mata fechada, nem se preocupava com os olhares de alguns andarilhos, que se assemelhavam entre si. Apenas entrou evitando alguns galhos empurrando-os com as mãos e logo adiante tirou uma tampa redonda coberta de grama do chão, revelando uma escadaria que certamente conduziria ao local de seu esconderijo. Antes olhou ao redor, certificando-se de que nada, nem ninguém os estava seguindo.

Descendo alguns degraus, puxou uma espécie de corda que servia para recolocar a tampa novamente no local, acompanhado de um som estridente. A escuridão tomou conta de tudo, envolvendo-o em uma penumbra assustadora e o servo do mal continuava a descida tranquilamente, parecia um buraco sem fim, uma passagem direta para o inferno. No entanto, ao sentir o contato com a terra a mão esquerda e ossuda do homem, encontrou o lampião e o acendeu. Ao contrário do que aparentava a descida estreita, o local ganhara espaço e cavernas se desenhavam à medida que o homem iluminava o local,porém não menos sombria. Alguns minutos depois com o lampião próximo ao rosto, o ser nefasto sorriu ao vislumbrar três esquifes e no centro uma mesa de pedra bruta antiga e com uma mancha escura no centro dela. O homem deixou o lampião no canto de uma pedra e dirigiu-se até o esquife do meio. Com um esforço abriu o ataúde, a tampa pesada caiu ao chão, o estrondo encheu o recinto com o som seco que ecoou por toda a caverna.

“Aqui está meu senhor, um pouco de alimento. Logo, acordarei a todos vocês como o prometido em milhões de anos”

Murmurando esses pensamentos o homem empurrou o capuz para trás, tirou a adaga estranha do manto e limpou-a vagarosamente, nesse ínterim um grunhido alertou-o que não estava sozinho.

No canto oposto aos ataúdes estavam três mulheres com os braços presos muito alto que tencionava a musculatura ao limite do que o corpo poderia suportar. Ambas suspensas por correntes antigas e pesadas. No rosto de cada uma delas um saco de linho escondia-as. O homem aproximou-se tirando de uma delas o saco de estopa. A luz bruxuleante deixava a face da mulher ainda mais assustadora com os lábios colados e em carne viva pelo vão esforço de falar.

—Psiuuu, em breve tudo estará terminado minha querida — o monstro de capuz passou seus longos dedos ossudos pela face da mulher de olhos esbugalhados, apenas tinha forças para mover as órbitas, como se estivesse dopada, em uma “viagem” que fizera com seu ex-namorado em uma longínqua juventude tresloucada.

— Saudades do passado, querida? Que tal mais um pouco... Disto? — Com uma rapidez fora do comum, o homem injetou doses triplas de uma estranha substancia na carótida da mulher que contorcia-se de dor.

Passado alguns minutos o homem seguiu seu ritual com as demais garotas. E após torturá-las o ser das trevas, pegou uma chave grande e enferrujada e colocou-a no ferrou-lho que sustentava uma das garotas, e com os braços livres a queda foi seca e dolorida. No entanto a garota entorpecida pelas drogas pouco reclamou das dores que a assolavam, quando ele arrastava-a em direção a enorme mesa de pedra de centro. Deixando rastros de sangue e pele da garota pelo chão coberto por pedras pontiagudas.

Sem nenhum esforço o homem ergueu o corpo da jovem de pele muito branca, revelando hematomas e cortes profundos ao deixa-la esticada, com as mãos e pernas esticadas, como um pentagrama humano. E, após proferir algumas palavras estranhas, elevou o punhal ao alto com ambas as mãos e olhou para os grandes olhos castanhos da jovem que em vão tentava gritar, descendo logo em seguida o punhal no peito arfante da pobre moça.


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Notas finais do capítulo

E então mereço reviews?



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