Luke

Acho que quando você mora sozinho não se importa com os momentos em que acorda com um barulho de vozes, á não ser á sua do lado de fora do quarto.

Desci as escadas, encontrando Kammy e Dylan sujos de farinha.

— Bom dia. — disse com uma expressão séria vendo a zona que aquilo ali tava.

— Eu tentei fazer um bolo, mas o Dy quis se meter. — Kammy sorria abertamente, parecia bem melhor que ontem. E chamava Dylan de Dy. WOW. — Desculpa! A gente já limpa tudo.

— Não. Tudo bem. — cruzei os braços me aproximando da sujeira. — A Margarida limpa.

— Tem empregada? — Kammy indagou curiosa.

— Sim?! — respondi como se fosse óbvio.

— Meu deus. Os homens de hoje são muito preguiçosos.

— Duvido que você chegue em casa e limpe tudo. — eu disse a vendo se virar para a pia e lavar as mãos.

— Eu tenho uma mãe. — ela abaixou a cabeça, com o olhar um pouco deprimido. — Pelo menos tinha.

Dylan apenas me lançou um olhar de raiva e eu me apressei em pedir desculpas.

— Desculpa, Kammy... Eu não queria falar isso.

— Não, tudo bem. — sorriu fraco. — Vamos limpar isso aqui e poupar a Marga. — ela começou a se movimentar animada e Dylan acompanhou sua animação. Eu me afastei antes que eu fizesse mais merda, ou que sobrasse para mim limpar aquilo.

Ouvi passos leves na escada e me virei vendo Betah descer com um shorts mini e uma regata que dava muita atenção para seu busto. O que não era uma coisa boa de se ver á essa hora da manhã.

— Bom dia. — ela disse com a voz embargada de sono chegando no sofá e se jogando nele, exatamente ao meu lado.

— Bom dia. — respondi rápido, dando uma leve olhada para suas pernas que eram muito bonitas, aliás.

— Vai olhar muito? — ela disse puxando minha atenção para o seu rosto, aonde eu a vi dar uma risadinha boba. — Cadê Otto?

— Otto saiu. A mãe dele chamou. — Kammy berrou da cozinha. — Parece que os conselheiros chegaram e querem uma reunião de emergência. — ela disse brincando com Dylan.

— E o que estamos fazendo aqui? — ela se levantou apressada. — Vamos para lá agora. Afinal somos capitã e co-capitã.

— Não nos querem lá, Betah. — Kammy falou com a voz fraca, como se quisesse excluir essa parte. — Se estivermos lá, tem grandes chances de invadirem pois como todos sabemos, nossos pais sumiram e estão juntos.

— Ah, — Betah voltou a se jogar no sofá. — Sou banida da minha própria casa! — bufou.

Meu celular vibrou e era uma mensagem, do meu pai. Que delícia!

"Você. Seus amiguinhos em meia hora na sala central."

— Princesas e príncipe tá na hora do banhinho. — sorri sarcástico, soltando o celular.

— Porque?

— Papai chamou. — me levantei. — Nós todos. — me direcionei as escadas. — Tenho três banheiros nessa casa. O meu. O do quarto de hóspedes e o outro. Dividam! — berrei e me direcionei ao meu banheiro.

+++

— Luke! Luke! Luke! — ouvi ás batidinhas na porta e me virei indo abri-lá para Betah.

— Fala. — disse sem ligar pro fato de que eu estava só com a toalha na cintura.

Ela me olhou séria de cima a baixo e ficou um tempo focalizada. Eu ri divertido com a situação.

— Me deixa...u-usar o seu banheiro? — focou o olhar no meu rosto.

— Claro. — abri a porta, permitindo a passagem dela. — Entra. — ela entrou se direcionando para o banheiro.

— Kammyile ocupou TODO o quarto. — esbravejou, fechando a porta. — E Dylan está no outro.

— Não pensei que você teria problemas em retomar o comando, Betinha. — ouvi um "vai á merda" mas não liguei. Coloquei a calça e a velha camiseta preta e me sentei esperando o barulho do chuveiro parar para mim poder escovar meus dentes.

Esperei o silêncio demorar mais de dois minutos e entrei no banheiro, esperando que ela já estivesse vestida.

— Betah. To entrando. — falei, já dentro da banheiro, lidando com uma cena, digamos maravilhosa.

Betah com a toalha no cabelo e com todo corpo sem nada. Wow.

Vi o olhar de surpresa, raiva e vergonha no rosto dela. Mas ela não se cobriu de volta.

— Porque não se cobriu? — disse com o olhar no chão.

— Agora foda-se. — disse passando um creme em seus braços. — É a segunda vez que me vê pelada. Não tenho mais o que esconder de você.

Ri levantando a cabeça e indo em direção á pia e ao espelho. Aonde tinha o reflexo dela se vestindo.

— Luke, — ouvi sua voz chamar fraca e direcionei o olhar para ela. — Meus peitos são bonitos? — ela segurava os dois apalpando-os.

Embasbaquei-me e fiquei olhando fixamente.

— Acho eles lindos. — guspi a pasta de dente e fechei a pia saindo do banheiro. — E adoraria os aproveitar um dia. — sorri, fechando a porta vendo ela revirar os olhos.

[...]

Betah

Acho que provocação estava no meu sangue. E provocar Luke, é um lindo passatempo! Nem vergonha de mostrar meu corpo eu tinha mais, tamanha intimidade que já tínhamos em pouco menos de um mês.

Afinal eu estava morando na casa dele, comendo da comida dele, usando a água dele. Sou um tipo de gingolô. Feminina, claro.

Saí do banheiro, vendo o quarto de Luke vazio e com o velho cheiro dele. Prata e o perfume que agora me lembrava qual, Armani. Sorri indo até a cama dele e me jogando nela, sentindo o cheiro do corpo dele.

Lembro de quando ele quase me teve aqui. Mas aí, Dylan atrapalhou.

Levantei rápido e segui para fora, antes que ele me encontrasse ali, encontrando-os prontos me esperando.

— Vamos. — sorri simpática, seguindo-os pelo corredor.