Betah

Fiquei estática olhando a cena, Kammy estirada no chão sangrando. Otto e Dylan quebrados jogados no chão gemendo de dor.

— Podemos resolver isso de dois jeitos. — o vampiro sorriu sarcástico se referindo a mim. — Você me diz aonde está seu pai e eu deixo vocês viverem. Ou não diz, e eu mato todos deixando apenas você viva, com sérios traumas. — um sorriso sádico se abriu entre seus lábios.

— Eu não sei aonde está meu pai. — ouvi passos atrás de mim e em minutos estava jogada no chão com uma dor constante na cabeça.

— Não minta docinho. Eu a vi conversando com ele mais cedo. Só que ele não está mais lá. Nem a namoradinha dele. — sorriu caminhando lentamente até mim que só sabia procurar pela presença de Luke ali, já que ele havia corrido para fora assim que viu o que tinha ali. — Então me diga. Ou meu querido amigo Miguel, chutará sua coluna e você não será mais a habilidosa capitã Betah. — me senti tonta e me joguei no chão. — Não estou ouvindo nada. — ele sorriu diabólico e lançou um olhar pro tal de Miguel e o mesmo se pôs ao meu lado chutando minha barriga. Eu me joguei no chão gemendo de dor e vomitei sangue.

— Querida, você não tem chances. Fale e saia viva. — se abaixou ao meu lado. — Afinal sabemos que você não gosta dele muito. — falou desdenhoso e eu juntei todas as minhas forças para respondê-lo.

— Quem é você para saber alguma coisa? — senti um chute e virei gemendo de dor.

— Sou Thomas William |||. Um vampiro inglês. Um grande vampiro. E eu sei de muitas coisas. Inclusive que quando sua mamãe morreu você e papai se distanciaram.

Vomitei mais sangue.

— Agora só me diga e saia viva daqui com seus amigos. E encontre lá fora seu amado capitão que fugiu. — ele gargalhou junto do homem que me chutava e de mais dois que tinham ali, uma mulher-fada e um adolescente.

— Meu pai deve ter ido para o inferno, não vai ser difícil para você encontrá-lo lá. — sorri irônica e senti um chute na cabeça e somente virei, sentindo minha visão ficando turva e tudo escureceu.

Luke

Invadi a casa com meu esquadrão. Todos os meus agentes estavam aqui comigo. Sai naquela hora deixando Betah e todos os outros sozinhos para chamá-los coisa que não seria possível lá dentro.

— Voltou capitão. — o vampiro ainda estava ali, junto dos outros que estavam aqui também antes. — Pena que não deu tempo de salvar sua amada da força do Miguel. — referiu-se ao corpo desacordado de Betah, jogado perto do de Kammy. Otto e Dylan estavam acordados gemendo de dor. — E veio acompanhado.

— Você está morto. — falei vendo sorrisos diabólicos abrirem-se na boca dos quatro.

— Nunca fui ameaçado por dois esquadrões. — riu sádico. — Ótima experiência.

— Matem-nos. — falei sério e todos que estavam atrás de mim foram para cima deles. A mulher pegou o adolescente e o lobisomem e eles saíram voando, o vampiro deu um pulo enorme e parou no segundo andar.

— Temos quem lute por nós que nem você, meu querido. — sorriu irônico e saiu acompanhado da mulher que se revelara uma fada. Um grupo de vampiros desceu do teto, lobisomens invadiram as portas e janelas e fadas chegaram voando.

— Matem. Todos. — falei sério e todos se dispersaram pelo salão sem comentários. Eu corri em direção á Dylan e Otto. — Estão bem? — me agachei ao lado de Dylan, vendo seu estado.

— O que você acha? — Otto falou sarcástico, com dificuldade eu apenas o lancei um olhar e ele respirou fundo. — Estamos melhores que elas. — referiu-se aos corpos desacordados de Kammy e Betah.

— Salva elas, Luke. São muito bonitas para morrer. — Dylan sorriu e eu sorri junto correndo até as duas, deixando duas armas com os dois para se defenderem.

— Betah. — bati no seu rosto fracamente. — Betah, pelo amor de deus. — chacoalhei seu corpo. — JACKSON! — berrei e um agente apareceu. — Leva ela pra longe daqui e chama o Gary pra levar a Kammy junto. — ele assentiu e chamou Gary. Os dois as pegaram no colo e saíram dali com elas.

Uma fada veio para cima de mim e eu lancei uma faca na sua barriga. Ela retirou a faca e sorriu diabólica para mim como se aquilo não a machucasse e continuou vindo em minha direção. Peguei o arco das minhas costas e botei uma flecha com sangue de fada ali, atirando certamente na cabeça dela. Ela logo caiu morta no chão.

Um vampiro veio para cima de mim me derrubando e eu o empurrei, me jogando para o lado e retirando uma grande lâmina da minha cintura e furando seu pescoço enquanto se exibia com as presas.

Dois lobisomens apareceram atrás de mim e eu joguei pó de prata neles. Os dois caíram no chão e eu atirei neles.

E assim seguiu até não ter mais nenhum ser sobrenatural para contar a história.

[...]

Eu observava Betah dormir serenamente na cama do hospital. Seu rosto cheio de cicatrizes novas, do tanto que ela apanhou na briga que tivemos ontem. Nunca senti-me tão culpado por nada. Deixei-a sozinha ontem desarmada na frente de um vampiro antigo, um lobisomem, uma fada e um bruxo. Meu coração apertava só de pensar no quanto ela tinha apanhado até apagar.

Decidi dar uma volta e ver como estava Kammy. E ver se ela já tinha acordado para contá-la aonde estava. No caso no hospital do meu esquadrão. O 558Z. Acho que ela não reagiria muito bem. Nem Betah.

— Como ela está? — perguntei a Dylan que estava sentado na poltrona ao lado da sua cama.

— Respirando. — suspirou cansado. — Isso serve.

— Não me contou ainda como ela ficou assim. — me escorei na porta.

— O tal de Thomas — o vampiro — mandou o lobisomem quebrar nossos ossos e ela se pôs na frente, ele simplesmente bateu em todo o corpo dela e depois chocou a cabeça dela contra o chão e ela apagou. E depois ele triturou a gente. — falava como se lembrasse de tudo. — Foi horrível cara.

— Desculpa ter deixado vocês assim. — falei me aproximando.

— Fez o que era certo. Garantiu que todos estivéssemos aqui para contar a história.

Sorri fraco.

— Otto já foi? — perguntei olhando Kammy apagada naquela cama. Os machucados por todo o corpo

— Tinha que saber como estava tudo no 775X. Dizem que o pai da Betah sumiu, junto dos da Kammy. E estão evacuando o lugar. Chamando os conselheiros. Parece que vai rolar uma guerra.

— Ainda tem dúvidas de que vai acontecer uma? — suspirei cansado não obtendo nenhuma resposta dele. — E estamos bem no meio dela. — me retirei do quarto, sentindo seu olhar pesar nas minhas costas.

Passei o resto do dia sentado na poltrona ao lado da cama da Betah.