Negociando com o Inimigo escrita por Dani R


Capítulo 8
VIII - Where Do I Even Start?


Notas iniciais do capítulo

UFA! FINALMENTE! Depois de um puta dum tempo, consegui terminar esse capítulo. Pois bem, peguem seus lencinhos e coloquem na música "Where Do I Even Start?" do Morgan Taylor Reid (www.youtube.com/watch?v=hnIoQyJiLXk) e vamos a leitura!



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My heart is broken
Somebody fix it
My walls are closing in
Caught in a deep hole
Stuck at the bottom
Trying to reach for help

Dormitório feminino nº 2 da Sonserina; 4 de Dezembro de 2022; 10h02min PM

Dominique preparava-se para dormir, com um sorriso estampado em seu rosto devido aos últimos momentos. Ela foi para o banho sorrindo, saiu do banho sorrindo, colocou seu pijama sorrindo; o que ela achou estranho foi que Jade também estava sorrindo. E isso intrigou-a.

— Você vai descobrir logo. — Disse a garota com seu sorriso assustador no rosto, como se lesse a mente de Dominique. Ela olhou incrédula para a ex-amiga, e foi para a cama.

Mas no exato momento que Dominique se tapou com as cobertas, alguém abriu a porta em um estrondo, assustando-a. Era Fred, e ele estava com a cara de quem viu uma assombração, e estava chorando. E Dominique nunca viu o primo chorando antes.

— Fred! O que houve? — Perguntou ela, levando-o para sentar na cama.

— A tia Ginny... Ela... — Fred chorava cada vez mais, e Dominique ficou assustada. Tia Ginny era a sua tia favorita junto com Angelina; e ela definitivamente gostava mais delas duas do que sua própria mãe.

— Fred, o que houve com a tia Ginny?! Diga! — A prima soava tão desesperada quanto, preocupada com a tia. Fred abaixou a cabeça.

— Ela morreu. — Ele disse com pesar na voz. Dominique ficou em choque, e lágrimas começaram a rolar em seu rosto automaticamente.

— Temos que ir para a sala da McGonagall, vamos. — Fred falou de novo, enxugando suas próprias lágrimas e puxando Dominique para fora do quarto.

Sala da McGonagall; 4 de Dezembro de 2022; 10h20min PM

Quando Dominique chegou lá com Fred, todos os outros primos estavam lá – até Teddy estava lá, já que era professor de DCAT e Ginny foi como uma mãe para ele –, e todos estavam chorando. Os Potters, é claro, estavam bem mais desolados que os outros. Lily era consolada por Hugo, Albus estava encolhido em um canto e James estava sentado em uma cadeira olhando pro nada, com olhos tão vermelhos que ele até parecia um zumbi.

Dominique e Fred ficaram quietos em um canto, e em algum ponto ela colocou sua cabeça no ombro do primo, cansada da espera.

— Bem... — Todos ouviram a voz de McGonagall e ergueram as cabeças automaticamente. — Vocês tão aqui porque receberam a triste notícia que a senhora Potter morreu. Confesso estar em choque também, é apenas... Triste.

Todos concordaram, balançando a cabeça. A diretora suspirou, e continuou a falar:

— Eu desfiz o feitiço anti-aparatação de Hogwarts, e quero que os alunos do sétimo ano, mais precisamente Dominique, James, Fred, Molly e o professor Lupin acompanhem os menores de idade. Logo após, irei lançar o feitiço de novo e vocês voltarão para Hogwarts daqui sete dias pela Rede de Flu. Todos os funcionários de Hogwarts estarão no funeral para prestar suas condolências. Eu realmente sinto muito, crianças.

Sem emoção alguma, os menores seguraram as mãos dos maiores e com uma súbita vontade de vomitar, eles aparataram n’A Toca. Todos foram correndo abraçar tio Harry, vovó Molly e vovô Arthur, e seus respectivos pais; na última parte, Dominique preferiu ficar em um canto. Em um outro canto James estava do mesmo jeito que antes, quando estavam na sala de McGonagall; sentado e olhando para o nada. Mas dessa vez, Dominique decidiu ir até ele.

— Você está bem? — “É claro que ele não está bem Dominique. Sua burra, estúpida.” Ela falava para si mesma em sua própria mente. James olhou-a com cara de poucos amigos

— Eu não sei. Qual seu palpite? — James respondeu, rudemente. Dominique suspirou. Naturalmente ela ficaria irritada com sua resposta, mas aquela situação era diferente. Muito diferente.

— Olha... — Dominique se agachou na frente dele, pegando suas mãos. — Eu sei que parece que você está em um beco sem saída. Mas vai melhorar. Eu juro.

— Tanto faz. — Resmungou. Dominique soltou suas mãos e se levantou, beijando o topo da cabeça de James e saindo dali.

Ela nunca pensou que passaria por uma situação assim. Tia Ginny era, definitivamente, a melhor tia de todas. Era a única que compreendia o temperamento de Dominique e não a tratava diferente dos outros sobrinhos. E o pior era que pelo o que tio Harry falara, ela estava caminhando normalmente quando um raio verde atingiu ela segundo alguns trouxas – os quais os aurores tiveram que apagar a memória – que estavam ali perto. Avada Kedavra. Mas quem faria aquilo? Essa era a questão; ninguém sabia. Ninguém viu nada.

Harry e Rony não estavam apenas tristes como estavam com raiva. Com dúvidas. E na verdade, à medida que o tempo passava, o resto da família estava ficando assim também. Todos queriam saber o que acontecera. Era tudo muito estranho.

— Ei, Harry. — Angelina começou a falar, enquanto a família toda almoçava no outro dia. — Você não... Você não acha estranho a Ginny morrer logo quando você estava trabalhando naquele caso da filha da Bellatrix?

— Eu não sei, Angie. Eu não sei. — Harry respondera bufando, e começou a massagear as têmporas. — Só sei que não quero pensar nisso agora, está bem?

Ninguém falou mais nada durante o almoço, e nem durante a tarde. Harry, vovó Molly, vovô Arthur e alguns irmãos Weasley foram resolver algumas coisas para o funeral enquanto os filhos e as esposas ficaram n’A Toca, não fazendo nada. Dominique decidiu ir dormir.

Mas ela não conseguia. Ela ficava olhando para o teto, e quando fechava os olhos, pensava no estado de James. Quando fechou de novo, viu o sorriso de Jade momentos antes de Fred anunciar a morte de Tia Ginny. Espere... O sorriso de Jade! “Você vai descobrir logo” e tio Harry trabalhando em um caso de Bellatrix Lestrange. Ela teria que contar para Harry. Não importava que aquilo fosse um segredo que Jade confiou em Dominique para guardar; a vida dos Weasley poderia estar em jogo.

Dominique levantou-se da cama correndo, mas no mesmo momento em que colocou a mão na maçaneta Albus abriu a porta e apareceu com o rosto tão apreensivo quanto antes.

— Dominique... É o James. Ele sumiu. — Ele disse, pálido. Dominique arregalou os olhos e olhou para a janela. Já era de noite. Mas muito de noite mesmo. Quanto tempo será que ela estava naquele quarto?

Sem nem prestar atenção no que os outros falavam, ela saiu correndo d’A Toca e aparatou.

Caldeirão Furado; 6 de Dezembro de 2022; 3h09min AM

Dominique já estava suando. Não sabia se era de nervosismo ou se era de cansaço de procurar James. Finalmente, ela deu uma parada no Caldeirão Furado para pegar uma água. Ela olhou para o relógio; três da manhã. Ótimo. Fazia mais de um dia que ela não dormia, e provavelmente não iria conseguir até que o funeral terminasse no fim do dia que estava por vir.

Assim que ela chegou ao balcão para pedir água, ela ouviu alguns gemidos. Pensava ser um casal se pegando no bar, mas com a sua enorme curiosidade ela se virou e viu James jogado em um canto rodeado de garrafas vazias. Ela correu até ele, tirando as garrafas de perto e tirando a que ainda estava cheia de sua mão.

— Não! Eu... Eu p-preciso d-d-disso! — Ele gritava e soluçava, tentando alcançar a garrafa que agora estava na mão de Dominique. Ela colocou a garrafa no balcão.

— Isso só vai piorar as coisas, Jay. Venha comigo. — Ela estendeu a mão, esperando que James a pegasse. Mas ele não o fez. Ao invés disso, ele começou a balançar a cabeça negativamente e a chorar desesperadamente.

— Eu quero ela! Eu quero a minha mãe... Eu quero... Não. Ela não pode... Ela não está! — Essa cena fez Dominique começar a chorar. O sofrimento de James era inegável. Ele amava a mãe mais do que a própria vida. Mesmo com a aparência de badboy, por dentro havia um garoto que amava a família incondicionalmente e faria de tudo para protegê-la.

— James, por favor. — Dominique dizia, agora entre lágrimas e tentando puxá-lo. — Nós precisamos ir. Por favor... Por favor.

—Não, não, não! — Ele gritava em meio ao choro frenético. Dominique sacou a varinha e apontou para o primo.

— Me desculpe por isso... Petrificus Totalus.

Mesmo imobilizado, James parecia mais pesado ainda. Dominique tentou, tentou, tentou, até conseguir apoiá-lo em suas costas. Assim que conseguiu, ela apartou de volta para A Toca.

A Toca estava muito quieta; alguns ainda estavam procurando por James, outros foram dormir – ou tentar dormir. Isso facilitou para Dominique desfazer o feitiço e levar James para tomar banho. Ele passou praticamente todo o banho desmaiado, e Dominique teve que ter cuidado redobrado.

Ela o levou até o quarto dele, e ele acordou logo quando ela ia tapando-o com as cobertas. Ela abriu um sorrisinho.

— Vai ficar tudo bem. — Sussurrou, beijando sua testa. Assim que se virou para sair dali, ele pegou a mão dela.

— Você pode ficar aqui, comigo? — A voz de James era fraca e trêmula. Provavelmente não voltara a estar cem por cento são, mas seus olhos faziam parecer com que ele realmente queria que Dominique ficasse.

— Claro que posso. — Ela se virou, com outro sorriso reconfortador. Dominique deitou-se ao lado dele, e James assentiu. — Sempre.

James Sirius adormeceu muito rápido, mas Dominique não conseguiu dormir. Ela estava preocupada com muitas coisas para conseguir dormir. Ela ficou fazendo cafuné no garoto a noite toda, com milhões de pensamentos em sua mente, até conseguir cochilar por uns 30 minutos.

E sim, foi um cochilo muito rápido. Poderia ter durado mais caso Fleur não tivesse aparecido na porta gritando, completamente furiosa.

— Dominique! — Era tudo que ela conseguia gritar, diante da cena que seus olhos demonstravam; sua filha na cama com o próprio primo que estava sumido na noite passada.

— Mãe, fica quieta! Você vai acordá-lo! — Dominique sussurrava, mas um sussurro audível o bastante para a mãe ouvir.

— Eu não consigo acreditar... Ugh, você vem comigo! — Ela agora sussurrava também, mas completamente furiosa. Fleur pegou Dominique pelo pulso e a puxou até os fundos d’A Toca e chamou o pai de Dominique, Bill. A irmã ouviu, mas não foi convidada para o assunto; mesmo assim, ela observava a conversa da família de longe.

— Que pouca vergonha, Dominique! Você estava se aproveitando da vulnerabilidade do seu primo... Nunca pensei que fosse ser assim. — Fleur voltara a falar. Dominique cruzou os braços e revirou os olhos. Ela virou as costas, mas Fleur voltou a gritar. — Não se atreva a virar suas costas para sua mãe, Dominique Charlotte Weasley!

— Você quer saber o que aconteceu, mãe? O que realmente aconteceu? — Ela se virou novamente, olhando para a mãe com raiva. — Pois bem, eu vou te contar o que aconteceu. Eu encontrei-o no Caldeirão Furado, bêbado e sozinho. Ele estava desesperado, e eu o levei para cá. Aproveitei que estavam todos dormindo ou tentando procurá-lo e o ajudei, porque garanto que se estivessem todos n’A Toca fariam um escândalo e o assustariam. Mas não espero que você entenda, mãe, o desespero total. O sofrimento.

— A mãe dele morreu, Dominique!

— Exatamente, mãe, a tia Ginny morreu. E você quer saber? Ela era maravilhosa. Foi uma mãe melhor para mim do que você foi. Pelo menos ela não agia como eu fosse invisível, uma vergonha!

— Pois você é uma vergonha, Dominique! Você é uma cobra, você é venenosa e uma vadia. Sim, uma vadia, eu sou capaz de chamar a minha própria filha de vadia! Você perdeu a virgindade com treze anos. Como eu posso saber que não está mentindo sobre ter dormido com James?

— Mas eu dormi com o James sim, mãe. Mas não no sentido “malicioso”, e sim de ficar na cama ao lado dele e tirar a soneca enquanto cuido dele. E sim, eu não nego, eu perdi a minha virgindade com treze anos, mas não do jeito que você pensa! Quando eu cheguei em casa e Victoire viu um pingo de sangue na minha coxa e a minha aparência bagunçada, ela foi correndo contar para vocês dois que eu tinha perdido a minha virgindade, certo? Porque ela é a minha irmã mais velha e ama me ferrar. Pois bem, eu perdi a minha virgindade. Mas eu fui estuprada, mãe, estuprada! — A este ponto, Dominique começou a chorar ao se lembrar do acontecido. — Eu estava com James e Fred e eu acabei me perdendo deles e acabei em um beco escuro. Um trouxa chegou até mim e me estuprou. Eu tentei me proteger, eu juro! Mas ele era muito forte...

— Dominique... Eu... — Dominique começara a correr para longe da mãe, e ela tentou alcançá-la, mas não conseguiu. Ela, então, foi até o marido e se abraçou nele, começando a chorar.

**

Dominique não conseguia fazer nada a não ser derramar muitas lágrimas no seu travesseiro. Era isso que acontecia quando ela lembrava do pior dia da sua vida. Ela queria alguém ali, para acalmá-la e fazê-la esquecer daquilo... Mas só James e Fred eram capazes daquilo. Ninguém mais.

— Noc noc... — Victoire aparecera na porta, com uma expressão misturada entre tristeza e vergonha.

— Vá embora. — Dominique respondera, revirando-se na cama. Victoire entrou no quarto e sentou na cama de Dominique.

— Você esqueceu que estamos dividindo o quarto? Olha, eu só vim aqui dizer que eu sinto muito. Eu era jovem e burra e egoísta e tinha muito ciúmes de você porque você era bonita e mamãe e papai te amavam. Eu... Eu nunca poderia imaginar uma coisa dessas.

— Mais alguma coisa? — Dominique resmungou.

— O funeral da tia Ginny começa logo. — Victoire suspirou. — Melhor ir se arrumando.

Dominique suspirou e assentiu, e abraçou a irmã antes de ir.

— Eu te perdoo. — Ela disse. Vicitoire abriu um sorriso, beijou a testa da irmã mais nova e saiu do quarto, deixando a irmã sozinha.

Dominique se arrumou, e colocou um vestido preto e comprido, sapatilhas e um véu preto. Ela foi com James para ter certeza que ele ficaria bem, e o garoto consentiu.

Cemitério Witchcraft; 6 de Dezembro de 2022; 5h10min PM

O cemitério estava cheio de gente. Imprensa, fãs da época que ela jogava quadribol, ex-colegas de Hogwarts, ex-colegas de trabalho... Ginny era adorada. Além de ter sido uma das principais figuras da Segunda Guerra Bruxa e a esposa do famoso Harry Potter, ela era carismática e forte e todos a admiravam por causa disso.

Os pensamentos de Dominique voltaram, então. Jade e sua família. Ela olhava para tio Harry que estava na frente dela, que estavam do lado do cemitério. Os braços de Dominique estavam cruzados com os de James e ele notou a distração da prima.

— Você está bem? — Perguntou ele, tentando não chorar ao ver o corpo morto da mãe na sua frente.

— Sim, sim eu estou. — Ela disse, suspirando e assentindo. Logo, ela olhou para ele. — Eu só preciso falar com o seu pai, está bem?

James assentiu, e Dominique se soltou dele, indo até o seu tio. Ele estava com os olhos fixos no corpo falecido da esposa, mas ele estava com a cara pensativa. Nem prestou atenção nos cutuques que a sobrinha dava em seu ombro.

— Tio Harry, e-eu preciso falar com você. — Finalmente, ele olhou para Dominique. — É importante. Não sei se você lembra daquela minha amiga... Quer dizer, ex-amiga, Jade Brusqué, certo? Pois bem, acho que ela e a sua família não tem não só a ver com o caso de Bellatrix Lestrange, mas também com a morte da tia Ginny.

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Notas finais do capítulo

Sim, eu inventei o cemitério. Sim, eu sou má. Sim, eu provavelmente, fiz vocês sofrerem. Mas hoje me deu O ataque de inspiração e boa parte (não todo) desse capítulo foi escrito nesse domingo. Quem será que matou a Ginny? Qual será o destino de James e Dominique? Quem será a família da Jade? Espero que tenham gostado e por favor, deixem reviews, eles me fazem mais feliz :c



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