Maré Alta escrita por Dobrevic


Capítulo 17
All I want is you - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores. LEIAM: Aproveitem e desfrutem desse capítulo super meiguinho pra vocês, pq é o último da primeira temporada. Sim, primeira temporada. Eu achei que ia conseguir terminar rápido a história, mas as minhas ideias estão se estendendo e eu sempre quis uma segunda temporada de alguma história minha, to feliz de verdade opaSAOPksopakSas me abracem ♥
Prometo fortes emoções na segunda temporada, as coisas vão começar a acontecer pra valer. Peço a todos que estão lendo paciência comigo, e que não me abandonem nessa linda jornada. As vezes é mais complicado do que as pessoas pensam, escrever, tentar ser uma boa e amadora escritora, tentar escrever certinho e dar surtos quando vê que tá errado, correr no google pra pesquisar uma palavra, descobrir seu significado e mergulhar fundo com ela na história. Ter todo um filme montado na sua cabeça, e tentar colocar cena por cena em um Word...Sim, não é fácil. Na verdade, é insuportável, há momentos em que dá um branco e bate um desespero só de saber que o post vai sair demorado. Mas vale a pena, mesmo que alguns tenham preguiça de comentar e sejam uns eternos fantasmas, fico feliz por acompanharem e agradeço de coração a quem lê, e de qualquer forma, aos que acreditam em um final bonito pra essa história. Sem mais delongas, desejo a todos uma boa leitura e que gostem. Até as notasssss



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Realmente era tudo que eu precisava agora. É idiota, eu sei, mas morro de medo de ficar no escuro sozinha, sem enxergar um palmo a minha frente. Ouvi passos na escada e me perguntei como ele poderia estar enxergando alguma coisa.

– João? – Perguntei hesitante.

– Quem mais seria? O lobo mal vindo diretamente da floresta? – Zombou.

– Não precisa ser grosso, só me assustei – Disse baixo.

– Desde quando você tem medo do escuro? – Ele disse normal, mas com certa curiosidade escondida.

– Desde quando você sabe sobre meus medos? – Rebati.

– Ok, aí está você – Senti uma luz forte no meu rosto que me cegou, empurrei com a mão e ouvi cair – Deixa de ser destruidora, é só uma lanterna.

– Que você colocou bem no meu olho enquanto tudo que eu via era o escuro. Leva uns segundos até eu me acostumar, sabia? Qualquer pessoa normal demora a se acostumar – Resmunguei.

– Foi mal, chega pra lá – Senti-o empurrar minhas pernas e o sofá afundar levemente quando ele sentou.

– Deixa de ser abusado – Ergui meus pés mais uma vez jogando sobre as pernas dele.

Ele segurou alisando levemente e eu me arrepiei, mesmo no escuro pude ver seu sorriso com os olhos já pouco acostumados a falta da luz.

– É agora que a gente conversa sobre você estar me ignorando? Que finalidade você espera ter com isso? – Ele disse e eu estremeci. Agradeci mentalmente ele não estar vendo meu rosto.

– Não to te ignorando – Disse vacilante.

– Não? Tem certeza? – Ele suspirou alto – Então porque você tem me ignorado quando passa por mim pela casa ou quando eu to na sala junto com você? Ou então quando eu chego e você sobe sem se quer disfarçar. Várias vezes durante a janta quando eu chego ouço você dizer pra Dorota que perdeu a fome, mas eu e ela sabemos que não é isso.

– Não é bem isso João... – Minha voz saiu num sussurro e ele me interrompeu.

– Malu, eu não sou criança. E também não sou seu brinquedinho que você usa quando quer, beija, xinga, bate e depois resolve não querer mais. Acho que a gente já passou dessa fase, não é?

– Eu não to brincando com você! – Exclamei puxando minha perna e me sentando de frente pra ele, meus olhos se adaptaram ao escuro e mesmo não enxergando bem, seu olhar brilhava esperando uma resposta. – Eu só queria um tempo sozinha! – Sabia que essa desculpa não iria funcionar, mas não tive tempo pra pensar em nada melhor.

– Um tempo o que? Semanas? E se não tivesse faltado luz e eu estivesse aqui agora, esperaria um ano até que pudesse pedir divórcio? – Sua voz saiu amargurada e eu engoli a seco.

– João... – Perdi a fala sem acreditar que era aquilo que ele estava pensando.

– João o que Maria Luiza? Você tá me deixando maluco! Me faz achar que entendo sobre você e daí você muda de repente. E me ignora como se eu fosse um desconhecido, e não faz questão de fingir. O que quer que eu pense? – Ele sussurrou com raiva a última parte e meus olhos marejaram – Eu sei que você não tá feliz, mas você acha que eu estou? E você tá tornando tudo mais difícil a cada dia – Disse enquanto se acalmava.

Respirei fundo deixando sair um sussurro – Desculpa – Esperei longos segundos e ele não falou nada, tomei iniciativa e continuei – Desculpa por ser assim. Por não saber o que fazer depois de ver minha melhor amiga beijando um cara que tenho um tombo enorme, por não saber lidar com isso. Tava tudo bem, até a Angelina me fazer beijar o Matt, e ele tem me ignorado durante semanas e isso tá me deixando maluca – Desabafei escutando a respiração dele fraca, enquanto a minha gritava – E não sei o que fazer em relação a você! Nunca foi assim João. Eu nunca me senti tão fodidamente atraída por alguém como me sinto por você, e isso me dá um medo enorme porque me sentir assim dá vontade de me entregar, e não vale a pena. Eu já fiz isso uma vez e você me decepcionou, e você vive me decepcionando e isso dói tanto, me corrói tanto que eu prefiro simplesmente ignorar, deixar como está porque com certeza é melhor que nada. – Não sei de onde veio minha coragem, mas acho que o escuro ajudou. Só de não ter ele me encarando, por mais que seja isso que ele está fazendo agora, só de não ver o rosto dele com clareza, me faz conseguir clarear meus pensamentos.

– A Mel me disse que você tem ignorado ela – Ele disse com a voz fraca e eu fechei os olhos com força. Praticamente me declaro pra ele e isso é tudo que ele diz.

– Sim, tenho. E você pelo visto não – Tentei esconder a decepção na minha voz por saber que eles se falavam.

– Não vejo o porquê de fazer isso. E também não entendo como você pode ser tão tola a ponta de achar que eu trocaria você por ela – Ele disse com a voz um pouco abalada.

– Não é questão de trocar – Eu disse seca.

– Não é questão de ela ser sua melhor amiga. Foi um jogo, você sabe que não foi por vontade própria. E você continua sendo tola por não perceber meus olhares, gestos, cuidados, desejos em relação a você. – Engoli a seco.

– Não dá pra perceber quando tudo que você faz é me magoar.

– Eu não sou perfeito, Malu – Ele disse num tom sério – E não faço esforço pra ser, você precisa me aceitar desse jeito, não é como se pudesse me mudar.

– Não quero te mudar. Você só não corresponde as minhas expectativas. Num dia a gente quase vai pra cama – Eu disse relutante – E no outro você tá se agarrando na sala com aquele projeto – cerrei os dentes – de vadia – Estava falando baixinho – Não quero que você mude, quero que tenha pelo menos um pouco de respeito. Eu sei que não somos casados por amor, mas... – Perdi as palavras no meio da frase quando senti o João engatinhar em cima de mim e se ajeitar com os braços em minha volta, se apoiando com o cotovelo sem depositar peso.

– Mas tudo que eu quero agora é você, e eu não sei como demonstrar – Ele sussurrou e eu senti seu hálito quente alcançar minha bochecha. Ele estava perto demais.

– Tenta – Sussurrei com dificuldade.

SoundTrack - Clica

Tarde demais para voltar atrás, ele deslizou uma das mãos por dentro da minha blusa alisando minha cintura, pairando nas minhas costas. Ele se ergueu com um misto de carinho e desejo nos olhos e minhas mãos já tentadas a puxar seu cabelo se direcionaram até sua nuca, enrolando meus dedos em seus fios loiros e trazendo sua cabeça em direção a minha. Primeiro nossos narizes se tocaram, em seguida, ele deslizou os lábios para minha bochecha roçando levemente, fazendo um caminho de beijos até meus lábios, onde ele mordeu meu lábio inferior e pediu passagem com a língua, suspirou de alívio quando concedi. Era estranho e calmo, chegava a ser absurdo a forma com que ele me fazia sentir em relação à gente. Porque mesmo sabendo que é errado, eu não queria parar. Eu podia sentir nossas línguas sincronizadas em perfeita sintonia, nossos corpos correspondiam um ao outro, por mais incrível que pareça, com cuidado. Nos afastamos pela falta de ar mas continuamos com os lábios colados. Quando um clarão provocado pela chuva ultrapassou a janela, pude observá-lo melhor. Seus olhos estavam impassíveis, sua mandíbula relaxada e seus ombros que estavam sempre tensos estavam relaxados também.

– Ei, vamos subir – João disse enquanto saia de cima de mim e se levantava com a lanterna, não sabia se agradecia ou se ficava decepcionada. Era realmente bom estar em seus braços. – Me abraça por trás que eu te guio.

Eu sabia que era proposital, porque assim que mais um clarão bateu, notei que ele estava sorrindo. Não sei se por impulso ou vontade própria da minha boca, eu sorri também o abraçando. Subimos as escadas em meio a tropeços e algumas risadas. Fiquei surpresa comigo mesma por pela primeira vez, estar rindo de alguma coisa sozinha em casa com o João. Isso me causava arrepios.

PVO João Miguel.

Malu estava dando gargalhas tão gostosas de ouvir que eu não estava preocupado se a piada estava ruim demais, ou idiota demais, era bom vê-la sorrindo. Me dava paz fazê-la sorrir. Quando cheguei à frente da porta do quarto dela, empurrei apontando a lanterna pra cama.

– Está entregue, donzela – Seus braços me soltaram e eu a abracei de frente colocando mais uma vez a luz no seu olho.

– João, deveria ser crime fazer isso – Ela resmungou tentando se soltar, sem sucesso.

– Que tal Miguel? – Odiava meu primeiro nome, isso não era novidade pra ninguém. E só ela me chamava assim. E às vezes, meu pai e a Dorota.

– Sabe que não gosto. Sou acostumada a te chamar de João e sinceramente, te dá um ar mais sério – Sorri com o que ela disse quando deslizei minhas mãos pra frente da sua barriga fazendo cócegas na mesma, ela me xingava de todos os nomes possíveis até tentar se esquivar e cair na cama.

Junto comigo.

– Porr..HAHAHA Me solta por favHAHseuHAHAHviadAHA JOÃO – Ela não sabia se ria ou se mandava eu parar, daria tudo pra ver as bochechas dela agora. Essa porra de luz que não voltava. Entre risadas, parei as cócegas e ficamos os dois nos recuperando dos risos até sobrar só o silêncio.

– Dorme comigo. – Malu disse rápido, olhei pro lado onde ela estava olhando pro teto e ergui as sobrancelhas.

– Que?

– Dorme comigo – Ela repetiu calma e serena.

– Não, eu entendi. Só queria ter certeza de que escutei certo.

– Não gosto de ficar no escuro... Sozinha. Prometo que não vou te arrancar pedaço – Ela disse zombando.

– Não me importo se arrancar – Descontraí enquanto nos ajeitávamos na cama, com o edredom nos cobrindo e ela de frente pra mim, sorri pensando em como essa cena deveria estar bizarra.

– No que está pensando?

– Não vai querer saber – Relaxei puxando seu corpo pra mim.

– Eu to perguntando, não to? Vai, conta logo – Disse enquanto se aninhava em meus braços.

– É só que eu nunca deitei numa cama com uma garota só pra dormir – Com o corpo praticamente colado ao meu, senti seu corpo se retrair – E eu to feliz que você seja a primeira, exclusivamente, porque desde o inicio essa era a nossa cama.

– Estou feliz que esteja aqui – Ela disse por fim parecendo sincera.

– Estou feliz por você me deixar ficar – Confessei deixando o silêncio tomar conta de nós. Fazia um tempo que eu não dormia tão tranquilo como hoje, por um segundo, pensei que talvez, a Malu pudesse ser meu ponto de paz.

E sem querer, ela era.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo uahuauahuah E aí, curtiram? deixa um coments especial de último capítulo. Sério, vcs são demais! Nos vemos em breve, na segunda temporada de Maré Alta.

"Torço pela gente porque acredito que não se deve desistir do amor enquanto ele ainda é amor."



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