P O V JEN

–Mas que porra é você?!? -pergunta a vampira com sua voz falhando devido a pressionada que eu estava fazendo sofrer.
–Vocês monstrinhos são tão criativos quando se tratam de perguntas. -digo sarcasticamente me aproximando dela. -Um passarinho me contou que você saiu há pouco e tem informações do Purgatório.
–Quem te contou isso? -ela pergunta se rebatendo tentando se soltar.
–Não importa quem contou isso, já morreu mesmo! -estalo os dedos e um de seus olhos lhe é arrancado, a vampira grita de dor. -Agora fique quietinha aí e me diga o que eu quero saber Terry, posso te chamar assim né?
–PUTAAAAA! -ela grita se agoniando. -O QUE VOCÊ QUER SABER?!?
–Bem...quero um jeito de poder entrar e sair quando eu quiser do purgatório.
–Eu sei que existe um feitiço para fazer isso, mas não me pergunte como fazer por que eu não sei.
–Não sabe? -estalo os dedos e sua mão é arrancada, ela grita mais de dor. A porta do quarto se abre e uma faxineira e um segurança adentram assustados com essa cena.
–DIOS MIO! -grita a faxineira já chorando e logo começa rezar. Rolo os olhos e num outro estalo de dedos seu pescoço é cortado. O segurança apavorado sai correndo pelo corredor, mas eu estalo os dedos novamente e faço suas vértebras se quebrarem. Miro a vampira e ela estava praticamente chorando com seu olho que restava e o na órbita vazia escorria muito sangue.
–Podemos continuar não é? -estendo a mão e a porta volta a se fechar. -Você sabe agora?
–Eu juro que não sei, mas eu conheço alguém que sabe.
–Lá vem! Vai repassar para outro monstrinho. Desembucha!
–Seu nome é Benny, um vampiro, ele ainda está no purgatório, mas eu ouvi dizer que um humano vai traze-lo essa noite.
–Humano?
–Sim...-ela diz gemendo de dor. -Um tal de Winchester.
–WINCHESTER! -digo espantada. -Dean Winchester? -ela assente. Dou uma pausa e uma volta pelo quarto. Meu coração disparado me faz suar frio. -E por que um humano tiraria um vampiro que sabe o feitiço para sair?
–Bem...-ele respira fundo. -Benny fez o feitiço para eu sair e os ingredientes se esgotaram para fazer para ele, e existe um portal no purgatório para humanos que leva até uma mata.
–Onde fica essa mata?
–Não muito longe daqui. -ela diz com a voz falhando, em seguida me explica como chegar até esse portal. -Agora você pode me matar? Não quero ser uma vampira caolha e sem uma mão!
–Como queira...-digo mirando minhas unhas. -Mas como você me foi útil eu até poderia te curar e...
–Você pode me curar?
–Claro querida! Mas se eu fizer isso vou querer algo em troca.
–O que você vai querer?
–Nada demais, só quando eu precisar de uma ajudinha você vai ter que estar disposta, se não... -faço um gesto de cortar garganta. -ou então...-um passarinho passa pela janela e num estalo de dedos ele se explode. -Você escolhe.
–Tudo bem...-ela responde assustada.
–E se por acaso eu descobrir algum complô contra mim farei coisas piores. -gargalho e estalo os dedos a fazendo cair da parede chorando de dor, me aproximo e encosto minha mão em sua cabeça, ela recua assustada mas logo retorna, e então me concentro e é curada.
–Não farei...-ela murmura ajoelhada olhando para baixo.
–Então tchauzinho Terry! -digo e em seguida me tele transporto para perto hotel do Sam. Olho para as minhas roupas e vejo muitos respingos de sangue. Bosta! Vou ter que conseguir outras roupas.
Pego no meu bolso e vejo dinheiro, bastante dinheiro, aquele que peguei de uma mulher. Num piscar de olhos apareço num centro comercial, entro numa loja e dessa vez compro as roupas(1), não to muito a fim de policia atrás de mim, se as pessoas que não estiverem me encarando não chamar. Sujar a roupa com sangue chama muita a atenção. Me tele transporto para um hotel qualquer e para um quarto vazio, tomo um banho para me livrar desse cheiro de carniça e me visto. Rapidamente saio daqui e vou para o lado de fora do hotel, olho ao meu redor e percebo que o sol já está se pondo, o que significa que uma visita ao Sam está fora de cogitação.
Me tele transporto para o lugar que Teresa disse que abriria o portal, espero que seja verdade mesmo, espero que ela não me faça me arrepender de deixa-la viver, mas se caso acontecer eu volto e acabo com ela de modo vagaroso e sangrento. Aqui estou eu, vejo uma mata com uma trilha, e iluminando a escuridão causada pela noite uma fogueira feita por um casal que estão acampando. Me escondo atrás de algumas arvores.
Depois de muitos minutos, quase horas, minha paciência estava quase se esgotando e meu sangue já estava fervendo de ódio daquele vampira mentirosa. Quando me preparo para me tele transportar uma luz levemente azul começa a surgir e fica mais forte me fazendo cobrir meus olhos, os reabro e vejo o Dean. Meu coração instantaneamente dispara e meus olhos começam a arder por segurar as lágrimas. Ele segura uma espécie de facão, suas roupas e seu rosto muito sujos, barba não feita e expressão de alívio e raiva ao mesmo tempo. O casal saem da barraca e o encaram assustados e ficam paralisados, Dean pega uma pá ao lado da fogueira e continua caminhando.
Onde está o tal vampiro Benny?
Me escondo mais entre as arvores e Dean passa, noto que em seu braço, perto de seu pulso está um pouco inchado e há uma luz branca.
Ainda dentro da mata o sigo sorrateiramente até chegar a uma área de campo aberto com um grande depósito de água feita de madeira. Dean começa a escavar o que parece uma cova, e depois de algum tempo ele para e faz um corte no pulso com a luz, e a derrama dentro da cova, e num piscar de olhos um homem aparece ao seu lado, eles se entreolham e se abraçam.
–Cada um segue seu caminho agora... -diz o homem, ele deve ser o Benny!
–Claro cara! Valeu...
–Hey Dean! -digo me aproximando. Ele estremece e seus olhos ficam vermelhos, prestes a escorrer lágrimas. Benny me mira confuso e depois ao Dean.
–J-Jen?!? -ele gagueja e em seguida começa a fazer um exorcismo. Reviro os olhos.
–Mas que droga, eu não sou demônio!
–Mas c-como?
–Depois eu te falo...Cade o Cas?
–Ele...ele não conseguiu. -ele responde fitando dentro de meus olhos. -E o Sammy?
–Eu te levo até ele. -olho para o suposto Benny. -Oi... é
–Benny. -ele estende a mão e eu o comprimento.
–Jennifer.
–Falou então Dean! -ele dá mais um abraço e acena para mim em forma de despedida, em seguida se vira e começa a caminhar, o observamos até ele sumir de nosso campo de vista.
–Jen, como que você sabia que eu estaria aqui? Como que você está aqui? Onde você estava todo esse tempo? O que aconteceu? -ele continua com um monte de perguntas.
–Calma! Depois nós vamos conversar ok? -ele bufa e se aproxima para me abraçar e eu o paro. -Acabei de comprar essas roupas, não me suje! -digo. Ele rola os olhos e ri.
–Jen você pode me fazer um favor?
–Claro!
–Por favor não fale nada para o Sam do Benny ta?
–Por que?
–Bem...é...que...-ele se atrapalha nas palavras.
–Porque você virou amiguinho de um vampiro e o Sam não ia gostar disso não é?
–Que? -ele pergunta. Claro que ele me ouviu, mas ele parecia querer ter certeza do que ouviu. -Como que você...-ele se interrompo e fica me encarando surpreso. -Ah esquece...cade o Sammy?
–Bem aqui! -toco seu ombro e nos tele transportamos para o quarto do hotel, que estava escuro. Sam estava deitado virado de costas para nós.
–C-como que você fez isso? -pergunta Dean abismado.
–Eu sou demais!
–Dean?!? -chama Sam assustado e com a voz tremula se levantando da cama. Ascendo a luz.
–Sammy!!! -eles se abraçam e quase choram. -Bom te ver maninho!
–É o que eu diga! -diz Sam sorridente. -Onde é que você estava?
–Num lugar chamado purgatório...
–E o Cas?
–Ele...ele...ele não conseguiu.
–O que? -pergunta Sam indignado. Dean o mira com mais lágrimas nos olhos.
–Bem, eu vou deixar vocês conversarem, depois eu volto...-digo dando uma leve batida nos ombros deles.
–Espera! -Dean me interrompe. -Onde que você estava todo esse tempo?
–Passando umas férias na infernolândia. -digo forçando um sorriso. -Agora adeuzinho!
–Mas Jen, -começa Sam.-como que você encontrou o Dea...-antes que ele termine eu me tele transporto para o lado de fora do hotel. Preciso pensar numa resposta para isso. Como que vou explicar como eu sabia onde Dean ia estar? Me concentro e localizo aquele vampiro Benny e em um piscar de olhos apareço num porto de embarcações. De longe vejo sua silhueta encostada num poste de iluminação e fico pensando em uma maneira de aborda-lo e arrancar as informações que eu tanto desejo (eu tanto desejo? Crowley que deseja isso, e não você Jen!) sem parecer muito suspeito, para que ele não conte ao seu BFF Dean. Mas com certeza vai parecer super suspeito. Fico mais alguns minutos refletindo até decidir ir até Terry.
Olho ao meu redor e vejo que estou num beco de uma rua escura e com cheiro de urina seca. Vejo ao fim, perto do muro de um velho prédio Teresa sugando um homem, uma cena que me deixa enojada. Me aproximo e digo disfarçando minha expressão de repugnância com uma de irônica:
–Olá cara amiga! - ela me mira com raiva e medo.-Vamos comigo, tenho um servicinho para você!

P O V DEAN

Não basta meu corpo estar todo ferrado de ter suportado a constante luta com almas de monstros no Purgatório e minha mente estar ferrada pelo lance do Castiel, era para ele passar ao portal junto comigo e a alma de Benny no meu braço, mas nos últimos segundos, o momento que o portal estava se fechando, ele não conseguiu passar, ele não alcançou minha mão. Droga! Essa cena não para de rodar na minha cabeça. E mais uma coisa para acabar comigo agora é a Jen. Pelas minhas contas já se faz dois anos que ela se foi, e do nada ela aparece bem onde abre o portal para a saída de humanos. E para me deixar ainda mais intrigado ela se esquiva das minhas perguntas e usa sem esforço seus poderes para nos levar até o Sammy. Não que eu não tenha gostado de ver ela, na verdade eu amei, sentia tanto a falta dela, mas que é estranho é.
Tomo um banho quente e delicioso que relaxa toda a minha tensão, faço a barba e troco minhas roupas e me jogo no sofá, já que nesse quartinho só tem uma cama e Sam estava sentado nela.
–Como que a Jen te achou?
–Eu não sei, eu estava...-dou uma pausa. -estava saindo daquela mata e ela simplesmente apareceu na minha frente e me trouxe até aqui.
–Não sabe de mais nada? -ele continua desconfiado.
–Não cara. Mas me diz uma coisa Sammy, você me procurou né?
–Eu tentei, -ele desvia o olhar. -mas parei...parei com tudo.
–Você parou de caçar? -pergunto indignado, mas não surpreso. Por que eu não to surpreso?
–Bem...
–Parou porque? Por que se livrou de mim -meu tom de voz começa a alterar. -daí você pode ficar com a Jen em paz não foi?
–NÃO! A Jen só volto há uns três dias!!! -ele responde irritado. -Por que você ta falando isso? Eu só tava cansado dessa vida e uma vez você disse que se acontecesse alguma coisa era para seguirmos em frente, e foi isso que eu fiz, segui em frente.
–Entendi Sammy, você conheceu outra garota! -ele me encara com seus olhos brilhando. -Ha foi isso! Você conheceu outra garota! Porque a Jen não te deixaria parar de caçar e todas essas coisas. E como que ela reagiu quando soube da sua nova namoradinha?
–E-ela é...e-eu já terminei com a Amelia e...
–Você tem certeza? -pergunto debochado.
–Por que ta se importando tanto hen Dean? Eu acho que esse assunto é pes...
–Ok Sammy, eu to meio cansado agora pra aguentar essas suas crises. -coloco minhas mãos no rosto e massageio. Sam se levanta.
–ESCUTA AQUI DEAN.–ele puxa forte um dos meus braços, me levanto rapidamente. -Eu estava completamente sozinho no mundo, eu fui abandonado e eu tinha que seguir com a minha vida... você teria feito o mesmo! -ele diz e dá uma pausa para segurar o choro.
–Sammy eu só...-digo com o tom de voz mais baixo. -só quero que você não faça besteira para perder a Jen, porque garota como ela não se encontra em qualquer lugar...
–Ok Dean, valeu pelo conselho. -responde ele ironicamente colocando seu casaco.
–Onde você ta indo?
–Para um lugar que eu consiga pensar sem que alguém fique me azucrinando. -ele abre a porte e depois que sai a bate.