Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 33
33




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P O V JEN

Eu não sei quanto tempo realmente se passou, mas aqui nesse lugar terrível, o inferno, parece ter se passado uns duzentos anos.
No começo eu era uma pobre alma sendo torturada, mas agora já me perdi nas contas de quantas pobres almas eu já torturei junto ao Crowley e a outros demônios. As primeiras coitadas que eu feri eu me sentia muito mal, tinha vontade de sumir, de me destruir por ser um monstro horrível, mas depois de algum tempo esses sentimentos desapareceram, mas não posso negar que as vezes eu ainda sinto remorsos. Se eu dissesse que eu não gosto do que faço seria mentira, porque eu me sinto bem em torturar e fazer os outros sofrerem, me sinto satisfeita e contente, me sinto poderosa e me sinto viva. E além disso nunca mais vi Lúcifer, o que me deixa melhor ainda.
Há um tempinho atrás, uma coisa me aconteceu que achei super estranho. Eu estava torturando uma alma como qualquer outra e de repente meus ombros começaram a arder como se estivesse sendo queimados, quando essa sensação parou apareceram temporariamente marcas de duas mãos. Isso nunca saiu da minha cabeça, eu ainda preciso descobrir o que é, já está até na minha lista de coisas a fazer, que inclui a "grande missão" que Crowley vai me dar. Mas para que eu possa voltar tenho que completar um ciclo de torturas num corredor na ala oeste.
Me tele transporto para o tal corredor. Adentro a primeira sela, um homem todo nervosinho se vira e começa a me xingar e vem para cima querendo me atacar, eu o pressiono na parede e o faço gritar e sangrar muito arrancando toda a sua pele, começo a gargalhar.
–Você me dá nojo... -o homem diz entre gemidos de dor.
–Saiba querido que você não é o primeiro! -dou de ombros e saio da sela, escuto a porta se fechando bem atrás de mim. Continuo as torturas entre muitas outras selas, até me enjoei de fazer isso. Depois de mais tempo finalmente chego a ultima sela. Abro a porta e adentro. O homem que estava parado de costas se vira rapidamente e logo se espanta, lágrimas escorrem por seu rosto. O mesmo me acontece, me espanto e até algumas lágrimas escorrem, nem me lembro quando chorei pela ultima vez, minhas mãos escorrem suor, minhas pernas parecem ficar bambas. -Bobby?!?
–É você mesma? Jennifer?
–Sou eu! M-mas o que você ta fazendo aqui?
–Não tá na cara? Eu morri...
–Disso eu sei, eu quero saber por que você ta aqui? No inferno? Você não deveria estar no céu?
–Bem, eu não sei, vai ver eu mereço ficar aqui! Mas e você o que ta fazendo aqui?
–É...eu...eu vou ter que...-gaguejo nervosa. Eu não sei o que deu em mim, eu tenho que torturar ele, só assim vou poder sair daqui, mas eu não tenho coragem. Eu sabia, estava fácil demais, torturar almas aleatórias.
–Vejo que falta só mais um! -escuto a voz de Crowley. Tomo um pequeno susto quando olho para meu lado e o vejo. -Gostou da minha surpresa para o grande finale?
–Mas o-o que...? -começa Bobby que é logo interrompido por Crowley.
–Querida para você provar que merece eu peguei a alma desse velho amigo seu, e vou assistir para ver se eu posso aprova-la.
–C-como você pegou ele? -pergunto confusa
–Depois que a alma foi libertada e um pouquinho antes dela subir ao céu eu a peguei. Eu sou demais não sou?
–SEU FILHO DE UMA ...
–Vai logo Jennifer, não tenho o dia inteiro!
Miro Bobby e ele estava com os olhos brilhando. O que sera que aconteceu para ele morrer? O que ele ta pensando agora? Eu queria dizer que sinto muito, mas não consigo, eu já to surpresa de ter conseguido questionar Crowley. Sem que eu possa evitar estendo minha mão e Bobby fica pressionado na parede, mais lagrimas escorrem pelo meu meu rosto enquanto em meus lábios se formava um sorriso que não era meu, um sorriso que como o restante do meu corpo eu não conseguia controlar. Começo a faze-lo berrar de dor com sua pele sendo queimada lentamente, cortes são feitos sobre as queimaduras o fazendo berrar mais ainda. Escuto Crowley rindo discretamente. Esse deve ser o pior momento real que passei aqui, pois os outros, os de ver Alce, quero dizer, Sam sofrendo torturado eram chantagens emocionais e jogos psicológicos, mas agora o que está acontecendo é real, e sou eu quem está fazendo.
Depois de mais gritos e de muita dor e sangue, Crowley coloca a mão no meu ombro e diz:
–Já é o suficiente minha querida!
Eu abaixo meu braço e saio rapidamente da sela sem olhar para trás, sem olhar para aquela alma que eu fiz sofrer tanto, a alma de um grande amigo, do segundo pai de Sam e Dean, uma imensa alma de generosidade. Fico parada mirando o corredor enquanto Crowley andava a minha frente.
–Foi um ótimo trabalho. -diz ele. -Significa que está pronta para meus outros planos. Vamos, me acompanhe. -ele se vira e faz um gesto com a mão para eu ir até ele. Mesmo que eu não querendo eu vou. -Quer saber da sua grande missão? -eu não o respondo. -Quem cala concede! Bem... -ele começa falando, mas sua voz aos poucos vai diminuindo, e eu não consigo escuta-lo mais, mas eu ainda vejo sua boca se movimentando. Uma grande luz começa a tomar o corredor que andávamos, a imagem de Crowley vai sumindo e meus olhos começam a arder, os fecho e os cubro com meus braços, para proteger-los da intensidade da iluminação.
Quando eu sinto uma brisa em meus cabelos, reabro os olhos. Olho ao meu redor, o céu está coberto de estrelas e estou numa mata. Eu me lembro daqui! Ao chão vejo terra remexida e ao lado o crucifixo que Dean tinha posto quando me enterraram. Miro para meu corpo e vejo que minhas roupas estão todas rasgadas e praticamente decompostas e estou toda suja de terra, parecendo uma mendiga.
Caminho na estrada, mais ou menos umas duas quadras e chego onde era para estar a casa de Bobby, mas ela não está aqui. Tudo que tem nesse terreno são restos da construção que aparentemente foi queimada. Onde estão Alce e Esquilo? Quero dizer, Sam e Dean! Droga! Eu tenho que parar com isso! E o Cas?
Ando mais um pouco pela estrada até encontrar uma casa. Preciso de roupas, não posso andar por aí desse jeito. Me aproximo e observo pela janela uma mulher distraída conversando no telefone enquanto estava mexendo numa panela no fogão. Me tele transporto para a sala, silenciosamente subo as escadas e procuro no corredor pelo banheiro e depois pelo quarto. Há três portas, as duas primeiras eram quartos e por fim a última é o banheiro,adentro e ligo o chuveiro. Escuto passos logo atrás de mim, me viro e é aquela mulher do telefone, ela parece assustada e segura uma faca. Droga! Estendo a mão para me livrar logo dela, para não ser mais incomodada, mas escuto uma voz na minha cabeça, como uma lembrança da voz de Crowley: "Não chame atenção querida, só mate se realmente for necessário".
–Q-uem é você? -gagueja a mulher. -Saia agora da minha casa! Eu já chamei a polícia!
–Relaxa querida, só vim tomar um banho. -ela se aproxima nervosa e tremendo com a faca. Reviro os olhos e estalo os dedos e seu pescoço se quebra. Sei que as ordens era de não chamar atenção, mas foda-se. Bem, ela disse que chamou a policia, então é bom eu me apressar. Me lavo e me enxugo e vou até o quarto da mulher "emprestar" uma roupinha. Dou uma boa olhada, e nossa, essa mulher tem estilo hen! Me visto e me calço (1) e em seguida dou uma remexida na gaveta da cômoda perto da cama dela e acho dinheiro, pego e guardo no bolso da jaqueta. Em outro estalo de dedos bagunço a casa para que pareça que foi um assalto seguido de morte. Me tele transporto para fora da casa e continuo andando pela estrada pensando no meu próximo passo. Percebo que está prestes a amanhecer.
Eu posso não ter conseguido escutar Crowley falando sobre minha missão, mas de uma forma eu sei que tenho que dar um jeito de encontrar informações sobre um lugar chamado purgatório, e também da mesma forma que sei disso, sei que é o lugar onde todas as almas da criaturas vão. Paro de andar e tento me concentrar para localizar uma criatura, como um vampiro, lobisomem, entre outros, mas tudo que vem a minha cabeça é a imagem de Sam, Dean e Cas. Em seguida vem a imagem de uma rua, um hotel. Eu confesso que me sinto culpada por fazer tanto tempo que não pensava em Sam, desde o dia que Crowley perdeu "sua paciência" e adiantou aquele tal ritual.
Quando reabro os olhos apareço na rua que eu tinha acabado de ver em forma de imagem. Em um outro piscar de olhos apareço num quarto de hotel. Só de imaginar os vendo meu coração dispara, uma coisa que não fazia há tempos, uma felicidade me percorre e por um minuto me sinto como antigamente, como uma humana entre tantos.
Silenciosamente analiso o cômodo e reparo que é como aqueles que os rapazes costumavam alugar, a diferença é que só há uma cama e nela tem uma mulher dormindo. Me aproximo vagarosamente para que ela não me perceba e não acorde. A observo tentando ver se a reconheço, mas a resposta é não! Escuto um barulho de torneira sendo ligada seguido por um som de agua correndo vindo de uma porta fechada, provavelmente o banheiro.
Num piscar de olhos apareço dentro do banheiro. Ao olhar a minha frente vejo alguém lavando o rosto, em seguida pega a toalha e o enxuga e se olha no espelho, instantaneamente sua expressão de cansaço muda para assustado ao mirar meu reflexo. Meu coração para e quando retorna seus batimentos parece que vai explodir. É o Sam! Ele se vira rapidamente e me olha espantando de cima a baixo enquanto lagrimas escorrem seu perfeito rosto.
–J-Jen?! -ele gagueja ofegante. Eu não consigo me conter e logo me aproximo e o abraço, ele retribui.


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Notas finais do capítulo

(1)http://www.polyvore.com/cgi/set?id=135232293&.locale=pt-br
E então o que acharam? Por favor não deixem de comentar a opinião de vocês, é muito importante para mim mesmo! Muuuito obrigada por serem tão perfeitões! E continuem lendo porque no próximo capítulo tem POV SAM
beijinhos docinhos :3



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