A luz do sol penetrou mais uma vez dentro do meu quarto. Abri a janela e arrumei minha cama, desci as escadas. Estava ansiosa, era um dia de sábado maravilhoso, finalmente, a primeira semana de aulas havia acabado. Sempre fico com um frio na barriga quando vou à escola, parece que todas as vezes que eu entrasse na sala, fosse como o meu primeiro dia de aula.
Me senti a vontade, para preparar umas panquecas. Minha mãe tinha saído, e meu pai estava no trabalho e o pentelho do meu irmão estava jogando baseball na varanda. Peguei minhas panquecas e sentei no sofá. Assisti um pouco de TV e pra meu desgosto, o meu irmão entra sala adentro feito um furacão:
- Ei Jo, o que tem pra comer hein?
- Não enche garoto! – Bufei
- Ah, obrigado senhorita educadinha! – Agora ele estava revirando as panelas, já era hora do almoço, provavelmente estava com fome
- Tem umas panquecas dentro da geladeira, é só esquentar – apontei pra geladeira sem tirar os olhos da TV
Passei o resto da tarde no computador, escrevendo poesias, e atualizando o meu blog. Passando de página em página sem ter nada o que fazer, um tédio mortal. Meu telefone toca, era Beth, mais uma vez:
- Alô? Jo é você?
- Não, é a minha mãe! – ri disfarçadamente
- Olá Senhorita Williams, posso falar com a Jo? – Ela também riu
- Fala amiga, o que foi dessa vez?
- Ah, não aconteceu nada, é que eu ainda estou sozinha em casa. O que você acha da gente fazer uma festa do pijama?
- Por mim tudo bem, mas só nós, não é?
- Claro! – Ela riu – Você não iria acreditar como a minha casa ficou depois da festa, parece até que um furacão atingiu a minha casa!
- Está bem, eu vou!
- Dessa vez, a sua mãe vai deixar você vir?
- É claro, minha mãe confia em você
- Vou desligar
- Ok, Tchau, até mais
Desliguei o telefone, me arrumei depressa, não queria perder essa festa, desci as escadas correndo, e fui surpreendida pelo questionário do meu irmão:
- Aonde você vai?
Sorri ironicamente. Não acredito que ele está bancando a minha mãe. Pensei
- Não interessa! – Dei um grito de ódio
- Ta ok, eu conto tudo para minha mãe quando ela chegar!
- Você não presta garoto! Eu só vou até a casa da Beth.
- AAHH, vai encontrar o seu namoradinho não é?!
- Que namoradinho?! Você está maluco?! – resmunguei
Sai andando a passos largos, e o deixei tagarelando sozinho. Ele resmungou alguma coisa, mas não dei importância. Os irmãos só servem para infernizar as nossas vidas.
Fui andando até a casa de Beth que não ficava tão distante da minha, ainda estava claro, e a tarde estava perfeita para um passeio. A rua estava cheia, com casais, crianças, idosos, todos curtindo o sol que a cidade estava oferecendo em uma tarde de inverno. Toquei a campainha, e fui surpreendida pelos trajes de Beth, como sempre bem originais. Ela estava vestida com um baby-doll rosa com o Mickey Mouse estampado por todo ele.
- OLÁ JOOOO! – ela me abraçou alegremente
- Oi Beth? – Me surpreendi com a reação tão alegre dela
- O que foi?! – Disse ela enquanto dava gargalhadas assustadoras
- Tem alguma coisa a mais na pizza ou no sorvete? Porque se tiver, você me fala, não quero ficar igual a você
- Ah Jo, eu sei que você odeia pessoas assim – Ela parou de rir para o meu alívio – Vamos entrar, tenho algumas surpresas pra hoje!
- O quê é? Você me deixou curiosa! – Estava completamente curiosa, e transbordava ansiedade
- Você vai ver, mas apenas mais tarde...
Foi se passando o tempo, e nós ficamos falando sobre coisas bobas, vendo filmes de romance, rindo de vídeos engraçados, cantando músicas idiotas e coisas que todas as garotas fazem. O som estava alto, e nem percebemos a campainha tocar.
- A campainha está tocando Beth. Você não vai atender? – Parei de pular na cama de Beth e tentei identificar se ela iria tocar de novo
- Não vou não, é para você! – Beth que estava pulando, agora sentara na cama
- Como você sabe? – Olhei para ela enquanto arrumava o cabelo, que por sua vez estava bagunçado
- Eu vejo coisas – Disse ela com uma voz macabra e logo soltou uma gargalhada
- Sua palhaça – Dei uma tapa em seu braço e levantei da cama caminhando até a porta de entrada. As luzes estavam apagadas e a casa de Beth me assustava. Ouvi passos atrás de mim, olhei a minha volta e não vi ninguém. Continuei o caminho até que fui surpreendida por um braço. Soltei um grito de horror e Beth acendeu as luzes rindo do meu medo.
- E então MENININHA, você vai ou não atender a porta?
- Eu vou, mas você me paga em Beth
Abri a porta lentamente e avistei Mark e Thomas vestidos de mulher, com esmaltes plumas e salto alto de suas mães que estavam visivelmente pequenos em seus pés. Não me contive e soltei uma gargalhada enquanto eles riam juntos
- Eu não acredito que vocês fizeram isso! – Disse eu enquanto ria do desastre que eles estavam
- Nós estamos assim, mas não fomos nós que ficamos com medo da mão de Beth – Eles riram
- Ah, mas isso foi golpe baixo, a Beth sabe que eu não gosto da casa dela!
- Agora eu posso tirar essa sandália Beth? Os meus pés estão me matando, não sei como você consegue ficar em cima disso – Thomas questionava
- Pode sim!
Os dois tiraram os sapatos e todas as coisas que estavam vestindo de mulher.
- Mas essa festa é só para meninas!
- E quem disse que viemos para festa? - Pedro sorriu maliciosamente

DEPOIS EU CONTINUOU