Coração Indomável escrita por Drylaine


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pronto. Se divirtam!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504254/chapter/9

LEAH

O tempo foi passando e eu fui me adaptando a minha nova vida. Quer dizer, eu ainda odiava tudo isso. A magia, as lendas, imprinting, ser um protetor. Eu não queria nada disso. As vezes, eu me pegava pensando como seria se as coisas fossem diferentes. Se eu pudesse ter a minha vida normal, o que só servia pra me deixar mais frustrada. E ainda tinha a questão das patrulhas em dobro. Isso tudo por causa de Isabella Swan. A garota parecia um imã de problemas.

Primeiro era a tal vampira chamada Victoria que estava atrás de vingança, agora havia mais um novo vampiro rodando sua casa. Por isso tínhamos que vigiar a casa dos Swan 24 horas por dia e ainda se revezar com os Cullen. Enfim, ter que confraternizar com nossos inimigos, soava tão patético!

Minhas frustrações eu acabava descontando nos garotos, mas a culpa não era minha. A culpa era dessa coisa de lobo. Eu estava cansada de ficar tendo pensamentos que não eram meus, de não ter minha privacidade e, sobretudo, não ter direito de tomar minhas próprias decisões.

Se eu era obrigada a ter que compartilhar minha mente, eu iria atormentá-los usando seus próprios pensamentos. Eu manipulava a mente dos lobos, distorcendo os fatos.

Se Sam pensava em Emily, eu mostrava uma cena da gente se beijando com ela nos assistindo. Eu sabia que era insuportável pra ele vê-la sofrer. O lobo preto ficava furioso e eu só parava com um comando alfa. E, assim, comecei a torturar cada um deles.

Jared por exemplo, me odiava porque eu o fazia se lembrar das vezes que o cara humilhava Kim na escola, quando ela não era seu imprinting. Quil me odiava porque eu o acusava de pedófilo já que o seu imprinting era a garotinha  Claire de 3 anos, a sobrinha de Emily. Já Embry tinha raiva de mim, porque eu o perturbava com questões de quem é seu pai:

"Joshua Uley, Billy Black, Velho Quil ou... um mendigo? Façam suas apostas!"  Embry ficava irado.

Ainda tinha Paul Lahote, o cara mais explosivo, malicioso e insolente da alcatéia. Paul me odiava porque eu estraguei suas fantasias eróticas que, por muitas vezes era comigo, até que as tornei nada atrativas, adicionando vampiras abusando dele, ou ainda sua mamãe vestida numa dessas fantasias sexy. Foi muito inusitado e engraçado. O lobo prata coitado, ficou traumatizado e virou piada do bando.

Entretanto, a mente mais conturbada, sem dúvida nenhuma, era a do Jacob.

Ah, como eu odiava ter que pensar constantemente em Bella.

Jacob é muito motivado por suas emoções. Se ele está feliz isso irradia pra todos que estão a sua volta. Porém, se está triste ou com raiva, acaba arrastando todo mundo com ele. Eu já estava cansada disso, sobretudo, porque suas mudanças de humor estavam ligadas a Swan. Então, um dia eu criei em minha mente uma imagem de sua amada Bella com olhos vermelhos gélidos transformada numa vampira sanguinária. A imagem parecia tão real pra ele.

Jacob ficou tão descontrolado, que motivado apenas por seu instinto animal, ele me atacou. Eu tentei enfrentá-lo de igual pra igual, mas o lobo castanho avermelhado era maior e mais forte. Eu senti quando suas presas rasgaram meu pescoço e depois meu corpo se chocar contra uma árvore. Quando acordei, já estava em meu quarto.

Precisei ficar longe das patrulhas por dois dias, pra me recuperar de vez. E o clima em La Push, ficou tenso, pois Sam estava irado com Jacob. Até o proibiu de chegar perto de mim. Isso foi bom, porque sinceramente eu queria ficar bem longe dele.

Pena que isso não durou pra sempre.

Pra tentar esquecer as coisas ou eu passava meu tempo organizando a casa, ou assistindo TV e escutando música. Hoje por exemplo, decidi pegar a torta de chocolate da geladeira e devorá-la. Me sentei no chão da cozinha e fui comendo aos poucos, saboreando cada pedaço. Essa é uma mania que eu tenho quando estou deprimida, porém minha alegria durou pouco. Seth chegou trazendo convidados.

Quando eu olho pra porta da cozinha, lá estavam parados meu irmão chato e os três mosqueteiros. Embry, Quil e Jake. Eles estavam cobiçando minha torta.

"VAZEM DAQUI! ESSA É A MINHA CASA, A MINHA COZINHA E A MINHA TORTA." Falei dando ênfase e eles riram de mim.

"Lee essa também é minha casa, portanto a torta é nossa." Disse Seth sentando do meu lado e roubando minha torta. "Hmmmm... Caras tá uma delícia. Vamos atacar!" Eu agora queria ser a loba cinza feroz pra dar uma lição neles. Porque eu posso ser mulher e ser mais pequena que o bando, mas também sei como apavorar.

"Leah eu tenho que admitir que você tá bem sexy sujinha assim." Disse Jacob sorrindo travesso, ele estava parado na porta com os braços cruzados sobre o peitoral nu. Caramba, quando ele disse isso, eu fiquei arrepiada e esqueci de tudo.

De repente, me vi parando pra observá-lo. Já não havia mais o vestígio do garoto Jacob, seu rosto possui traços marcantes, ele tem lábios carnudos bem apetitosos que combinados com aquele furinho no queixo o deixa mais charmoso e ainda tem seu corpo grande e musculoso. Entretanto, são seus olhos que me deixam perturbada. Eu consigo perceber que por trás de seus sorrisos e olhares, se esconde uma certa sombra de dor. Dor causada por Bella Swan.

Eu só entendi que ele estava apaixonado por ela, quando eu pude estar em sua mente. Eu vi o beijo que ele roubou dela. Eu podia sentir até a mesma sensação de alegria, desejo e desespero que ele sentia. Eu vi suas conversas com a garota. O quanto ele estava decidido a conquistá-la e sua persistência incessante por salvá-la. O quanto Jake seria capaz de qualquer coisa por ela. Só pra vê-la feliz e com seu coração ainda pulsando.

O problema é que a garota preferia o outro. Preferia morrer e se tornar uma vampira pra viver eternamente. Isso era mais um motivo para eu odiá-la, por faze-lo sofrer e acreditar nesse amor insensato. Eu também a odiava, por Isabella Swan ter a chance de escolher o seu futuro, quando nenhum de nós pode.

"Você está bem, Lee?" Ele perguntou se aproximando de mim. Eu me dei conta que só estávamos nós dois na cozinha. Jacob pareceu adivinhar meus pensamentos. "Os garotos foram pra sala jogar vídeo-game." Ele se sentou do meu lado e eu pensei em me levantar. Eu não queria mais discussões e nem desculpas.

Eu já me confrontei com todos da matilha, já falei e ouvi o que não quis. No entanto, nenhum poderia me ferir mais do que Jacob Black.

Jacob tem um dom de me fazer sorrir e também tem o dom de me destruir. A amizade já não existe entre nós.

"Como você está? Eu queria pode te ver antes, mas..."

"Vou te poupar das desculpas. Eu estou bem e ficaria melhor se você for embora." Eu me levantei e segui para meu quarto. É óbvio que ele não iria facilitar a minha vida.

"Leah, porque você tem que ser assim?" Não tive tempo de trancar a porta do quarto, pois ele já foi invadindo.

"Assim como? Uma harpia amarga?!" Eu não queria admitir, mas eu fiquei magoada com o apelido nada carinhoso que ele me deu e que fez muito sucesso entre a matilha.

"Claro, claro. Eu sinto muito por isso." Ele se aproximou de mim. Eu tentei empurrar ele, mas acabei ficando encurralada entre a parede e Jake. Eu me senti desconfortável de estar tão perto. Minha mão continuou em seu peito sentido o calor do seu corpo e o pulsar do seu coração. Nós ficamos nos olhando por um instante sem dizer nada. Eu tive a impressão de ouvir a batida do coração dele batendo acelerado na mesma frequência que a minha. Eu continuei mantendo meu olhar, pois mesmo que quisesse, não conseguiria desviar tamanha era a intensidade entre nós dois.

Ultimamente, eu veio me sentindo estranha ao seu redor, desde aquela noite em que ele me encontrou na beira do riacho, enquanto eu estava presa na ilusão de estar nos braços do índio dos meus sonhos. Foi estranho quando no dia seguinte, acordei no meu quarto confusa, achando que tinha sonhando um sonho bom, até que Sue me disse que Jacob me encontrara fora dos limites quileutes e me trouxe pra casa. Além de escutar vários sermões de dona Sue, eu tive que enfrentar Sam e as mentes dos caras e, ainda, os olhares indecifráveis de Jacob. Querendo ou não, isso mexeu comigo e eu odeio essa sensação, porque aquela noite tinha sido especial para mim. Eu não me importei se estava em território Quileute ou não, só queria um momento sozinha. Um momento de paz que consegui sentir ali, entre as estrelas, a floresta e aqueles braços acolhedores e quentes.

"Seu rosto ainda está com chocolate." Meus pensamentos são interrompidos por Jacob. Ele me deu aquele sorriso maroto e passou seu dedo no canto dos meus lábios. Um simples toque que pareceu acender uma chama em meu corpo. Seu olhar ficou vidrado em meus lábios.

Será que ele não percebia o que estava fazendo?!

E o pior é que senti um forte desejo de beijá-lo... Até que eu percebi a minha insensatez.

"Quantas vezes, você vai repetir isso?" Eu deixei a razão me dominar quebrando o clima. Ele ficou um pouco confuso.

"Hein?!" Num piscar de olhos, eu me afastei dele. Minha respiração ainda estava irregular.

"Você não cansa de dizer,  SINTO MUITO o tempo todo? Já estou casada disso." Agora eu estava no controle de novo e não iria me deixar se envolver desse jeito. Principalmente por ele.

Jacob ainda tinha um olhar penetrante sobre mim. Eu sabia que todos eles me cobiçavam. Com Jacob não seria diferente.

"Eu não sou o único errado aqui!" Ele disse retomando sua consciência. "Eu pelo menos assumo meus erros e tento consertá-los. Eu não gosto de machucar ninguém."

Jake é muito impulsivo faz as coisas sem pensar e depois se arrepende. Em partes, somos muito parecidos: Teimosos e temperamentais. Personalidade afetada também por sermos lobos. A diferença entre nós, é que eu não volto atrás nas coisas que eu digo, porque eu sou extremamente consciente nas coisas que eu falo e faço. E também odeio arrependimentos.

"Eu sou muito consciente de tudo e eu não me arrependo de nada. Eu quero que você e a matilha se exploda! Agora é melhor você sair." Eu disse dando as costas pra ele.

"Pare de agir assim com tanta indiferença." Jake começou a apertar a mão nervosamente. "Eu me sinto tão mal pelo que eu fiz. Por um instante, eu perdi o controle. E pensar que podia ter... que eu... Eu nunca iria me perdoar." Sua expressão se tornou abatida e cansada e seus olhos se fecharam.

"Não precisa se sentir culpado. Você teria me feito o grande favor e facilitaria a vida de muita gente." Eu disse enfrentando seu olhar perplexo.

"Você é louca!" Dei de ombros, o que só serviu pra deixá-lo mais bravo. "Tudo bem. Você não se importar com nenhum de nós e nem com a sua vida..." Jacob decidiu novamente invadir o meu espaço pessoal e segurou meu braço firmemente. "Mas, enquanto a Seth, ou sua mãe. Ou a memória de Harry? Você acha que seu pai estaria feliz com o rumo que você tá dando pra sua vida?" Eu mordi meus lábios com raiva. Ele não tem o direito de se intrometer na minha vida. "Acha que ele iria se orgulhar, por quem você está se tornando."

"Saia!" Eu grunhi conseguindo me desvencilhar de suas mãos, impondo uma distância fria entre nós. Seth, Quil e Embry apareceram na porta com olhares apreensivos.

"Jacob vai começar a nossa a patrulha. Vamos!" Embry praticamente teve que arrastar Jacob pra fora.

"O Harry ficaria decepcionado de ver que sua filha é uma grande covarde e fraca." Mas antes de sair, Jacob ainda deixou pairar sobre mim suas palavras tortuosas. Me sentei na cama se sentindo mal. Pensar em Harry, ainda me causava muita dor e culpa.

"Lee, você não falou sério, né?" Eu havia esquecido que Seth havia permanecido no quarto. "Aquilo foi só da boca pra fora?" Ele se sentou do meu lado.

"Isso importa? Afinal, a antiga Leah já morreu mesmo." Eu estava com raiva dele também. Raiva pois nem ele fica por perto pra me encorajar ou me apoiar, ou simplesmente, ser o meu irmão. "Agora vai ficar com seus amigos e me deixa em paz!"

"Lee, eu me importo sim. Eu prometi ao pai que eu iria cuidar de você e da mãe." Eu olhei para Seth que tinha um olhar triste. "Ei, eu sinto muito. Só queria que vocês se entendessem."

"É. Você viu que não funcionou. Não tente isso de novo." Eu o repreendi mal humorada.

"Me desculpa. Eu não deveria ter comido sua torta." Ele fez cara de cachorrinho. Seth era o único que, por mais que eu quisesse odiar, eu não poderia.

Garoto chato! Ele ainda é apenas um menino, com uma alma gentil e doce, que não faz nada por maldade. Eu comecei a rir do jeito dele, sem me controlar passei a mão pelo seu cabelo e em troca ele sorriu pra mim.

"Que tal uma maratona de futebol no video-game. Quem perder lava a louça da janta, hein?" Bem, eu adoro uma boa competição. É óbvio que eu aceitei.

Nós passamos a tarde jogando, rindo e se provocando. Foi como nos velhos tempos. Eu percebi o quanto eu sinto saudade desses meros momentos normais. Quando tudo era mais fácil...

***/ /***

 

Minha mãe decidiu convidar Billy pra jantar, fazia algum tempo que ele não vinha em nossa casa. Nos últimos meses, houve uma certa separação entre os Clearwater e os Black, que sempre foram amigos. Mas agora, com as questões com a matilha e o conselho, mamãe decidiu que é importante essa reaproximação, sobretudo, por ela ter assumido o lugar de Harry no conselho.

Jacob não veio com Billy, porque estava com a sonsa da Isabella Swan, na festa de formatura dela. Mas, eu nem me importava.

O jantar foi passando tranquilamente. Eu como sempre, ficava mais em silêncio, falando quando era necessário. Billy contou que temos dois novos lobos na matilha.

Brady e Collin que tem apenas 13 anos, são ainda crianças que agora vão ter que assumir uma imensa responsabilidade e perder sua vida normal. Isso é tão cruel, tanto pra eles quanto para as suas famílias.

As conversas continuaram até que eu ouvi um uivo. Eu e Seth nos entreolhamos. O uivo continuou ecoando na nossa mente.

"O que está acontecendo? Por que vocês estão agitados?" Minha mãe perguntou aflita.

"Ei, crianças, vão cumprir a missão de vocês. Nós ficaremos bem." Billy disse firme.

Eu e Seth saímos as pressas. Algo importante deve estar acontecendo. É apenas um chamado que só nós lobos ouvimos.

Nós corremos para a floresta. Logo, que nos transformamos em lobo fomos conectados as mentes dos outros. Chegamos a clareira sentindo muita adrenalina e tensão.

"Isso é muito importante. Sam a vampira vidente teve uma visão. Há um exército de recém-nascidos vindo pra cá." Jacob deu o aviso.

"O que isso quer dizer?"

"Vamos ter uma guerra?"

"Quando eles chegam?"

"Espera, o que quer dizer recém-nascidos?"

Os lobos começaram a ficar muito agitados e eufóricos, falando ao mesmo tempo. Nossos instintos estavam mais em alerta.

"A questão é... Nós estamos prontos pra lutar? Esses são inimigos perigosos e muito mais indestrutíveis. A nossa única saída é nos aliar aos Cullen." Jacob parecia muito confiante.

"Você confia tanto assim neles?"

"Sam nós não temos saída. Agora não se trata apenas de Bella, pois estes vampiros não vão se satisfazer com um único humano. Agora toda a cidade está em perigo. Nossa tribo está sendo ameaçada. Por nossas famílias temos que lutar. Eu acredito que podemos fazer isso juntos. Então, o que vocês me dizem?"

JACOB

Os Cullen aceitaram nossa ajuda para lutar contra o exército de novos vampiros. Afinal, sozinhos eles não seriam suficiente, mas com a matilha como aliada as chances aumentavam. Bella relutantemente teve que aceitar a aliança, pois era inevitável a batalha pela frente.

Os protetores ressurgiram para proteger os humanos dos vampiros. Independente dos riscos que iremos correr, vamos lutar.

Sam como o Alfa teve que convocar uma reunião com o conselho. A matilha ficou toda agitada e apreensiva. Houve muitas dúvidas e incertezas sobre o próximo passo a ser tomado. Nem todos confiavam nos Cullen e ainda repudiavam a ideia de se aliar com o inimigo.

"Isso estava predestinados acontecer. Inimigos se unirem para lutar por um bem maior. São duas raças diferentes, com instintos diferentes, porém com um mesmo objetivo." Disse Velho Quil com toda sua sabedoria e firmeza. "Eu vi isso acontecer... Se lutarem juntos, vocês terão êxito."

"Eu ainda tenho medo disso tudo. Olha só pra eles, são tão jovens pra estar no meio de uma guerra. Guerras sempre trazem dor e muitas perdas." Sue disse olhando para Seth e Leah. A morte de Harry ainda está fresca na mente de todo mundo, especialmente, para Sue e os filhos. Mais uma perda para os Clearwater seria devastador.

Eu olhei para cada um dos meus irmãos lobos. Nós brigamos, nos desentendemos quase sempre, mas somos uma família forte e unida.

"Eu sei que vamos correr riscos. Nosso futuro é incerto, mas eu acredito que quanto mais unidos estivermos, não haverá nada pra temer. Eu prometo que protegerei cada um dos meus irmãos." Minhas palavras foram sinceras. Eu seria capaz de dar a minha vida pra cada um deles.

"Jacob tem razão, nós podemos fazer isso juntos. Temos nossa força no sangue e nos nossos instintos de lobo, só precisamos ouvi-los." Sam tomou sua postura de Alfa.

"Uau, isso parece tão simples." Leah disse cheia de sarcasmo. "E, enquanto os garotos e suas famílias? O que vocês vão dizer se seus planos derem errados?" Suas palavras soaram pessimistas, mas ela tinha um ponto.

Collin e Brady são os mais jovens da matilha, além disso, são inexperiente com nossa realidade sobrenatural, eles ainda estão em fase de adaptação.

"Podemos deixá-los aqui. Seria mais proteção para tribo." Disse o Alfa. Os dois garotos pareciam confusos e um pouco desanimados. Ninguém queria ficar fora da luta.

"Olha vamos precisar de vocês aqui, mas seria interessante se os dois fossem só na reunião com os Cullen. Como uma preparação para o futuro." Tentei encorajá-los mostrando que eles também são fundamentais.

E, assim, mesmo com a hesitação de Paul e Leah, o bando tomou a decisão de lutar. Em troca poderíamos arrancar a cabeça desses novos sanguessugas. Aí veio outra questão: Nós teríamos que nos coordenar e se preparar para a batalha. Escolhemos uma região a leste (longe da Linha do Tratado) para a primeira reunião com os Cullen; e Sam decidiu que o bando deve estar em forma de lobo na presença deles.

Chegamos ao ponto de encontro. O lugar é um campo aberto. Lobos e vampiros pareciam tensos e desconfortáveis, entretanto, fomos civilizados uns com os outros.

Sam como o Alfa seguiu na frente, comigo e Jared seguindo logo atrás. Os outros ficaram entre as árvores, esperando novos comandos.

"Bem-vindos." Disse o líder dos Cullen. "Meu filho Jasper tem experiência com recém-criados. Ele vai nos ensinar como eles lutam e como eles devem ser derrotados."

Edward usou sua habilidade pra fazer a ligação entre nós e sua família.

"Em que os recém-criados são diferentes de nós?" Edward traduziu os pensamentos de Sam.

"Eles são muito mais fortes que nós porque o sangue humano ainda flui no corpo deles. Nossa raça nunca é tão forte fisicamente como nos primeiros meses de vida."

"Carlisle tem razão, por isso eles foram criados. Um exército desses não precisa de milhares como dos humanos." O loiro de expressão dura e atenta, continuou dando instruções. Nós o chamamos de O GENERAL.

"Duas coisas importantes pra ser lembradas: Primeira, se eles passarem os braços em torno de vocês serão esmagados. Segunda, nunca devem partir pra matar logo de cara. Eles esperam por isso e vocês irão perder."

Basicamente aprendemos que os recém-nascidos não tem habilidades e nem estratégias, apenas força bruta o que os torna muito previsíveis. O grupo é formado por 20 vampiros, esse número ainda pode ser reduzido, pois os novos brigam entre si.

Todos nós assistimos silenciosos e muito ansiosos ao treinamento. Os Cullen se confrontavam entre si. Era divertido e interessante vê-los em ação.

Cada movimento é preciso, rápido e deve ser eficaz. Precisamos se concentrar e estar sempre se movendo, assim podemos confundir nosso inimigo. Claro ainda existe as vantagens de ter habilidades especiais.

Edward, A Vidente e O General são os mais habilidosos do clã. No entanto, o líder dos Cullen, a matriarca, o grandalhão e sua companheira ainda contam com as habilidades naturais vampíricas como a velocidade e a força na hora do combate.

Durante o treinamento eu senti meus irmãos ficarem mais alvoroçados e entusiasmados. Até que veio a parte mais difícil: Ter que se familiarizar com os cheiros dos vampiros aliados numa forma de não nos confundirmos na hora da batalha.

"Não! Isso é ridículo." Leah disse com desgosto. Pra não ter discussão Sam usou o comando alfa nela. Sem saída Leah seguiu nossos passos até o meio dos Cullen.

Eu aproveitei pra me aproximar de Bella, o que fez Leah rosnar pra mim.

"Você é patético! Tá parecendo um cão domesticado." Ignorei a mente perturbada de Leah e dos outros lobos que pareciam se divertir com o seu comentário.

Bella estranhamente parece mais confortável comigo em forma de animal. Só pra provocá-la eu lambi seu rosto.

"Eca, Jacob. Isso é nojento." Eu ri no meu jeito lobo. As reações de todos foram diferentes. De um lado o bando achava tudo divertido, do outro, os vampiros tinham expressões chocadas, provavelmente, pensavam que minha interação com Bella era bizarra e nojenta. Já Leah me deu um olhar indecifrável antes de correr para a floresta. Logo, o resto da matilha seguiu o mesmo caminho, após Sam prometer retornar no dia seguinte para mais um dia de treinamento.

Eu decidi voltar a forma humana. Ainda tinha que acertar algumas coisas essenciais sobre a segurança de Bella. Pra mim, a melhor forma de mantê-la segura seria esconde-la na reserva.

"Não. Ela já ficou demais exposta pra lá e pra cá. Além do mais, eles já sabem todos os passos dela." Edward disse respondendo aos meus pensamentos. Precisávamos de uma nova tática, minha mente trabalhava a mil, tentando pensar em algo. Foi então, que tive uma ideia.

"Vamos esconde-la nas montanhas."

"Mas, o problema é que não podemos deixar rastros e eu não posso levá-la. Meu cheiro não é tão forte pra apagar o cheiro dela. Eles estão familiarizados com ambos o cheiro." Edward disse apreensivo.

"Eu posso. Meu cheiro parece forte pra você?" A principio Edward não gostou da ideia, mas acabou por ser nossa melhor saída, para desgosto de Bella.

 

***/ /***

 

Durante três dias criamos estratégias para atrair os recém-nascidos para o campo onde treinamos, deixando rastros do cheiro de Bella. Eu fiquei encarregado de levar Bella para a montanha onde foi montado um acampamento.

"Então, você também vai me pedir pra não lutar?" Eu não gostei de saber que Edward não vai estar em combate. Para mim, isso parece egoísta da parte dele, independente dela ter pedido.

"Eu não vou pedir, porque eu sei que você não vai me ouvir." Eu desacelerei meus passos. Era bom poder tê-la em meus braços, mesmo que por curtos momentos.

"E perder a diversão? Nunca! Além do mais isso seria desleal e egoísta com o bando." Bella estava desconfortável em meu colo, tentando evitar de me abraçar, a mão que havia quebrado ainda estava enfaixada e a outra carregava meu presente de formatura. Uma pulseira de prata com um pingente em forma de lobo que eu fiz pra ela.

Sam e eu decidimos que Seth ficará com Bella e Edward durante a batalha. Seth queria participar de alguma forma e essa foi a nossa melhor solução, assim, pelo menos ele ficará fora de encrenca. Leah não gostou muito da ideia. Ela não queria seu irmão caçula no meio disso e, principalmente, perto de um vampiro.

"Jake, eu tenho medo por você estar lá."

"Você tem que confiar em mim e na matilha. Nós somos fortes e nascemos pra caçar vampiros." Eu sorri presunçoso.

Nossos olhos ficaram fixos um no outro por um instante, seu rosto estava a centímetros e eu tive vontade de beijá-la. Ela parecia ter adivinhado meus pensamentos.

"Jake, pare com isso." Bella desviou seu olhar do meu.

"Ei, não se preocupe. Eu prometi que eu só vou te beijar quando você me pedir."

"Vai ter que manter essa promessa por muito tempo." Ela disse segura de si. "Talvez, você tenha um imprinting e, então, você vai me esquecer."

"Só pra você se livrar de mim?! Sinto muito Bells, mas eu não vou facilitar sua vida." Eu disse sem quebrar o contado visual. "Eu sei que você sente algo por mim, você pode negar o quanto quiser. Eu posso de fazer mais feliz. Comigo você não teria que abrir mão de nada." Bella mordeu o lábio nervosamente e se encolheu mais em meus braços.

"Eu o amo. Meu coração já pertence a ele e nada vai mudar." Chegamos ao topo da montanha, onde Edward nos esperava. Bella correu desesperadamente para os braços dele como se quisesse fugir de mim e Edward fosse a sua salvação.

"Edward, me abrace forte."

"Ei, está tudo bem meu amor." Ele sussurrou em seu ouvido. Eu troquei mais um olhar com ela antes de voltar pra floresta. Logo, minha mente é invadida por várias vozes.

"E aí Jake, você parece que gosta de ser a segunda opção."

"Eu não entendi a piada."

"Oras, Paul está falando sobre o triângulo Jacob, Bella e o sanguessuga telepata."

Eu comecei a correr pra longe deles. Não queria ninguém em minha mente.

 

***/ /***

 

Há uma grande possibilidade de Victoria ter criado os novos vampiros. Todo o cuidado seria redobrado. Acertamos os últimos detalhes. A batalha iria ocorrer amanhã. Os anciões fizeram uma oração e toda a matilha se reuniu em uma roda.

"Espíritos Guerreiros que guiem cada um dos protetores, cada um dos nossos filhos, netos e irmãos. Pedimos sabedoria, força, esperança e fé. Que o amanhã venha com uma promessa de grandes mudanças. E em seus poderes nada temeremos." Billy disse com sua voz imponente.

Vi Emily chorando abraçar Leah. A cena foi assistida por todos, que desejavam que elas se reconciliassem.

"Fica bem, Lee. Cuide-se!"

"Você também." Leah deu um sorriso fraco. Olhei pra Sam que tinha uma expressão carrancuda que só se alegrou quando Emily retornou pra seus braços. Essa troca de carinho entre eles, ainda mexia com Leah. Ela diferente de mim, se esconde atrás de uma máscara fria e indiferente, entretanto, eu sei que ela sofre. Que ainda existe a mágoa, assim como o amor.

A matilha toda se despediu e partiu pra floresta, se preparar para o que está por vir. Enquanto, os outros corriam como lobos. Leah preferiu estar em forma humana, decidi seguir seus passos. Eu também queria um pouco de privacidade e um tempo pra falar com ela.

"Você tá com medo?" Caminhei ao seu lado.

"Não. Eu só quero que Seth fique bem e seguro. Eu também quero a cabeça de Victoria... Que aquela maldita sanguessuga pague por cada vida que ela roubou." Leah disse sombria.

"Nós vamos conseguir. Só temos que estar juntos."

"E, então, o que você faz aqui. Por que não está com a Bella? Ah, espera... Ela está com o sanguessuga." Sua ironia me irritou, mas dessa vez, eu não queria brigar.

"Sim, ela está com ele." Falei desanimado. Isso não passou despercebido por Leah.

"Como você consegue estar ao redor deles? Eu não consigo nem por um minuto estar na mesma sala que Sam e Emily." Suas palavras foram como um desabafo.

"Eu só tô fazendo isso por Bella. Ela pode estar com ele, mas eu sei que ela pensa em mim. Por isso não vou desistir dela. Ainda não."

"Sabe Black, eu vejo que é uma luta perdida. Ela pode até te amar, mas seu egoísmo vai prevalecer. Seu rival não é o telepata e sim a imortalidade... E isso você não pode dar a ela."

"Não importa, eu sou persistente. Enquanto eu puder, vou continuar lutando e nada vai me parar."

"Você ainda vai se machucar. Jacob, você não pode salvar alguém que não quer ser salvo." Eu corri rumo a montanha, pra longe dela e de suas palavras venenosas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom o capitulo não ficou exatamente como eu queria, mas o próximo vem com mais confusão e emoção. Por hj é só pessoal.