Hunting escrita por Sayumi Ota


Capítulo 2
Chapter 2 - Just Be Away


Notas iniciais do capítulo

GHOUHRGHROIHGRSI
ARNALDO! COMEMORA AÍ PORQUE TEMOS REVIEW! E FAVORITO! E CAPÍTULO NOVO!!!
Muito obrigada mesmo, Emi-san e Kasumi-chan! Eu (como sempre) achei que ninguém fosse ler (como sempre dois), mas vocês me motivaram. Muito obrigada o//
Como eu acho que deu pra sacar (eu não manjo dos títulos, mas eu tentei, juro) é referente à música Just Be Friends.
Agora, meio que essa fanfic é uma coletânea de short-fics, mas ao mesmo tempo elas estão interligadas umas com as outras. Eu fico pesquisando easter eggs nas músicas e pontos para conectá-las, então prestem atenção u.u
Espero que gostem!
Uma boa leitura o/



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– Luka! – chamou alguém.

Pisquei algumas vezes. Miku estava sentada a minha frente segurando um catálogo. Seus olhos verde-água me encaravam como se ela pedisse respostas.

Eu voltei ao normal?

Olhei para minhas roupas. Não usava mais o vestido azul listrado. Estava com uma blusa branca, um short jeans e uma leg por baixo. Não teria estranhado se não fosse pelo sapato preto que calçava.

Eu acho que odeio saltos.

Mas, por que então estava usando um? Miku era minha amiga, eu gostava de usar roupas folgadas, mas por que estávamos em um lugar tão fru-fru? Corações rosa estavam espalhados por todos os lados. Vi um cupcake de morango no meu prato, adivinhem, rosa.

Eu detestava morangos.

Então, por quê?

– Terra chamando Luka! – Miku passou sua mão livre perto de meu rosto. Decidi ignorar todas aquelas bizarrices e prestar atenção nela.

– Oi... – O choque era demais. Respirei fundo.

– Já decidiu? – perguntou ela. Miku continuava a mesma. O cabelo estava repartido e a combinação de cores de suas roupas era explosiva.

– O quê?

Miku revirou os olhos.

– Você sabe – começou.

– Não, não sei. – respondi.

– Seu vestido! – Ela começou a balançar o catálogo. – O vestido!

– Ah! O vestido! – assenti e bati uma mão na testa. Não fazia ideia de que vestido ela estava falando. Era melhor aprender a jogar o jogo.

– É. – Miku empurrou o catálogo.

Fiquei sem jeito. Peguei o catálogo e comecei a folhear. Mais e mais coisas fru-frus.

– Então... – Miku juntou as mãos, ansiosa.

Dei um sorriso amarelo.

– Então... – Abri uma página qualquer e vi um vestido branco, sem muito enfeite e sem muita coisa de menina. – Esse aqui.

Miku olhou e deu de ombros.

– Você é a noiva, quem manda é você. – Ela acenou para alguém.

Meu queixo caiu.

– Eu sou o quê? – minha voz saiu como um guincho.

Miku suspirou.

– Hoje você está mais esquisita que o normal. – Ela segurou minha mão direita e mostrou o anel. – Noiva, lembra?

Ah, claro. Como pude esquecer que era noiva! Nossa, como sou burra!

Ah é. Noiva de quem?

O anel não combinava com aquele lugar. Era simples, mas aconchegante.

– É... eu mando. – sussurrei.

– Desejam mais alguma coisa, senhoritas? – perguntou uma voz. Dei uma olhadela e percebi que era o mesmo cara com cabelo roxo do meu sonho. Ele sorria como se fosse O galã. Sem me conter eu revirei os olhos. Aquilo estava muito bizarro.

– A conta, por favor. – Miku pediu e voltou a reler o catálogo.

– Já volto. – disse. Miku confirmou com a cabeça, sem prestar atenção.

Segui o homem. Ele se virou.

– Deseja algo para a viagem? – perguntou, piscando os olhos roxos enormes.

– Você sabe que não. – cruzei os braços. – O que é isso tudo, afinal de contas?

Ele sorriu novamente. Deixou cair uma taça de plástico e se abaixou para pegar. Entendi o que ele queria e me abaixei também.

– É o seu desejo, não é? – Ele limpava o sorvete.

– Não sei do que está falando. Só sei que estou noiva e não sei de quem. – Faltou ar. Estava apavorada na verdade. – Além do mais, quem é você?

– Essa é uma das “você” de um outro universo. – Ele se levantou. – Meu nome é Gakupo, senhorita.

– Boa piada. Como se eu fosse idiota a ponto de acreditar em universos alternativos. – revirei os olhos.

Ele continuou sorrindo como idiota.

– Se isso é sério, como faço para sair disso? – perguntei.

– Você saberá. – Ele pegou um papel no balcão e me entregou. – Dance conforme a música.

Sem conseguir me conter, pisei forte em seu pé. Ele fez cara de choro.

Pagamos a conta e saímos. De alguma maneira convenci Miku a me levar para a minha casa. Se aquela loucura toda era verdade, quem me daria a garantia que eu não morava embaixo da ponte?

Cheguei ao apartamento e me joguei no sofá. Se eu fosse uma pessoa normal, teria me incomodado e sentido vergonha de entrar e me jogar no sofá de uma pessoa que eu mal conhecia. Mas eu não era uma pessoa normal, e aquele sofá tecnicamente era meu.

A campainha soou e eu fui irritada até a porta. Coloquei a mão na maçaneta, apesar de não tê-la girado. Como sabia que a pessoa era alguém de confiança?

“Você saberá.”

Maldito louco.

– Luka! – Era um rapaz da minha idade, ou pelo menos, da idade que eu tinha. Seus cabelos eram pretos e estavam penteados de uma maneira um pouco relaxada. Seus olhos, da mesma cor ônix, me fitavam a procura de vestígios de algo que eu não sabia. Ele usava uma blusa branca parecida com a minha, calça jeans e um fone de ouvido preto. Carregava um livro de capa grossa

Meus olhos imediatamente foram parar na sua mão direita.

Sim, então ele era meu noivo.

Deixei que ele passasse. Parecia nervoso e brincava com o fio do fone. Ele esperou eu fechar a porta. Ainda aguardava.

Um sentimento de culpa me atingiu com força. Culpa do quê?, me perguntava.

Se eu sentia culpa, como a minha outra “eu”, então por que não sentia amor?

– Sente. – falei. Ele assentiu e se sentou.

Qual seria seu nome?

O que eu ia fazer?

O que iria fazer?

Liguei a TV e sentei ao seu lado. Percebi, um pouco irritada, que não havia tirado o sapato. Agora não tinha como. Apesar de ter intimidade, não tinha intimidade com aquele cara.

Ele entregou o livro de capa grossa e eu o deixei em meu colo. Estávamos afastados. Tudo bem eu ser distante, mas e ele?

Na TV, um filme meloso passava. Tive vontade de vomitar. O casal na tela se dava as mãos. Quis me bater.

Dançar conforme a música. Dançar conforme a música.

Deixei minha mão cair no sofá. Timidamente, ele pôs a dele encima.

Um calor que nunca havia sentido percorreu o meu corpo. Ainda achava que não era amor. Estava mais para um reconforto ou algo do gênero. Sabia que era sua amiga.

– Hatsune-san me falou que já escolheu sua roupa. – murmurou ele. Não conseguia olhá-lo nos olhos. Era vergonhoso demais. – Finalmente. Está perto afinal.

Como um robô, virei a cabeça e dei um sorriso amarelo.

O rapaz me olhou com olhos tristes. Era bonito, dava pra ver.

– Trouxe esse álbum com nossas fotos. – Ele apontou com a mão livre para o livro de capa grossa.

– Obrigada. Eu realmente gostei. – E, sem saber como, eu realmente havia gostado.

Isso pareceu animá-lo.

– Eu tenho que ir, Luka. – murmurou. Colocou-se de pé.

Levantei também e soltei sua mão. Deixei o livro no sofá. Ele começou a andar até porta.

– Por que já vai?

Abriu a porta e ficou parado.

– Eu só vim te ver. Ainda tenho muito que ajeitar para o casamento. – Ele desviou os olhos. – E eu também queria ver se você estava bem. E se não havia desistido.

Novamente o sentimento de culpa e de compaixão.

– Não. – murmurei. Peguei a mão que estava com o anel e a segurei forte. – Não desisti.

Ele deu um meio sorriso e beijou minha testa.

O que estava acontecendo?

Ele foi e eu fechei a porta. Encarei o álbum que estava no sofá.

Suspirei. Havia muito a fazer.


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Notas finais do capítulo

-qqqqqqqqqqqqq
Ninguém sabia que era o Gakupo, né? SHAUSHAUSHUASAU.
Eu ainda estou com dúvidas quanto ao nome do namorado/noivo/futuro-friendzonado-pela-Luka. Fiquei pensando em colocar Yuki, que é neve (se não me engano), e isso simbolizaria o "gelo" do casal.
Que péssimo trocadilho.
Devia levar uns tiros-q