Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 45
Questionar à agir


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente! Mais um capítulo quentinho para vocês.
Boa leitura!



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POV Violet

Ficamos eu e Sarah conversando e brincando um pouco com Raven e Alyssa por boa parte do dia, entretanto Sarah se mantinha preocupada com Alice. Garantia que tinha algo perturbando a irmã e, só pelo modo Alice andava de um lado para o outro, podia confirmar que sim, tinha algo.

Eu e Sarah até fomos perguntar a ela o que de fato era, mas ela revertia os papeis, enrolava e no final das contas não dizia nada, até vermos o que pareceu ser uma breve discussão entre ela e Peter.

Sinceramente não tenho nada contra Peter, nem mesmo convivi com ele, mas ainda sim, só de observar, dá para notar o quão ele pode ser chato e petulante de vez em quando.

Felizmente, já estava anoitecendo e depois de toda a preocupação com Lucian, eu poderia dormir, ou tentar pelo menos. Não que eu tivesse que fazer algo a mais, pelo contrário! Quando vivia com os Sem-facção, eu tinha muita coisa para fazer. Éramos como uma família, dividindo tudo. Mas aqui, no meio dessa floresta, tudo muito perigoso e não quero correr o risco de me perder ou coisa do tipo, sem contar que já tem algum tempo que não recebo a visita dela...

– Violet?! – Tobias me chamou.

– Oi! – corri até ele num abraço, que retribuiu, de forma um tanto desajeitada. Ele ainda será aprendendo e aceitando como é ter uma irmã, então acho que não posso me dar ao luxo de exigir toda a atenção, mesmo que de vez em quando acho que ele fica demais para lá e para cá com Tris.

– Tudo bem?

– Tudo e você? – ele assentiu.

– Quero que fique com isso! – mostrou-me alguma coisa enrolada num pedaço de tecido. Nem mesmo parei para perguntar. Tomei de sua mão e desenrolei. Um mix de lembranças vieram a minha mente. Não tinha como esquecer!

– Minha adaga! – adaga, ou faca, tanto faz. Minha mãe quem me deu umas três semanas antes do ataque a Abnegação. Estava tentando empunhá-la quando por ironia do destino dei de cara com Tobias.

– Pois é! – ele sorriu, um tanto frouxo, e tornou o olhar do chão para o lado, depois para mim – Estava cega! Não ia ferir nem se você quisesse. Então dei uma amolada, mas cuidado para não se cortar!

– Ok! – ri. Ficamos um tempo olhando um pro outro quando retomei o assunto – E você veio até aqui só para me entregar a adaga?

– Não! – sorriu de lado – Eu vim te colocar para dormir, ou quase isso.

Definitivamente, ele não tem experiência com isso, mas com o tempo pode aprender. Mesmo sendo a primeira vez que Tobias estava fazendo isso, parecia ainda sim confortado com esse tempo, ainda cuidadoso e desajeitado e com tudo isso, eu ainda me senti segunda.

Ele cheira a sabão, ar puro e um pouquinho de suor. Normal! Cheiro do meu irmão, cheiro de proteção. Eu o abraço o mais forte que posso, até não ver nem mesmo mais o brilho das estrelas, e então, durmo.

POV Lucy

Trato de chegar rapidamente ao acampamento novamente. Pela primeira vez nesses dias, eu me sinto tão irritada. Eu estava quase que “bem”, por assim dizer, mas a atitude de Caleb foi extremamente covarde, tanto que quase não o reconheci. Ele estava conformado em deixar Bryan me matar sem mais nem menos, e depois pedir clemência pela sua vida... Incrível como podemos nos enganar com as pessoas.

– Lucy, por favor... – chamou-me, mas fiz questão de nem mesmo olhar para trás.

Engraçado como só nos decepcionamos com as pessoas que criamos uma ligação, não é?! Pior ainda é eu ter me permitido acreditar na inocência dele.

– Lucy! Por favor! Permita-me explicar!

Erudição pura, passa imediatamente em minha cabeça. O modo de falar, os cabelos sempre arrumadinhos, camisa toda abotoada, nada fora do lugar mesmo no lugar onde estamos. Ele pode ter abandonado a facção, mas ela não o abandonou.

– Olha, desculpe-me! Sei que não agi da forma que você esperava. Sei que não sou capaz de ser tão corajoso como você. Está no seu sangue, mas minha cabeça só encaixa em cálculos e outras coisas... Não tomei muitas decisões certas.

– Você ia me deixar morrer. Tinha uma arma no chão e você não fez o mínimo esforço de tentar pegá-la.

– Sim... – ele abaixou a cabeça deixando que alguns fios rebeldes caíssem – Mas, Lucy, acredite, que todas as decisões foram para algo bem melhor. Sinto muito que pareça tudo ilógico para você, porém, para mim, há muito a valer.

Do que será que ele está falando? Deu uma de psicólogo agora ou especialista para agir assim?

Talvez eu o devesse perdoar. Talvez eu deva perdoar. Quem sabe até mesmo, já tenha perdoado. Mas ainda há as memórias passando desordenadamente em minha cabeça.

– Boa noite!

É tudo que consigo dizer e vou para um canto qualquer, pouco mais próximo a Violet e Sarah, sendo que só a última ainda está acordada. Suponho que esteja a espera de Alice.

– Oi, Lucy! – recepciona com um sorriso, mesmo seu rosto evidenciar um pouco de cansaço.

– Olá! – retribuo, em tom pouco mais baixo, sentando-me ao seu lado.

POV Luke

Mia estava quieta já havia algum tempo, mas não era preciso nem eu perguntar para saber o que ela estava pensando, até mesmo porque eu estava até então tentando adivinhar qual seria o assunto de Scott com Tris para que os dois, que nem mesmo se falavam muito, resolverem se encontrar numa parte da floresta onde não tinha ninguém e o nervosismo dele.

Scott pode ser meu amigo, mas que está escondendo algo. Ah! Isso ele está e não é só de mim, mas de Alice também.

– E então? – Mia chamou minha atenção, retirando-me de devaneios que nem mesmo era capaz de lembrar.

– Então, o que?

– O que você estava pensando?

– Ah! – dou de ombros – Nem me lembro.

– Como assim não se lembra?

– Ah! Desculpa ai! Mas a culpa é toda sua!

– Como?

– É, ninguém mandou ficar me seduzindo constantemente. Eu sou só mais uma vítima dessa sua beleza, então fique caladinha e nem venha me cobrar, ok?!

Ela ri. Amo esse sorriso. Não um sorriso qualquer ou sarcástico, mas um sorriso puro e sonhador, que demonstra também o quão forte ela é.

POV Raven

Acordo com um gemido singelo de Alyssa simultaneamente com um beijo doce de Dean na minha nuca. A combinação dos dois me faz arrepiar imediatamente.

Apesar de não ter chovido, um cheiro de terra úmida paira. Antes mesmo que eu pudesse terminar de sentar, desejar “Bom dia!” a meu fofo e pegar minha Aly nos braços, Reyna e Dimitry fizeram o segundo tão rápido que quase não foi notado a não ser a ausência dela e ambos se distanciando.

– Eles foram embora! – disse Tanner, aproximando-se sem nenhuma cerimônia e estendendo a mão para ajudar Dean a se levantar. Logo Rose fez o mesmo para mim, logo aceitei a mão amiga.

– Do que você está falando? – Dean perguntou.

– Eles! Quatro, Tris, Marcus, Caleb e Peter simplesmente sumiram.

– Não, não! – recuso a acreditar – Quatro não iria deixar Violet sozinha aqui.

– Não precisa ser nenhum gênio para adivinhar para onde foram.

– Tanner acredita que eles tenham voltado para a cidade, tentando saber o que aconteceu com Audácia e se Jeanine assumiu mesmo o comando – expõe Rose.

POV Alice

Sim, é bem provável que tenham feito isso.

Olho em volta e não vejo mais nenhum sinal deles e recordo bem de Quatro conversando com Peter, logo depois que ele e Marcus voltaram do nada de onde até agora não se sabe para onde foram. Foi pouco antes e logo depois de Peter me chamar de patricinha e eu enfrentá-lo. Há algo de errado!

Sarah ainda está dormindo ao lado de Violet e não faço a mínima ideia de onde Scott possa estar. Ele simplesmente sumiu ontem no final da tarde e só o vi quando já estava dormindo, ou pelo menos acho que estava.

– Ele também foi embora! – fala rápido e desvanecida Kylie.

De onde será que ela saiu? Isso nem mesmo importa, a questão é:

– O que? De quem você está falando?

– James! Ontem eu e ele tivemos uma espécie de briga. Ele queria deixar isso tudo para trás, mas eu não quis, preferi ficar com vocês. Não o vi depois disso e hoje Quatro e os outros foram embora. Ele deve ter ido junto.

– Calma! – falei da forma mais tranquila que pude, ou pelo menos tentei. O suor escorria pelo seu rosto e ombros gelados e constantes, enquanto eu mexia em algumas mexas de seu cabelo bagunçado – Não acho que ele iria e te deixaria aqui. Seria mais capaz dele arrumar um jeito de te desmaiar e levar você junto.

– Mas a mochila dele também sumiu. Tudo!

Scott também sumiu. Será que ele seria capaz disso? De ter se juntado a James de abandonado tudo sem nem mesmo olhar para trás. Ou quem sabe... Não! Scott não seria capaz de voltar para a cidade, para voltar a ser lacaio de Jeanine... Ou seria?! Não sei! Ontem estava tudo tão certo e agora parece que está tudo desmanchando aos poucos... Ruindo...

POV Samantha

– Muito bem! – resmungou Clary e logo depois me encarou – Obrigada por me ajudar! Estou bem melhor de tudo! Bem... Pelo menos fisicamente, né?! Ainda sentirei muita falta de Helena... e Josh! – seus olhos lacrimejam. Poderia tentar consolá-la, mas não faço a mínima ideia de como fazê-lo.

– Não se preocupe! – é a única coisa que me vem a mente e toco seu ombro, para passar firmeza e força sem que ela possa se sentir fraca, então, faço de imediato, mudar de assunto – Bem, você comentou algo que eu poderia fazer para te ajudar. O que seria?

– Cassie! Ela está brigada comigo e com Tyler. Ele quer que voltemos a nos falar, mas desde o sumiço dela e o aparecimento que ela não quer nem mesmo olhar na minha cara. Será que poderia...

– Tentar convencê-la a te dar outra chance? Mas é claro! Acredite ou não, sou uma pessoa bastante persuasiva quando trata-se de sentimentos.

– Não, não é isso! – sorri desajeitada – Eu sei o modo dela me perdoar, mas queria que fosse um pouco mais afastado dos outros, sabe?! Sem o perigo de alguém vir se meter ou acabar atrapalhando e fazendo com que ela perca o foco ou dê algum argumento extra para que eu não consigo entender de fato o porque ela se afastou de mim – sua voz agora está embargada. Clary está prestes a chorar novamente – Não posso perder mais ninguém, Sam!

– Você nunca me perderá! Pode contar comigo!

– Acredite! – ela faz uma pausa e me encara no fundo dos olhos e noto que eles sorriem, de uma maneira amarga e incomum, mesmo assim sorriem para mim. Até porque, não posso cobrar um sorriso de uma criança feliz de sete anos ao ganhar brigadeiro, né?!

Viro-me para ir buscar Cassie, contudo um barulho soa alto. Não para todos, no entanto, o bastante para quem o conhece. Uma espécie de assobio canoro, um rajado grave, um sopro oco, um sinal nada bom.

– Katherine!

– O que? – Clarissa me encara um tanto incrédula – Como assim?

– Katherine, Alek e os outros estão vindo.

– Mas agora?

– Sim! Demoraram até o bastante para isso.

– Precisamos avisar aos outros. Vai na frente e avise ao pessoal. Eu vejo se alguém está vindo, seja lá quem seja.

– Ok! – e saio correndo em direção aos outros.

POV Lena

– O que está acontecendo afinal de contas? – presto-me a perguntar em alto e bom som, pelo menos para o grupo o qual se manifestava mais próximo de mim, que se resumia a Alice, Kylie, Lucy e Miguel que, como de costume, acordou cedo o bastante e já deve estar a par da causa da movimentação.

Acho que se assustaram em me ver ali, a postos! Mas ainda sim, por mais que a culpa da morte de Lucian e indiretamente a de Helena me corroam por dentro, ainda há uma batalha pela frente, que talvez os outros tenham esquecido.

– Katherine está vindo com a sua corja! – gritou Samantha esbaforida, chegando numa correria, tropeçando nos próprios pés.

– Mais isso agora?! – arquejou Reyna e Dimitry, que pareciam estar bastante entretidos brincando com Alyssa e sabendo mesmo assim de tudo. A cena traz-me um aperto no coração, quase uma alfinetada certeira. Concentro-me para o que de fato importa!

Raven, Dean, Tanner e Rose se aproximam de nós e Miguel ajuda Samantha a andar enquanto a mesma tentar recompor-se e respirar para de fato concluir a mensagem.

– Calma! – dizem Kylie, Raven e Alice em uníssono.

– Então, o que aconteceu? – permito-me a primeira pergunta. Direta e seca, como num interrogatório da Franqueza. Não é a toa que tive essa aptidão. Talvez eu achasse tão inútil e por isso mesmo escolhi Audácia. Será que eu ainda estaria viva se tivesse escolhido Franqueza?! De qualquer forma, isso não importa, muito menos agora.

– Ele foi embora! – grunhiu uma vozinha abalada e um tanto confiante. Violet então apareceu com um papelzinho nas mãos, pouco amassado, colando-o ao peito – Com certeza ele deve ter voltado para a cidade.

– Quatro não é homem de deixar algo incompleto. – comenta Miguel e só então me lembro que os dois foram da mesma turma na iniciação.

– Não, não, não! – interrompe Lucy – Sinto dizer, mas se o nosso perigo já era grande, agora pode parecer ainda pior.

– Como assim? – Raven inquiriu.

– Nós não saímos de Chicago.

– O que? – perguntaram, incrédulos, Luke, Rose, Dimitry e Kylie.

– Há alguns dias, eu e Caleb encontramos uma fazendo da Amizade. De lá que trouxe o bolinho para Violet em seu aniversário e pude carregar o notebook para que Scott pudesse saber de fato o que há no tal pen drive. Afinal de contas, cadê ele? – encarou Alice, que seu de ombros voltando a encarar o chão, e prosseguiu – Ontem, quando fomos lá, um deles, um tal de Bryan, disse que estávamos todos enganados.

– Mas nós passamos pela cerca! – contrapôs Reyna.

– Uma cerca falsa, provavelmente, e Peter e Marcus descobriram isso, por isso voltaram e vieram buscar Quatro, Tris e Caleb.

– Isso significa que Jeanine... – digo, mas Lucy completa.

– Exatamente! Ela pode saber muito bem onde estamos e estar provocando esses ataques como aviso para que voltemos ao “centro” da cidade e nos rendemos. Até porque, a Audácia tinha acesso a câmeras espalhadas em toda a cidade e quem sabe até mesmo fora da cerca, pelo menos da cerca que passamos.

– Não é a toa que foi tão fácil assim para fugirmos. – fala Dimitry.

– De qualquer forma, por que Jeanine não teria nos matado logo isso for mesmo verdade? – indago.

– Porque ela quer que nos apresentemos. Ela precisa de Divergentes apesar de não admitir. – ecoa a voz de Scott e Alice o encara, quase num alivio de suspiro surpresado por uma contração de curiosidade.

– Do que você está falando? – perguntou Mia – E nem tente mentir, porque sei que algo muito importante, principalmente para te levar a ter uma conversa bastante estranha com a Tris ontem.

– Olha... Eu não sei direito. Eu só estava entregando para ela o disco rígido que ela pegou da simulação de controle e ataque da Audácia na Abnegação.

– Então como você pode saber que Jeanine precisa dos Divergentes? – pergunta Rose.

– Eu ouvi ela comentar algo sobre uma pesquisa sigilosa. Caleb mesmo tinha falado disso comigo há alguns dias, porém nenhum de nós dois sabemos muito bem o que isso significa. Se quiserem perguntar a ele...

– Caleb sumiu! – expôs Alice pouco mais seca – Assim como Tris, Quatro, Marcus, Peter e James.

– Pessoal, acho melhor nós pararmos de discutir sobre isso só por alguns momentos. – sugere Luke.

– Como assim? – Tanner pergunta – Isso é sério, Luke. Não é algum tipo de brincadeira e...

– Eu não estou brincando dessa vez. Não sei se vocês estão lembrados, mas Samantha ta aqui porque veio dar um recado! – retrucou.

– Katherine está vindo! – diz ela, com os olhos ávidos e corpo cansado.


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Notas finais do capítulo

Bem, acho que todos puderam notar que narrei esse capítulo somente em primeira pessoa, usando o POV de vários personagens e inserindo exatamente todos na narrativa, cada qual a sua maneira. Por que isso? Bem, é que nos próximos capítulos, a princípio, usarei bastante a terceira pessoa, então achei interessante repor a demorar demonstrando vários lados, sem deixar das tretas rolarem, não é?!

Ah, alguém me perguntou se a fic estaria entrando em Hiatus logo no final, mas venho vos dizer que não. A demora se deve ao fato de eu ter que organizar uma feira escolar e por isso demorei um pouco, contudo, saibam que o próximo capítulo já está em mente e logo será transcrito para o pc e postado!

Falando nisso: Seguindo a linha de uma das leitoras, quanto a segunda temporada que já estou planejando (principalmente agora que estou lendo Convergente), talvez essa seja interativa, porém continuará com alguns personagens selecionados dessa temporada. Então a questão é: dou a liberdade a vocês de sugerirem um nome. Fiquem a vontade e sejam bastante criativos!

Ah, bem! Por fim, antes do nosso "Até breve", venho aqui dizer que estou numa fic nova com parceria do Thay, que também é interativa, no entanto o assunto é diferente de Divergente. Aqueles que ficarem interessados, cá está o link: http://fanfiction.com.br/historia/616896/The_Supernatural_Mysteries/

Agora sim, Até Breve! rs :)