Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 39
Suspeitas


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo de 2015! Como vão?! Bem, como sempre, espero que gostem!



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Narrador

Desde seu retorno ao acampamento após seu misterioso desaparecimento e o assassinato de Josh, Cassie muito pouco de dispunha a ficar unida no centro com os outros, evitando até mesmo a proximidade que tanto tinha com Raven e Alyssa, já que sempre amava ficar na presença da pequenina.

Mesmo assim, com tantas coisas acontecendo e a possível ameaça de Katherine e os outros atacarem, Quatro, Tris e os outros não estavam dando prioridade à mudança repentina de humor da jovem e sua auto-exclusão, levando em consideração maior que a possível, quase certa, batalha seguinte seria cuidadosamente calculada pelo oponente, pelas palavras firmes de Samantha.

– Oi?! – chamou a atenção Tyler, que já se sentava ao lado de Clary, outra que desde a ida de Josh para um lugar melhor, destinava-se a ficar um tanto sozinha – Posso ficar aqui com você?

– Pode! – a voz dela saiu como um murmúrio.

– Tudo bem? – perguntou o rapaz, colocando seu braço em torno de seus ombros para transmitir a moça sinal de que não estava sozinha no momento.

– Mais ou menos. É que eu me sinto tão culpada pelo que aconteceu com Josh... – Tyler a interrompeu de imediato.

– Não foi culpa sua!

– Lógico que foi! – a voz de Clarissa aumentou um tanto de tom enquanto os grãos de terra escorriam por seus dedos e logo depois ela os pegava novamente para seguir o mesmo processo que a seus veres, aparentemente, seria consolador – O vulto tentou me matar. Se Josh não tentasse me salvar enquanto aquela coisa me estrangulava, ele ainda estaria vivo... – Tyler novamente interveio.

– E você morta. Quando Josh tomou a iniciativa de tentar te salvar, ele sabia muito bem o que poderia acontecer. Estava prontamente disposto a dar a própria vida pela sua. Acredite! A culpa não é sua!

– Então você está falando que a culpa é dele?! – indagou a jovem incrédula, retirando o braço do rapaz e o encarando. Via-se de passagem uma leve película de lágrimas formando-se em suas pupilas, porém recebendo ordens para que não tivessem a ousadia de escorrer pelo seu rosto. Um das atitudes típicas nessas situações.

– O que? – retrucou, sentindo-se mal interpretado, quase ofendido – Não! Você não entendeu!

– Como assim não entendi? Você diz que a culpa não é minha e que ele tinha consciência do que podia acontecer e...

– E ele decidiu fazer isso porque gostava de você!

– Não! Não gostava! – as lágrimas ficaram nítidas e por muito pouco poderiam escorrer.

– Claro que sim! Por que alguém defende outra pessoa se não gosta dela?

– Mas ainda sim a culpa é minha. – cruzou os braços como uma menina marrenta. Os cabelos caíram sobre o rosto e as lágrimas gotejavam no chão, no qual a terra com a qual anteriormente brincava sujava a umidade e desilusão desta – Se eu não o tivesse chamado para passear e convencido ele a ir mesmo que não quisesse, se eu não tivesse desafiado dele a quem corre mais rápido e o deixado para trás, duvido muito mesmo que o vulto teria aparecido, tentado me matar e toda essa desgraça teria acontecido.

– Quem sabe?! Não podemos voltar no tempo, então pare de se culpar, pelo amor de Deus! Você não gostava dele?! Ele não vai descansar em paz se você ficar ai se culpando. Ele não pode voltar, mas você pode fazer jus ao sacrifício dele. Não era Josh que sempre estava alegre e queria ver os outros sorrir? Tudo bem que vocês não tiveram muito tempo assim para se conhecerem, mas...

– Eu gostava dele! – disse sem pestanejar Clary. Seus olhos estavam vermelhos, a face ainda com as leves marcas de que lágrimas haviam descido, mesmo que a própria tenha tentado enxugá-las, e os cabelos levemente desembrenhados – Eu o chamei lá para dizer que estava apaixonada por aquele bobão – riu de nervosismo – E minha declaração, a primeira coisa que faria sem pensar duas vezes, dizer o que sentia, resultou nessa catástrofe.

O silêncio entre ambos pairou. Sorte, quem sabe, seria o fato de estarem um tanto mais afastados dos demais. Logo, retomando um pouco o fôlego que nem mesmo tinha percebido ter prendido ao Clarissa desembestar tudo de uma só vez, Tyler pronunciou-se:

– Isso... Foi só uma fatalidade!

– Só?! Não! Tudo o que eu amo ou é podre de nascença, como minha tia, ou apodrece e morre antes mesmo de eu poder ser um pouquinho feliz. Como você acha que me sinto com tudo isso?

– Eu não sei! Não faço à mínima ideia! Mas...

– O pior de tudo é que antes eu já imaginava que ele não gostava de mim do mesmo jeito que eu dele... – proferiu com voz baixa, quase sumindo, a garota, apoiando o queixo nos joelhos, enquanto as pernas estavam dobradas e encostadas aos seios.

– Isso a gente nunca vai saber, mas tenho certeza que gostava. – Tyler a abraçou.

– E se confirmou quando ele estava morrendo – escondeu novamente o rosto.

– Como assim?!

– Você não viu o olhar que ele trocou com Cassie?! – soluçou – Eles dois se davam muito bem e de vez enquanto sumiam. Não é estranho?! Ele me via como uma... uma... amiga! E tinha muito carinho por Cassie. Eu sei que você gosta dela, Tyler, mas ela sabia que Josh gostava dela desse jeito. O jeito que eu gostava dele e você gosta dela. Isso se...

– Não! Isso já são fantasias loucas da sua mente. Para com isso! Não fique inventando coisas ou supondo o que não sabe! – Tyler a soltou, agora com voz mais séria e encarando o chão, recusando-se a dar ouvidos ao que escutara.

– Então como você pode explicar a estranha troca de olhares apaixonados entre eles antes da morte dele? Toda a preocupação dele quando ela desapareceu? E esse comportamento estranho dela depois que ele se foi? Vai me dizer que desde quando ela “perdeu” a voz lhe deu um único beijo? Deu, por acaso? Um abraço? Ou era sempre você quem a abraçava?

– Você não... – Clary ignorou-o e continuou suas suposições.

– E se Cassie só tenha se dado mal quando foi em um encontro escondida com Josh?! Pelo que eu saiba, vocês nunca trocaram duas palavras seguidas. Muito pouco trocavam olhares. Ele também não ficava muito aqui com os outros. Ou estava procurando Helena e disso tenho certeza porque fui uma vez com ele fazer o mesmo, ou ia “passear” para qual o mesmo me dispensou uma vez com a desculpa que eu tinha que “descansar”. E ela? Por acaso ela falava dele constantemente? Eram “amiguinhos”?

– Chega! Tá?! Você pode ter os seus motivos para achar que Josh não gostava de você e quem sabe isso seja até mesmo verdade. Talvez ele não suportasse o fato de você sempre ser legal demais, até porque ele era assim e, quiçá, não quisesse concorrência no bonde da felicidade da Audácia, já que não escolheu Amizade. Agora me faça o favor de não colocar Cassie no meio de suas suposições malucas por ter sido mal amada, ok?! – pegou-se dizendo Tyler até enfim notar as lágrimas novamente escorrendo pela face de Clary. Tinha se arrependido quando notou as barbaridades que dissera a garota, contudo, já era tarde demais.

– Sabe?! Às vezes as palavras doem mais que um tiro, seu babaca. Fique bem, seu corno! – saiu sem pensar duas vezes. O rapaz chegou a levantar a mão em protesto e tentar se redimir, no entanto sabia que não era hora nem lugar para fazê-lo, principalmente depois de tudo que falara sem pensar. Tinha também as perturbações internas. Seria o romance de Josh e Cassie verdade?! Não tinha como querer a paz com Clarissa já que tinha ferido seus sentimentos e estava com os próprios em teste.

POV Raven

– Ela é muito fofa! – repetia Reyna. Ela realmente estava se naturalizando tia de Alyssa.

– É! Parece um pouco com a mãe. Mas o restante é Dean todo! – afirmou Dimitry. Sim, ele sabe que Dean não é o pai de minha filha (quem dera fosse) verdadeiro, porém ele se sente bem e a assumiu. Isso que importa! Depois da tempestade tem sempre a bonança, né?! Dean era a minha. Violet, Sarah e até o pequeno Lucian que apesar do pouco tempo de vida já estava bem mais forte e maior.

– Logo ele e Alyssa vão estar correndo de um lado a outro, deixando a gente de cabelo em pé. – brincou Dean, dando-me um leve beijo no pescoço. Como pode ser possível ele ser tão perfeito e ainda descobrir o que estou pensando?!

– Como você sabia o que eu estava pensando? – perguntei rindo de mim mesma, tudo, nossa relação. Mesmo com os imprevistos, estava de vento em poupa, principalmente depois que Aly disse as primeiras palavras. Foi uma doçura de ver e sentir que ela mesmo sendo uma bebê sabe que a amamos.

– Porque você estava sorrindo e olhando para Lena e Miguel, com Lucian no colo. Não foi muito difícil de imaginar – piscou.

– Por que será que não te conheci antes?!

– Porque era para nos conhecermos agora – beijou-me delicadamente até um “limpar” de garganta nos interromper.

– Olha, eu sei que o casalzinho está feliz, mas não acho um bom exemplo Alyssa ficar presenciando essas cenas fortes de amor, sabia?! É muito fofo e doce! Daqui a pouco a menina está com diabetes ou quem sabe os dentes nasçam com cáries. – protestou Reyna arrancando gargalhadas de Dimitry, que interveio.

– Não exagera, Rey! – a qual revirou os olhos, pegou Alyssa no colo e saiu.

POV Violet

– Como você pretende fazer esse seu plano para juntar Alice e Scott? – perguntei.

– Scottlice já está formado, mas os dois são tão tímidos que muito pouco se tocam. – fez um biquinho de desânimo, o que me fez rir na hora, até ela perceber e desfazer.

– Mas já está mais do que na cara que os dois se gostam!

– Eu sei, Vi, mas é complicado. Alice está com medo, principalmente de como eu vou ficar se ela e Scott namorarem e eu sei disso. Não quero atrapalhar os dois. Alice é minha irmã e eu quero que continue sendo, não se afaste, mas também não pense que só porque somos nós duas agora que tem que agir como uma mãe para mim.

– Entendo...

– Como foi aquele passeio com Quatro?

– Tobias!

– Tá, tá legal! Para mim, ele é o Quatro. Para você que é da família, Tobias, ok?!

– Ok! – rimos – Foi bom! Nós conversamos.

– Sobre o que? – encarei ao chão e respondi.

– Bem, ele esclareceu as coisas, contou algumas coisas que eu já sabia, mas de outra forma. Disse que tudo está muito perigoso e que ele não suportaria que acontecesse comigo o que se deu a Josh. Que era para eu tomar cuidado e que se em algum momento ele tivesse que ir embora, era para não tentar de ímpeto ir atrás dele. Seria suicídio! Ele faria de tudo para me proteger e para eu ter certeza que se ele fosse, mesmo assim estaria sempre comigo.

– Nossa! E enquanto ele estivesse fora? Como você ficaria? Com Tris?

– Não! Eu não... Você sabe que ainda não me dou muito bem com ela.

– Ciúmes! – riu então a encarei sem perceber que estava séria – Relaxa! Quatros ainda é seu irmão e ninguém vai desfazer isso.

– Eu sei... Ok! Voltando ao assunto! Ela possivelmente iria com ele. Caleb também e quem sabe Lucy, já que eles estão tão “próximos” ultimamente – fiz questão de fazer o sinal de aspas. O olhar que eu e Sarah trocamos foi o suficiente para que ela entendesse o que queria dizer. Já desde ontem estávamos notando e estudando as possibilidades deles ficarem juntos.

– Então você pode ficar com a gente! Eu, Alice, Scott, Dean, Raven e Alyssa. Seremos como uma família! Hoje, amanhã e sempre, Vi! Você sabe que só queremos o seu bem e depois de tudo que já passamos juntas. Não quero te perder, amiga! – abriu os braços e aceitei o abraço forte que me deu.

– Também não. Não seria fácil ficar longe de Tobias de novo, mas sei que ficaria bem com vocês. Também não quero perder outro amigo.

– Como assim “perder outro amigo”? O que aconteceu?

– Tanner!

– O Tanner da Rose?!

– Não! Tanner, um menino da minha idade. Por sorte, fazíamos aniversário no mesmo dia. Ele também morava com os Sem Facção. Foi lá que nos conhecemos. Brincávamos sempre. Diziam que nós éramos irmãos até. Mas um dia, quando tínhamos oito anos, um grupo de garotos nascidos na Audácia, que ter uns quinze anos, foram lá onde estávamos e querendo se divertir a nossas custas. Um garoto ficou puxando meu cabelo, ai Tanner veio me ajudar. Eles tentavam nos bater, mas nós éramos mais rápidos com pontapés e mordidas – Sarah riu – O problema é que outro menino deu um chute no peito de Tanner e ele caiu para trás, atingindo uma janela de vidro que se quebrou. Só o vi depois sangrando, todo cortado e... morto!

– Poxa! – Sarah me abraçou de novo. Acho que ela pensou que eu estava chorando, mas se há um coisa que aprendi é que tenho que lembrar de um amigo sorrindo, tenho que lembrar dele vivo e da gente rindo e brincando e não dele doente ou morto, tanto que ela meio que se “espantou” em me ver bem, por assim dizer – Sinto muito!

– Não tem problema!

– Isso explica o porquê você fica um tanto longe de Tanner.

– É. E o porquê não gosto muito de Tris. Ela é namorada do meu irmão. Demorei muito tempo para conhecer Tobias pessoalmente e agora não quero perdê-lo por nada desse mundo.

– Entendo! – nos abraçamos novamente.


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Notas finais do capítulo

Gente, no próximo teremos a música do desafio do casal.
Ah, gostaria também de saber quem vocês acham que é o vulto. Dei muitas dicas no capítulo anterior. Para aqueles que acertarem eu posso, quem sabe, dar um crédito a mais ao personagem na hora da votação. Pois é! Para aqueles que se esqueceram, ainda teremos mais uma votação! rs Até!