Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 36
Em que acreditar?


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, postando antes da viagem! rs
Boa leitura!



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POV Alice

Era simplesmente espantoso vê-lo ali. O sorriso sincero que sempre carregava consigo tinha desaparecido completamente. Eu nem mesmo tinha forças para ir até Sarah e Violet que estavam curiosas para saber o que estava acontecendo. Definitivamente nenhuma delas precisava visualizar aquela cena.

Clary afogava-se em lágrimas no abraço de Raven, enquanto Dean tentava, aos poucos, conduzi-las para outro lugar. Sem dúvidas, ficar ali a encarar aquela morte estava completamente fora de cogitação.

Scott notou minha possível palidez e segurou minha mão, guiando-me para fora aquela cena de crime. Não muito depois estava Sarah e Violet fazendo uma série de perguntas a Rose e Tanner que tentavam ao máximo contê-las.

– O que aconteceu? – Sarah me abraçou fortemente – Quem foi a vítima dessa vez?

– Josh... – minha voz saiu como um soluço.

– Calma! – replicou Scott, mexendo nos cabelos de Sarah que curiosamente não reclamou, o que de fato, faria bastante em uma situação normal – Ele vai para um lugar melhor.

– Mas vai ficar longe da gente – murmurou Violet. Não foi preciso dizer mais nada. Algumas poucas lágrimas se formaram nos olhos de ambas, contudo logo sumiram.

Uma pontada atingiu meu peito. Sem dúvidas não seria aquilo que meus pais gostariam que nós vivêssemos, muito menos eu queria que Sarah sentisse essa dor de perder alguém tão próximo, no entanto, nossos pais não estavam mais lá e agora somos nós por nós mesmas. Duas Feresin contra o mundo ao lado de poucos amigos em quais se possam confiar.

Narrador

– Mas o que aconteceu? – perguntou Tyler, tocando o corpo do rapaz. Um último arfar o saudou. Luke e Mia estava bem próximos, agachando-se para tentar ajudá-lo, contudo, não muito poderia ser feito.

– Ele está perdendo muito sangue. – alertou Mia, fazendo pressão na ferida, entretanto a suspeita de morte era quase certa.

– Josh, cara. Relaxa, você vai sair dessa. Aliás, não foi você quem me ajudou ontem quando eu estava todo lascado da briga com Robert?! – Luke tentou manter a chama da esperança acesa, apesar de em vão, o rapaz somente sorriu.

Enquanto os outros evacuavam, deixando somente a presença dos quatro, Cassie se aproximava lentamente, agora que conseguia andar sozinha sem correr riscos maiores de cair. O olhar deles foi único e rápido, porém como se tivessem trocado mil e uma palavras.

Helena que estava até então despercebida na situação, ajoelhou-se próximo a cabeça do primo e deu-lhe um leve beijo na testa. Partia seu último familiar. Estava completamente sozinha. Então o último suspiro deixou todos leves pelo cessar de seu sofrimento e, ao mesmo tempo, curiosos para saber de fato quem foi que cometeu tão crueldade.

– Ele descobriu alguma coisa e eu não prestei atenção no que era. – proferiu Helena, levantando-se e caminhando até uma árvore, esmurrando-a fortemente.

– Tentar quebrar a própria mão não vai trazê-lo de volta nem mesmo o assassino aqui para pedir desculpas e deixar você quebrar o pescoço dele – a voz de Quatro ecoou. Ele caminhou até Josh e retirou uma pistola de sua cintura e um canivete pequeno do cano de sua bota.

– Não foi sua culpa. Ele estava caminhando normalmente com Clary. – Tyler levantou-se para dar qualquer apoio que Cassie precisasse.

– Aquela patricinha – cerrou a mão em punhos novamente, agora arranhados depois de ter socado o tronco da árvore – Eu tenho vontade... – foi interrompida por Luke.

– Ela também não tem culpa. Poderia ter sido morta se não tivesse gritado.

– Estranhamente ela não ter sido esfaqueada, não é?! – o olhar de Helena era frio e calculista com nulas lágrimas escorridas pela face, como de costume. Não demonstrava mais dor pela morte do parente e sim reflexão sobre tudo que acontecesse, para um bem próprio, se possível dizer – Quero dizer, quem se daria ao trabalho de matar Josh e deixá-la vivinha para ficar “traumatizada” sem nem mesmo um arranhão e fugir assim, sem mais nem menos.

– O que você está supondo? – Tyler inquiriu.

– Nada! – bufou e deu as costas. Ela simplesmente desapareceu sem muito esforço.

– Vamos, Luke! – chamou Mia e o rapaz se levantou – Não é muito bom ficar falando assim da pessoa depois de morta, senão a alma não descansa.

POV Luke

– O que você achou dessa... “ideia” de Helena? – perguntei tentando puxar assunto após cerca de cinco minutos sem nenhum de nós pronunciar uma única palavra. Parece pouco tempo, no entanto, sentia como se fossem uma eternidade. Sem dúvidas, a morte de Josh não foi o melhor assunto, porém era o único quem veio à mente.

– Em relação a que? – Mia retrucou.

– A Clary.

– Sensata!

– Como assim? Ela também poderia ter sido morta, né?!

– Aquela faca foi exata! Nem mesmo alguém com muita habilidade com lâminas atingiria naquele ponto, só se estivesse bem perto. Além do mais, se houvesse um “atirador”, que no caso foi o vulto, teria atirado para matá-la também, correto?!

– Então você acha que Clary sabe disso tudo?!

– Eu não acho nada, mas Violet achou um espelho quebrado atrás daquela árvore ali – apontou – ontem à noite – ironizou ela. Quando me vi, estávamos nos encarando desconfortavelmente até Mia retomar a palavra – O que eu estou falando, é que não se pode chamar Helena de louca apesar dela parecer uma – deu de ombros.

– E se não houvesse atirador. E se o vulto tiver pego Josh e eles tenham lutado. Clary correu, porém ele foi atingido e ela gritou. Então ele ou ela, foi embora?!

– Ok, Sherlock! Josh já se foi por ser intrometido demais. Vai querer esse fim também?!

– Não. Ele não era intrometido, só curioso.

– E descobriu algum pobre muito forte de alguém para querer matá-lo.

– Será quem... – eu mesmo me perdi. Sabe aqueles momentos em que você esquece completamente do que iria dizer?! Bem, esse era um desses. Mia parou de andar e me encarou – Será que não tem nenhuma relação com Katherine ou Alek?!

– Pode ser. Tem mais a cara daquela lambisgóia, não de Alek. Ela NUNCA se deu bem com Clary e com certeza a teria matado. – deu novamente de ombros. Incrível como ela tem esse gesto como solução de todos os problemas e um imã para tranquilidade alheia.

POV Lena

Lucian estava um tanto inquieto hoje, assim como Alyssa. Eu e Miguel fizemos questão de cuidar de ambos enquanto a pequena multidão dava-se por examinar o que de fato tinha acontecido. Dean e Raven conversavam com Clarissa para tentar saber o que tinha acontecido ou se ela teria visto quem matara Josh.

Pobre rapaz. Mais um que se vai! Não o conheci direito, acho até que porque eu estava andando demais com Miguel, mas ainda sim parecia boa pessoa. Não tenho muito que dizer. O que realmente me deixou de coração partido foi ver Alice tendo de consolar Violet. Não era fácil para ela perder um amigo.

Há bastante tempo notei que ela não anda muito com Tanner. Creio que tenha alguma coisa com a outra Alyssa, a irmã dele. Bem, talvez fossem amigas?! Não sei ao certo, quando perguntei em meio a uma conversa, ela não quis falar e preferiu ir brincar com Sarah. Entendo... Ou pelo menos tento entender.

Narrador

Lucy e Caleb não se dispuseram a visitar Josh em seu leito de morte. Nem mesmo ficaram ali para poder comprovar ou demonstrar suas suposições de quem de fato teria feito aquilo. Certamente, os outros já se davam esse trabalho.

– Lucy?! Por que você está assim tão quieta?

A companhia da jovem era como inexistente. Desde que Rose e Tanner vêm namorando, antes de começar a conversar constantemente com Caleb, após a morte de seu pai e a história do pen drive, Lucy havia se dedicado muito em passar um tempo com Sarah e Violet. Ela simplesmente amava aquelas meninas, jê que não muito poderia ficar com Alyssa, caso sim, Reyna arrancaria suas córneas, como a própria avisou. Ela quem era a “tia” preferida.

– Nada. Só estava aqui imaginando como vou matar Alek. – encarou-o pálido. Já era de se esperar que o jeito “ingênuo” de Caleb ficasse um tanto abatido com o que ela acabara de dizer – Primeiro meu pai, agora Josh, quem será o próximo, hein?!

– Você tem certeza que foi ela?

– Quase. Aliás, ela teria muitos motivos para isso.

– Posso te pedir uma coisa?

– Claro.

– Vamos a Amizade?

– Hã?!

– A fazenda da Amizade – explicou o rapaz – Ver Estela e Íkaro. Bem, eu não sei, mas não tive boa impressão quando fiquei sabendo de Josh. E quem sabe, Estela não possa nos dizer alguma coisa sobre a cidade ou tenha ideia do que Jeanine possa estar planejando ou até mesmo já fazendo lá?!

– Ok! – murmurou, dando-se por convencida, deixando sem seguida, bem claro, o único motivo pelo qual ela aceitara – Mas eu vou mais por Íkaro, ok?! – Não bastava o quanto fosse, o quanto visse o menino, sempre se recordava de um de seus irmãos, mesmo tendo pouquíssimos traços em comum. Tudo não passava de pura observação, no modo de agir, falar, brincar... Poderia ter um tanto de auto-tortura por não vê-los há bastante tempo, contudo ela gostava de se sentir próxima a eles durante os poucos minutos que ia a fazendo da Amizade.

POV Raven

Os olhos de Clary mantinham-se marejados constantemente. Ela respirava com dificuldades, só então me lembrei que ela dissera uma vez que tinha asma. Tive bastante receio de que estivesse atacando, porém não era nada mais que um extremo nervoso.

– Clary, calma! – Dean tentava persuadi-la – Você não teve culpa. Bem, acho que será melhor você ficar um pouco mais calma para poder nos dizer o que aconteceu de verdade.

– É que... – engasgou ao tentar explicar, logo Dimitri que acompanhava tudo a menos de um metro, ofereceu seu cantil com um pouco de água. Porque será que eu não pensei nisso?

– Pronto! – coloquei uma mecha de seu cabelo trás da orelha esquerda. Só então dei por mim as diversas marcas aleatórias que se estendiam por seu pescoço. Algumas demonstrando somente vermelhidão, outras até mesmo fios de sangue seco – O que foi isso?

– Eu... – ela começara a dizer. Suas mãos ainda estavam um tanto trêmulas. Eu e Dean fizemos sinal para que respirasse fundo e tentasse tirar calma de lugares agora quase inexistentes e relaxar um pouco para que pudesse dizer o que de fato aconteceu – Eu estava andando, ai, do nada, alguma coisa me atingiu nas costas e eu cai. Tentei me levantar, mas essa “pessoa” me estrangulava e eu tentava sair. Já não enxergava nada por causa das lágrimas. Meu pescoço ardia e não conseguia mais respirar direito. Então Josh apareceu e disse para eu sair dali. Escutei dize que estava bem... Quando fiquei em pé, gritei o mais alto que pude, porque a coisa estava para quebrar seu braço, então o matou e fugiu. Corri até ele tentando ajudar e vocês chegaram e... – perdeu a voz.

Toquei sem querer suas costas e vi um grande rasgo em sua blusa. O vulto que matara Josh a tinha realmente tentado matar. Seu pescoço ainda demonstrava as marcas de dedos que supostamente teriam tentado enforcá-la.

Esse Josh... [sorriso frouxo e triste] Esse sim era confiável e bom. Não duvido que o tenha feito.

– E agora? – soluçou Clary.

– Você vai descansar. – sugeri.

– Não! Tudo que eu me aproximo parece morrer – culpou-se.

– Não é bem assim. Então tudo que eu me aproximo também morre. De todos aqui funciona a mesma maneira, então. – ela respirou fundo novamente, logo continuei – Relaxa!

– Helena deve estar querendo me matar. Deve achar que eu não fiz nada para tentar ajudá-lo e o pior é que eu realmente não fiz... – abraçou Dean repentinamente. Seus braços estavam fortes, tanto que a face dele ficara um tanto avermelhada. Eu poderia ter um curto ataque de ciúmes, senti até mesmo meu rosto arder, mas não vinha ao caso esses luxos.


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Notas finais do capítulo

Qual das partes vocês acham que está correta? Digam! ;)
Sinto dizer que, creio que nossa fic esteja chegando ao fim. Já tenho tudo em mente (ou pelo menos grande parte) e gira em torno de cinquenta capítulos. Se passar, bem. Se não passar, Amém! Mesmo assim ainda teremos surpresas e desafios!
P.s: Deram-me ideia de uma possível "segunda temporada", porém gostaria de saber da opinião de vocês, caso os personagens continuariam e se seria uma boa ideia, baseada a outra na continuação, Insurgente e/ou Convergente, com ideologia de lançamento (caso aceita) após o lançamento do filme, pois sinto que dá mais ideias (até lá, lerei os dois últimos livros da trilogia). Bem, é isso! Deixem suas opiniões.
Até o próximo!