Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 22
Teste


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Desculpem a demorar. Estava para terminar esse capítulo há algum tempinho, porém estava sem tempo. Finalmente cá está ele. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503896/chapter/22

Narrador

Difícil realmente saber o que fazer. Caleb, acompanhado por Helena, saíram imediatamente do local onde Hiendi tinha sido “enterrada”. Scott, Sarah e Alice ali permaneceram durante um tempo. Ela podia ver um brilho nos olhos da irmã, um brilho de gratidão e medo ao mesmo tempo, como se tudo o que passara nos últimos dias simplesmente fora um sonho, ou melhor, pesadelo.

Seus pulsos e tornozelos estavam vermelhos, devido à corda que amordaçava esses membros. Seus olhos eram diferentes dos de Alice, claro num azul como o céu ensolarado. Sarah estava com um sorriso de satisfação e ao mesmo tempo medo, um suspiro chegou a ser escutado da menina. Alice e Scott a ajudaram ficar de pé e levaram para o acampamento, lenta e piamente, sendo contemplados por uma maravilhosa brisa, frente, porém seca, vindo defronte a deles.

P.O.V Lucy

Emma estava ao meu lado, rindo e sorrindo como se fosse criança ou estivéssemos visto uma acabado de nascer. Sinceramente eu não fazia à mínima ideia se ela estava bem ou se eu mesma estava louca, mas não demorou muito para perceber que ela estava falando sério.

– Comecem a falar! Onde está Sarah?! – Emma disse.

– Olha só se não é Emma, Saulo?! – falou Beto, o careca pouquinho mais baixo.

– Pois não é?! O bom filho a casa torna. Pena que ainda não aprendeu a se comportar. – lamentou ironicamente Saulo mexendo-se como se o tiro de Emma fosse uma bolinha de papel que o tinha acertado.

– Haha – riu sarcasticamente Emma – Incrível, não?! E esse machucado não foi Lucy quem fez?!

Emma então desfilou lentamente até os dois, passando entre ambos e caminhando do esôfago ao final do queixo, venenosamente por sinal.

– Vamos logo com isso. – finalmente me pronunciei – Bruce está com Sarah?

– Que isso, Lucy. – falou Beto com o braço enfaixado, calmo, aproximando-se se mim e colocando o mesmo braço em torno do meu ombro.

– Não temos nada para conversar! – afirmei quando Beto me agarrou pelo pescoço. Com o salto da bota, dei chutes repetidamente em seu calcanhar até enfim morder seu braço com forma e me soltar. Quando olhei novamente, estava sangrando devido o fato de eu ter quase arrancado a pele dele.

– Isso não foi nada legal. – comentou Emma, virando-se para Saulo e num pulo rápido, entrelaçando as pernas na cintura do homem por trás. Ele se jogou contra a árvore mais próxima tentando fazer com que ela caísse, em vão.

Corri para cima de Beto ao mesmo que ele estava correndo em minha direção. Repentinamente, ele se jogou ao chão dando-me uma rasteira. Tropecei e cai em cima dele, um olhando nos olhos do outro, um nojo só. Quando ele ia dizer alguma coisa, dei um chute em suas genitais e me pus de pé. Consegui notar Emma numa luta de cinema com ela e Saulo se estapeando e uma fina linha de sangue descendo do canto exterior da sobrancelha esquerda.

Narrador

Josh tinha acabado de se separar de Helena. Esta por sua vez decidiu ir atrás de Caleb para consolá-lo da grande perda. Hiendi sem dúvidas faria falta, mas o passado a condena e esse foi seu fim. “Hum, Hiendi certamente tinha algum segredo, o qual Bruce sabia, mas qual? Tenho certeza que o escutei chantageando-a sobre algo do tipo antes de seu trágico fim...”, indagava repetidamente Josh em sua mente. Esperto e observador como só ele mesmo, não iria medir esforços ou descansar até enfim descobrir o que era. Mesmo se perguntasse a Helena não iria adiantar, ela mesma não ligava para a própria vida, imagina a de Hiendi (isso conta querer ser a intrusa na relação Rose e Tanner? Bem, esse não era o foco).

Rose caminhava com Reyna e Alyssa não muito longe de onde Josh estava, mas em distância suficiente para que o rapaz não notasse suas presenças. Enquanto Reyna brincava com a pequenina, Rose estava com passos mais ágeis e nervosos, tomando a frente, parando somente quando percebeu a ausência de Reyna a sua direita.

– Vamos?! – falou Rose num tom que não se podia descobrir se era ordem, pedido ou pergunta.

– Calma, filha! Não tenho culpa se você ta com raiva do bofe.

– Mas quem disse que... – interrompeu-se ao notar o olhar de Reyna que dizia “Você ainda pergunta?!” – Tá tão na cara assim?

– Nada. Imagine! – ironizou – Tá tão na cara como Alyssa é um bebê.

– Ai! Desculpa, ta?! Só estou irritada. Essa foi a primeira vez que briguei com o Tanner e...

– E? Garanto que não vai ser a última. Helena saiu fora, mas cuidado que tem outras ainda no seu caminho, então, se quiser algo com ele, agarra logo!

– Nossa! Como você é...

– Experiente? – interrompeu Reyna com um leve sorriso no rosto.

– É... não era bem o que ia dizer, mas... ta bom!

– Acho melhor você ir.

– Falar com ele?

– Sei lá menina. Vai passear só, refletir, mergulhar, se jogar de um abismo, sei lá, mas ficar sozinha vai ser bem melhor para você.

– Ok! – assentiu Rose se levantando e indo na mesma direção de onde tinha vindo. Sem dúvidas, Reyna quem queria ficar só e por isso tinha a expulsado.

– Oi princesa! – soou uma voz masculina atrás de Reyna após poucos minutos da ida de Rose.

– Sim?! – replicou. Certamente ela reconhecia a voz, porém não demonstrava nenhum sinal de surpresa ou espanto.

– Esse é o bebê de Josh? – indagou.

– Olha, Robert, Helena não esteve por aqui. Ponto final. Você sabe muito bem o nosso lema, não é?! “Não mexa comigo que não mexo contigo”. Agora cai fora! Chispa!

– E desde quando EU obedeço a você, mocinha? – disse em tom malicioso, agarrando o braço direito de Reyna que estava sentada no chão com Alyssa sobre as pernas cruzadas em borboleta. Um baú de memória se desencadeou em sua mente, cada lembrança nos beijos doces que havia roubado daqueles lábios suculentos, os toques de suas mãos ao decorrer dos seus braços e costas, tudo somente em fixar o olhar nos olhos de Robert, dourados como os de um gato.

– Na época de Bruce obedecia, dava-me ouvidos em relação à Helena, principalmente a ela. – voltou o olhar a Alyssa.

– Você foi muito má fugindo de mim daquele jeito. – comentou ainda em tom malicioso.

– Fugir? Não fujo de briga alguma, meu bem! – lançou um leve beijinho ao ar com a piscada de um único olho – Só não aguentava mais aquela monotonia.

– Aham... – olhou de lado Robert – E agora faz pico de babá de bebê babão. Que legal, hein?!

– Primeiro, não estou como babá. Segundo, ela não é babona. Terceiro, é minha melhor amiga de todos aqui. Nela posso confiar. Ela me escuta.

– Um bebê? – arqueou a sobrancelha esquerda rapidamente, retornando-a ao lugar em seguida – Tenho pena de você, princesa! – falou para Alyssa que mesmo pequena parecia incrivelmente entender tudo o que dizia com um olhar assustado – Vai ficar maluca se der ouvidos a essa aí!

Reyna soltou uma gargalhada sarcástica, a qual repentinamente interrompeu, e retomou o olhar fixo em Robert como se estivesse fuzilando-o.

– Você não ia atrás de Helena?

– Ah, sim! Tenho contas a acertar com a loirinha.

– Então vá com as pulgas, carrapatos e outras pragas. Tchau!

Robert que até então estava apoiado sobre o joelho direito, pôs-se em pé e deu as costas, seguindo em frente.

P.O.V Mia

Num golpe inesperado, consegui acertá-lo no tórax. Ele simplesmente olhou para mim como se nada tivesse acontecido. Tentei novamente atingi-lo, dessa vez no pescoço, mas ele defendeu e, segurando-me pela cintura, deu-me uma cambalhota (estrela), no entanto cai de pé, afastando-me.

Dessa vez, ele caminhou até mim com um sorriso nos lábios, meio de lado, num tom incrivelmente malicioso-tímido, e segurando fortemente nos meus braços, tentou fazer o golpe mais fraco (em minha opinião) de judô, deixando um tanto claro que não queria me machucar, porém, revidei num oposto ao mesmo, sendo este entrelaçando minha perna por dentro da sua, sendo inclinada para trás como o mais perfeito passo de dança.

Nossos olhares novamente se cruzaram em meio a todo aquele treino sendo um de meus diversos testes, então pronunciei quando seus lábios tão perto dos meus estavam, de forma que já podia ouvir e sentir sua respiração medianamente ofegante.

– Ok! Parou por aqui!

Luke então me soltou tal qual me desequilibrou, entretanto não cai. Aproximei-me enquanto ele bebia água e subitamente apertei seu ombro esquerdo, fazendo-o se engasgar com o que bebia.

– Bem, parece que você está aprendendo o meu jogo.

– Mais é claro! Não tem graça se não tiver luta – emitiu diferentemente o som da última palavra em relação ao restante da frase. Passei levemente a mão pelo cabelo e pus uma mecha atrás da orelha, quando fui surpreendida pela sua pergunta.

– Você tem uma tatuagem... Não sabia que faziam na Erudição!

– Não foi lá que eu fiz. Foi na Audácia.

– Mas você não era da Erudição?

– Eu ERA! – pisquei de leve para não perder o charme.

– O que é?

– Bem, você poderá desvendar sozinho mais pra frente. – pisquei novamente, bebendo a água de meu cantil que por sinal já estava aberto em minhas mãos, seguida por Luke que inclinou a cabeça para o lado leve e ágil como um “Que assim seja!”.

Narrador

– Alice? – chamou Sarah que estava afastada da irmã pouco mais de um metro, acordando de um rápido sono, porém produtivo.

– Sim?! Já acordou?! Achei que estivesse mais cansada. – aproximou-se Alice.

– Não, não. Estou bem. Cadê a mamãe? – indagou. Os olhos de Alice desceram ao encontro do chão e novamente retornaram a Sarah que por sinal já havia entendido, todavia, mesmo aparentando tristeza, não liberou uma só lágrima. – Tudo bem! – deu Sarah um frouxo sorriso – Ela está num lugar melhor. – então se sentou, cruzou as pernas em borboleta, endireitou a barra da calça e o sapato de sola gasta, mudando de assunto – Mas e ai? Quem é o quatro olhos?

– Não fala assim dele. – ambas não seguram um riso que veio e logo se foi – É o Scott. Ele te ajudou muito, sabia mocinha?! – Alice balançou a dedo indicador como se brigasse com Sarah, a qual tirava como sátira – Ele é um anjo. Devia agradecer...

– Hum... – franziu Sarah os lábios pouco mais ao canto direito – Você está gostando dele...!

– Hã?!

– Está sim!

– Tá, ta bom. Vai dormir que acho que você ainda não está bem.

– Ah, vai! Fala logo. Você sabe que sou sua irmãzinha do coração e sempre te ajudaria. – então Violet que se despedia momentaneamente de Tobias, com o qual estava quase grudada, aproximou-se.

– Olá! – cumprimentou Violet. – Então, você é a famosa Sarah?

– Sim, sou eu! – ambas abriram um sorriso.

– Alice não parava de falar de você. – as irmãs se entreolharam satisfeitas – Sério mesmo! Chegava a irritar! – brincou.

– Eu sei! Ela me ama e é só em mim que ela pensa, sonha e fala sobre a minha pessoa. Convivo com ela desde eu nasci e sei como é isso. – vangloriou cômica Sarah que parecia totalmente saudável e imune as lembranças anteriores.

P.O.V Rose

Parei enfim no mais perfeito nada. Como eu esperava por aquele momento. O sossego! Ah, sossego, porque você não veio?! Sim?! Explique-se! Eu estou ordenando! Logo que te encontro, você me dá as costas, foge me deixando a companhia de...? Tanner!

– Oi?! – disse de esguelha se aproximando e sentando ao meu lado no lago, o mesmo onde quase nos beijamos.

– Oi! – não evitei em liberar com um tom de total repulsão por sua presença.

– Desculpe-me! Sei que nesses últimos dias não tenho sido exatamente...

– O Tanner? – completei – Errado! Só descobri seu outro lado.

– Não é isso. É que... – se interrompeu coçando a cabeça, endireitando os cabelos – É que é complicado. Alyssa...

– Alyssa? Qual? Sua irmã ou a filha de Raven? De qualquer forma, você isso não explica seu comportamento, mas enfim, respeito como sempre.

– Afe! Por que é tão difícil lidar com as mulheres?

– Por que os homens são tão idiotas a ponto de não nos entender? – respondi com outra pergunta como o próprio fazia de costume.

– Alyssa, minha irmã, ela já ia morrer mesmo.

– Como assim? – bem, eu poderia ter milhares de motivos para ter raiva de Tanner, mas ao falar de Alyssa, eu gostava de minha cunhadinha. Opa! Da menininha! (escapou!)

– Ela estava doente. Problemas pulmonares, crises uma após a outra, perda de memória recente... Tudo cada vez mais se agravando.

– Nunca soube disso. – expus e ele continuou a contar sem olhar para mim.

– Tudo culpa Katherine, eu fui tão burro, tão manipulado por ela que me afastei dos meus amigos e família, até então perceber que dois anos depois, eu tinha perdido completamente o foco de permanecer na Audácia. Antes por Alyssa, seguido por Katherine. Fui incrivelmente imbecil em não perceber que ela só estava me usando. – ele dizia deixando bem claro o ódio que tinha de si mesmo – Quando voltei a minha realidade, Alyssa já estava muito mal, tinha que tomar medicação com altas dosagens e, até mesmo, injeções e... Ai! – ele então passou novamente a mão pelos cabelos. Seu olho esquerdo se mantinha firme, enquanto o direito estava prestes a liberar lágrimas – Por isso me odiava quando pensava em paixão.

– Você não teve culpa. – toquei seu braço, recuando logo em seguida, retornando a minha realidade – Aconteceu! Tudo bem que você foi um babaca se deixando levar pelo papo dessa tal de Katherine – pronunciei a palavra com voz mais fina e sarcástica que pude – mas é da natureza humana. Errar e acertar!

Só então notei um frouxo, quase inexistente sorriso que se fez nos lábios de Tanner. Ele ainda não olhava para mim. Segurava a lágrima como se ela o ferisse caso escorresse por sua face, sua voz tinha ficado mais grave e trêmula ao pronunciar certas palavras. Infelizmente, não sabia o que fazer. Ou sabia?! Abraçá-lo talvez?! Mais isso não mudaria nada, não voltaria no tempo, então só pude dizer...

– Sinto muito!

– Não precisa sentir – então passou o olhar mais do que rápido por mim, apoiou os cotovelos nas coxas e olhou para frente, um lugar onde nem mesmo quis saber qual era. O céu talvez?! Ao longe onde o Sol não ofuscava o azul límpido?! – Eu simplesmente não entendo porque as pessoas se lamentam por coisas que nem mesmo tiveram alguma relação com o que aconteceu.

Fiquei por alguns segundos em silêncio, pois não deixava de ser verdade o que ele acabara de dizer, mas...

– Mas vindo de você, conta muito. – ele então olhou de lado. Coloquei nervosamente uma mecha de cabelo atrás da orelha e senti corar. Como evitar isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiramente: queria agradecer a Isa e ao Thaywan por recomendarem a fic *-* Fiquei emocionada! Já havia agradecido por MP, porém não há problema em agradecer aqui também. Obrigada! Abração (a todos os leitores ;)!
Segundo: parece que morte de Hiendi foi um choque não é?! RIP Hiendi!
Terceiro: Quem aqui já leu Cidade dos Ossos (Instrumentos Mortais) ou Fallen?! É viciante! Sei que esse tópico não deve ter importância nenhuma, mas eu recomendo vocês lerem (quem já não leu).
Quarto: visto que a grande maioria gostou do capítulo com música, pensei em fazer outro, o que acham?! (Relato que fui cobrada por certas pessoas e... gostei! kk) O casal já foi sorteado aqui. Aguardo sugestões de músicas e palpites dos casais. Aqueles que acertarem, terão seus personagens fora da próxima votação (sabe lá quando seja) e aquele que tiver a música escolhida também.
***Dicas: o casal pode ser o menos esperado sempre. Músicas da outra votação ainda podem valer para essa, porém não deixem de dar seu palpite. Boa sorte!***
Até! rs Acho que é isso! Ah, personagem novo?! Sarah Feresin!