A Nova Seleção escrita por Pequena Dhampir


Capítulo 12
Capítulo 12 - Não há onde eu começo e ele termina


Notas iniciais do capítulo

AI MDS, olha quem voltou? OLHA quem VOLTOU. Isso mesmo, euzinha meus queridos e queridas. Tinha sumido, né? Bom, eu tinha resolvido abandonar a Fanfic (nãoooooooo), mas sim, eu ia abandonar. Mas recebi uma mensagem de uma pessoa linda e escrevi esse capítulo para vocês e pretendo terminar a fic pessoal. Não vou abandonar. Vocês vão perceber que a escrita está bem mudada, mas espero que gostem. Enjoy :)



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                                             CAPÍTULO 12

 

Estou olhando para porta do Palácio depois de dois meses treinando todo o tipo de coisa que se dá pra imaginar. Meu porte físico não mudou nada, ainda pareço uma pobre garota indefesa, a diferença é que agora não sou tão indefesa assim. Antes de vir para o palácio tiveram que me torturar mais uma vez para que Noah acreditasse na história que foi contada a ele. De acordo com Adam, Noah acredita que fui sequestrada por grupos rebeldes que não aceitavam a prática da Seleção. Eu só estava no lugar errado na hora errada. O Rei Maxon não mediu esforços para me encontrar, e durante esse tempo a Seleção foi paralisada, sem progressos para que quando eu retornasse pudesse realizar minha tarefa. Depois de um tempo na SP comecei a realmente gostar das pessoas e de tudo que envolvia a causa, ainda não confio totalmente neles, mas confio no Rei e farei o que preciso para proteger o meu país e para proteger o meu pai, pois não tenho mais nada no que me segurar e ele é meu porto seguro e estar do lado deles quer dizer a segurança dele e nada é mais importante que isso, e claro, vingar a morte de Emma; ela era jovem e não tinha culpa de nada, ela era inocente e sangue de inocente não se derrama. Não sei como está Noah; mesmo depois de tudo ainda não consigo acreditar que ele está traindo seu pai, não posso acreditar que o homem que conheci é só uma fachada, mas não posso permitir ele destruir a vida de outras pessoas.

Eu estou tão destruída por fora quanto estou por dentro. Tudo o que me restou é um vazio e um cordão que me liga ao meu pai, se ele se for, eu vou junto. Dimitri me ajudou durante todo o período que estive na SP, quase estabeleci um vínculo com ele, me apaixonei por Dimitri, mas vínculos te deixam fraca, vínculos fazem você cair, vínculos te distraem e não preciso de nada disso agora. Preciso finalizar a missão. Até parece que me tornei um robô, mas de certa forma é isso; a morte te transforma em algo que nunca imaginou ser. Ela tira o que tem de bom e substitui pelo vazio, o eterno vazio que te consome a todo instante e é isso que você se torna, o vazio. Você perde a delicadeza, a bondade, a vontade de sorrir e de fazer coisas que antes era importante.

Estou olhando para a porta do Palácio quando Noah aparece. Ele está do mesmo jeito da primeira vez que eu o vi, lindos olhos azuis, agora temerosos pelo que vão encontrar. Por me encontrar. Resolvo sair de dentro do carro e vou em sua direção.

Meus cabelos agora estão curtos na altura do ombro, cheio de cachos. Me maquiaram e cobriram os roxos, verdes e azuis dos hematomas espalhados pelo meu corpo. Vestiram me com um lindo vestido azul marinho que vai até o pé para cobrir as várias cicatrizes que agora fazem parte do meu corpo. De mim.

Ele sorri quando me vê. Tento sorrir, mas minha tentativa falha. Não sei mais como sorrir. Sou uma rocha sem sentimentos, sem qualquer esperança e expectativa, eu sou o vazio.

“Scarlett!” - ele exclama e me abraça, tal movimento aperta todos os lugares sensíveis e solto um gemido de dor. Quando voltar vou dar um soco na cara de Dimitri por me machucar tanto.

“Noah, como você está?” - pergunto tentando soar sincera, porque agora, pouco me importo com tudo.

“Eu estou bem, mas e você? Está machucada?” - começa a me analisar.

“Muito, mas é o que fazem quando te odeiam, odeiam o que você faz e onde você está, nada com que não se acostume depois de meses sofrendo disso.” - sorrio agora tentando passar tranquilidade quando o que mais quero é fugir. Os olhos entristecem talvez imaginando tudo o que sofri.

“Me perdoe por isso, por tudo Scarlett, eu não queria que nada disso acontecesse com a senhorita, eu...” - eu precisava calar a boca dele, precisava fazer com que ele acreditasse que depois de todo esse tempo eu ainda pensava nele, então fiz o que qualquer garota faria na minha situação: o beijei. No começo achei que não iria retribuir, mas logo que o choque passou, ficou tão feroz que parecia que queria gravar o gosto de seus lábios nos meus, que agora percebo que tem gosto de menta e morango, não sei como combinam, mas na boca de Noah, ah como combinam. Por que eu estou pensando nisso? Ele é o inimigo Scarlett. Tento me lembrar que não é nada, mas mesmo depois de tudo, sinto que as borboletas há muito mortas estão ressuscitando e me afasto de Noah. Podem continuar mortas borboletas, não deixei acordarem por Dimitri, não vai ser por Noah que vão acordar de novo.

“Desculpe, eu não devia” - disse meio desnorteada com a situação. Ele sorri e me abraça novamente sem me apertar demais sabendo que poderia me machucar.

“Pensei que não a veria mais.” - diz tocando meu rosto. “Está tão diferente, parece uma nova pessoa.” - e de certa forma ele não poderia estar mais correto, contudo, ele me parece o mesmo, o mesmo Noah por quem me apaixonei parece agora eras atrás, o mesmo Noah por quem posso me apaixonar novamente, mesmo com tudo o que anda fazendo e é quando me dou conta que posso não ser forte o suficiente. Posso controlar meu corpo e minha mente, mas meu coração sempre foi o mais difícil de domar e agora pra mim isso parece tão claro.

“Você também mudou, o que é isso embaixo de seus olhos? Olheiras? Brincando muito a noite, Senhor Noah?” - tento brincar cutucando sua barriga. Ele me dá um sorriso triste e diz as palavras que me fazem quase ter a certeza que ele realmente gosta de mim.

“Noites e madrugadas perdidas tentando encontrar você.” - ele dá de ombros tímido. A diferença é que agora não sei mais se posso acreditar nele, ele é o inimigo. O inimigo. Mas olhando nos seus olhos não deixo de acreditar que talvez eu possa salvá-lo de si mesmo. Mas não posso tentar, pois isso seria não querer finalizar a missão e depois de tanto tempo sofrendo não posso dar as costas para ela, Noah vai ter que salvar a si mesmo.

“Vamos realizar um baile para comemorar a sua volta no final de semana, o que acha?” - sério? Um baile? Eu quero cair na cama e nunca mais me levantar, mas preciso manter as aparências e por causa disso sorrio e digo que é maravilhoso.

“Como você ficou Noah? Depois que me levaram?” - ele para de andar e fixa o olhar em meus olhos.

“Não teve um dia que não tentei te encontrar e sofri todas as horas do dia e da noite sem você, quando...” - ele trava e engole em seco - “Quando enviaram a fita torturando você eu não soube o que fazer, vi o sofrimento e não pude fazer nada, me senti um lixo, como me sinto agora olhando pra você e percebendo que perdeu o brilho dos olhos e sorriso que eu tanto amava dos lábios, mas se me permitir invadir sua escuridão, vou te trazer de volta Scarlett, é uma promessa.” - ele suspira e aperta minha mão como que para confirmar o que havia dito. É, vai ser bem mais difícil do que pensava. Mas o que ele não sabe é que talvez seja tarde pra mim, me tiraram tanto que agora até a possibilidade de sorrir me magoa.

 

Sinto saudade de Dimitri, sinto saudade até de Adam. Não falo muito com Angel para não levantar suspeitas; no quadro geral fico no quarto recebendo visitas ocasionais de Noah. Ele tem estado muito ocupado esses dias. Se passou uma semana desde que cheguei e Noah tem cumprido sua promessa de tentar me trazer de volta para luz, como a do dia de hoje: Um piquenique nos jardins. Ele acha que a natureza me faz bem e realmente faz depois de tanto tempo trancafiada sem poder sair da SP.

“Isso está uma delícia Noah, prova.” - ofereço um pedaço de bolo para ele, que abre a boca e com muita habilidade tento colocar um pedaço dentro dela, mas no final acabo apenas esfregando a bolo no rosto dele. Ele está rindo,eu estou rindo. Paro. Passo as mãos pelo vestido amarelo godê e olho pro Céu.

“Você não deveria ter medo de ser feliz.” - Noah solta de repente. Olho para ele. Ele está me analisando.

“Depois de tudo eu só fico esperando que algo dê errado.” - digo e é verdade. Queria que Dimitri tivesse me ensinado a como resistir a ser feliz do lado de Noah, porque ele realmente sabe como me deixar feliz e isso me assusta mais que tudo.

“Nada mais vai acontecer a você, não irei permitir.” - ele se aproxima de mim e me abraça. Algo em mim se parte. Talvez Noah não esteja tão perdido assim. Scarlett, nada de Dimitri, nada de Noah. Vínculos Scarlett, você não quer vínculos atrapalhando sua missão.

 

Estou segurando uma carta de Dimitri, ele não deveria ter me enviado uma carta. Quando abro-a percebo que não é uma carta, mas um convite de casamento. Isso me choca e leio os nomes dos noivos. Dimitri e Alice. Depois que me afastei de Dimitri por não querer me vincular a ninguém, ele começou a sair com Alice, foi bem repentino, mas fiquei feliz por ele, mas com Alice por perto perdi um amigo e acho que agora é certo que nunca o vou ter de volta. Eu estava me apaixonando rápido demais por Dimitri, isso me assustou e resolvi me afastar dizendo que eramos apenas amigos, não deixei mais nada florescer dentro de mim, resolvi matar tudo, aniquilar qualquer sentimento que não fosse por meu pai. O fio que me mantém em pé. Não posso ter Noah. Não quis Dimitri. Não posso ter nada. Eu sou o vazio. Não há onde eu começo e ele termina, somos dois, somos um. Nossa quando me tornei tão fria? Essa depressão toda tá me deixando doida.

 

Manter as aparências, manter as aparências. É isso que penso enquanto caminho o Salão Principal com Noah ao meu lado. Observo as pessoas sorrirem ao me ver, tocar o meu braço em sinal de respeito e apoio; Angel e as outras Selecionadas também me parabenizam pela volta sã e salva, um pouco distantes e invejosas por causa da atenção que estou recebendo. Durante o tempo que estava me arrumando, treinei sorrir, nada exagerado, apenas para não ficar com cara emburrada no Baile e é ele que esboço para todos esperando que acreditem na minha felicidade.

Noah tenta me manter o mais distante possível dos meus problemas emocionais; me dizendo coisas; me mantendo distraída e de certa forma gosto disso, ele me mantém calma, odeio esse efeito que ele tem sobre mim. Odeio. Odeio mesmo. As danças começam e Noah me tira para dançar; fluímos pelo Salão como se fossemos um e durante um momento percebo que estou sorrindo de verdade. Por um momento penso que estou feliz por estar aqui com Noah; por um momento esqueço de tudo e de todos e me permito ser feliz. Pelo menos hoje; pelo menos agora.

A triste realidade de nossas vidas é que nunca, nunca cedemos a nada. Quando queremos algo fazemos de tudo para obtê-lo, ou é tudo, ou é nada, mas o que esquecemos sempre é que nossa vida é cheia de momentos, momentos no qual você se apega quando deve desapegar, porque acima de tudo somos humanos e nós humanos temos sentimentos dos mais variados a todo instante e nesse momento rodando pelo Salão com Noah sinto todos os sentimentos escondidos sendo iluminados por algo que eu pensava não ter mais em minha vida: esperança. A promessa de Noah está se concretizando, a cada minuto sinto mais luz iluminando a minha escuridão, mas aquela linha fina que me liga ao meu pai sempre me lembra do perigo que estou correndo. Posso ter passado um tempo com as pessoas da SP, mas ainda não sei do que são capazes, elas podem mentir e me enganar; e se eu não fizer o que querem eles sabem meu ponto fraco e por esse ponto fraco não posso desistir, mas penso que se houver uma maneira de não fazer o que preciso fazer, eu com certeza não mataria Noah.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam? Comentem pra eu saber se gostaram do caminho que estou levando a história, sério, é muito importante ver o que acham da história. E lembrando que se houver erro de gramática é só dizer. Muito obrigado por ler queriiidos (as).



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