O Guardião e a Raposa escrita por Nemui


Capítulo 8
Solidão...Perai...O que???


Notas iniciais do capítulo

Oieee!
Voltei gente e com um cap um pouco mais intrigante...alguns podem e outros não podem entender o final, mas creio que alguém de pelo menos 14 anos vai entender...
Porém não se deixem levar pelas aparências...elas podem enganar ^^

Jya ne! Espero os comentários...



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– Meriu! – Eu, quando era pequena lá pelos 6 ou 7 anos e tinha uma atitude mais sociável, estava prestes a encontrar com meu melhor amigo após alguns meses sem poder vê-lo.

– Kiki! – Ele sempre me chamou assim, disse que achava Yuki um nome estranho, foi ai que ganhou minha confiança já que eu também não sou muito fã do meu próprio nome.

– Meriu! – Pulei nele em um abraço que levou nós dois a cairmos no chão. – Eu nunca mais quero ficar um dia sem te ver! É cruel de mais!

– Eu também não quero, mas eu não posso ir contra a vontade do meu pai... – Ele tinha um tom melancólico, pouco depois quando me mudei de perto da Capital eu nunca mais o vi, mas ainda me lembro de uma promessa que havia feito com ele na última vez em que nos vimos.

– Kiki...se você algum dia voltar a morar por aqui...me prometa que vai me procurar! – Ele estava bem sério, foi um cenário de por do sol que até hoje me deixa melancólica.

– Sim! Você também...promete que vai me visitar! – Eu meio que forcei isso contra ele.

– Sim! – Fechamos uma promessa de dedinhos e então nos despedimos...

.........

– Hum?! – Acordei e comecei a refletir, essa memória tinha sumido a muito tempo da minha cabeça, quando me convenci de que eu nunca mais veria o Meriu.

Levantei da cama e arrumei o quarto, parei para olhar pela janela e me distraí, lembrando daquele dia, ele me deu um beijo pensando, creio eu, que iria me ajudar a dormir.

– “Esse Ame não é muito confiável...” – Um sorriso doloroso surge em minha face enquanto uma lágrima solitária escorrega do meu olho direito direto para o queixo. – “Mas por que é que eu estou chorando afinal?” – Ainda com o sorriso falso estampado em meu rosto eu me levantei do chão e me joguei novamente na cama.

Nos últimos 3 dias a fome simplesmente desapareceu de mim, mas as vezes me foro a botar alguma coisa no estomago pra não ficar com uma dor de cabeça pior do que a que já tenho. Minha cabeça está tão cheia de pensamentos que por um momento me encontrei olhando pro teto sem conseguir me concentrar em um único raciocínio se quer e então minha mente se esvazia completamente enquanto o último resquício de esperança sai de mim.

– Já faz 14...não...15 dias... – Me agarro a um dos travesseiros de minha cama e caio no sono novamente.

Depois de algumas horas deitada eu levanto, visto um vestido vermelho de mangas curtas com uma faixa azul na cintura. Vou direto para fora de casa e olho para o céu, ao que tudo indica vai chover novamente.

– “Perfeito.” – Acredito que posso trazer a chuva mais rápido se usar uma canção que minha mãe me ensinou quando era pequena, é lenta e até um pouco triste, dependendo do ponto de quem ouve. Apesar de tudo ela sempre me faz sentir melhor.

– Todos os dias...você me fez esperar o sol se por em silêncio...enquanto a brisa vinha para levar a solidão para longe...espero por você...quero te ver...te ouvir, te sentir até o fim...não me importa se o sol não brilha ou se a chuva não para...mas que você esteja sempre aqui para mim...que está canção o alcance em todo lugar...por mais que a tempestade seja eterna...eu quero estar nessa eternidade com você...Não sou só eu não é? Por favor, me diga que sente o mesmo...aonde estiver...quero que acredite no que eu te digo agora...

O que eu realmente acho triste na letra é que a pessoa que canta não tem certeza dos sentimentos do outro e provavelmente não está perto quando ela se toca de seus sentimentos pelo outro.

A chuva se aproxima da casa e de onde estou, eu entro e ligo a lareira, pego duas cobertas no meu quarto e me enrolo nelas sentando na frente da lareira. Depois de alguns minutos olhando o fogo queimar a lenha, lembro que não comi nada o dia inteiro.

– “A dor de cabeça está cada vez pior...” – Me levanto dali ainda enrolada nas cobertas, mas nada na cozinha me desperta o apetite, então apenas peguei um pote de bolachas e voltei para frente da lareira, comi o pacote todo sem nem perceber e caí no sono – ou tédio mesmo – logo em seguida.

Enquanto dormia, pude ouvir alguma coisa, parecia com...batidas frequentes...

– “Mas o que é que está acontecendo aqui?” – Acordo ainda no chão da sala enrolada nas duas cobertas. As batidas vinham da porta e vez ou outra paravam para reaparecerem mais frequentes, mais altas e desesperadas. – “Ame?”

Me levantei correndo e abri a porta – acabou-se todo meu resquício de alegria quando vi quem era.

– Você...! – Estou perplexa. O mensageiro que me enviou aquela porcaria de missão falhada estava bem na minha frente e parecendo surpreso – estamos na mesma situação.

– M-Mas...o que você tá fazendo aqui? – Ele apontou para mim com descrença e ainda surpreso.

– Q--...Eu moro aqui! – Afirmo.

– Será que errei de endereço? – Ele começa a errar no mapa e eu começo a ficar com raiva dele.

– O que é que você está procurando? – Perguntei tentando ver algo do mapa em suas mãos.

– Eu tinha que vir até essa ilha entregar uma carta pro...Espera ai... – Ele faz uma pausa e eu começo a me irritar. – E-Essa é a casa de vossa alteza?

– Quê? – Não entendi nada, sério mesmo, faz tanto tempo que não tenho contato com pessoas que me esqueci completamente das boas maneiras – quem se importa. – Está falando de Ame?

– Sim! – Ele sorri por um instante. – Então você é a noiva dele? – Por um segundo ele pareceu surpreso. – Ah! Que seja...eu vim aqui pra lhe dar um recado urgente de vossa majestade.

Ele está falando do Rei, senti minhas costas criarem um arrepio e espalhar por todo o corpo.

– O que foi? – Mantive a seriedade.

– Eu nem deveria estar aqui... – Ele balança a cabeça em negação, já percebi que ele fora mandado não dizer nada para mim. – Vossa alteza saiu de sua casa faz 16 dias não é mesmo?

Confirmo assentindo com a cabeça, cada segundo que se passa eu me sinto mais ansiosa pra saber o que houve com ele, todo tipo de coisa começa a passar pela minha cabeça: assassinato, decapitado, enforcado, preso, traição, me largou de vez e entre outras coisas piores que essa...é eu sou mesmo muuuito otimista.

– Ele chegou no palácio faz 12 dias, mas ordenou a todos que não disséssemos para a senhorita onde ele estava, por que precisava falar com vossa majestade em assuntos urgentes dos quais não ficamos sabendo...eu não achei certo deixar a senhorita sem saber onde seu noivo estava em como estava, então consegui escapar ontem para vir lhe avisar. – Eu meio que parei de ouvir quando ele disse “palácio” e que Ame não queria que eu soubesse onde ele estava.

– “Então...ele ainda...está vivo...” – Acreditem ou não, mas essa era minha maior preocupação nos últimos dias. Ainda recebendo o choque pela notícia, caí de joelhos e fiquei encarando a grama formada no chão do lado de fora da casa.

– S-Senhorita! Está tudo bem? – Ele se agacha e fica me encarando desesperado. – Senhorita! – Ele grita.

– Eh?! – Me toquei que ele ainda está ali com um pouco de medo e preocupação...talvez com o emprego que ele tenha perdido ao vir me contar isso hoje. – Você precisa me ajudar! Eu sei que estou sendo egoísta mas---

– Não se preocupe com isso, já perdi meu emprego vindo aqui mesmo. – Ele me dá um sorriso malandro e continua. – O que deseja de mim?

Hesitei, mas botei para fora o que estava me agonizando todos esses dias.

– Eu preciso vê-lo! Você tem que me levar até o Ame!

............

Ame

Estou andando pelos corredores do castelo em direção ao meu quarto, já não aguento mais aquele papo furado do meu pai, inclusive dele ter me mandado vir aqui sem avisar a Yuki, isso me incomoda muito.

– “Espero que ela esteja bem...” – Penso olhando por uma das janelas até reconhecer a voz atrás de mim.

– Não se preocupe com sua nova noiva... – Me viro para encarar uma mulher de cabelos curtos e brancos, olhos azuis com um kimono todo decorado de borboletas e uma faixa formando um laço em suas costas que mais parecem asas, o sorriso sedutor é sua marca mais significativa. – Tenho certeza de que ela está bem. – Ela se aproxima e fica ao meu lado apoiando as mãos em meus ombros.

– Eu não sei...não é uma boa ideia... – Volto a olhar para a janela, eu na verdade não quero falar com ela, isso só me traz péssimas lembranças do passado.

– Não fique tão acanhado...já fizemos isso diversas vezes...ficou com medo de repente? – Ela sussurra isso para mim, isso me irrita, mas deixo passar, não posso arrumar encrenca com ela agora.

– Não é medo...você sabe que isso sempre me deixa nervoso... – Eu não olho pra ela o tempo todo, evito manter contato visual.

– Você sempre foi envergonhado, só não imaginei que fosse ficar assim comigo... – Ela fica séria e se afasta um pouco. – Você vem ou não? – Ela sai do quarto, voltando ao se jeito sedutor que continua a me irritar, sem responder eu a sigo até chegarmos em meu quarto...


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Notas finais do capítulo

Agora eu quero ver os comentários de vocês sobre o que acharam do final...
To falando sério eu vi a reação da minha amiga quando ela leu e tive q sair correndo porque sabia que ela iria me bater...isso quase aconteceu, por sorte minha mãe tava lá no meio hehehehe

Jya ne!