O Guardião e a Raposa escrita por Nemui


Capítulo 7
Mas onde é que...?!


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna-san!!
Sim eu demorei um pouquinho, mas como tinha um capítulo um pouco diferente em mãos, eu queria passar bem os sentimentos da Yuki-chan pra vocês, por isso esperei até estar no clima pra escrever...
Espero seus comentários...
Jya ne!



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– Pensei que...você confiasse ao menos um pouco em mim... – Ame estava em um tom melancólico e triste com decepção, não tive coragem de olhar diretamente pra ele. – Olha pra mim e me diz... – Ele segurou meu queixo com a mão direita e levantou meu rosto. – Por que você não consegue dormir? - Acabei olhando pra ele, os olhos cheios de decepção me fizeram desviar o olhar.

– “Eu não sei! To desse jeito por causa de você que me fez mudar de vida de repente!” – Pensei em dizer isso, mas seria grosseiro da minha parte.

– Se você não vai olhar pra mim então o que acha de eu fazer você olhar... – Mesmo sem olhar percebi que o rosto dele se aproximou de pouco em pouco.

– “Mas...o que ele vai fazer?!” – Pensei enquanto tentava não olhar pra ele, fechei os olhos bruscamente e fiquei a espera do que poderia acontecer. – “Minha cabeça...não consigo pens...” – Meus pensamentos, mais uma vez foram cortados pelas atitudes de Ame, só que dessa vez foi beeem diferente, senti algo macio na minha boca e a mesma sensação estranha que ficou em mim quando acordei na primeira vez que estive aqui. – “Mas...o que ele...” – Travei, abri os olhos e encontrei Ame com o rosto colado ao meu, literalmente...ele tinha acabado de...de...de me...beijar...

Primeiro eu travei completamente, depois eu comecei a sentir meu rosto todo ficar mais quente, esse calor foi se espalhando pelo corpo, era algo diferente do que eu já tinha pensado que seria, essa é minha primeira vez recebendo algum carinho especial de alguém que realmente me ame além da minha mãe. Minha segunda reação foi quase fechar os olhos, ao longe, um pequeno pensamento me incomodou.

– “Não...não quero...que isso acabe...” – Por que eu estou pensando nisso?! Por que me sinto tão quente? Ou então por que ele simplesmente fez isso??? Com os olhos entreabertos vejo Ame se afastar novamente, ele estava com os olhos fechados ainda quando eu tomei fôlego pra falar. – Ame... – Não consegui dizer mais nada.

– Tente dormir um pouco, eu vou pra sala, qualquer coisa é só me chamar. – Ele vira as costas, mesmo tendo escondido rapidamente seu rosto, pude ver por um segundo que ele estava vermelho, tenho certeza de que o meu também está.

Ele sai do quarto enquanto meus olhos o seguem até que a porta esteja totalmente fechada, não ouço passos por algum tempo, e então o barulho de algo saído da minha porta para a sala vem de encontro aos meus ouvidos.

– “Isso...aconteceu mesmo?!” – Pensei caindo de joelhos no chão ainda pasma com o que acabou de acontecer comigo.

Por mais incrível que pareça eu não estava me sentindo muito bem...eu estava quase tendo um Ataque Cardíaco e não conseguia me acamar, me senti assim toda vez que pensava em Ame ou no que aconteceu...em outras palavras...O TEMPO TODO!

– “Por que isso não sai da minha cabeça?” – Eu tinha uma pontinha de imaginação para saber o por quê mas não queria acreditar... – “Não! Definitivamente não tem como eu estar apaixonada por ele! Eu nem conheço ele direito, por quê estaria apaixonada por ele?!” – Isso definitivamente não saiu da minha cabeça por um bom tempo, até que eu me toquei que ele tinha me falado pra tentar dormir um pouco. Me levantei e rapidamente aprontei a cama para dormir. – “Espero que dessa vez eu consiga dormir...” – Foi só deitar e pensar em casa que logo já estava dormindo.

Ouvi um murmúrio na sala, isso acabou me acordando e a ainda forte luz que vinha da janela aberta mostrando o por do sol quase me deixou cega.

– “Mas que barulho é esse?” – Me pergunto levantando da cama, fui até o fim do corredor ainda sonolenta e levei alguns segundos para entender que não havia ninguém na casa além de mim. – “Isso não é normal...” – Uma ansiedade começou a tomar conta de mim, olhei em tudo, na sala, na cozinha, nos outros quartos e até no banheiro, o único lugar que não havia olhado ainda era no quarto de Ame.

Minha mão estava tremendo um pouco, ele tinha tirado o aviso estranho da porta, mas até hoje nunca tinha me deixado entrar lá e sempre mantém a porta fechada, as vezes me pergunto o que ele esconde dentro daquele quarto que é tão importante assim. Segurei a maçaneta com a mão direita e comecei a girá-la, a porta abriu, uma imensa escuridão, foi o que eu vi antes que pudesse ouvir um barulho na porta da sala. Fechei a porta correndo e me dirigi para o fim do corredor que dava de cara com a sala.

– Ame... – Chamei seu nome enquanto ainda tentava me acalmar da adrenalina.

– Hum?! – Ele olhou na minha direção e parecia bem tranquilo na verdade.

– O que aconteceu lá fora? – Perguntei me aproximando. Ele começa a tirar os sapatos e calça suas pantufas.

– Eu fui dar uma olhada na vila...e também fui ver se meu pai já tinha respondido minha mensagem. – Ame entra na casa com uma aparência séria e vai direto para a cozinha.

– “Aconteceu alguma coisa...” – Comecei a suspeitar que ele está me escondendo alguma coisa. – Achou alguma resposta do seu pai? – Perguntei vendo ele se jogar no sofá, estava realmente tenso.

– Nada...ele não leva mais que um dia pra me responder...mas acho que não deve estar muito a fim de falar comigo. – Ele solta uma risada baixa e estranha.

Parei de pensar um instante e observei bem, o olhar dele estava perdido como se soubesse de alguma coisa ruim que estava prestes a acontecer...ou que já havia acontecido.

– Você está bem? – Perguntei me aproximando...

– Sim estou, só um pouco cansado na verdade... – Ele faz uma pausa, libera um suspiro profundo e se levanta. – Na verdade eu estava preocupado com você, conseguiu descansar um pouco? – Ele pergunta me olhando bem nos olhos.

As palavras fugiram completamente da minha boca e eu apenas assenti com a cabeça que sim enquanto desviava o olhar, me lembrei do que me fez dormir...de alguma forma aquele beijo ajudou.

– Q-Que bom então...Você deve estar com fome...não comeu nada o dia inteiro. – Ele se dirige para a cozinha com um sorriso no rosto.

– Na verdade estou faminta. – Vou atrás dele e apoio os braços na bancada enquanto o vejo preparar café, chá de camomila e um bolo de laranja.

– Veja se está do seu gosto... – Ele pega uma xícara e põe um pouco do chá, eu pego da mão dele e tomo um gole, o gosto leve e suave da camomila me deixaram tranquila no mesmo instante, me dando a sensação de estar sonhando.

– Está ótimo! – Afirmo tomando o que sobrou na xícara...Camomila me lembrava minha mãe, ela costumava fazer chá e bolachas toda noite para nós duas.

Acho que fiz uma cara de depressiva por que logo em seguida Ame me olhou de um jeito triste e disse:

– Você está bem? – Ele perguntou me tirando de meu mundinho, parecia preocupado.

– Oh...Sim. – Só consegui dizer isso enquanto tentava não mudar minha expressão novamente.

Ame preparou o jantar e ambos comemos em silêncio como em toda refeição que fiz desde que cheguei aqui. É um pouco estranho, mas se não tenho nenhum assunto pra falar então é melhor ficar quieta mesmo.

Enquanto comíamos eu notei algo estranho, Ame por algumas vezes parava de comer e olhava para o prato com um pouco de desanimo e tristeza, aquilo começou a pesar em mim e comecei a me sentir um pouco pra baixo vendo ele daquele jeito pela primeira vez.

– “Será que ele...está preocupado com alguma coisa?” – Pensei enquanto lavava a louça e o observava olhar pela janela pensativamente. – “Talvez seja alguma coisa com os pais dele...” – Começo a me perguntar se os pais de Ame me aceitariam como nora.

Acabou que quase não dirigimos a palavra um ao outro pelo resto do dia. Quando fui tomar banho, ele já tinha ido dormir e disse que estava cansado e queria dormir mais dessa vez, acabei por passar quase uma hora na banheira, lavei o cabelo e esperei que a raiz secasse para poder me deitar. O sono me carregou como uma nuvem levada pelo vento, veio devagar, mas me deixou mais tranquila.

Acordei com um leve cantar de um pássaro na minha janela. Abri os olhos e encontrei a janela aberta, um pássaro do vento estava empoleirado lá enquanto liberava uma linda melodia.

Pássaros do vento, são descendentes de uma espécie antiga de pássaros brancos com outra de uma cauda longa, o resultado foi um pássaro de tamanho médio com penas de cor branca ou acinzentada e uma faixa amarela clara nas costas além de sua longa cauda que quase parece dançar quando eles voam.

– Olá... – Me aproximei devagar do pequeno animal, sabendo que eles são bem mansos, porém um pouco tímidos. – Você tem uma voz linda sabia... – Fiquei a ouvir mais um pequeno trecho da melodia, tenho quase certeza de já tê-la ouvido antes, mas agora não me recordo onde nem como ela era.

Olhei no relógio, 7:30 da manhã.

– Ame já deve ter acordado... – Coloquei um vestido amarelo não muito comprido e prendi o cabelo num rabo de cavalo e saí correndo para a sala, já com o fôlego tomado para cumprimentá-lo me surpreendi ao não ver ninguém em casa. - Ame? – Perguntei olhando em todos os cantos. Ele disse que dormiria um pouco mais que o normal, então ignorei e fui arrumar o café da manhã, fiz um bolo de laranja com cobertura de pó de cacau, café e chá. Assim que terminei fui direto no quarto de Ame para chama-lo.

– Ame! O café está pronto! – Nenhuma resposta, já eram 9:30 da manhã e nem sinal dele até então. – “Ainda está dormindo?” – Pensei me distanciando, preparei meu próprio café e comi sozinha mesmo.

Por volta das 11:20 eu já tirei a mesa do café e arrumei o almoço, fiz macarrão ao alho e óleo , um dos meus preferidos, mas novamente ele não saiu do quarto.

– “Alguma coisa está errada aqui...”- Pensei, a luz no quarto dele não estava acesa, e nem ouvia o vento passar pelas janelas ou por debaixo da porta. - Ame? – Chamei e nenhuma resposta, tomei coragem e virei a maçaneta completamente até abrir. – “Eu sei que ele me disse para não entrar aqui, mas...” – Eu estava realmente preocupada com ele, assim que entrei, não vi nada de muito incomum.

As paredes brancas, uma cortina cinza no fundo do quarto, uma cama de casal com uma roupa de cama preta e um guarda roupas preto perto da porta, ao lado da cama, uma pequena escrivaninha entalhada em madeira de carvalho muito bem detalhada.

– “Nada que tenha que esconder, mas por que ele não está aqui?” – Pensei olhando em volta do quarto, uma coisa que me chamou a atenção foram os diversos papeis jogados na lixeira ou acima da escrivaninha. Decido deixar de lado e sair do quarto, mas o fato dele ainda não estar aqui é o que me preocupa.

– “Mas o que ele está fazendo?” – Fiquei um bom tempo me perguntando isso até que tive finalmente uma luz na minha mente. – “Será que ele...” – Balancei a cabeça de um lado para o outro enquanto tentava afastar os maus pensamentos. – “Ele não poderia ter feito isso...ele vai voltar uma hora ou outra e eu tenho certeza de que ele sabe se virar...”

Fiquei me repetindo isso diversas vezes em minha mente até anoitecer. Foi quando perdi os sentidos e sem perceber, me encontrei caindo de joelhos no chão enquanto via o sol se por e uma chuva se aproximar.

– “Logo agora?” – Eu já sabia que com uma chuva daquelas não teria como sair até no mínimo amanhã de manhã. Tomei um banho e fui pra cama assim que anoiteceu e na minha cabeça a única pergunta que me atormentava era... – “Por que ele sumiu e...nem ao menos deixou um bilhete avisando que tinha saído?!” – Fiquei pensando nisso até cair no sono novamente, o que demorou bem mais do que qualquer outra noite que eu passei aqui...

Doze dias se passaram...


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Notas finais do capítulo

^^' Eu sei que devem estar querendo me matar agora, mas acreditem, isso vai ser para o bem de todos os personagens...e ai quem é que está morrendo de curiosidade pra saber onde Ame se enfiou?
— EEEEU!
Então guarda essa curiosidade e espere o próximo capítulo ;P
Espero que tenham gostado...
Jya ne!



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