O Guardião e a Raposa escrita por Nemui


Capítulo 11
Duas noivas para um príncipe...


Notas iniciais do capítulo

Yoo!
Sim eu demorei um pouquinho mas é que tive prova nos três últimos dias, esse cap já estava pronto, porém não me lembro de ter corrigido por isso me perdoem pelos erros se houver algum...
Espero que a partir daqui vocês possam entender melhor a situação de Ame...
Espero os comentários...Jay ne!



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– Kaori é uma Guardiã das Monarcas, as borboletas que mais aparecem no verão da Capital...Eu e ela sempre fomos brigados um com o outro, nosso noivado é coisa de nossos pais então nunca concordamos. – Ouço uma baixa risada. – Um dia decidimos parar de brigar, nos tornamos amigos, nada mais que isso, até o dia em que o burro aqui resolveu querer agradar o pai. – Agora é raiva.

– Então você fez algo para agradar seu pai com Kaori? – É a voz da minha mãe.

– Não exatamente. Eu queria agradar meu pai sim, mas pra isso eu teria que aceitar viver com Kaori, só que... – Tem dor na voz dele...posso perceber daqui...do meu quarto. – Eu comecei a vê-la de outra forma e acabei me apaixonando por ela, foi a pior coisa que poderia me acontecer porque eu sabia que ela não sentia nada por mim então isso doeu muito, mas só me veio à tona quando eu vi de verdade... – Mais dor, ele está se forçando a dizer isso. – Eu vi ela com...um dos mensageiros, uma Raposa também...só que...aquele dia ficou na minha mente por muito tempo. – Ele faz outra pausa de alguns segundos. – Eu pensei em me declarar, acreditei que ela pudesse me aceitar com o tempo, mas não foi assim...eu não disse nada e ela começou a se afastar, eu me senti traído...estranho não é?! – Mais um riso, baixo e solitário.

– Continue...ainda não se explicou... – Minha mãe está séria, posso perceber pelo tom de voz.

– Com raiva e bem depressivo, eu resolvi sair de casa, larguei tudo, não falei com mais ninguém da Capital e me mudei pro único lugar onde me deixariam em paz. A vila desértica onde moro agora... Com eu não conseguia esquecer o que aconteceu, fiz uma promessa para mim mesmo. – Ele faz uma pausa novamente. – Eu prometi que lutaria com tudo e todos, até encontrar uma mulher capaz de me derrotar numa luta justa. Passaram-se 4 anos e nada, eu decidi pegar um atalho pra chegar em casa depois de estar quase morrendo de cansado, esse atalho redirecionou meu destino, que até então eu acreditava que era viver sozinho até o fim, e me levou até sua casa, onde eu perdi pela primeira vez.

Ele não parou de falar um instante, mas mesmo sonolenta eu consegui pegar as partes mais importantes do final.

– Fiquei me perguntando o tempo todo quem você era e como poderia ter perdido...fiquei com raiva por ter perdido pra uma Raposa da Chuva, mas me lembrei da minha promessa...e decidi vir aqui falar com sua mãe pra saber o que ela achava de me ter como genro...quando eu reencontrei com a Kaori, eu estava com problemas já que meu pai não queria falar comigo de jeito nenhum, mas ela sempre conseguiu enrolar meu pai como sempre consegue e me ajudou a resolver com ele o que eu precisava...meu pai me liberou para voltar pra casa e eu fui agradecer a ela pelo que fez por mim, foi quando você apareceu e...

Sabe aqueles momentos em que você sabe que está deitado, tentando dormir, cansado a ponto de não conseguir abrir os olhos, mas consegue ouvir qualquer coisinha? Qualquer barulho por menor que seja te incomoda...Pois é...eu estava ouvindo tudo o que ele disse...

– “Eu não aguento mais ouvir isso!” – Penso me levantando da cama, minha perna ainda dói e muito, mas isso não importa agora, o que importa é eu tirar essa história a limpo. Abro a porta do quarto e dou uns passos para fora, mas só de imaginar que vou ter que encará-lo outra vez já perco completamente o ânimo de dizer qualquer coisa.

A verdade é que...por mais que eu estivesse com medo de encarar a verdade, ou qualquer outra coisa que tenha que derrotar, eu queria muito vê-lo.

.........

Ame

Uma das portas abriu bruscamente, olho para trás e posso ver Yuki, ela está com a testa e a perna esquerda enfaixados. Pude sentir a mesma dor que ela sentiu, inclusive uma tristeza profunda me atingiu. Meu primeiro impulso foi o de querer correr até lá e abraça-la, então me lembro do porque estamos nessa situação, tento me controlar e não fazer nenhuma burrada.

– Yuki...! – Eu quero começar a falar, mas ela me corta imediatamente.

– Eu ouvi tudo! – Ela chega a quase gritar. – Isso é mesmo verdade? – Ela não olha pra mim, está com o rosto voltado para o chão, mas mesmo assim ainda sei que ela está ferida.

– É sim... – Digo tentando me acalmar.

– E-Eu vou deixar vocês dois sozinhos por um instante. – A mãe de Yuki vai para fora da casa e nós dois ficamos olhando pro chão sem dizer uma única palavra sequer. Parecia uma eternidade de silêncio que não dava pra quebrar e por mais que eu tentasse encontrar as palavras certas...não consigo...É Yuki quem dá a partida.

– Agora eu entendi por que você não disse nada... – Ela continua olhando pro chão, um sorriso solitário apareceu em seu rosto enquanto falava isso, tenho certeza que ter permanecido sozinha por mais de duas semanas não foi nada agradável.

– É tudo minha culpa... – É o que consegui dizer em meio às diversas palavras que vinham na minha mente. Ela começou a balançar a cabeça negativamente.

– Não foi culpa sua...seu pai queria lhe ver em particular então... – Uma pausa um pouco longa de mais. - ...não tenho que me preocupar...não é? – A voz dela falha em alguns instantes, agora ela volta a olhar diretamente para mim, o olhar duvidoso e profundamente triste é o que mais me atinge, por que aquele sorriso é o mesmo que eu já havia visto antes uma ou outra vez.

Sem conseguir encontrar palavras pra dizer, assenti confirmando o que ela me perguntou, ela pareceu aliviada, mas logo outra expressão, uma que eu ainda não conheço, tomou conta de seu rosto.

– Que bom... – Forçou a saída das palavras e então começou a cair no chão, ela está desmaiando bem na minha frente.

– Yuki...! – Consegui segurá-la de última hora. Pouco antes que a cabeça batesse no chão.

– Yuki! – A mãe dela veio correndo, pondo a mão na testa dela, mediu a temperatura. – Ela está com muita febre, precisa descansar. – Eu levei Yuki de volta para a cama dela, era a primeira vez que entrava em seu quarto. Do mesmo tamanho ou um mínimo menor que o que ela fica na minha casa, mas tem alguma coisa diferente, não falo dos móveis ou das outras coisas que ainda estão aqui, mas sim da sensação de lar que ele tem.

– “Será que foi por isso que ela não voltou pra casa e veio pra da mãe? Porque...ela ainda vê esse lugar como seu lar?!” – Me pergunto enquanto olho para as paredes em bege, a cama, o guarda-roupas e a penteadeira de uma madeira escura.

Uns porta retratos em cima da penteadeira me chamaram a atenção. No primeiro havia uma foto de uma menina que deve ser Yuki, a mãe dela e um homem que deve ter sido seu pai. No outro havia uma foto mais recente, é Yuki sozinha de costas num dia bem ensolarado, ela olhava para o céu aberto usando um vestido branco e com o vento espalhando o cabelo e o vestido. Naquela foto, ela parecia que começaria a voar...mas ao mesmo tempo parecia...

Solitária...


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Notas finais do capítulo

Hum...O que será que está por vir depois disso?
Eu não sei por que ainda não escrevi :D
Mas assim que tiver terminado o próximo já trago pra vocês...
Espero comentários...Jya ne!