Mistérios do coração escrita por Anjo Doce


Capítulo 22
Vigésimo Segundo


Notas iniciais do capítulo

Resumo do capítulo anterior:
Shina corria na praia e encontrou Milo e os dos se beijaram.
Seiya, aproveitando que estava no Santuário, visitou seus amigos: Aiolia, Marin e também Mu. O assunto foi sobre seu relacionamento com Saori.
Cléia e Kiki conversaram muito sobre a namoradinha de do rapaz e também sobre só sentimentos que a moça tem por Hyoga.
Saori revelou a Shion tinha medo que Seiya não acabar desistido dela, pois ele é muito inseguro e Shion se oferece para ajuda-los.
Shina é aconselhada por Barbela a seguir seu coração e assim fazer a melhor escolha entre Milo e Shura.
Tanto Milo e Shura desabafavam com seus respectivos amigos, Camus e Aiolos, sobre o mede de não conseguir ficar com Shina.



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O sol raiava na Grécia e, essa manhã, Shina preferiu ficar em casa e fazer algumas tarefas dentro de seu lar.  

Como de costume, muitos cavaleiros, amazonas e aspirantes já ocupavam a arena para ter

inarem.  Aiolos e Shura aperfeiçoavam suas técnicas juntos, mas com cuidado para não atingirem ninguém. Enquanto o primeiro proferia rajadas de cosmo, o segundo se defendia como podia, se esquivando ou se protegendo, com os braços.

— Agora é minha vez. - anunciou o Capricórnio mirando seu braço esquerdo e lançando feixes dourados em direção ao amigo, que deu vários saltos mortais de desviando.

 Quem observava a desempenho dos companheiros era Milo. Ele acabara de chegar à arena, junto de Camus. O aquariano tinha dado a ideia de treinarem um pouco, para distrair a mente do amigo, mas acabara de se arrepende do convite. Afinal, Milo olhava fixamente a dupla e a expressão, que trazia no na face, não agradou Camus.

— O que acha de modificarmos um pouco nosso treino? Já conheço sua técnica de olhos fechados. O interessante seria mudarmos, um pouco, de dupla. - comentou ainda com olhar fixo em Shura e Aiolos.

— Milo, esqueça essa ideia. Não arrume confusão. - pediu num tom quase de suplica.

Porém, quando Milo cismava com algo, só Atena para fazê-lo muda de planos. Sendo assim, ele iniciou a caminhada deixando Camus para trás, o aquariano o seguiu e tentou convencê-lo, mais uma vez, do contraio.  

— Não meta os pés pelas mãos, não dê mau exemplo para Cléia que esta presente, treinando com algumas amazonas.

— É que mau exemplo darei? Apenas quero mudar de dupla variar meu treino. -respondeu sem parar de andar.

Surgiu uma raiva dentro de Camus e por isso deixou Milo ir sozinho até o encontro dos colegas. - disfarçou.

— "Se você quer se ferrar, fique a vontade. Não sou babá." - pensou.

Milo estava tão compenetrado em desafiar Shura, que nem reparou que Camus não o acompanhava mais.

— Bom dia. - falou se aproximando dos dois colegas. Estou com vontade de diversificar meu treino e gostaria de saber se você aceita praticar comigo, Shura?

Os dois dourados puderam ver na face de Milo que ele queria confusão, então se olharam em cumplicidade.

— Já estávamos indo embora, temos um compromisso. - revelou Aiolos, tentando evitar conflito.

— Não diga? - retrucou fulminando Aiolos com o olhar.

— É verdade, Milo. - afirmou Shura - Podemos deixar esse treino especial para outro dia?

— Que pena! O tão digno detentor da Espada Excalibur se negando a aperfeiçoar suas técnicas como? - questionou encarando Shura - Será que sua espadinha perdeu o corte?

— Faça-me o favor. Se você esta a fim de arrumar encrenca, não será comigo. - disse começando a perder a calma.

— Mas atrapalhar minha vida, você ta a fim, né? - continuou encarando o Capricórnio com o mesmo olhar fulminante.

— Do que você ta falando? - perguntou pausadamente.

— Não se faça de desentendido. To falando da Shina. Mas você não vai tira-lá de mim. - afirmou entre os dentes.

— Ah sim. Interessante! Eu não sabia que ela era propriedade sua. - ironizou.

Milo bufou de raiva e Aiolos já estava pronto para apaziguar os dois, porém Shura cessou o embate:

— Quer saber, caro colega? O que eu disse, continuo afirmando: não estou a fim de encrenca. Sou maduro suficiente para não aceitar provocação e brigar igual criança. - olhou para o sagitariano - Vamos, Aiolos? Não tenho mais nada para fazer aqui.

Shura se virou e nesse momento Milo pulou em cima do capricorniano os levando ao chão.

— Saia de cima de mim, seu imaturo!- briga Shura.

— Você vai se arrepender de dar em cima da, minha amazona.  - ameaçou Milo socando a face do adversário. 

Shura ficou tão irritado que conseguiu girar o corpo e tomar a posição inversa. Agora era o espanhol que socava Milo.

 - Parem com isso vocês dois! – grita Aiolos - Estão loucos?

 Eles continuaram trocando socos e enquanto rolavam no chão. Logo, ou as pessoas que estavam na arena pararam para ver a briga dos dois dourados.

Camus ficou muito irritado que resolveu ir embora, não queria ver Milo tão cedo. Afinal, se sentiu um estúpido em perder seu tempo tentando ajudar alguém que parecia não ouvir uma palavra do que ele dizia.    

Cléia que treinava com sua uma amazona, quando viu o tumulto. Ela não esperava que seu irmão estivesse envolvido, porém escutou de alguém que não soube identificar, dizendo:

— O Cavaleiro de Escorpião, literalmente, pulo em cima do Cavaleiro de Capricórnio. Agora os dois estão se socando e rolando no chão.

— Céus! O que deu em Milo? - abismou-se - Precisa ver o que esta acontecendo, Alejandra - disse correndo em direção a uma multidão que parecia inerte.

A colega, pois ela estava tão supressa como Cléia. Ela não podia acreditar que dois cavaleiros de alta patente estariam vivendo uma situação tão tola.

As duas encontraram Aiolos clamando para que os dois dourados parassem aquela cena ridícula, porém eles não pareciam escutar nada e continuavam rolando e se socando. Então apareceu na arena Aldebaran, vendo o tumulto e o desespero de Aiolos, para separa a dupla descontrolada, resolveu ajudar. Como era maior que os dois, puxou a camisa de Milo, que estava, naquele momento, imobilizado e esmurrando Shura, e o segurou.

— Vai com calma ai. - pediu segurando Milo no alto - Pra quê tanta violência com um colega?

— Me solta, Aldebaran. - ordenou se sacudindo e tentando sair dos braços do taurino - Ainda não termine com esse cabrito.

Aproveitado a oportunidade, Aiolos também segurou Shura, que já se encontrava de pé.

— Vamos embora daqui agora! Chega de briga por hoje, né?

Shura apenas concordou com a cabeça e os dois se dirigiram para a saída da arena, deixando para trás uma multidão pasma com a cena que presenciaram e Milo que continuou gritando e ameaçando Shura.

Então Cléia se pós na frente no irmão e ela pode perceber o olhar assustado da irmã.

— O que aconteceu adelfos?

Então Milo percebeu a besteira que fez, o exemplo que não tinha dado a sua irmã e discípula, e foi se acalmando. Aldebaran colocou Milo e falou para Cléia:

— Leve seu irmão para casa.

# # # # # #

Em casa, Shina não imaginava o atrito que ocorria na arena por sua causa. Então tranquilamente varia a casa e controlava a canção que escutou de sua mestra, na noite anterior.  De repente, seu celular tocou anunciando mensagem, a amazona deixou a vasoura encostada na parede, foi até o quarto e pegou o aparelho que estava em sua cama.

— Caramba! É uma mensagem de Thetis. Tem muito tempo que não falo com ela. – e leu o texto – “Como vai, minha amiga? Tem bastante tempo que não sei noticias suas, mas também minha vida esta muito complicada. Quando puder mande noticias.”   

Shina na mesma hora ligou para o número da loira. As duas se tornaram amigas depois da batalha contra Poseidon. Sempre que podiam mantinham contato. A última vez que se comunicaram Shina ainda esta no Japão.

A ligação foi atendida por Thetis e as duas conversaram bastante. A amazona narrou resumidamente o que tinha acontecido com ela e a ex marina de Poseidon contou que tinha se separado de Sorento de Sirene e descobriu está grávida dele e o pior, era de risco. Shina se espantou.

— Amiga, já que você esta morando na Grécia, novamente. Venha me visitar. Eu estou de repouso e eu queria muito a companhia de uma pessoa queria.

— Farei o possível para ir. Acredito que seu pedido é um sinal dos deuses, pois to precisando sair desse Santuário. Ficaremos em cotato, tá? Até mais.

# # # # # # #

Shura chega a sua casa na companhia de Aiolos. O capricorniano estava muito irritado e reclamava alternadamente sobre o ocorrido, deixando o amigo espantado.

— Eu estou com mais ódio de mim do que estou de Milo. Eu deixei aquele imbecil me tirar do sério. Tenho vontade de ir atrás daquele infeliz e arrancar a cabeça dele com minha Excalibur.

— Sei que está irritado, mas tente se aclamar.

— Em toda a minha história de guerreira, nunca alguém pode dizer que eu me meti em uma briga boba que ferisse minha posição como cavaleiro. Ai acabei rolando, literalmente, no chão com aquela criatura.

— A culpa não foi sua. Ele que provocou, pulou em cima de você. A única coisa que você fez foi se defender. Essa briga não tem tanta relevância. Logo todos vão esquecer.

Shura respirou fundo e mais calmo falou entristecido.

— Na verdade não estou preocupado com a opinião dos outros e sim de Shina. O que ela vai pensar do cara que lhe afirma segurança se envolver nessa briga?

— Fica frio, amigo. Agora vai tomar um banho e cuidar de seus machucados. - apoiou a mão no ombro amigo - Depois você pensa nisso.

# # # # # # #

Milo e Cléia chegaram a Casa de Escorpião e os dois se mantinham calados. Ela por ainda estar abismada com o que viu. Seu irmão sempre teve uma personalidade explosiva, mas ela nunca tinha o presenciado numa situação tão constrangedora. Já o cavaleiro se sentia muito envergonhado e a frase de Camus ecoava em sua mente: "... não dê mau exemplo para Cléia...". Mais do que nunca ele se sentia um imbecil.

— Vou tomar banho. - avisou com a voz baixa, indo em direção ao seu quarto.

Depois que entrou no quarto, parou de frente ao espelho da suíte e se surpreendeu com sua imagem: seu cabelo, assim como todo o corpo, estavam sujo de terra, seus braços arranhados e seu rosto com lesões, além de um corte no canto da boca.

— Eu estou horrível! Eu fiz um papel ridículo! - deu um leve soco no mármore da pia - Além de minha irmã, tem a Shina. Droga! Só faço besteira.

Sentada no sofá da sala, Cléia tinham um olhar distante. A briga do irmão, realmente, havia despertado desconforto e tristeza na garota. Porém seu pensamento foi interrompido pelo toque de seu celular. Era Camus procurado com sua pupila.

— Mestre Camus, to chocada com a cena presenciei.

— Lamento muito. E seu irmão?

— Foi para o quarto tomar banho. Você podia vir aqui conversar com ele.

— Não. Não farei isso. Sinceramente? Estou cansado de aconselhar seu irmão, ele é muito cabeça dura. Estou mais preocupado com você. Venha para minha casa, almoce aqui e passe à tarde comigo.

— Seria bom. Mas tem o Milo, ele vai ficar sozinho? E ainda tenho aula, agora à tarde.

— Sobre seu irmão, não se importe com ele. Será bom ficar sozinho. De repente ele resolva tomar juízo. Sobre a aula, diga a Shina que eu solicitei sua companhia e qualquer problema, fale comigo. Você é uma excelente aprendiza, treina sempre. Hoje você não esta bem e precisa de uma folga.

— Tá bom, Camus. Logo estarei ai.

Cléia foi tomar banho rápido para almoça com seu segundo mestre.

# # # # # # #

Os cerimonialistas que Saori contratou para organizar seu casamento já haviam chegado ao Santuário e almoçavam com ela e Seiya. Aproveitando a oportunidade, a responsável do cerimonial quis que os noivos adiantassem o que gostariam do evento. Apenas Saori contou como gostaria que fosse a arrumação da cerimônia e da festa, a cor predominante, a comida e bebida servida, mas fez um pedido que julgou importante: que fosse organizado um pequeno cortejo pela praça do Rodório.  

Seiya permaneceu quieto durante o almoça e por mais que Saori tentasse amenizar seu desconforto, o comportamento de Seiya a entristeceu. Afinal, aquela característica não combinava com seu amado, mesmo ele não entendendo nada sobre organização de festo e de quase tudo que falavam, se manteve alheio a tudo. Como se o casamento fosse apenas dela.

Depois da refeição ela pediu para as serviçais acompanhassem cada cerimonialista ao seu quarto, para que eles pudessem descansar da viajem para depois conhecerem o Santuário e planejarem melhor a arrumação de tudo.     

Logo depois pediu para conversar com Seiya.

— Podemos ir para o seu quarto, ou o meu, mas precisamos conversar seriamente. – afimou.

Seiya ficou preocupado como tom de voz e a expressão da deusa, ela estava muito seria. Então os dois foram para o quarto dela. Mal entraram e Saori começou a falar olhando diretamente para o cavaleiro:

— Preciso que você seja muito sincero comigo, preciso saber o que esta acontecendo. Eu sei que assuntos relacionados à organização de festa não é algo que você entenda e goste de conversar, até porque você é homem e assuntos assim não é tão relevante para vocês. Porém, em todo o almoço, só o seu corpo estava presente, o resto estava muito distante. Você não emitiu uma opinião, não fez nem uma pequena pergunta, nem que fosse a mais boba. - revelou sem pausa, mas sem altear o som suave de sua voz.

— Realmente não falei nada, pois não entendo do assunto. O que você decidir, está ótimo para mim. - afirmou calmamente, mantendo o olhar na fase da amada.

— Não é só isso, Seiya. Eu não posso fingir estar tudo bem, quando sinto o seu comportamento tão diferente, nos últimos tempos. - dessa vez parou para respirar e buscar coragem - E por isso preciso saber: você realmente quer casar comigo? Você realmente deseja esta do meu lado para o resto da vida? - então não pode deixar que uma lágrima escorresse por sua face - Porque se você não quiser, não tem problema. Fale agora, será melhor para nós dois, evitará sofrimento e problemas futuros.  

— Oi? - perguntou assustado, sem acreditar no que ouviu - Está falando seria? Eu te amo.

— Uma coisa e me amar, outra é está feliz ao meu lado.

Os dois ficaram calados por algum tempo. Ela esperava uma resposta e ele tentava entender o sentido daquela conversa.

— Eu não sei aonde você quer chegar, Saori. - resolveu falar - Você quer desistir do casamento?

— Não. De forma alguma. Porém, tenho a mesma pergunta para você.

— Se eu quero desistir do nosso casamento? Claro que não.  Eu já disse: te amo. Está ao seu lado foi algo de desejei durante anos.

— Então porque não vejo felicidade em sua face?

O cavaleiro colocou as mãos dentro dos bolsos da calça jean e ponderou suas palavras. Já Saori, mal conseguia respirar, esperando a resposta dele.

— O motivo você sabe: insegurança. Apesar de evitar falar sobre isso, ainda me sento inseguro. - se aproximou dela - Eu amo ficar perto de você, te tocar, beijar e te amar. Também me sinto bem quando estamos perto de nossos amigos, afinal, sei que posso ser eu mesmo: brincar e falar besteira. Mas com as pessoas de fora, tenho receio de você passar vergonha por minha causa. 

Saori deslizou as mãos em sua própria fase e respirou fundo.

— Até quando vai deixar que a opinião dos outros interferisse em nosso relacionamento?  Você não vê como isso é prejudicial a nós? Se continuar assim estaremos fadado ao sofrimento. Você por viver apático e eu infeliz. Prefiro, mil vezes, ver você falando coisa sem sentido, ou sendo irresponsável, do que te ver assim. - e declarou com um fio de voz - Não é esse Seiya que amo.

Assim ela chorou com mais intensidade deixando o amado culpado.

— Por favor, não chora. - pediu limpando suas lágrimas - Eu não quero fazer você sofrer, apenas quero te dar alegrias.

— Então seja você, somente você. - pediu olhando a face do cavaleiro.

Seiya sentiu a coragem percorrer seu corpo. Sua amada estava ali, sofrendo e pedindo que ele lutasse por ela e pelo amor deles, como sempre fez. Ele não podia decepcioná-la. 

— Eu prometo, por minha honra de cavaleiro, por minha constelação: vou te fazer feliz e nunca mais vou deixar que o mundo interfira em nosso amor. Eu juro!

Saori sorriu tão lindamente e seus olhos brilharam. Então os dois se beijaram com todo amor que sentiam. Logo o clima esquentou, Seiya abriu o zíper do vestido dela que deslizou até o chão, a deixando apenas com sua lingerie em tom da pele. O cavaleiro se dirigiu para as costas de Saori, trilhou beijos do seu pescoço até as costas dela, enquanto desabotoou seu sutiã. Abraço-a segurando seus seios e a fazendo suspirar. Em seu ouvido afirmou baixinho:

— Te amo mais do que minha vida. Ficar ao seu lado é o que mais anseio.

Então Saori deixou Seiya a conduzir até a cama, aonde se entregaram a paixão.

# # # # # # #

            Depois do almoço Camus e Cléia se acomodaram no sofá da sala, enquanto a garota acabava de se deliciar com uma taça de soverte de chocolate. Camus a observava com carinho.

            - Está se sentindo melhor?

            - Sim. – respondeu acabando de tirar a ultima colherada da boca – Obrigada pelo almoça e principalmente pela sobremesa.

            - Sempre que precisar estarei aqui. Seja para ensinar, conversar ou fugir de alguma coisa.

            A aprendiza sorriu com o comentaria de Camus. 

            - Obrigada! Sabe, Milo já me falou que você é muito bonzinho comigo. Acho que ele tem medo de você me deixar mal acostumada. - sorriu, dando uma pausa - Tenho certeza que se ele ouvisse o que disse agora falaria: “Você mima muito essa garota! Com seus outros alunos você não era assim.” - o aquariano ficou calado pensado no que Cléia havia dito - É verdade?

            - É... Não deixa de ser uma verdade. Tanto com Cristal, como com Hyoga eu fui mais duro. Principalmente com Hyoga. Talvez, pelo fato de você ser a única garota que treino e também por ver seu emprenho nos treinos.

            - Ou seja: eu tenho regalias?

            - Olha garota! - num to descontraído - Não confunda as coisas. Se precisar também serei duro com a senhorita. Principalmente na hora de treinar. – Camus ficou calado por alguns momentos, mas logo continuou – Posso afirmar que eu mudei um pouco sim. Acredito que atualmente estou mais tranquilo, seja com você ou com qualquer outro discípulo. Apesar de que, em certos momentos precisamos ser duros para alcançamos os objetivos necessários. 

            - Tem razão.

            - Por isso, fique esperta. Se, por acaso, um dia você fraquejar, serei rígido também.    

            Cléia afirmou com a cabeça.

# # # # # #

Shina, após o almoço, foi até a cachoeira, perto da vila das amazonas. Vestia um short jeans e uma camiseta marrom. Deitou em uma pedra, como o som suava da queda das águas, buscou amenizar seu conflito interno. Porém as lembranças não à deixa relaxar. 

 Lembrava-se do sorriso safado e lindo de Milo e da voz sedutora e sussurrante de Shura. Os dois eram bastante diferentes, mas tinham algo em comum: conseguiam deixa-la confusa e sem ar. O beijo de ambos era incrível e o toque deles em sua pele a faziam perde chão.  Se pudesse ficariam com os dois cavaleiros.

— Céus, que loucura! - pensava quando sentiu a presença de um cosmos conhecido.

Então sentou na pedra e falou:
            -Oi Algol, o que deseja?
            O cavaleiro, que observava Shina de trás de uma árvore e havia elevado seu cosmo para chamar a atenção da amazona, surgiu na beira da bacia da cachoeira, do lado oposto da guerreira.
            - Oi. Gostaria de conversar com você seriamente. - Shina ficou em silêncio e ele resolveu se aproximar, contornando a margem da bacia e sentando na mesma pedra que a amazona estava sentada - Ando preocupado com você.

— E por quê?

— Ainda que não fale, sei que desde que terminou seu namoro com Seiya você não tem paz, não é? Sei que aquele asqueroso escorpião e o capricórnio tem rondado você e sei que isso está te incomodando, te tirando do foco.

 - Posso saber qual é seu interesse nisso? - perguntou ela demonstrando não gostar daquela indagação. 

— Qual o meu interesse? Todos, ora. Você é minha amiga e quero preservar sua integridade. Mesmo que não fale comigo sobre o assunto, eu sei que você não esta bem. E sei que você retornou para cá sofrendo por causa do Pégasos e sofreu mais ainda com o noivado dele com Atena. - Shina já estava ficando impacientes com o rumo daquela conversar, mas permitiu que Algol terminasse seu pensamento - Depois, tinha o escorpião tem te atormentando. E agora é ele e o capricórnio brigando igual criança, na frente de todo mundo.

— Oi?! - Shina sobressaltou-se.

— Pois é. E, apesar do seu nome não ter sido citado, nada me tira da cabeça, que essa briga foi por sua causa.

Shina ficou nervosa com aquela noticia.

— Aonde foi isso? E quando?

— Hoje de manhã, na arena. Parou o treino de todo mundo. Foi um circo.

— Céus!

Algol, tentou segurar na mão da amazona, mas ela não deixou.

— Ainda não entendi o motivo de você vir aqui me contar isso.

— Shina, quer saber mesmo? Sei rodeios? Eu amo você. Sempre amei, desde quando éramos aprendizes. Eu me mordo de ciúmes quando eu veja aqueles dois cavaleiros dando em cima de você. Fico preocupado, não quero ver você sofrendo. Quero de proteger disso.
            - Não preciso de proteção. Sei me defender muito bem.

            - Mesmo? Você pode ser uma guerreira formidável, mas quando se trata de sentimentos, você não passa de uma menina frágil. 

            - Você sabe, não suporta quando se intrometem em minha vida. - revidou irritada - Você pode ser meu amigo, mas não lhe dei permissão para falar assim de mim.
            - Eu sei. Porém é mais forte do que minha razão. Quero que pense. Não se deixe iludir por palavras ou gestos bonitos. Posso afirmar que o que sinto é verdadeiro e eu posso te fazer feliz. Mas quanto a eles, eu não sei. Parece-me que eles estão disputando para saber quem será o campeão.
            - Eu não sou uma idiota inocente que se deixa deslumbrar facilmente. Não preciso de sua preocupação. Me viro muito bem sozinha. 
            Ele segurou forte em sua mão e olhou dentro dos olhos verdes da amiga.

            - Não me veja como um intrometido. Não costumo me importo com a vida de ninguém, só quero seu bem. Para ver seu sorriso sou capaz de qualquer coisa, até entregar minha vida.
            Essas palavras bradaram Shina e ela abaixou a guarda.
            - Agradeço sua preocupação, mas não precisa mesmo.
            - Será que um dia você vai aceitar meu amo? O que eu posso fazer para que você entenda que abriria mão de qualquer coisa por você? 
            - Ai, Algol, não faça isso...Você é um cara legal e tem feitos muitas coisas boas para mim, mas entre nós nunca haverá mais que uma boa amizade, ok?

            O cavaleiro abaixou a cabeça tristemente e desfez o aperto de mão.

            - Preciso ir agora. Tenho que dar aula. Não fique triste comigo, tá bom? - disse se levantando e indo embora.

            Algol ainda ficou um bom tempo ali, com seu olhar vazio.

 

# # # # # #

 

            Pouco tempo depois Shina já estava na arena conduzindo aula para os aprendizes junto de Marin. Quando elas observavam os exercícios dos alunos, aproveitaram para comentarem sobre a briga do dia.

            - Eu penso que você está muito bem. Acreditava que fosse lhe encontrar com muita raiva.

            - Não posso disser que não estou incomodada, mas o que esta me deixando mais tranquila é saber que em nenhum momento meu nome foi dito. Apenas os mais íntimos sabem o motivo da briga deles.

            - Tirando o enxerido do Algol.

            - Pois é, porém sei que ele não vai espalhar o que pensa por ai.

            Marin ainda estava intrigada com a calma da amiga e continuou a questiona-la sobre isso.

            - Ainda não estou convencida dessa sua calma. Posso afirmar que você gostou da briga deles. Isso massageou seu ego, não foi?

            Antes de responder, Shina reparou que um aprendiz não estava fazendo o exercício corretamente e chama sua atenção.  Depois voltou a conversar com Marin.

            - E teria algum problema se eu tivesse gostado?  – Sabe, eu sei que Milo é impulsivo, o que me surpreendeu bastante é saber que Shura se envolveu em uma confusão dessa. – mudando de assunto.

            - Pelo que sei, Milo ágil tão rápido que não deu tempo de Shura evitar. Ou seja, como podemos concluir: o responsável é o escorpião.

            - Penso que você já foi mais imparcial em determinados acontecimentos. - recriminou - Você está, literalmente, julgando Milo e nem estava presente no momento.

            - Mas estou falando baseada na informação que meu cunhado passou e ele presenciou tudo. Porém, se você preferir convence com os dois e tire suas próprias conclusões.

            - Não mesmo. Na verdade, o que eu gostaria agora é sumir. Só não o faço, pois tenho responsabilidade e não posso deixar meu afazer, mas assim que Geisty voltar de sua lua de mel, pretendo sair fora.

            - Como assim?

            - Vou passar algum tempo fora desse lugar. Preciso de paz, algo que não estou encontrando por aqui. - vendo a expressão de questionamento de Marin, esclareceu - Recebi a ligação de Thetis e ela está precisando de força em um problema, vou ajuda-la.         

            Marin ficou surpresa e Shina retrucou:

            - Que cara é essa? Já fui muito egoísta, mas aprendi que a melhor forma de esquecermos nosso problema é ajudar o outro. Acredito, também, que longe daqui vou conseguir decidir o que quero para mim. Até lá não pretendo falar com nem dos dois.

            - Até que é uma boa opção. Espero, que nesse tempo, arrume seus sentimentos.  

            - Agora chega de conversar. Vamos por ação no treino desses preguiçosos?

            Shina e Marin se puseram no meio dos aprendizes e direcionaram duelos entre eles e assim a treino realmente começou a ficar bem mais agitada, como Shina gostava de ver.  

                 

               


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Notas finais do capítulo

Pretendo finalizar essa fic em breve.



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