We're Not a Team. We're a Time Bomb. escrita por Amanda


Capítulo 27
Demons


Notas iniciais do capítulo

Galera, deixem esse player carregando: http://www.youtube.com/watch?v=mWRsgZuwf_8 . Deem play quando a letra aparecer, viu? Enjoy!



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POV. Natasha Romanoff

Quando abri os olhos, ao acordar, a primeira coisa que constatei foi uma dor de cabeça horrível me assolando. Concluí que fora pelo sonho louco e angustiante que tive essa noite, relacionado a uma declaração insana de Steve sobre estar apaixonado por mim. Grata por não ter passado de delírio e ninguém precisar sair ferido dali, levantei-me comer.

Porém, quando estava prestes a deixar o quarto, um papel me chamou atenção na cômoda; ao ver que era um bilhete de Steve, – o bilhete do sonho – me senti mal por ser tudo real, por ser tudo verdade. Steve realmente acreditava que eu estava apaixonada por ele.

Saí de meu aposento e, como o mundo é cheio de ironias cruéis, encontrei Steve deixando seu quarto. Tentei sair dali sem ser notada, tentei fugir, mas não pude continuar quando ouvi:

– Nat! Nat, espera! – Ele se colocou na minha frente e eu suspirei – Calma. Pra onde vai com tanta pressa? – Perguntou ele; eu resolvi, naquele momento, ser mais dura para que ele evitasse se machucar no futuro, portanto, olhei em seus olhos e falei:

– Ver Clint. – Vi o brilho em seu olhar desaparecer um pouco e me senti culpada por isso, mas persisti.

– Você está ciente de que eu continuo convicto do que sinto, não é? – Ele falou, sério.

– Eu estou ciente de que você não está nada convicto. Isso é um engano, Steve. Você não sabe o que está falando.

– Eu sei, Natasha, você não tem ideia o quanto. – Havia sinceridade em seus olhos e isso me fez sentir pior.

– Eu vou... Eu tenho que... Clint está me esperando. Eu tenho que ir. – Eu me esquivo de Steve sem olhar para seu rosto; ele não me impede.

Entro no quarto e Clint está se espreguiçando na cama, acordando agora; ao me ver, sorriu, expressando uma alegria tão sincera quanto a crença maluca de Steve. Tentei guardar aquela imagem na mente.

– Bom dia. – Ele falou animado. Eu o abracei e trocamos um selinho. Olhei em seus olhos azuis e, por um momento, imaginei olhos diferentes, num azul diferente, um rosto diferente, cabelos loiros e não castanhos. Balancei a cabeça, tentando esquecer isso.

– Clint, o colar é... Lindo. Ele me encanta sempre que o vejo. Eu amei, obrigada. – A verdade é que eu estava falando isso mais para mim mesma do que para Clint. Eu queria lembrar a mim mesma o quanto ele me fazia feliz, o quanto era melhor para mim.

Clint começou a falar sobre mil coisas, e talvez em meu inconsciente eu estivesse concordando e participando da conversa, mas em minha mente só se passavam outros pensamentos que voavam para longe dali. Quando Steve falava de Peggy para mim em nossas primeiras missões, antes da missão do Soldado Invernal, a ternura em seu olhar e em sua voz era linda. Era uma admiração que toda garota gostaria de receber. Bem, ainda bem que eu não era uma garota normal.

Mas não seria uma coisa necessariamente ruim ser referenciada com tanto afeto por uma pessoa como Steve. Digo, ele é uma pessoa muito pura. É uma pessoa fofa, sejamos francos. E como ele mesmo disse, é sempre sincero. Seria ótimo ser seu objeto de admiração.

Digamos (digamos!) que eu realmente sentisse algo por ele. O Steve é aquele tipo de pessoa que te dá flores todo o dia simplesmente por você acordar. Eu enjoaria das flores desde a primeira vez, até porque detesto clichês. Por isso o Clint é tão bom para mim.

Voltemos às suposições. Steve me daria flores. Eu aceitaria e até ficaria um pouco lisonjeada pelo gesto, mas faria questão de deixar claro que eu não gosto disso. Steve, sendo a pessoa compreensiva e fofa que é, diria que entende e desencanaria disso. Pra me ver feliz. Ele pode até ser legal, mas é previsível pra caramba.

Outra coisa que ele certamente faria é ser (como se fosse possível) mais gentil do que nunca com você. Hum. Até que eu não reclamaria receber uma dose extra de gentileza algumas vezes. Tá aí um ponto positivo, talvez.

Ah, meu Deus. Sério isso, Natasha? Você está realmente pensando, cogitando o que poderia ter acontecido se tivesse ficado com o Steve? Por favor. Deixe de ser ridícula.

–... E só o que fazemos desde então é lutar com esses demônios. – Ouvi Clint dizer, me tirando dos devaneios. Ao escutar essa frase, algo se acendeu em meu cérebro, dando-me uma ideia.

– Clint, eu te amo. – Eu dei um beijo rápido nele e me levantei, deixando-o completamente confuso. Quando ele ia perguntar do que eu estava falando, eu o interrompi – Eu acabo de pensar em uma coisa para me acalmar dos problemas que venho tendo. E por sua causa. Obrigada! – E, sem esperar por mais nada, saí do quarto.

POV. Steve Rogers

Estava na cozinha comendo a omelete que tinha acabado de fazer quando recebi uma mensagem. Quando vi que era de Natasha, dei um pulo e quase caí da cadeira. Ela queria me encontrar na cobertura da Torre.

Engoli toda a omelete restante com uma rapidez impressionante e corri para o elevador. Eu estava animado. Ainda que ela não dissesse que estava apaixonada por mim, eu ficaria feliz apenas por conversarmos normalmente, para que o clima estranho que ficou na saída dos quartos cessasse.

Mas claro que eu preferia que ela dissesse que estava apaixonada por mim.

Quando as portas do elevador se abriram na cobertura, eu notei Natasha, mas não pude deixar de dar uma breve prioridade à vista que tinha naquele andar. Cara, aquilo era lindo. Stark poderia ser qualquer coisa, mas estilo ele tinha.

Vi Natasha e me encaminhei até ela. Ela estava do lado de uma caixa de som e, quando o vento batia em seus cabelos ruivos, eu chegava a ficar um pouco hipnotizado. Ela estava linda.

– Oi, Nat. – Ela deu um sorrisinho fraco.

– Olá, Steve. – Ela falou. Eu queria perguntar por que ela queria me ver, mas ela mesma respondeu – Eu tenho... Tenho uma coisa pra te falar. – Eu assenti. Ela parou de olhar para mim e deu play no som.

Começou a tocar uma música que eu conhecia, que eu gostava. Eu tinha ouvido no carro de Sam antes de tudo isso de Gêmeos, de Ultron, de tudo acontecer. Mas a música estava baixa. E Natasha olhava para mim e, falando por cima da melodia, recitava a letra.

When the days are cold

Quando os dias são frios

And the cards all fold

E todas as cartas caem

And the saints we see

E os santos que vemos

Are all made of gold

São todos feitos de ouro

When your dreams all fail

Quando todos os seus sonhos falham

And the ones we hail

E aqueles que saudamos

Are the worst of all

São os piores de todos

And the blood’s run stale

E o sangue fica seco

I want to hide the truth

Eu quero esconder a verdade

I want to shelter you

Eu quero proteger você

But with the beast inside

Mas com o monstro aqui dentro

There’s nowhere we can hide

Não há lugar nenhum para se esconder

No matter what we breed

Não importa o que criemos

We still are made of greed

Continuamos feitos de ganância

This is my kingdom come

Esse é o meu reino chegando

This is my kingdom come

Esse é o meu reino chegando

When you feel my heat

Quando sentir meu calor

Look into my eyes

Olhe em meus olhos

It’s where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

It’s where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

Don’t get too close

Não chegue muito perto

Is dark inside

É escuro aqui dentro

Is where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

It’s where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

At the curtain’s call

Quando as cortinas se fecharem

It’s the last of all

Vai ser pela última vez

When the lights fade out

Quando as luzes se apagam

All the sinners crawl

Todos os pecadores rastejam

So they dug your grave

Então eles cavam suas sepulturas

And the masquerade

E o baile de máscaras

Will come calling out

Chegará anunciando

At the mess you made

A bagunça que você fez

Don’t want to let you down

Não quero te decepcionar

But I am hell bound

Mas eu sou destinado a ir para o Inferno

Thought this is all for you

Embora tudo isso seja por você

Don’t want to hide the truth

Não quero esconder a verdade

No matter what we breed

Não importa o que criemos

We still are made of greed

Ainda somos feitos de ganância

This is my kingdom come

Esse é meu reino chegando

This is my kingdom come

Esse é meu reino chegando

(...)

They say it’s what you make

Dizem que é o que você faz

I say it’s up to fate

Eu digo que cabe à fé

It’s woven in my soul

Está entranhado em minha alma

I need to let you go

Eu preciso te deixar ir

Your eyes, they shine so bright

Seus olhos, eles brilham tanto

I want to save that light

Eu quero salvar essa luz

I can’t escape this now

Eu não posso escapar disso agora

Unless you show me how

A não ser que você me mostre como

When you feel my heat

Quando sentir meu calor

Look into my eyes

Olhe em meus olhos

It’s where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

It’s where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

Don’t get too close

Não chegue muito perto

Is dark inside

É escuro aqui dentro

Is where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

It’s where my demons hide

É onde meus demônios se escondem

Então era isso. Tudo fazia sentido agora. A Natasha não queria me machucar. Isso era para o meu próprio bem. Eu estava tão grato, tão emocionado.

– Natasha... – Eu coloquei a mão em seu rosto e ela olhou em meus olhos – Eu não... Você... Não se preocupe. Eu não tenho medo. Vai dar tudo certo. – Nat suspirou e em seus olhos vi apenas indignação.

– Steve, você não está entendendo... – Ela se esquivou de minha mão – Eu não disse isso para dizer que sim, eu estou apaixonada por você. Eu recitei essa música para mostrar que não iria dar certo, nunca. Você não me merece. Você merece alguém muito melhor do que eu...

– Eu não quero saber. – Eu a interrompi e ela me olhou, surpresa – Eu não quero saber quem mereço, quem não mereço. Eu só quero te ver feliz, feliz do lado de quem realmente ama...

– Isso já acontece, Steve. – Ela me interrompeu e eu parei de falar. Aproximei-me e a encarei com um desafio no olhar.

– Se você olhar em meus olhos agora, bem fundo em meus olhos, e dizer que não me ama eu vou embora. Nunca mais te importunarei. Só precisa dizer isso.

Ela me olha, fundo em meus olhos, e eu vejo que ela está triste. Continua a me encarar por um tempo e eu realmente achei que tudo ia se acertar ali. Mas então ela diz:

– Eu não amo você.

Eu senti meu estômago descer até o meu pé. Ela não desviara a atenção de meu olhar um segundo sequer. Ela foi franca, ela não me amava. Eu assenti.

– Ok. – Minha voz falhou, mas eu continuei firme – Não a incomodarei mais. – Ergo as mãos em forma de rendição, a garganta seca, e Natasha demonstra remorso. Me viro para sair dali, mas não sem antes dizer: - Seja feliz com Clint. – Entro no elevador e vou embora dali.

POV. Natasha Romanoff

Burra. Burra. Burra, burra, burra. Como pensou que mostrar aquela música ajudaria Steve a ver que não há chances de nada acontecer? Agora você piorou tudo. Idiota.

Ainda assim, mesmo pensando em tantas coisas ao mesmo tempo, o que me incomodava mesmo era o fato de que dizer ao Steve que eu não o amava foi difícil. Foi muito mais difícil do que achei que seria. Provavelmente porque a última coisa que eu queria era vê-lo magoado. Sim. Sim, fora por isso.

Peguei a caixa de som e saí dali, mas ainda pensando nos olhos azuis e decepcionados que deixei para trás.


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Notas finais do capítulo

7 – Ao escrever os capítulos, eu imponho a mim mesma que eles devem ter, no mínimo, 1.000 palavras.