One Less Lonely Girl escrita por LillyJonas


Capítulo 5
Celular




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-E você também! Não precisa arrumar a desculpa que você é famoso e ficar falando que eu gosto de você por isso só pra dar um jeito de eu não te processar! - eu disse, enquanto os bips da máquina aumentavam bastante. Ele me encarou nervoso e ficou em silêncio. Agora o único barulho que podia se ouvir era dos bips, que por sinal estavam altos.


            -Quer saber?! Se quiser me processar, vai em frente! Eu não tô nem aí!


            -Então tá! - eu disse.


            -Então tá! - ele falou.


            Eu queria ser amiga dele, mais eu não queria que ele pensasse que eu queria ser amiga dele só porque ele era famoso. Se a minha família era rica, por que eu me importaria em ser famoso ou não? Argh! Que seja!


            Ele abriu a porta e saiu, entrando agora a minha suposta família naquela sala minúscula e nos encarando confusos.


            -Querida! Se acalme! O que aconteceu com vocês dois? Ele te beijou? - Georgia disse e deixou escapar um risinho.


            -Não! Nós nem somos amigos! - eu disse brava enquanto eles observavam a máquina do meu lado, atentos.


            -Então vamos processar ele! - Chuck disse, me dando mais nojo. A cada momento a mais que eu passava com esse gordo eu ficava com mais vontade de vomitar.


            -Não! - eu disse relutante. Ele não era meu amigo, mais eu não queria o mal dele e nem o fim de sua carreira de cantor porque eu sei que no fundo... Bem lá no fundo... Ele é uma pessoa amável.


            -Por que não, querida? Esqueceu o que aquele futricado fez com você? Ele te atropelou! - Georgia disse.


            -Não. Foi. Culpa. Dele. - eu disse, trincando os dentes. -Eu nem me lembro do que aconteceu! Eu não faço idéia do que está acontecendo, quem são vocês, quem sou eu e eu estou começando a duvidar que estou numa pegadinha cruel de algum canal da TV! - eu disse, ignorando as dores enquanto eu falava e fechando os olhos depois. Contei até 10 e os abri de novo. -Eu quero ir embora. - eu disse, tentando me levantar. Eles me ignoraram e eu suspirei.


            David se sentou no banquinho em que Justin estava.


            -Que bom que você ficou bem... Os dois meses sem você lá em casa foram horríveis. - David disse com um sorriso estranho. Algo me dizia que antes desse acidente eu não era tão boazinha.


            -O Bean e o Brownie sentiram sua falta... - Georgia disse, se sentando na cama.


            -Quem são eles? - eu perguntei curiosa.


            -Seu cachorro e seu cavalo. - Chuck disse. Meus restos de dúvidas sobre eles serem ricos se acabaram. Eu já tinha certeza.


            Chuck olhou o relógio de ouro, parecendo com tédio enquanto Taylor tirava um videogame do bolso e pegava a caneta do jogo pra começar a jogar.


            -Ahh... Seu celular... Nós achamos que você iria precisar dele. - Georgia disse, colocando um  celular preto meio brilhante em cima da cama.


            -Será que eu não posso ir embora agora? Eu estou bem... - eu disse, me acalmando e suspirando.


            Georgia apertou um botão e chamou a enfermeira, que rapidamente chegou ali.


            -Ela vai precisar trocar de roupa. - a enfermeira morena que tinha pedido o autógrafo do Justin disse, parecendo estar de mau humor, me olhando um pouco nervosa. Hoje todos estão de mau humor por aqui!        


            A minha 'família' saiu e a enfermeira colocou as minhas roupas no banquinho e caminhou até a cama para me ajudar a tirar o soro e as talas do meu corpo.


            Ela desconectou os fiozinhos do meu corpo que levavam até a máquina do bip, desligou-a, tirou todas as talas e as faixas no meu corpo e saiu sem dizer nada.


            Eu suspirei pesadamente enquanto fazia esforço pra me levantar.


            Meu celular começou a tocar, peguei-o na cama e vi o nome 'Leesh' na tela. Eu observei o botão do celular. Onde eu apertava mesmo? Eu cliquei no único botão que tinha – depois eu descobri que tinha que tocar na tela – e ouvi uma garota gritando.


            -MASSIE! Fiquei sabendo que você recebeu alta hoje! O Dave acabou de me contar! - a voz que saia do celular dizia.


            -Hm... - foi tudo o que eu disse.


            -O que aconteceu com você? - uma outra voz no celular disse.


            -Eu soube que fui atropelada... Quem é você? - eu perguntei, confusa.


            -Eu sou a Alicia... Sua amiga...


            -E eu a Kristen...


            -Dylan... - elas me disseram.


            -Como pode ter três pessoas falando comigo? - eu perguntei, confusa novamente.


            -Conferência? - a voz que parecia ser a da Alicia, disse.


            -Legal... E quem são vocês?


            -Suas amigas... Quem é você? - A Kristen parece ter falado.


            -Kris! Ela perdeu a memória, esqueceu?! - Alicia disse.


            -Ah é, né! Bem... Depois a gente se fala...   


            -Tchau, Massie! - elas disseram e desligaram o celular.


            Eu olhei pras roupas em cima do banquinho. O mais incrível é que a única coisa que eu me lembrava era das marcas das roupas... Eu sabia que aquilo era uma bota de camurça marrom, um tomara-que-caia Donna Karan e um jeans Seven. Talvez eu ainda lembre do meu gosto pra roupas.


            Eu me vesti rapidamente, vendo que ali tinha o perfume Chanel número 5 e passei no pescoço. Depois achei um brilho labial MAC Ice e passei, correndo meus dedos pelo cabelo. Será que eu conseguiria ter a minha memória de volta? Será que o Justin Bieber poderia ser meu amigo?


            Eu deixei a roupa estranha do hospital na cama e sai da sala, vendo o corredor vazio de lá e encontrando a minha 'família' e para a minha surpresa, Justin Bieber, sentados na sala de espera do hospital.


            -Er... Oi. - eu disse, olhando pro perfume e pro celular na minha mão. Eu corei.


            -Então... Vamos? - Chuck disse, apressado, olhando para George, esperando uma resposta.


            -Massie... Antes eu poderia falar com você? - Justin perguntou, se levantando da cadeira e caminhando até mim, com os olhos castanhos mais luminosos do que eu já vi.


            -Tá... - eu disse, saindo da sala de espera com ele.


            -Você quer o número do meu celular? Só pra me avisar quando você mudar de idéia sobre o processo e eu ser o primeiro a saber. - ele disse, olhando pra baixo e corando. Eu suspirei, passando a mão pelo meu cabelo castanho.


            -Você sabe que eu não vou fazer isso. Você tem que aprender que nem todos são como você, Justin. - eu disse, suspirando mais uma vez. Era um hábito.


            -Ah é? Então... Como eu sou? - ele perguntou, fechando a porta da sala de espera e cruzando os braços musculosos logo em seguida. Eu observei como aquele casaco verde dele definia bem seus corpo, principalmente seu braço. Isso parecia me fazer esquecer do porque eu estava brava no momento. Mas depois que vi sua expressão vazia e seus olhos castanhos indecifráveis eu lembrei.


            -Eu não sei, Justin! Como é você? Fui eu que perdi a memória, lembra? - eu disse, não sabendo o que fazer. Às vezes o Justin era tão imprevisível. E ainda era estranho falar que eu perdi a memória sendo que nem eu sei se foi isso mesmo o que aconteceu. Pelo visto sim. Ele ficou em silêncio e suspirou. Se aproximou de mim e pegou o celular da minha mão.


            -O que você tá fazendo?


            -Anotando o meu número no seu celular. - ele disse e eu revirei os olhos, bufando, só pela força do hábito.


            -Eu já disse que não vou te processar! Caramba! Isso é tão difícil de entender?


            -Eu sei. Mais eu vou querer saber como você está nos próximos dias... Só pra não pesar na minha consciência ter te atropelado. Isso ainda é um choque pra mim... Eu ainda acho que vou ficar sem dirigir por um longo tempo - ele disse, terminando de colocar os números e me devolvendo o celular. Todos os famosos são tão insensíveis assim? Ou ele é a exceção? Pelo visto nós não íamos mesmo ser amigos. Parece que ele não estava preocupado comigo, estava preocupado nos danos em que causou, preocupado em não ser processado, afinal, isso era a única coisa que importava pra ele, não é?


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