Sasuke’s pov on

Depois dela aceitar o pedido de casamento e termos nos tornado noivos o nosso tempo de convivência mesmo sendo longo estava escasso, não podíamos desfrutar direito devido ao trabalho ou por conta de nossos amigos, mas, no dia em que fizemos uma missão com a anbu, no retorno para Konoha, todos os outros ninjas se dispersaram, assim deixando Sakura e eu finalmente podermos passar um tempo sozinhos. Nesses três meses de noivado pude notar que ela possui manias e gestos que mesmo que ela não note o que faz, me parece encantador. Sakura sempre dá um sorriso quando está nervosa, o mesmo varia de quando está brava e berra um shannaro para quando fica constrangida nas vezes que a toco em lugares além de seus lábios, como a nuca por exemplo, fica estremecida. Quando fica pensativa leva sempre a mão esquerda para o queixo, passa a mesma pelos cabelos e levanta o dedo indicador direito quando encontra a solução. Ah! Sakura! Você não faz ideia o quanto eu adoro estudar seus movimentos, ler suas expressões faciais, sei que isso soa um tanto ou completamente louco, preciso te conhecer melhor, minha futura esposa. Então meus pensamentos foram interrompidos pela doce e melodiosa voz dela.

– Sasuke-kun está tão quieto – olhava-me questionadora – No que está pensando? – via os olhos esmeraldinos curiosos.

– Estava pensando em você – coloquei meus dedos em sua testa e ela corou instantaneamente – Acho que nós poderíamos nos conhecer melhor.

– Sabe que estive pensando no mesmo – disse me abraçando e repousando sua cabeça em meu peito – Sobre o que iremos falar Sasuke-kun?

– Comecemos pela infância, quero saber tudo sobre você – nos sentamos encostados na sombra de uma árvore, por estarmos nós dois lá estamos seguros, quase ninguém se mete com Sasuke Uchiha e Sakura Haruno, a futura senhora Uchiha – Não se preocupe que responderei o que quiser.

– Ok, vejamos – ela repetia o mesmo gesto que faz para pensar – Uma das coisas que eu não gostava quando criança além da minha testa eram meus cabelos, por um tempo tentei esconde-los com gorrinhos – ela tinha vergonha desses cabelos róseos e únicos? – Não conseguia fazer amizades, as pessoas me consideravam esquisita – prestava atenção em cada sílaba que dizia, o jeito de falar, como se portava, essa parte do passado dava para perceber que carregava uma certa dor, mas, o semblante dela estava confiante – Isso tudo tinha sido antes de conhecer você, eu tentava me esconder ao máximo que podia, então conheci a Ino, ela me ensinou muitas coisa, a mais importante delas é que eu preciso ser confiante - o sorriso radiante – Pena que viramos rivais, pois nós duas estávamos apaixonadas pelo mesmo garoto, agora isso é passado – suspirou – Agora me fale sobre você, tenho certeza de que sou uma tagarela – riu.

– Só um pouco –acariciei seu queixo – Acho que agora é a minha vez – ela assentiu e então me pus a pensar – Não tenho muito para dizer sobre minha infância, tive um pai exigente e que apesar do jeito durão me amava, minha mãe me mimava bastante, eu adorava ficar com a cabeça deitada no colo dela enquanto me contava histórias e meu irmão era ausente, mas, quando ficava em casa nós nos divertíamos bastante – dei um suspiro leve e vi as esmeraldas brilhantes dela que esbanjava um sorriso – Nunca fui muito sociável, então quando eu não brincava na floresta ficava treinando.

– Obrigada por me confiar ouvir sua história – disse tão doce, delicada como a flor da qual havia ganhado seu nome – Então sobre o que mais deseja falar?

– Quando soube que você me ama?

– Bem, eu gostava de você desde pequena, tinha algo em você quando tinha te visto pela segunda “primeira” vez, quando não tinha posse das minhas lembranças – fez uma pausa para pensar – Era um afeto, um sentimento que eu não compreendia naquela época – depois o sorriso se tornou uma linha, a expressão dela estava um tanto triste – Percebi que eu realmente te amava quando pensei que estava morto naquela missão no País das Ondas, percebi que não suportaria aquela dor de viver sem você, não era uma “paixãozinha adolescente”, eu gostava cada vez mais de você quando passei a te conhecer melhor, mas, tive a certeza desse amor foi naquele momento – vi a verdade em seus olhos – E você? Quero saber o porquê de você ter me odiado antes.

– Eu nunca te odiei Sakura – os olhos dela estavam arregalados, acabei rindo baixinho disso – Sempre te amei, me apaixonei por você desde o momento que te vi pela primeira vez, só que eu não conhecia esse sentimento por ser muito novo e eu nunca soube lidar muito bem com isso – senti meu rosto quente, será que minha face estava ruborizada? – Você era muito mais irritante, algumas coisas de que você falava, eu sei que não falava por mal mais precisei lhe passar sermão, sei que isso soou muito grosseiro, não queria te magoar, mas, não sabia como lhe dizer isso de outra maneira – as mãos dela tocavam meu rosto como um sinal de que eu não precisava pedir desculpas – Depois de um tempo você ficou irritante de outra forma, porque nós criamos um laço, não queria te perder, cheguei a pensar que os laços me faziam fraco – suspirei – Nunca te odiei minha hime – disse passando meus braços pela cintura dela e encostei meus lábios nos dela pedindo a passagem com minha língua, que logo foi cedido, aprofundamos o beijo até cortamos, após um breve silêncio completei minha frase – Eu te amo Sakura!

– Eu também te amo Sasuke-kun – dizia enquanto tentava inutilmente esconder sua face ruborizada – Precisamos ir embora, irá anoitecer e irão dar por nossa falta.

– Algum problema em passarmos a noite aqui? – não deveria ter perguntado isso, só aumentou a insegurança que estava sentindo, fui muito burro, pedia inconscientemente para que ela arranjasse uma desculpa idiota pra sair dessa situação que eu a deixei – Sakura?

– Você se esqueceu de que amanhã é o casamento do nosso melhor amigo? –A chama de confiança da velha Sakura voltou – Pensei que você fosse mais concentrado, está andando demais com o Naruto, Sasuke-kun – disse o sufixo com deboche – Vamos logo! – levantou-se.

– Verdade, tinha me esquecido – dei um sorriso torto – Vamos!

Enquanto andávamos pelo caminho continuávamos com as perguntas e respostas. Minha mente vagava por vários pensamentos, amanhã estaremos lá, nós dois juntos no altar no casamento de nossos amigos, mas, ela não será a noiva, por quanto tempo mais iremos esperar? Lembrei-me que marcamos para março, no aniversário dela! Quem teve essa ideia idiota? Eu! Estamos em outubro e mal aguento esperar, fico tentado por ela em todos os sentidos, me sinto perdido no olhar dela. Kakashi viu o quanto eu estava fora do meu normal com isso, de que preciso voltar para meu eixo e me confiou uma missão bem longa, sim, ele é o atual Hokage, Tsunade saiu do posto e está apenas na direção do hospital, já que palavras dela: “Estou cansada de tanta burocracia, papeladas com missões, quero ter menos trabalho, meu último pedido como hokage é que Shizune! Traga mais saquê!”. Como Naruto havia me contado, a pretensão dela nunca foi ser hokage. Ficar uns tempos longe da vila será ótimo, já que nunca parei para admirar a beleza do mundo, ver o mundo sem o olhar de ódio, como direi isso pra ela? A pessoa que mais sentirei falta, o que faz meu coração doer, Sakura sinto muito, prometo que voltarei, enquanto isso iremos curtir o tempo que ainda nos resta juntos.