Rosalie Hale - A História escrita por Ditto


Capítulo 9
Urso Carinhoso? Ate parece.




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Rosalie Cullen... Rosalie Cullen... Rosalie Cullen...

Fiquei pensando nesse nome direto, mas simplesmente não entrava. Quando pensava em Rosalie Cullen, parecia outra pessoa, não eu. Hale era um nome de familia de poder e Cullen não significava nada.

– Posso entrar? - Esme pergutou batendo na porta.

– Claro.

– Como esta indo essa sua nova vida Rose? Tem alguma coisa que te incomoda? Algo que possa ajudar? - e Esme parecia realmente estar preocupada comigo.

– Não, acho que não.

– Chegando em Yellowknife comprarei todas as coisas que você precisar, não se preocupe. Tudo ficará bem.

– Ainda não te entendo Esme. Como pode se importar tanto comigo?

– Como disse - ela respondeu com um sorriso - Voce é a filha que eu nunca tive - e se retirou.

– Espere!

– Sim? - ela perguntou docemente.

– Vou precisar mudar meu nome? Virar Rosalie Cullen?

– Não se você não quiser. Pode continuar com Rosalie Hale se prefirir. Mas acho melhor você mudar no inicio, Rosalie Hale ainda vai ser procurada por um bom tempo.

– Nenhum de vocês quis continuar com seu próprio nome?

– Edward preferiu mudar, quanto a mim, bem, eu me casei com Carliste e preferi ficar com o nome dele, então...

– Obrigada. - por tudo, completei mentamente.

– De nada Rose. Sempre que precisar.

Quando desci para a sala de jantar na manhã seguinte, todos estavam prontos. Cada um carregava uma mochila.

– Só isso? - perguntei incrédula. Se fosse sair com minha mãe a algum tempo atrás iríamos levar umas cinco malas.

– É o suficiente - Carliste respondeu - O resto compraremos lá.

– E como iremos?

– De trem. Agora temos que ir, o trem parte em meia hora.

Carliste me fez vestir um grande vestido cinza com um grande chapeu na cabeça.

– Para ninguém te reconhecer - foi o que ele disse.

O trem estava calmo, poucas pessoas. Quem via os Cullens logo murmurava:

– Nossa, que lindos. Será que são casados?

Tinha vontade de arrancar aquelas roupas horríveis e mostrar o quão bela eu era, mas me segurei.

– Passagem? - a cobradora perguntou. Cobradores sempre confirmavam se as pessoas realmente pagaram para estar nos trens.

– Aqui. - Edward disse lhe entregando as passagens.

– O-obrigada. - ela gaguejou com o coração vacilando.

Patético! Como alguém pode se interessar por alguem chato como Edward?

Edward comecou a rir e a cobradora ficou mais encantada.

Droga! Tenho que começar a controlar minha mente, horrivel isso de não poder pensar bobeiras a vontade. Ter sempre alguém sabendo tudo o que pensa.

O resto do dia correu calmamente, depois de cinco horas naquele trem pudemos sair. Eu me perguntava se não seria melhor ir correndo, acho que chegaríamos mais rápido, mas Carliste disse que era mais seguro assim.

Nossa nova casa era longe da cidade, no meio da floresta, a única casa da estradinha. Nenhum vizinho ao redor.

– Podem escolher seus quartos. - Carliste avisou.

Edward logo escolheu o quarto com melhor varanda, eu fiquei com o maior, as paredes estavam brancas e eu pensei seriamente em pintá-las de vermelho.

– Vamos caçar Rose? - Esme perguntou - Seus olhos estão negros.

– Negros? - ao me virar e me encarar no espelho vi que realmente estavam.

– Eles ficam nessa cor quando você está com fome - ela explicou.

Partimos para a floresta e essa casa é realmente perfeita, longe de olhares curiosos e perto de uma floresta cheia de animais. Logo ataquei o cervo que passava. Teria que melhorar meu método de caça, meu vestido logo depois do ataque estava imundo. Eu infelizmente teria que jogar esse fora, afinal um vestido feio me deixaria feia e isso não podia admitir.

– Não se preocupe, podemos ir na modista hoje mesmo e encomendar vários vestidos.

– Tudo bem. – concordei. Já era hora de eu ter roupas novas e eu sabia que os Cullens tinham dinheiro para isso. Afinal, não gastavamos dinheiro em comida nem nada do tipo.

Enquanto andavamos pela cidade , pude perceber que Esme realmente parecia uma mãe, amorosa, gentil e paciente, coisas que minha mãe nunca fora. Acho que seria fácil chama-la de mãe.

– Em que posso ajudá-las? – a modista perguntou.

– Procura por alguma coisa em especial Rose?

– Não. Pode ser o que quiser. – mas bonita, completei no pensamento.

– Então procure vestidos, de seda, acho que é o que você gosta não? – Esme perguntou para mim.

– Claro - murmurei surpresa por ela se preocupar com o que eu gostava.

As compras foram divertidas, diferente das com minha mãe. Aqui era tudo tão calmo, simples, sem gritarias.

– Muito bem então, os vestidos ficarão prontos em aproximadamente uma semana.

– Obrigada.

A nova vida transcorreu sem maiores transtornos. O ruim era que todos os homens da cidade ficavam admirando somente a Esme. Tudo porque eu tinha que usar esse vestido cinza gigante e esse chapeu enorme. Era horrível! Sempre gostei que homens me admirassem e agora nem isso podia.

Passamos uma boa temporada aqui. Odiava ficar trancada. Esme não se importava, ela ficava limpando uma casa impecavelmente limpa. Será que um dia as mulheres vão poder fazer mais coisas? Tipo ter uma escola misturada, homens e mulheres, porque essas escolas de menininhas como a que eu fui são muito frescas.

Mas chegou um tempo que Carliste começou a ter seus supostos trinta e sete anos, então já era hora de se mudar. Eles resolveram ir para o Alasca, lá tinha uma família com os mesmos hábitos nossos.

E ainda bem que agora fomos correndo, sem mais aquela bobeira de trem. Os humanos que se lixem, eu é que não quero ficar naquele vagão empoeirado.

– Carliste, Esme, Edward! Que prazer revê-los. – uma loira arruivada cumprimentou e deu uma ênfase imensa no Edward. O bom é que ela não era tão bonita quanto eu, era somente a beleza vampiristica. – E você é?

– Rosalie Hale, muito prazer.

– Você não esta junto com Edward, esta?

– Não. – e amém a isso.

A expressão dela se suavizou depois disso.

– Eu sou Tanya. Venha conhecer o resto da família. Essas são Kate, Irina, Carmem e seu marido Elezar.

– Olá, como você está indo nessa vida nova de vampira? A gente pode te ajudar com o que precisar. Podemos ir fazer compras na cidade aqui do lado, tem uma loja com roupas incríveis – Kate se apressou em dizer.

– Tudo bem.

E isso ate que seria bom, porque agora, depois de vinte e cinco anos da minha suposta morte, eu finalmente poderia usar a roupa que eu bem quisesse, sem usar aquele chapéu gigante na cabeça.

A cidade em Denali era minúscula, como alguém pode viver nesse lugar. Cadê as pessoas andando pela rua? Cadê as grandes lojas de roupa? E principalmente, cadê as pessoas ME ADMIRANDO? Acho que no máximo o velhinho na cadeira de rodas em frente da casa olhou para mim.

E mal acabava um dia e:

– Vamos dar uma volta na cidade, Rose? – uma delas me perguntava.

– Claro. – respondia com ironia, coisa que aparentemente as pessoas não entendem por aqui.

Elas eram muito… como posso dizer? Hospitaleiras, ou melhor, sufocantes! Eu queria apenas ficar deitada na cama pensando em como a vida é tediosa e imaginar como estariam os meus irmãos. Já que não tinha nada para fazer resolvi pesquisar. Estava mais controlada então Carliste permitiu que eu fosse para Rochester com Edward.

Fomos correndo mesmo e correr é a melhor sensação, embora se eu tivesse um carro seria bem melhor. Um dia ainda irei dirigir, prometi para mim mesma. Agora não precisava mais obedecer as regras bobas de minha mãe e poderia fazer o que tivesse vontade.

– Vamos ao cemitério. – avisei a Edward.

O lugar era bem organizado, dividido por nomes, então só tive que procurar a fileira H. E lá estava seu túmulo.

Philipe Hale – 23 de Maio de 1934

Fiquei triste, óbvio, mas estava somente ele ali. Então meu outro irmão estava vivo? Onde estaria?

Edward sugeriu irmos para a prefeitura, lá teria todos os documentos dos habitantes da cidade. Ao entrarmos no centro de Rochester pude notar as mudanças. A industrialização chegara rápido. Tudo tão diferente…

– Com licença, poderia me informar onde se encontra os documentos sobre os cidadões de Rochester?

– Tudo bem – uma senhora miúda do outro lado da mesa concordou – por aqui.

Hale... Hale... Hale... E consegui encontrar todos os registros da minha familia, os casamentos dos meus pais, o falecimento dos mesmos... e o casamento do meu irmão!?

Como é que é? Meu querido e doce irmão casou com a Maria!? Não é possivel que aquela lá se agarrou com meu irmão! A super fofoqueira da cidade é minha cunhada!? Então todas aquelas brincadeirinhas com ele, afirmando que adorava brincar com crianças, era só para conseguir um marido? Eu mereço. Isso pode ser considerado pedofilia!

Mas vamos pensar positivo, meu irmão tá vivo e casado, provavelmente com filhos. Ah!! Quem eu quero enganar? Não consigo suportar aquela víbora na minha familia! Não mesmo! Que ódio! Vontade de explodir tudo!

– Podemos ir agora Edward! - avisei o chato que estava ao meu lado.

– Tudo bem. - o sempre certinho respondeu.

A volta foi silenciosa, queria tanto ter alguem para conversar. Edward deveria ser uma garota e menos chato!

Mas pelo menos ele parou de responder as coisas que penso e virou mais, como posso dizer, cavalheiro.

Quando voltamos, Esme veio nos avisar.

– Estamos atraindo suspeitas, nosso numero é muito grande, então teremos que nos mudar. Você tem algum lugar que gostariam de ir?

– Não mãe, não se preocupe. - Edward respondeu.

– Tanto faz, mas de preferencia um lugar mais movimentado. - respondi.

– Tudo bem, conversarei com Carliste mais tarde.

Mal posso esperar para sair dessa cidade! Gostaria de morar numa cidade grande onde pudesse ter mais emoção no dia-a-dia.

Ficou decidido, iriamos para uma cidadezinha! Argh, eles nem acataram meu pedido.

– Em uma cidade grande as pessoas ão desconfiar, não dá Rose. - Carliste argumentou.

Enfim, iriamos para a cidade excluída, pior que Denali!

Então já deu pra entender quão chato. Uma cidade sem nada, ninguém gostava de morar naquela região, cheia de ursos. Todo dia um humano bobão morria.

– Vamos Rose - Esme chamou.

E partimos, mas tinha alguma coisa estranha no ar, eu tinha a impressão que algo muito bom me ocorreria nesse lugar, algo que mudaria minha vida para sempre. Ah, até parece, o que essa cidade tem para me oferecer? Um urso carinhoso? Háhá.


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