Rosalie Hale - A História escrita por Ditto


Capítulo 2
Rosalie King




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/50353/chapter/2

Todos os dias, eu mal eu acordava e mamãe já entrava no quarto.

– Outra rosa Rosalie, outra rosa! O Royce deve realmente te amar, ou estar perto disso! Há três semanas ele te manda rosas todos os dias. Já posso imaginar você de branco entrando na igreja - e mamãe cantarolava feliz - Quer saber? Você devia ir ao banco hoje.

– Como?

– O banco Rosalie! O banco! Você deve se encontrar com o Royce.

– Mas mamãe, não foi você mesma quem me disse que mulher alguma deve correr atrás de homem?

– Disse. Eu disse sim, mas isso é uma excessão! Royce King Jr. sempre será uma excessão. Vai Rosalie, se arrume! - e ela começou a remexer no meu guarda-roupa - Vista esse! Vai ficar bom.

E colocou em minha cama um vestido azul de cetim.

– Agora deixa eu pensar em como vou arrumar seu cabelo - e ela se pôs a pentear, e continuava cantarolando que eu em breve seria Rosalie King.

– Pronto filha, pronto! - meus cabelos ficaram lisos e enrolados nas pontas. - Perfeito! Agora se arrume logo.

Depois de vestida, arrumada, penteada, maquiada e tudo que uma mulher tem direito, finalmente eu desci as escadas.

– Ficou incrível Rosalie.

Quando iamos sair, ouvimos alguém bater na porta.

– Deve ser seu pai, provavelmente esqueceu alguma coisa em casa, de novo.

Minha mãe foi logo abrir a porta, eu fiquei na cozinha ouvindo a conversa, mesmo que não seja digno ouvir conversas alheias. Mas que culpa tenho eu? Vai que eles estão escondendo alguma coisa sobre Royce como esconderam antes que ele estava interessado em mim?

– Boa tarde Sra. Hale. Sinto muito por ter vindo sem avisar. Trouxe esse colar para a senhora.

Levei um super susto ao ouvir aquela voz, quase escorregando e caindo de cara no chão.

– Royce King! - minha mãe não conseguia esconder a felicidade da sua voz - Não se preocupe querido. Sempre será um prazer ter você aqui em minha casa. Entre! Quer alguma coisa? Um chá talvez? Bolinhos?

– Não precisa de nada, muito obrigado.

– Como preferir. Rosalie venha por favor, temos visitas.

Dei amém por minha mãe ter sugerido eu ir ao banco hoje. Imagina se Royce chega em casa e eu ainda estou de pijama e com cara de sono? Iria querer me enterrar com sete palmos de terra acima de mim.

Eu entrei na sala como uma dama deve se comportar, ou seja, fingindo que a visita dele era indiferente para mim.

– Bom dia Sr. Royce, é um prazer revê-lo.

– Olá Rosalie - disse sorrindo me entregando a rosa de hoje - está belíssima.

– Oh isso? - perguntei com falsa modéstia - é só minhas roupas do dia-a-dia.

– Sim. - minha mãe disse se intrometendo na conversa - Deveria ter dito que viria, Rosalie está tão mal arrumada.

Fiquei com uma super vontade de rir, até parece que Royce acreditaria que alguém usa maquiagem e vestido de cetim em casa.

– Ela está adorável senhora Hale.

– Bom, eu vou na cozinha... er.... cozinhar algo, deixarei vocês em paz.

E zero pontos de sutileza para minha mãe. Eu tenho plena certeza que ela vai ficar ouvindo atrás da porta. Acho que ouvir conversas alheias é mal de família afinal.

Quando estavamos sós, Royce King e eu sentamos lado a lado no sofá. Um silêncio pairou sobre nós.

– Então, quais os seus hobbies? - perguntei do nada. Precisava fazer aquele silêncio desagradável sumir, precisava fazer com que ele ficasse interessado em continuar na minha casa.

– Bom, eu gosto de pólo e de golfe também. E você?

– Eu gosto de costurar, bordar, tocar piano... - respondi mecanicamente.

Tinha repassado essas respostas com mamãe milhões de vezes, sempre treinando para o dia de hoje. Essas eram as respostas que uma dama deveria dar.

Como poderia confessar para ele que um dos meus grandes hobbies era tentar descobrir como os carros funcionavam? Muitas vezes abria o capô do carro do meu pai e ficava olhando o motor, tentando imaginar como aquelas peças faziam aquele pedaço de ferro andar.

Fizemos mais algumas perguntas para passar o dia e as onze horas Royce se despediu prometendo me visitar no dia seguinte.

Ao vê-lo saindo de casa respirei aliviada, estava com medo dele perder o interesse em mim.

Os dias se passaram e Royce cumpriu sua promessa, todos os dias, as dez horas em ponto, Royce King estava em nossa casa. E um dia, como não deixaria de ser, veio a declaração.

– Sra. Hale, gostaria da permissão para casar com sua filha.

– Mas é claro Royce, mas é claro! - minha mãe tentou falar parecendo indiferente mas sabia que por dentro estava vibrando de emoção - Será um prazer ter minha filha com um rapaz como você. Mas meu marido precisa aprovar, como você bem sabe.

– Muito obrigado senhora Hale. Quando a seu marido, conversei com ele hoje de manhã e já esta tudo resolvido, só precisava da sua confirmação - Royce me deu um beijo na mão da minha mãe e depois um beijo na minha bochecha e colocou um anel em meu dedo - Até amanhã Rosalie.

Mal Royce saiu de casa e minha mãe gritava:

– Finalmente! - as vezes parecia que ela ia se casar e não eu - Minha Rosalie com Royce King! Vocês vão ser um casal perfeito. Rosalie King. Nome perfeito. E olha só esse anel Rosalie! É de ouro puro! E isso aqui? Olha o tamanho desse diamante! É perfeito!

Sorri feliz. Sou sortuda em ser noiva de Royce King e sei disso. Eu finalmente achei o marido perfeito, vou ser uma ótima esposa e futuramente mãe. Sei que serei.

Minha mãe estava tão feliz que nem se importou quando a avisei que caminharia um pouco pelo parque para acalmar os nervos. Tenho que aproveitar enquanto posso para fazer passeios públicos, sei que quando for a senhora King as coisas serão diferentes. Se sair estarei acompanhada e não caminharei mais com pessoas comuns.

O parque estava com poucas pessoas, homens atrasados para o trabalho e mães com seus filhos. Filhos, esse era meu maior sonho. Ter filhos, lindos bebês, pequeninos nos meus braços. Já podia imaginar pequenos meninos loiros e com os olhos azuis de Royce. Foi aí que percebi, uma das mães era Vera.

– Oi Vera. Nossa, não esperava encontrar você por aqui.

– Oh, oi Rose. Faz tempo, não? - e ao olhar o grande anel na minha mão continuou - acho que consigo imaginar o por que você não me visitou mais. Estava ocupada ao que parece. Eu o conheço?

– Sim, todos da cidade o conhecem. Bom, pelo menos o nome. É o Royce King.

– O quê? Está falando sério? O herdeiro de todos os bancos da cidade?

– Sim, esse mesmo.

– Uau. Você tem sorte. Está feliz Rose? Casamento é um grande passo.

– Claro que estou feliz, vou me casar com um ótimo partido e terei uma boa vida...

– Então espero que vocês sejam felizes, assim como eu sou com meu marido.

– Tenho certeza que serei - respondi feliz.

– E caramba Vera! Nem consigo acreditar que o Henry já nasceu!

– Pois é - Vera parecia muito orgulhosa olhando o bebê no carrinho - Já está com três semanas. Mal posso esperar quando ele começar a andar.

O bebê de Vera era lindo, tinha cabelos castanhos e covinhas. Acho que essa foi a primeira vez que senti inveja de alguém, mal podia esperar para ter os meus também.

– O seu bebê é lindo Vera.

De repente o pequeno Henry começou a chorar, clamando por atenção.

– Oh, acho que ele esta com fome, bem, foi um prazer encontrar com você Rose, espero que me visite mais vezes.

– Tudo bem, até logo Vera.

– Até logo Rose.

Logo eu teria meus filhos e não teria mais inveja de Vera. Lindos bebês loiros brincando no gramado gigante em frente a casa dos Kings. Era como se eu pudesse sentir meus filhos me agarrando.

– Rosalie! Que surpresa te encontrar aqui!

– Maria?

– Eu mesma Rosalie, eu mesma.

– Como vai Maria?

– Nada bem... Você ja viu os Cullens?

– Ainda não tive a oportunidade, por quê?

– Nem te conto, eles são uns gatos né? Isso todo mundo sabe, mas que pessoas mais estranhas aquelas. São dois homens lindos mas não dão bola para ninguém, aposto que nem pra você. - e Maria soltou seu veneno

– O quê? Até parece. - ninguém nunca não prestou atenção em mim.

– Mas é verdade Rose. Os dois vivem excluídos, não se aproximam de ninguém, será que são bruxos?

A cabeça de Maria era muito fértil, mas muita gente acreditava mesmo que existia seres místicos entre nós, até parece, como se fosse possível.

– Pare de falar bobeira Maria! Como se isso existisse.

– Eu joguei o maior charme pro mais novo, o Edward, mas o cara não me deu bola. Não acredito! Ele deve ser cego, ou bruxo! Ele é sim um bruxo, tenho certeza!

– Pare de bobeira Maria! Bruxos não existem!

– Ah, existem sim! E um dia eu provarei para todos. Mas e você? Faz tempo que não tem vejo. Alguma novidade?

– Ah, nenhuma muito interessante, só estava passando um tempo com meu noivo...

Um a zero para Rosalie. E agora é que eu ia sambar e com elegancia na cara de Maria.

– O que? - ela arregalou os olhos - De quem?

– Olha aqui meu anel - disse esfregando o diamante na sua cara.

Ok, admito. Eu não gosto muito da Maria, mas duvido que alguém goste. Mais fofoqueira que ela impossível.

– Que anel bonito - e pude sentir a inveja em suas palavras. - Quem é o noivo?

– Ah amiga, claro que é Royce King.

– O quê? O homem mais rico da cidade? - a inveja persistia em sua voz.

– Claro. Pra mim sempre foi o melhor, não é?

Maria soltou uma careta de desgosto.

– Bom Rosalie, preciso ir - e com certeza até graças a boca de Maria até o fim da tarde todos saberiam que eu e Royce noivamos - Até logo, e boa sorte com seu noivo.

– Até Maria.

Quando voltei pra casa não tinha só uma pessoa saltitando, agora eram duas, minha mãe e meu pai.

– O que aconteceu aqui?

– Eu te amo minha filha, eu te amo! - meu pai berrou.

– Mas, o que esta havendo? - aquela cena era muito, mas muito estranha.

– Ah filha - minha mãe respondeu - Graças ao seu noivado com Royce King seu pai ganhou a promoção.

– Sim, é isso mesmo filha, agora sou vice-diretor!

– Oh, parabéns pai.

– Obrigado. E seu casamento vai ser perfeito Rosalie, tanto para você quanto para nós. Não sabe quão feliz eu fiquei ao ouvir Royce King pedir sua mão .

– Posso imaginar - as vezes meus pais não tem nem um pouco de classe - Com licença, vou pedir para as empregadas me providenciarem um banho.

– Claro minha filha.

Quando o banho estava pronto, entrei na banheira e fiquei admirando o anel. Minha mãe tinha razão, o anel era lindo, deveria ter sido muito caro, mas nada é caro para Royce King. Um anel tão bonito...

Eu estava sentada numa varanda. Tinha duas criancas loirinhas brincando ao meu lado.

– Vamos mamãe, brinca com a gente.

– Agora não meus amores. - e meu sorriso era tão largo, tão sincero.

Mas de repente tudo ficou escuro.

– Meus filhos! Cadê meus filhos? - berrei.

– Deixa eu e meus amigos nos divertirmos Rose.

Acordei assustada. Dormi no banho de novo. E de novo essa voz, essa voz esta me aterrorizando. Esses sonhos volta e meia voltam para me assombrar.

– São apenas sonhos, não podem te machucar - murmurei para mim mesma.

Quando desci para o jantar minha mãe já foi falando:

– Você vai fazer compras comigo amanhã Rosalie. A futura senhora King precisa ter as roupas mais lindas possíveis. Iremos na madame Malkins

– Claro mamãe.

No jantar deixei meus pais falando sem parar sobre o noivado. Pelo que entendi a cidade inteira já sabia, visto que tinha duas fofoqueiras de plantão na cidade: Maria e minha mãe.

Quando fui me deitar não conseguia tirar aquele sonho da minha cabeça, parecia tão real...

– Acorda Rosalie! Acorda! Vamos as compras!

– Sim mamãe. - e me arrumei rapido.

O centro da cidade estava um pouco vazio. O dia de hoje estava nublado, dando esperanças de que talvez fosse chover mais tarde. Fiquei admirando os bebês das outras mulheres, imaginando quando seria minha vez de ser mãe. Acabei assim perdendo minha própria mãe.

Começei a andar procurando achá-la, mas estava tão distraída admirando os bebês que acabei esbarrando em alguém.

– Me desculpe, foi sem querer.

– Tudo bem, foi um acidente.

A voz era grossa, e quando me virei para ver em quem tinha esbarrado deslumbrei com um homem maravilhoso. Ele era alto, magro, cabelos acobreados e os seus olhos eram estranhos, de uma coloração alaranjada.

– Desculpe-me senhorita.

– Qual é o seu nome? - nunca tinha visto esse sujeito tão belo na minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aposto que todos sabem quem é o homem...Ah, obrigada pelos reviews antigos, é sério, nunca ganhei tantos (pelo menos para mim é bastante). Bem, espero que deixem aqui também.