Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 50
Capítulo quarenta e nove




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O ano novo enfim chegara. Muito frio, com a neve que ainda não parara de cair, já seria duas semanas sob os flocos que insistiam em continuar caindo. Hermione já despachara sua coruja para os Weasley, com a finalidade que cuidassem dela e lessem as cartas presas em sua pata. Deixara um pequeno estoque de comida e água para seu novo gato, assim como um cesto para aquecer-se. A garota terminava de dobrar a ultima peça de roupa para guardar na mala, quando Draco bateu na porta, assustada, jogou a camisola no chão.

—Mas que... —Resmungou.

Draco apressou-se a abrira a camisola perfeitamente dobrada. Levantara-a em frente ao rosto, para observar melhor as rendas e sorriu maliciosamente.

—Você definitivamente tem que usar isso! —Disse, logo que Hermione arrancou o tecido de suas mãos e colocou-a na mala. Fechando com força.

—Talvez eu não possa usa-la, porque não sei se o lugar para onde vamos faz calor. E você sabe muito bem que não abro mão de uma roupa mais cumprida no frio, nem mesmo se a casa estiver bem aquecida! —Fazia círculos no peito de Draco com o indicador.

O rapaz entrou na brincadeira e apertou-a contra seu corpo, segurando-lhe com firmeza.

—Infelizmente não tenho como mudar o rumo da nossa viagem agora! —Beijou-a em meio aos sorrisos. —Já terminou sua mala?

—Sim! —Hermione caminhou até a mala e colocou-a no chão. —Só preciso da minha varinha que... Aqui está ela! —Pegou-a de baixo do travesseiro. —Agora já podemos ir!

Desceram as escadas com a mala flutuando, seguindo-os de perto, e na sala, juntou-se à mala de Draco. O rapaz pegou-as e saiu, aguardando Hermione em frente a casa. Só depois de se certificar que estava tudo seguro e trancado, Hermione segurou o braço do rapaz e aparataram.

Ao pisarem na grama baixa uma lufada de vento bateu contra seus corpos, Hermione desequilibrou-se, mas manteve-se em pé, observando o lugar com curiosidade. Estavam à beira de um penhasco com vista para o que parecia ser o mar. Hermione sorriu abismada com a imensidão de tudo aquilo. Ao longe, um casebre grande, bastante rústico. Mas a garota ainda observava o horizonte que parecia infinito.

—É lindo não é? —Draco aproximava-se, jogando um dos braços sobre os ombros da garota.

—Draco, eu... Eu estou sem palavras! Isso é maravilhoso! —Disse. —Como conseguiu essa casa?

O rapaz sorriu, e apertou-a.

—Agradeça minha mãe. Foi ela quem me trouxe aqui um pouco antes do natal! —Beijou-a antes que qualquer palavra pudesse ser proferida. —Vamos para dentro?

Hermione assentiu e pegou a varinha, fazendo com que as malas os seguissem.

A casa era, assim com a vista, deslumbrante. Hermione ainda de queixo caído apreciou cada centímetro da propriedade. Estava tudo coberto por lençóis brancos, para evitar toda a poeira, mas assim mesmo, era aconchegante e acolhedor. A lareira fora acesa antes de qualquer coisa.

—Vamos ver quem tira mais lençóis? —Draco propôs.

Hermione assentiu competitiva. Tirou o casaco e deixou-o sobre a mala, arregaçando as mangas da blusa de lã. Ambos pararam de costas para a porta de entrada, e no três, correriam, buscando a vitória.

—Três! —Gritou Hermione e correu para o cômodo seguinte, deixando a sala para Draco. Agitou a varinha rapidamente enquanto entrava na cozinha, e rapidamente, todo sinal de branco já estava dobrado sobre a mesa. Enquanto corria para o cômodo de cima, Draco terminava de enrolar o último lençol da sala e preparava-se para correr até o escritório também no andar de baixo. Assim como o banheiro e a sala de jantar conjunta à sala. Hermione sequer entrou nos quartos, no inicio do corredor fizera com que todas as — três— portas se abrissem e os lençóis voassem para seus braços estendidos. Voltou para cozinha e pegou os que já estavam perfeitamente empilhados. Na ponta dos pés voltou para a sala e sentou-se no sofá verde musgo. —Vai demorar muito?

O rapaz colocou a cabeça para fora da porta e olhou-a.

—Você só pode estar brincando! —Saiu do escritório carregando uma enorme bola de tecido. Ao ver os lençóis de Hermione, olhou para o seu amontoado. —Como você conseguiu dobrar isso tudo em menos de cinco minutos? E como pegou toda essa quantidade?

A garota tirou a varinha do bolso de trás da calça jeans. Sorria vitoriosa.

—Você realmente não usou a varinha?

Draco parecia decepcionado por não ter lembrado.

—Na verdade, quis honrar o trabalho dos trouxas que fazem isso com as mãos e...

—Você esqueceu, não foi? —Hermione perguntou, alisando o primeiro lençol da pilha. Draco assentiu. —Mas acho que valeu o seu esforço, talvez um beijo como prêmio?

O rapaz animou-se instantaneamente, abraçando-a.

—Você poderia me beijar usando aquela sua camisola, não é? —Fez a garota rir com o comentário. Hermione aproximou-se de seu ouvido e murmurou “talvez mais tarde”, antes de beijá-lo rapidamente e se dirigir para o escritório.

Hermione fora proibida de entrar na cozinha depois das seis horas da tarde, Draco apresentou-a ao quarto onde dormiriam.

—Minha mãe só ajeitou esse quarto aqui, ela disse que não tinha a ilusão de que dormíamos em quartos separados! —Foi o que dissera ao mostrar o guarda roupa com as roupas já ajeitadas nas prateleiras e cabides.

E desde então, Hermione descansara sobre o colchão macio, lera metade de um livro até resolver tomar banho. Aproveitara a água quente da banheira, relaxando todos os músculos, a espuma espessa cobria toda a margem da água.

—Já falei o quanto você me impressiona? —Draco observava-a escorado na porta.

Hermione sorriu e afundou até o queixo na espuma branca.

—Já preparou o jantar? —Perguntou sorrindo.

Draco produziu uma careta.

—Bem, eu me esqueci de comprar algumas coisas, mas preparei! —Sorriu.

—Então vai querer tomar seu banho, provavelmente...

E Hermione fez a coisa mais surpreendendo que Draco já vira: sem vergonha alguma, levantou-se da banheira ainda coberta de espuma e passou por ele, pegando a toalha jogada em cima da cama, para então, enrolar-se. Boquiaberto demorou alguns instantes até voltar em si, e nisso, a garota já havia sumido do quarto.

Após poucos minutos, encontrou-a na sala. Mesmo sendo apenas os dois naquela noite, Draco tinha a impressão de que se vestira especialmente para ele, e podia confirmar apenas pelo cachecol verde e prata enrolado em seu pescoço, caindo pelo ombro como o cabelo ondulado.

—Você fica bem de verde! —Disse, arrumando com as mãos os cabelos molhados.

Hermione riu.

—Já ouvi isso!

Draco entendeu a mão, que Hermione aceitou de bom grado. Girou-a, como em uma dança e colou-a em seu corpo. Os narizes encostavam-se.

—Vamos jantar? —Perguntou sorridente. Sorriso o qual Hermione desconfiou, mas assentiu ansiosa. Draco vendou-a e levou-a para o lado de fora, quase até a ponta do penhasco, onde preparara o local. —Espero que goste!

A venda brincou em seu rosto, provocando-lhe cócegas no nariz, mas o riso baixo morreu ao ver. Havia uma toalha estendida na grama, alguns pratos e almofadas, que reconheceu como sendo as do sofá. Havia também duas taças posicionadas ao lado dos pratos e Draco iluminara toda a volta da toalha com velas. Virou-se para o rapaz que exibia o sorriso mais perfeito do mundo.

—Draco, isso é... —Em vez de falar, agarrou-o, beijando-o com toda a força do mundo, como se a sua vida dependesse daquele selar de lábios. E por um momento, descobriu que dependia daquilo, dependia do humor de Draco, da risada e do sorriso sarcástico, da sobrancelha arqueada, dos beijos e dos abraços acolhedores. Separou-se do loiro e encarou seus olhos azuis acinzentados e pela primeira vez, teve a mais pura certeza. —Draco, eu te amo!

—O que? — Perguntou sério.

—Eu te amo! —Beijou-o novamente, sendo correspondida com agitação. Mas o beijo fora novamente quebrado.

—Hermione, eu também te amo! —Disse alegremente. —Desde o sexto ano!

Hermione sentia-se leve, seus pés pareciam flutuar enquanto Draco repetia aquelas palavras várias e várias vezes. Seu coração batia na velocidade máxima antes que o mesmo pudesse explodir de tanta alegria.


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Notas finais do capítulo

Entramos finalmente, na reta final!