Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 49
Capítulo quarenta e oito




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503506/chapter/49

Era a quarta vez que se olhava no espelho, observando o vestido. Era de um tecido leve e esvoaçante na cor bordô, as mangas eram finas e prendiam firmes nos ombros de Hermione. Marcava bem a cintura, valorizando as curvas, assim como os seios e pernas, com a barra batendo três dedos acima de seu joelho. Deixara sobre a cama um casaco cinza com detalhes em preto, que lhe esquentaria o suficiente. Usava um sapato de salto, não muito alto, da mesma cor do vestido, e ajeitara as ondas do cabelo, prendendo-os em um coque com fios soltos que se misturavam à franja lateral.

—O que você acha? —Perguntou ao pequeno gato que ganhara de Natal de Draco. Era ainda um filhote, mas peludo e cinza. Em resposta, o felino miou longamente e espreguiçou-se, rolando sobre o travesseiro. —Você tem razão!

Ajeitou o tecido do vestido e ouviu a campainha tocar suavemente, deu uma última olhada em seu reflexo e correu, despedindo-se do gato e pegando o casaco sobre a cama. Desceu calmamente os degraus da escada, para não tropeçar ou cair. Alcançou a maçaneta e abriu a porta com a melhor expressão sedutora que conseguiu, mas desistiu quando percebeu que Draco olhava seu corpo com malicia.

—Fico feliz que tenha acertado no tamanho! —Comentou enquanto ainda passava os olhos pelas pernas da garota.

—Eu agradeço o presente, mas ainda gostaria que olhasse nos meus olhos. Estou ficando desconcertada! —Disse. E Draco percebeu que era verdade apenas pela coloração rosada nas bochechas da garota.

—Você está linda. Queria poder aproveitar mais da sua beleza, mas estamos atrasados. Venha! —Esticou o braço para Hermione que o aceitou, e perto do portão, aparataram.

Estavam em frente a uma mansão, os portões altos e negros juntavam-se às cercas vivas. Hermione afundou os saltos na estradinha de pedras que levavam até a entrada. O rapaz estava mais atrás, ajeitava a gravata enquanto Hermione olhava abismada para a mansão Malfoy, pois se lembrava da última vez que estivera ali como se fosse ontem, com muita precisão. Cambaleou para trás, como se aquilo não passasse de uma piada de mau gosto. Mas foi Draco segurando-lhe a cintura que a fez cair em si, não era uma piada.

—Eu sei que aconteceram... Coisa aqui que você prefere não se lembrar, mas minha mãe preparou um jantar para nós e eu realmente quero que a conheça! —Parou na frente da garota, olhando-a nos olhos. —Por favor, Hermione!

A garota fechou os olhos com força e respirou profundamente, soltando o ar em seguida. Seus punhos estavam fechados com tanta força quando os olhos. Draco por um momento pensou em aparatar dali, fugir com ela, mas segurou seu rosto, fazendo-a olhá-lo.

—Hermione, me escute. Não vou sair do seu lado. Não vou deixar que nada aconteça com você! Certo? —Hermione abriu os olhos e relaxou os músculos, assentiu e segurou com força a mão de Draco. Seguindo-a para dentro da propriedade.

Draco não sabia, mas Hermione teve um leve ataque dos nervos ao ver o local onde fora torturada. Ficara assim desde a guerra. Logo que entrou para o Ministério ela e Harry tiveram que fazer uma inspeção na mansão Malfoy. Não contou a ninguém e Harry prometeu o mesmo, mas logo que pisou no salão seus músculos travaram, a dor que sentira voltou com força e os gritos irromperam de sua garganta. Não conseguia se controlar, chorava e balbuciava. Mas Harry abraçou-a e mostrou que estava tudo bem, enfim, concordaram em deixar aquele momento em segredo. Mas voltar para aquele lugar desencadeara outro acesso, mas dessa vez, muito mais tranquilo. Dizia em sua cabeça para seguir a voz de Draco e acalmar-se, e com sucesso, foi o que fez.

Ainda com os dedos entrelaçados aos de Draco entrou na mansão, no mais completo silêncio. Surpreendeu-se ao ver que as paredes haviam mudado de cor, e os quadros com bruxos aterrorizantes haviam desaparecido.

—Mãe? —Draco elevou a voz e aguardou resposta enquanto entravam no que parecia ser a sala de jantar.

—Aqui querido! —E Narcisa saí de um porta que parecia ser a cozinha, vestia um longo vestido de veludo verde musgo. —Hermione, que prazer em vê-la!

Aproxima-se e abraça Hermione que inicialmente não larga a mãe de Draco, mas aos poucos, abraça-a com carinho. Narcisa ajudara Harry na guerra e ajudou-o a encontrar a ilha onde estavam em cativeiro. Ela era boa, confiável.

—Fico feliz que tenha aceitado vir, depois do que aconteceu, pensei que jamais voltaria aqui!

Hermione olhou de soslaio para Draco que deu de ombros.

—Para ser sincera, o local do jantar foi mantido em segredo! —Narcisa também olhou para Draco, mas com uma cara feia. —Mas fico feliz em conhecê-la!

—Bem, vamos sentar-nos, vocês chegaram na hora! —Narcisa sentou-se na ponta da mesa, enquanto Draco sentou de um lado e Hermione do outro.

Logo três elfos domésticos irromperam pela porta da cozinha trazendo bandejas com os pratos perfeitamente equilibrados. Draco fez sinal para Hermione que o enchera há alguns anos com o assunto dos elfos e sua associação chamada F.A.L.E. Ainda tinha o distintivo prateado guardado em alguma de suas caixas dentro do guarda roupas.

—Hermione não tem elfos, e se tivesse, pagaria pelo trabalho deles! —Disse enquanto observava o prato cheio e colorido.

Narcisa sorriu e parou o garfo no meio do caminho, entre o prato e a boca entreaberta.

—Não trato mal meus elfos, Hermione, se é o que está pensando. Muito pelo contrário, se olhar bem, usam roupas como qualquer bruxo!

Hermione de fato reparou que os elfos usavam roupas, os dois que pareciam mais velhos, com os olhos grandes e orelhas ainda maiores vestiam uma camisa e gravata, enquanto a menor criatura, de olhos âmbar, usava um vestido rosa.

—Fico feliz em ouvir isso! —Sorriu gentilmente e começou a comer pelas bordas do prato. Saboreando tudo com prazer.

O jantar transcorreu com calma e tranquilidade, Hermione conversou pouco com Narcisa, pois percebeu que Draco estava muito mais à vontade sobre o relacionamento. Ainda temia que seu sangue atrapalhasse em algo. Mas durante a conversa que seguiu na sala, percebeu que Narcisa apenas prezava o bem e a felicidade do filho.

Quando já haviam se despedido, e Hermione preparava-se para ultrapassar o arco da porta, Narcisa lhe segurou e sussurrou em seu ouvido:

—Cuide bem dele!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou querendo críticas construtivas!! Até breve



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Insignificantemente, você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.