Esquecer me lembra você escrita por Raquel


Capítulo 12
A verdade que machuca


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu não morri gente! Eu sei que sumi do nada, mil perdões gente!
Dessa vez eu não tenho nenhuma desculpa pra dar então me perdoem porque vocês são bonzinhos e querem presente de Natal esse ano.
Esse capítulo é meio tenso e eu sei que vai ter muita gente me chingando nos coméntarios, mas por favor não me odeiem!



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O final de semana passa rapidamente, banhado com muitos filmes, pipocas, chocolate e gargalhadas que quase me esqueço de tudo que li naquele diário.

Prometi a mim mesma que iria seguir o conselho de Laura, eu tentaria ao máximo ser uma pessoa melhor. E o meu primeiro ato seria contar toda a verdade ao David, ele precisa saber.

Então na segunda acordo cedo com de costume, me arrumo e tomo meu café na companhia da minha irmã, que também me dá uma carona até a escola.

Assim que chego David se aproxima para me fazer companhia como sempre. Sinto a necessidade de contar para ele ali mesmo, mas acabo recuando.

Juntos vamos para nossa aula, nos sentamos do lugar de costume no canto da janela. Assim que a aula começa CK chega.

–Sempre atrasado, não entendo porque os professores protegem tanto esse Mané. –David comenta baixinho.

Acompanho CK com os olhos, ele se digere para o fundo da sala, tira um caderno e um lápis da bolça e começa a rabiscar alguma coisa. As vezes ele levanta a cabeça e me encara, acho que para não perder o costume.

Na hora do almoço fico com vergonha de olhar na cara dos meus amigos então pego minha comida e fujo para o pátio. Quando chego o pátio está quase vazio, com exceção de CK sentado em cima da mesa de sempre. Então me sento em um dos bancos da mesa na sua frente, ele apenas desvia seus olhos do seu livro e me encara com o olhar intrigado de sempre.

Levanto e me sento em cima mesa bem ao seu lado. Ele me olha confuso e eu apenas solto um sorriso. Ele volta a ler o seu livro enquanto eu como o meu almoço em silêncio. Mil pensamentos rodeiam minha mente e um dele é que CK pode me ajudar com as notas e de quebra eu talvez consiga descobri mais alguma coisa sobre ele. O encaro indecisa.

–Diz logo o que você quer e vai embora. –Ele diz grosseiro.

–Quero saber por que você me encara tanto. –Digo sorrindo.

–Eu gosto de encarar as pessoas. –Diz ele seco.

–Mas eu não vi você encarando qualquer outra pessoa além de mim.

–Você não reparou direito, eu encaro todo mundo. Agora sai do meu banco. –Finalmente ele me olha diretamente.

–Acho que você poderia me fazer um favor.

–Eu não faço favores, garota.

–Eu posso pagar. –Digo afirmando com a cabeça, mas ele apenas me olha com cara de tédio.

–Você não tem nada que eu queira. –Sua voz rude parece brava.

–Só pense nisso, aposto que eu tenho sim alguma coisa que você queira. –Eu digo e saio da mesa.

Caminho calmamente pelo corredor orgulhosa de mim mesma, eu fui tão firme e calma enquanto ele foi rude e inquieto. Com certeza causei a exata impressão que eu queria. Penso por um segundo no que isso poderia causar caso ele aceite minha oferta. Vou acabar me metendo em uma fria, exatamente o contrario da pessoa melhor que eu prometi que seria. Mas por outro lado sem a ajuda dele eu vou ser reprovada e isso também vai contra a minha promessa. A melhor opção é ser uma má menina por um motivo bom. Afinal os fins justificam os meios, não é mesmo?

Chego à sala do grupo de estudos cinco minutos atrasada e encontro Simon sozinho na sala.

–Cadê a Bea? –Eu pergunto.

–Ela não veio hoje. –Ele responde triste.

Sem Bea conseguimos conversar muito mais durante o estudo. Descubro várias coisas sobre ele que eu ainda não sabia. Como por exemplo, que ele morre de medo de aranhas, corta o próprio cabelo e está estudando para ser médico.

–Você será um desses médicos bonitões que faz as garotas se jogarem em frente a um carro só para serem atendidas por você. –Solto a piada tosca fazendo com que nos dois caíssemos na gargalhada.

Assim que terminamos todas as atividades que foram passadas hoje nos despedimos e fomos cada um para sua casa. Simon mora do outro lado da cidade e como Bea não veio tenho que ir pra casa sozinha.

Guardo minhas coisas no armário e sigo em direção do pátio. Mais uma vez CK está lá, no seu lugar de sempre lendo um livro como se nunca tivesse saído dali. Vou me aproximando em passos lentos.

–Você já pensou? –Pergunto puxando o livro das suas mãos. Leio “Sherlock Holmes” em letras grandes na capa.

–Não há nada para ser pensado. –Ele responde pegando com força o livro de volta.

–Se você não me ajudar eu vou ser reprovada. –Argumento fazendo drama.

–Eu não me importo. –Ele retruca grosseiro como sempre.

–Eu só preciso que você mude minhas notas no sistema, eu sei que você faz isso para vários alunos.

–Não é tão fácil assim, docinho e eu não faço essas coisas de graça.

–Mas eu já disse que posso pagar, só e diz quanto é. –Digo já abrindo minha bolsa. Laura as vezes me dá dinheiro, mas eu quase não gasto então tenho algum guardado.

–Eu não faço essas coisas por dinheiro. Eu troco favores. –Ele responde irritado.

–Então me diz o que você quer que eu faça. –Imploro.

–Não tem nada que eu queira de você, queridinha. –Ele se levanta vira as costas e vai embora.

Corro apressada atrás dele.

–Dá pra parar de me seguir? –Ele grita irritado

–Só quando você me ajudar. –Respondo cruzando os braços.

–Mudar suas notas seria péssimo para você, os professores estão na sua cola, eles perceberiam e eu aria acabar me ferrando.

–Mas eu sei que você pode me ajudar de outra forma.

–O problema é que eu não quero. Eu não quero te ajudar! –Ele grita.

–Por que você está tão bravo? Aposto que um monte de alunos fazem acordoas com você e você não grita desse jeito. –Digo gritando no mesmo tom.

–Porque você é tão insistente? –Sigo-o até o estacionamento, mas ele entra no seu carro e sai quase me atropelando.

–Idiota! –grito com todas as minhas forças.

Caminho para casa em passos duros. Como uma pessoa pode ser tão idiota, e mais idiota fui eu indo atrás dele.

Chego a casa ainda brigando comigo mesma, jogo minha bolsa em um canto e subo para tomar um banho. Assim que termino de me vestir ouço a campainha.

Abro a porta sem nem pestanejar.

–Oi. –David me cumprimenta com um belo sorriso no rosto.

–Oi. –Eu sorrio falsamente de volta. –Quer entrar?

Levo David até a sala, onde pretendia ver um dos filmes da lista de Laura. David se senta ao meu lado no sofá.

–Eu pensei que você nem ia me deixar entrar. –Ele diz sorrindo.

–Por que eu faria uma coisa dessas?

Ele apenas dá de ombros.

–Eu entendo como é estranho tudo isso. Eu tento até te dar espaço, mas eu não consigo ficar muito tempo longe de você, Delly. –Ele diz olhando profundo nos meus olhos, engulo em seco.

Eu preciso contar para ele, o problema é que eu não tenho forças. É tão injusto com ele tudo isso.

–Eu preciso te contar uma coisa David. –Digo juntando as sobrancelhas, ele sorri e se aproxima. –Eu achei um diário meu de antes do acidente. Por algum tempo eu tive medo de ler, mas recentemente eu tomei coragem e li.

Vejo pelo seu rosto que ele parece animado com o que estou dizendo.

–Tem bastante coisas escritas sobre você. –Ele sorri de orelha a orelha. Tomo folego e continuo. –Coisas horríveis.

O rosto dele muda repentinamente para uma careta frustrada.

–Eu sinto muito David. Mas eu era uma péssima pessoa. –Ele nega com a cabeça não acreditando. –Eu não te amava, acho que só estava com você por comodismo.

–Você esta mentindo. Para de mentir! –Ele grita e eu começo a chorar. –Para de mentir Delly. Você me amava, me amava!

–Me desculpa David. Eu não queria ter que contar isso para você, mas seria desonesto.

–Eu não acredito em você!

Subo correndo para o meu quarto e pego o diário. Volto à sala e David está em pé chorando.

–Toma leia por você mesmo! –Entro o diário a ele. –Veja como eu era uma pessoa horrível, eu não merecia você. David você é a pessoa mais compreensiva e paciente que eu conheço. Você é o namorado que toda garota sonhou em ter. Você merece coisa melhor, merece uma garota que não finja por anos que te ama. Você merece alguém que te ame de verdade, que te faça feliz.

–Só você pode me fazer feliz, Delly. –Ele diz baixinho. Aproximo-me dele e o abraço bem forte.

–Me desculpa. Era tudo uma mentira, tudo o que a gente viveu foi uma mentira. –Ele se solta do abraça, mas eu ainda seguro seus braços. Coloco minhas mãos no seu rosto e enxugo suas lágrimas. –Você merece coisa melhor, não se esqueça disso David.

Ele se afasta e vai embora sem dizer nenhuma palavra. Ver ele assim quebra totalmente meu coração.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam gente? Calma, não precisa ficar com raiva de mim, tudo tem um motivo. Comentem com amor no coração. Beijão e até o próximo capítulo.



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