A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 3
Hogwarts




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Point of View: DRACO MALFOY

— Volta aqui, estúpida! — gritei ao ver aquela garota se afastar.

— Não deixe a tia esperando o pagamento — disse ela já bem distante. — Foi muito bom te ver, bye bye! — Ela levantou a mão e me deu tchau.          

— Idiota! Você me paga! — gritei furioso.

Grunhi furioso! Quem essa garota pensa que é para fazer isso comigo? É muito infelicidade com uma única pessoa. Primeiro trombamos no Beco Diagonal, agora trombamos aqui e ainda me faz pagar por doces.

— Querido... — ouvi a voz da velha dos doces me chamando. Olhei nervoso.

— Quanto deu tudo? — perguntei seco, ela me respondeu e paguei.

Pouco me importei se quem empurrasse caísse no chão. Eu saí pelo corredor pisando duro e bufando, punho fechado. Ao chegar em minha cabine, abri com tudo o que acabou assustando quem estava dentro, mas balancei o ombro sem me importar com os olhares. Rolei os olhos. Me sentei no meu lugar de antes que era perto da janela, com Pansy ao meu lado e Jéssica na frente, folheando uma revista feminina ao lado de Blásio Zabini.

— Posso saber por que está com essa cara? — perguntou Jéssica, abaixando a revista.

— Nada — respondi.

— Hm… sei — disse me olhando com um olhar desdém. Apenas bufei. — Potter?

— Não.

Felizmente Jéssica desistiu de obter uma resposta de minha parte, e voltou a folhear a revista.

Jéssica Hopkins, ou como muitos conhecem, a minha prima. Ela era sobrinha de meu pai, filha da minha tia Walkiria, a irmã mais velha do mesmo. Jéssica possuía vários traços da família Malfoy como o tom loiro quase branco do cabelo, e os olhos azul acinzentados. Agora o resto ela provavelmente puxou a família do pai dela.

O caminho até Hogwarts havia se tornado um tédio total. Conversei uma hora ou outra com Blásio, mas logo que perdia no assunto. Não queria conversar tanto. Contudo não conseguia me livrar de Pansy, essa decidiu ficar bem junta a mim, como sempre. Nunca me agradou tanto grude-grude.

— Quebrando o silêncio, sei que não se importa Draco — Jéssica fechou a revista, colocou ao seu lado e cruzou as pernas.

— Se for algo não interessante, então não fale — disse.

— Vou falar de qualquer jeito — sorriu. — Apareceu alguém aqui lhe procurando... Como é o nome mesmo da menina?

— Sei lá, de qual garota? — perguntou Blásio.

— Aquela sangue-ruim da Lufa-Lufa que veio aqui. — Blásio apenas negou com a cabeça, evidentemente com dificuldade para lembrar. — Blas!

— Quê?

— Você é bom com os nomes... — Ele a olhou e balançou a cabeça negativamente.

— De qual sangue-ruim da Lufa-Lufa? — perguntei sem entender, definitivamente não estava entendendo nada.

— Uma garota que vive no seu pé... Enfim, ela apareceu aqui te procurando, não estava querendo sair até você voltar. Foi bem difícil pra gente tirá-la daqui, mas graças...

— A mim — Pansy apontou orgulhosa para si mesma — ela saiu daqui. Já estava irritando, até teve a audácia de levantar o tom de voz com a gente. — Revirei os olhos. — Me deve essa Draquinho.

— Por...?

— Por ter tirado aquela aproveitadora daqui e não fazê-la voltar.

Suspirei e olhei para Pansy, que estava bem perto do meu rosto. Jéssica até nos olhava, segurando a risada. Já até sabia o que ela iria querer pelo que fez, mas eu não iria fazer nada. Não tinha pedido por aquilo.

Parando para pensar, suspeitei de quem elas estavam falando, pois ano passado tinha uma garota da Lufa-Lufa que não saia do meu pé. Até mesmo me mandou uma cartinha no dia dos namorados por um cupido. Ridículo!

Soltei-me dos braços de Pansy e voltei a olhar o lado de fora. O tempo estava escuro e chuvoso. Jéssica conversa sobre algumas coisas das outras garotas de outras casas, falando mal como sempre e Pansy apenas completava.

— Draco — Jéssica me chamou.

— O que? — perguntei desanimado.

— Então, o que aconteceu?

— Sobre?

— Ora sobre... Sobre o motivo de você ter voltado nervoso — disse. — Por acaso tem haver com a nojenta da Granger? — neguei. — Weasley? — neguei. — Longbottom?

— Nenhum, apenas trombei com a mesma garota do Beco Diagonal.

— Serio? — Jéssica ria.

— Qual garota do Beco Diagonal? — perguntou Pansy entre os dentes.

Revirei os olhos.

— Uma garota que trombou com ele, Pansy. Não se preocupe, não foi nada de mais — disse Jéssica tentando fazer a outra se acalmar. — Mas então, vocês se trombaram de novo? — Assenti.

Comecei a explicar tudo a ela, incluindo o momento em que aquela idiota me fez pagar os feijõezinhos dela, que, segundo ela, era só isso, mas acabou não sendo apenas os feijõezinhos.

Ouvia muito Pansy se mexer ao meu lado, como se estivesse desconfortável. Nem me importei com aquilo e nem precisava me importar. Nunca entendi para quê ela ficava tentando fazer cenas de ciúmes.

— Essa menina por acaso é do primeiro ano?

— Sei lá, acho que não. — Dei de ombros.

— Depois você me mostra a desastrada — disse Jéssica sorrindo. Olhei-a sem entender. — Quero ver se já a vi, oras!

— Então vai ficar na curiosidade, não estou a fim de me encontrar de novo com aquela garota — afirmei.

— Hm...

— Você não acha que está muito nervoso por causa de uma garota, Draco? — disse Blásio em tom de malícia.

— O que você quer dizer com isso? — perguntei dando um sorriso sarcástico. — Acha mesmo que estou me interessando por ela? Claro que não — disse.

— Aham, sei. Mas ao menos você viu se é boni...

— Será que vocês podem parar com esse papo? — disse Pansy nervosa. — Existem vários assunto melhores do que sobre essa... menina...

Jéssica e Blásio apenas riram do ataque de ciúmes de Parkinson. Até eu acabei entrando junto para rir daquilo.

— Ciúmes! — disse Jéssica entre risos.

Assim que o ataque de risos parou, olhei pra fora e vi que estávamos parando. A velocidade do trem foi diminuindo, até que parou com tudo, fazendo-me ir um pouco à frente.

— Chegamos? — perguntei.

Jéssica olhou o relógio.

— Não. Ainda está um pouco cedo — respondeu.

Com o trem parado os pingos que batiam na janela ficaram mais fortes. Tentei olhar para o lado de fora e não conseguia ver nada. Tudo estava muito escuro. Aquilo já estava assustando, e ficou bem pior quando a luz do trem apagou.

Pansy tinha dado um grito tão fino que até doeu.

Mexi na orelha para tentar aliviar a dor.

— Eu não gosto de escuro... Não gosto de ficar no escuro — ela repetia.

— Fica quieta! — ordenou Jéssica. — Acho que tenho algo na minha bolsa pra iluminar.

Ouvi apenas barulhos dela mexendo na bolsa, até que ela parou, jogou a bolsa no chão e deu um grito.

— Calma Jéssica, sou eu!

— Blas você me assustou, idiota — disse ela nervosa.

Encolhi no banco. Aquilo estava muito, mas muito assustador. Será que não poderiam ligar logo aquela merda de luz?!

— Achei — disse Jéssica iluminando a cabine com uma pequena chama. — Agora dá pra enxergar algo.

Jéssica logo iluminou a porta que se abrirá.

— Tracey?

— Gente, que bom que achei vocês. Voltei pra cá voando! O corredor está muito escuro — disse se sentando.

— O que está acontecendo lá fora? — perguntei.

— Não sei, do nada o trem parou e as luzes se apagaram. Estava com a Daphne quando isso aconteceu. Ela voltou correndo para a cabine que estava e eu voltei pra cá.

— Quanta suspense, até parece história de terror. Trem para, tudo fica escuro e agora só faltou aparecer um ser estranho — disse Blásio com ironia.

Logo quando ele terminou a sua fala algo apareceu na porta. Senti um enorme frio na barriga. Pelo que via atrás do vidro era algo grande e encapuzado com um pano preto, o rosto todo tampado. Que merda era aquilo?

Não conseguia ter nenhuma reação, apenas fiquei parado quando essa coisa estranha abriu a porta e ficou olhando cada um de nós.

A chama de Jéssica até apagou. Não conseguia ver nada e aquilo era bem pior. Só fiquei um pouco tranquilo quando a porta fechou e aquele clima gelado que tinha ficado na cabine se foi.

 

Point of View: SUSANA BLACK

— Harry! Acorde, Harry! — Granger o chamava.

Fazia alguns minutos que o dementador tinha ido embora e que Potter estava desacordado. Deixamo-lo no chão da cabine mesmo, já que a maioria dos assentos estava ocupada — por causa da hospitalidade de Granger. A luz tinha voltado ao normal e o trem também.

Depois de um tempinho o desacordado acordou, olhou para todos e se levantou. Ele estava mais branco do que já era, com uma cara de paisagem e, com ajuda dos outros, ele se sentou no banco.

— Você está bem? — perguntei.

— Estou — disse Harry, olhando depressa para a porta.

— Já foi embora — comentei, já imaginando o que estava pensando.

— O que era aquela voz? Quem gritou? — perguntou nervoso.

— Ninguém gritou — disse Rony.

Todos, ou a maioria, ainda estavam se recuperando do que aconteceu. Eu estava até que tranquila.

Vendo que Harry estava bem, encostei-me à janela e peguei Taran, o colocando no colo. Ele deitou. Enquanto eu observava o lado de fora acariciava Taran ronronando, pedindo por mais caricias.

Um forte estalo chamou a atenção de todos. Era meu padrinho que partia em pedaços uma barra de chocolate. Ofereceu para todos, e apenas eu recusei, já que tinha o meu próprio chocolate. Apanharam, mas ninguém comeu.

— Que era aquela coisa? — perguntou Potter.

— Um dementador — respondeu Remus. — Um dos dementadores de Azkaban.

Todos o olharam, espantados. Abri a embalagem do meu sapo de chocolate e mordi um pedaço.

— Estava revistando o trem a procura de Sirius Black. — Engasguei-me com o pedaço do chocolate que tinha acabado de morder.

Sirius Black? Era impressão minha ou esse homem tinha o mesmo sobrenome que eu?

Olhei com os olhos arregalados para meu padrinho, que apenas me olhou rapidamente e se levantou. Suspirou fundo, amassou a embalagem do chocolate e colocou no bolso.

— Coma — insistiu a Harry. — Vai lhe fazer bem. Preciso falar o maquinista, me deem licença...

— Ei... — tentei o chamar, mas era tarde demais. Ele foi mais rápido que eu e desapareceu no corredor.

Bufei frustrada com aquilo. Remus iria me ouvir quando voltasse.

Sentei nervosa no assento, peguei Taran e fiquei com ele no colo olhando mais uma vez para o lado de fora.

Ouvi Harry e Cia conversando. Ele fazia perguntas sobre o que tinha acontecido e o que aconteceu com ele.

— Vocês sentiram como ficou frio quando ele entrou? — perguntou o desastrado,trêmulo.

— Eu me senti esquisito — disse Rony sacudindo os ombros, desconfortável. — Como se eu nunca mais fosse sentir alegria na vida...

Todos ainda estavam bem assustados com a visita do dementador.

Admito que tinha ficado assustada, mas depois consegui me acalmar e deixei o medo ir embora, só que não aconteceu com todos da cabine. A ruivinha que tinha entrado na cabine até se encolheu e começou a chorar, felizmente Hermione tinha ido consolá-la.

— Mas nenhum de vocês caiu do assento? — perguntou Potter, sem graça.

— Não — respondi seca.

Olhei para Potter, que ainda não tinha mordido o pedaço de chocolate. Não só ele, como todos. Suspirei e disse:

— O chocolate não está envenenado... — Todos assentiram e decidiram comer o chocolate.

Depois de alguns minutos meu padrinho apareceu e foi se sentar no seu lugar.

Não tirei um minuto sequer os olhos dele, e por isso ele me encarou confuso. Ele tinha sorte que eu estava tentando me segurar para não perguntar nada na frente daqueles desconhecidos sobre o tal Black. Fiquei curiosa quando ele disse o nome dele, queria saber quem era e o porquê ter o mesmo sobrenome que o meu.

— Vamos chegar a Hogwarts dentro de dez minutos — disse meu padrinho. — Você está bem, Harry?

— Muito bem — murmurou ele.Enfim tínhamos chegado.

Todos saíram e Remus me ajudou — me guiou —, pois eu não sabia o que fazer. Quando saímos do trem ouvi um homem chamando todos os alunos do primeiro ano. Olhei para meu padrinho, me perguntando se eu iria junto com os do primeiro ano

Meu padrinho não me disse nada, apenas me fez seguir ele até o grandalhão, barbudo e cabeludo, que era impossível não notar naquele grupo de baixinhos.

— Olá Hagrid — disse meu padrinho.

O grandalhão o olhou e acho que sorriu, não dava para ver direito com aquela barba toda.

— Lupin! Há quanto tempo. É bom vê-lo. — Seu olhar foi até mim. — E essa garotinha? Também é do primeiro ano?

“Por acaso tenho cara de ser do primeiro ano?!”, murmurei para mim mesma.

— Ela é Susana, minha afilhada e vai estudar o terceiro ano — respondeu Remus.

— Aluna nova? Então você irá ficar aqui comigo, junto com os alunos do primeiro ano. — Assenti.

— Vejo você depois. — Remus tocou meu ombro e se afastou.

Tentei ficar o mais afastada daqueles pivetes, era bem constrangedor ficar junto daqueles pirralhos. Esperava que isso acabasse logo, não queria ficar tanto tempo ali com eles.

Quando todos chegaram, o grandalhão fez a gente o seguir. Fomos até uns barquinhos e depois seguimos rumo para escola.

Não demorou muito e logo consegui avistar um castelo enorme e todo iluminado. Admito que aquilo era lindo. Tonks acabara de receber uns pontos meus, pois antes de começar as aulas ela disse como era bonita a escola e comentou que de noite ela fica a coisa mais linda com a iluminação. Ela disse que por dentro também era maravilhoso, mas preferi aguardar para ver se ela me dissera a verdade mesmo.

Paramos com os barquinhos, um homenzinho super pequeno com cabeleira branca descia as escadas, vindo em nossa direção.

— Alunos, esse é o Profº Flitwick — apresentou Hagrid.

— Obrigado Hagrid. Alunos me sigam, por favor — disse o professor que tinha uma voz fininha. O que combinava com o ele.

Seguimos o professor e paramos em frente a uma enorme porta. Dava para se ouvir alguns barulhos do lado de dentro, e fiquei me perguntando se lá era onde iria ter a seleção das casas. Encostei-me à parede e fiquei prestando atenção no que o professor dizia:

— Bem vindos a Hogwarts. O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. A Cerimônia de Seleção vai ser realizada dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.

O professor passou pelo grande portão e deixou a gente esperando. Olhei como estava, e estava ótima. Já tinha colocado o uniforme no trem e tudo estava impecável.

Peguei apenas o espelho que tinha no bolso da veste preta, olhei-me, arrumei meu cabelo que estava solto, limpei o canto borrado da maquiagem e prontinho. Levou todo esse tempo para o professor aparecer e pedir para entrarmos.

— A Cerimônia de Seleção vai começar!

Primeiro entraram os baixinhos, preferi deixar todos eles passarem na minha frente. Quando entrei no salão, fiquei com a boca aberta. Aquilo era lindo!

Era um salão grande com quatro mesas lotadas de alunos e mais a frente uma mesa que acreditei ser dos professores. Por incrível que pareça, consegui achar aquele ruivo do trem que estava sentado em uma das mesas perto do pequeno corredor por onde passávamos. Abriu a boca e arregalou os olhos quando me viu passando.

Paramos. O professor tinha pedido para todos pararem e se aproximarem. Fiquei em um canto e olhei melhor para a mesa dos professores. Consegui ver o grandalhão chamado Hagrid, meu padrinho e um velho que não me era desconhecido, lembro-me de tê-lo visto na casa do meu padrinho conversando com ele, e também foi dele que recebi minha carta de aceitação em Hogwarts. Lembrava-me dele, eu só não me lembrava do nome.

Voltei a minha atenção ao professor quando ele começou a falar, foi ai que reparei que tinha um banquinho e um chapéu com aparência velha em cima.

— Quando chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Smith, Sabine!

E uma garotinha miudinha subiu, sentou-se no banquinho e colocou o chapéu. Teve-se uma pausa momentânea...

— Corvinal! — anunciou o chapéu.

E assim foi... Parecia que não chegava minha vez. Comecei a ficar meio nervosa naquele grupo todo. Queria saber para que casa eu iria e acabar de vez com o meu nervosismo.

Não me importava para que casa fosse, mas tinha certeza que não queria ir para a Lufa-Lufa, pois sabia que havia alguém indesejável nessa casa. Tonks me tinha contado algumas coisas sobre as casas e disse que a casa que não tem uma boa fama, ou melhor, não tem uma boa imagem de algumas pessoas, é a Sonserina. Segundo ela, muitos não gostam da casa porque de lá saiu muitos bruxos e bruxas das trevas, mas por um lado, segundo ela, a casa é a que tinha os garotos mais bonitos, pelo menos na época que ela estudava. Se for isso mesmo, não iria me importar de ir para a tão famosa Sonserina.

O chapéu às vezes demorava e às vezes não. Por fim foi um último garoto do primeiro ano, sobrando apenas a mim. Finalmente seria minha vez.

— A próxima que irei chamar é uma aluna transferida da Beauxbatons. Ela irá para o terceiro ano, por tanto, alunos que estão do terceiro ano da casa que forem recebê-la, a recebam bem.

Sabia que era sobre mim.

— Black, Susana! — respirei fundo ao ouvir meu nome. Naquele momento senti todos me olharem e ouvia vários cochichos:

— Black?!

— Vocês ouviram o mesmo que eu, ela é uma Black?

— É o mesmo sobrenome dele...

Fui subindo bem devagar o degrau de madeira, sentia um frio terrível na barriga. Estava ficando mais nervosa do que poderia imaginar. Todos aqueles olhares e sussurros sobre mim me deixaram nervosa. Por um momento estava querendo sair correndo de lá, mas não faria isso, queria mesmo me sentar naquele maldito banquinho, colocar aquele chapéu velho na minha cabeça e ir logo para casa que devia ir.

Sentei-me no banquinho e olhei tudo em volta do salão. Aquilo era uma sensação muito pesada e desconfortável, tinha todos os tipos de olhares, tanto de medo como maliciosos. “Merlin me ajude”, pensei após colocar o chapéu.

“Ora, ora... uma Black — disse uma voz em minha mente — É uma honra receber mais um herdeiro, ao contrário, uma herdeira da nobre família Black. Interessante... muito interessante... Você possui as mesmas características tanto do seu pai, quanto da sua mãe. Hm... não me surpreendo por você ter um lado Sonserina, já que 90% dos seus antepassados foram da Sonserina...”

— Será que dá pra você parar com esse papo todo e me colocar logo em uma casa? — murmurei irritada.

“Vejo um lado bastante astuto e persistente, assim como verdadeiros Sonserinos. Você se daria perfeitamente bem na casa de Salazar. Contudo o que mais se mantém a coragem, o orgulho e a lealdade assim como Grifinórios.”

— Diz logo para que casa eu vá… Para de enrolar... — grunhi.

“De fato, eu não irei mais enrolar e vou logo para a minha escolha… Tenho duas opções ótimas para você, mas apenas uma que irá te guiar ao caminho do sucesso…”

 

Point of View: DRACO MALFOY

— Black, Susana!

De inicio não me interessei muito para a seleção dos primeirista, só bati palma uma vez ou outra para quando alguém era selecionada para Sonserina. Mas ao ouvir aquele sobrenome dito pelo professor Flitwick, arregalei os olhos e olhei da mesma forma para a garota que ia se sentar no banquinho. Como assim essa garota é uma Black?!

— Vocês ouviram o mesmo que eu ouvi? — perguntou Jéssica espantada. — Nao acredito que ela é uma Black.

— Hm… É como dizem os Black tem uma ótima genética — diz Theodore Nott com um certo tom de malicia na voz.

— Achei que eu fui o único a pensar nisso — falou Blásio concordando com o que Theodore disse. — Ela é uma gracinha.

— Calem a boca seus pervertidos — ordenou Pansy.

— Com certeza ela virá para Sonserina — comentou Daphne Greengrass.

— Será?

— É obvio que sim, Pansy — respondeu Daphne em seu tom de superioridade. — Ela é uma Black e todo Black é sonserino.

— Para de falar besteira Daphne — reclamei.

— Eu não estou falando besteira, você mais do que todos já deveria saber disso — ela rebateu estupidamente e a olhei furioso.

— Ei, ei... calma vocês dois — disse Jéssica antes de começar minha discussão com Greengrass. — Draco também não precisa falar desse jeito com ela. Daphne não disse nada de mau. Você está estressado desde que você trombou com a tal garota do trem. Só falta você dizer que está nervoso por causa da Black...

— Acontece querida prima — comecei irônico — que essa garota nova é a garota que trombou comigo no expresso.

Todos que estavam perto de mim me olharam de boca aberta. Jéssica parecia ter sido petrificada; Blásio e Nott me olhavam com sorrisos maliciosos.

— E você ficou nervoso por trombar com essa bonitinha...

Antes de Theodore terminar o comentário idiota dele, ouvimos o chapéu anunciar a casa da novata:

— Grifinória!


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?