A Herdeira dos Black escrita por Akanny Reedus


Capítulo 4
Primeiro dia de aula - part. I




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Minha barriga se revirava toda; eu tremia e balançava o pé de tanto nervosismo. Aquele maldito chapéu não parava de falar e eu queria logo sair dali. Tudo que ouvia entrava por um ouvido e saia por outro. Até que, graças a Merlin, o chapéu idiota parou de falar e disse o que eu queria ouvir.

— Grifinória! — anunciou.

Uma forte gritaria de comemoração vinha de uma das quatro mesas. Olhei para a mesa que estava do lado esquerdo, perto do corredor de entrada. Muitos se levantaram e alguns continuavam sentados, batendo palmas. Suspirei tranquilamente, levantei e tirei o chapéu. Antes de descer o degrau dei uma última olhada para a mesa dos professores. Meu padrinho sorria e batia palmas, assim como outros professores.

Fui para a mesa e me sentei em qualquer lugar sobrando. Alguns garotos vieram falar comigo. Cumprimentei todos, fazendo papel de garota "educada", o que não deveria funcionar já que meu sorriso não escondia o meu desagrado. Não tinha certeza, mas sentia que os alunos da mesa ao lado não tiravam os olhos de mim, assim como os próprios alunos da Grifinória. Revirei os olhos e olhei para a parte dos professores. Já tinham retirado o banquinho e o chapéu. O velho, o qual tinha esquecido o nome, se levantou.

— Sejam bem-vindos! — disse o velho. — Sejam bem-vindos para mais um ano em Hogwarts! Tenho algumas coisas a dizer a todos, e uma delas é muito séria. Acho que é melhor tirá-la do caminho antes que vocês fiquem tontos com esse excelente banquete…

O velho pigarreou e prosseguiu:

— Como vocês todos perceberam, depois da busca que houve no Expresso de Hogwarts, a nossa escola passou a hospedar alguns dementadores de Azkaban, que vieram cumprir ordens do Ministério da Magia. — Ele fez uma pausa. — Eles estão postados em cada entrada da propriedade e, enquanto estiverem conosco, é preciso deixar muito claro que ninguém deve sair da escola sem permissão. Os dementadores não se deixam enganar por truques nem disfarces, nem mesmo por capas de invisibilidade.

Aquela conversa já estava dando sono. Apoiei-me na minha mão e bocejei.

— Não faz parte da natureza deles entender súplicas nem desculpas. Portanto, aviso a todos e a cada um em particular para não darem a esses guardas razão para lhes fazerem mal. Apelo aos monitores, e aos nossos monitores e monitoras chefes, para que se certifiquem de que nenhum aluno entre em conflito com os dementadores.

O velho fez uma nova pausa; ele percorreu o salão com um olhar sério.

— Agora, falando de coisas mais agradáveis — continuou ele — tenho o prazer de dar as boas-vindas a dois novos professores este ano. Primeiro, o Prof. Lupin, que teve a bondade de aceitar ocupar a vaga de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.

Acompanhei as palmas juntamente com os outros.

— Quanto ao nosso segundo contratado — continuou o velho —, bem, lamento informar que o Prof. Kettleburn, que ensinava Trato das Criaturas Mágicas, aposentou-se no fim do ano passado para poder aproveitar melhor os membros que ainda lhe restam. Contudo, tenho o prazer de informar que o seu cargo será preenchido por ninguém menos que Rúbeo Hagrid, que concordou em acrescentar essa responsabilidade docente às suas tarefas de guarda-caça.

Dessa vez não acompanhei os aplausos que foram bem tumultuosos principalmente a mesa da Grifinória.

— Bem, acho que, de importante, é só o que tenho a dizer. Vamos à festa!

Fiquei de boca aberta com todo aquele banquete. Quando o velho tinha terminado de falar, apareceram travessas e taças de ouro, com muita comida e bebida. Aquilo era dos deuses.

Eu me servi com tudo que tive vontade: batata-assada; coxas de frango assado; cenoura... Era tanta coisa que não sabia o que escolher. De sobremesa tinha uma deliciosa torta de abóbora.

Quando terminei de comer o meu pedaço da torta, o velho anunciou a hora do recolhimento. Todos se levantaram, mas eu continuei sentada, pensando como iria para a sala comunal da Grifinória. Talvez eu tivesse de seguir eles.Acho que terei que seguir eles.

— Black. — Levantei-me e olhei para quem me chamava.

Um garoto alto e ruivo parou na minha frente.

— Sim?

— Venha, irei te levar para os dormitórios — disse. Apenas assenti e o acompanhei.

Passamos por umas escadas e corredores, até que paramos em uma área grande, com várias escadas e quadros. Mas logo no começo tinha um grupo de alunos parados. O ruivo que tinha me chamado passou por todos e mencionou algo para uma mulher gorda em um quadro.

— Senha?

— A nova senha? Fortuna Major! — dizendo isso foi aberta uma passagem.

Entrei com todos os alunos do primeiro ano. O ruivo pediu para que todos parassem. A sala era simplesmente linda, grande e redonda com várias poltronas fofas. Tudo era decorado com as seguintes cores: vermelho e dourado. Tinha uma grande bandeira na parede, em cima da lareira com a imagem de um leão em dourado com o fundo vermelho. Acredito que aquele era o símbolo da casa.

O ruivo começou a explicar onde ficavam os dormitórios das meninas e dos meninos. Quando os pestinhas saíram, eu fui a única a sobrar na sala.

— Você irá ficar no quarto das garotas do terceiro. Vai subir a mesma escada e na porta vai estar escrito na placa “3º ano”. Suas coisas já foram levadas para o dormitório.

— Ok, valeu — disse me afastando dele, seguindo até o quarto.

Encontrei o quarto, entrei e fui pega por vários olhares. Inclusive, um dos olhares era conhecido.

— Oi, Susana. Não sei se você vai se lembrar de mim, mas estava com você na mesma cabine…

— Eu lembro sim. Hermione, não é? — Ela assentiu.

— Sua cama é aquela. — Ela apontou para cama e lá estava Taran deitado na cama. — Todas suas coisas já estão lá, inclusive o seu gato.

— Quem o tirou da cesta? — perguntei ao me aproximar e ver a cesta do lado da cama.

— Fui eu — respondeu Hermione insegura. — Desculpa por ter tirado ele da cesta, mas quando chegamos, ele estava miando pedindo pra sair e abrir.

— Tudo bem. — Dei de ombros.

Observei melhor o quarto e era também lindo. Grande, com cinco camas cobertas por uma coberta vermelho-escuro. Cada cama tinha uma cortina da mesma cor e com alguns detalhes dourados. Em cima do travesseiro tinha uma roupa, que deveria ser o uniforme.

— Esses são os seus uniformes — disse Hermione. — Aproveitando para apresentar, aquelas são Parvati Patil e Lilá Brown.

— Oi para vocês, sou Susana. — Olhei para as três garotas tentando dar um sorriso sincero, não era boa com essas coisas.

Após aquela apresentação e algumas palavrinhas da Granger, fui tomar um banho. Coloquei meu pijama e me enfiei debaixo das cobertas. Taran fez a mesma coisa.

Senti uma forte iluminação no meu rosto. Virei-me para o outro lado, colocando a coxa em cima da cabeça. Odiava dormir em um lugar iluminado. Não dava para dormir daquele jeito... Por um segundo abri meus olhos rápido, tirei a coxa e me levantei dando de cara com um quarto vazio.

— Merda! — Olhei para o relógio em cima da mesa de cabeceira. — Droga! Estou atrasada! — exclamei pulando da cama e correndo para o banheiro fazer minha higiene matinal.

Coloquei meu uniforme pela metade, penteei meu cabelo, peguei um elástico e a bolsa com todos os materiais, juntamente com um papel dos horários. Desci correndo as escadas amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo, arrumando a gravata e a capa. Parei no meio do corredor vazio, olhei o papel dos horários em minha mão.

— Adivinhação. — Essa seria a aula privilegiada para me receber atrasada.

Devia me lembrar de nunca prometer chegar cedo às primeiras aulas, já que sempre chego atrasada e isso tinha se tornado algo comum. Os meus antigos professores ficavam sempre putos comigo, e por causa disso nunca mais pude assistir as primeiras aulas, pois os professores me expulsaram da sala. E pelo jeito não seria diferente em Hogwarts.

— Legal, agora só preciso saber onde fica essa Torre Norte — disse irritada.

— Torre Norte? — perguntou uma voz atrás de mim.

Olhei assustada para o dono da voz e era um fantasma.

— Aluna nova, certo? — Assenti. — Venha, vou lhe mostrar o caminho.

— Obrigada.

Acompanhei o tal fantasma pelos corredores de Hogwarts, que estavam vazios. Não abri minha boca por nenhum momento; não sabia que tipo de papo poderia ter com um fantasma. Mas quem acabou abrindo a boca foi ele:

— Susana Black, certo?

— Sim. — Olhei para ele abismada. — Como você sabe meu nome?

— Vi sua seleção ontem — respondeu. — E já ouvi bastante sobre você nesta manhã na sala comunal.

— Que maravilha — ironizei.

Era só essa que me faltava. Mal havia chegado à escola e meu nome estava na boca do povo. Não entendia para que tanta insistência comigo. Será que o problema seria o meu sobrenome? Que merda!

— É incrível como você se parece com seu pai, mas tem também detalhes da sua mãe.

— Você conhecia meus pais?

— Claro que conhecia.

Acho que podia ficar feliz com a comparação... Ou não. Eu não conhecia meus pais e não tinha a mínima ideia de como eles eram. Remus nunca entrou nesse assunto comigo. Sempre que eu perguntava pelos dois ele apenas dizia algumas coisas sobre minha mãe, ao contrário do meu pai que o assunto era sempre contado pela metade. Sabia somente que minha mãe se chamava Evanna, era a melhor amiga do meu padrinho e que infelizmente ela não estava mais nesse mundo, mas de resto: zero. Era triste não poder ter crescido como os outros com seus pais. Eu fui criada por Remus, meu padrinho que amava muito.

— Chegamos — anunciou o fantasma. — É só subir essas escadas que vai dar na sala de Adivinhação.

— Agradeço a ajuda. Se não fosse por você já teria perdido a aula.

— Disponha, senhorita. Vou indo nessa. — Deu de ombros.

Subi todos os degraus com muito esforço. Cheguei perto de uma porta de madeira que estava meio aberta. Aproximei-me e ouvi uma mulher falando:

— Então vocês optaram por estudar Adivinhação, a mais difícil das artes mágicas. Devo alertá-los logo de início que se não possui clarividência, terei muito pouco a ensinar a vocês…

— Licença... — falei abrindo a porta.

A professora parou de falar e me olhou.

— Desculpe o atraso, mas acontece que perdi a hora.

— Está dez minutos atrasada…

— Eu já me desculpei — murmurei.

— Hm... E quem é a senhorita?

— Susana Black — respondi.

Dei uma pequena olhada na sala e vi vários olhares voltados para mim.

— Sente-se em qualquer lugar com alguém, senhorita Black — disse ela. Assenti.

Olhei tudo em volta da sala à procura de algum lugar. Todos me olhavam feio e parecia que não me queriam por perto. Minha única escolha seria me sentar na porta já que ninguém me queria. Só que alguém me quis por perto.

— Susana, aqui! — uma voz aguda e irritante me chamou. Fiquei com medo de olhar para a dona da voz, medo de ser quem eu estava pensando. Eu conhecia a dona da voz e não queria que fosse realmente ela.

Infelizmente a resposta foi a que eu não queria. Lá estava ela, a nariguda da Bisbal sentada em uma mesa no andar acima de onde estava sentado aquele desastrado do trem. Não tive escolha a não ser ir contra minha vontade.

— Continuando o que estava dizendo — disse a professora logo que me sentei no puff da mesa redonda. — Os livros só podem levá-los até certo ponto neste campo. Muitos bruxos e bruxas, embora talentosos para ruídos, cheiros e desaparecimentos instantâneos, permanecem, ainda assim, incapazes de penetrar nos mistérios do futuro.

A sala se manteve quieta e os aqueles olhos grandes passavam por cada um.

— É um dom concedido a poucos. Você, menino — ela disse de repente ao desastrado do trem, que quase caiu do pufe. — Sua avó vai bem?

— Acho que vai — respondeu nervoso.

— Eu não teria tanta certeza se fosse você, querido — disse a professora.

Ela voltou a dar uma olhada na sala e em cada aluno, e voltou a falar:

— Vamos cobrir os métodos básicos de adivinhação este ano. O primeiro trimestre letivo será dedicado à leitura das folhas de chá. No próximo, abordaremos a quiromancia. A propósito, minha querida — disparou para uma garota morena, que pelo que me lembro dividia o quarto comigo. Não me lembrava de seu nome, só sei que começava com uma mesma letra, acho que T, P... — Tenha cuidado com um homem de cabelos ruivos.

Vi a garota virando o rosto e lançando um olhar para um garoto, que inclusive eram os garotos da cabine: Potter, Weasley e Granger.

— No segundo trimestre — continuou a professora — vamos estudar a bola de cristal, isto é, se conseguirmos terminar os presságios do fogo. Infelizmente, as aulas serão perturbadas em fevereiro por uma epidemia de gripe. Eu própria vou perder a voz. E, na altura da Páscoa, alguém aqui vai deixar o nosso convívio para sempre.

Aquilo tudo já estava dando sono. Bocejei e me apoiei na mão. Com muito esforço, voltei a prestar atenção na professora, que eu ainda não sabia o nome. Ela pediu para uma garota um bule de prata, que era a loira que também dividia o quarto comigo e não me lembrava do nome. “E isso é novidade, Susana?”, pensei revirando os olhos.

— Agora quero que vocês formem pares. Apanhem uma xícara de chá na prateleira e tragam-na aqui para eu encher. Depois se sentem e bebam, bebam até restar somente a borra. Sacudam a xícara três vezes com a mão esquerda, depois virem-na, de borda para baixo, no pires, esperem até cair a última gota de chá e entregam-na ao seu par para ele a ler. Vocês vão interpretar os desenhos formados, comparando-os com os das páginas cinco e seis de “Esclarecendo o futuro”. Vou andar pela sala para ajudar e ensinar a cada par. Ah, e querido — ela segurou o braço do desastrado quando ele fez menção de se levantar — depois que você quebrar a primeira xícara, por favor, escolha uma com desenhos azuis, gosto muito das de desenhos rosa.

Caramba, não deu outra, quando o desastrado mal chegou à prateleira de xícaras, pôde-se ouvir um tilintar de porcelana quebrando. A professora deslizou até ele levando uma pá e escova. Olhei abismada para aquilo, a doida tinha acertado.

Fiz tudo o que a professora pediu e tomei aquele chá com muito esforço — eu odiava chá. Meu par seria a própria Bisbal, porque a garota que estava com ela foi fazer par com outra.

— Eu começo — disse Amanda pegando seu exemplar de “Esclarecendo o futuro” e folheando até a página cinco. — Hm…

— Está vendo algo?

— Isso está me parecendo uma cruz torta. Que significa sofrimentos e provações.

— Que ótimo — ironizei.

— Calma Susana, tem mais. — Pedi pra ela continuar. — Vejo um sol que significa felicidade.

— E o que isso significa?

— Você vai sofrer, mas vai ficar muito feliz.

— Oi? — Aquilo estava parecendo coisa de louco. Como assim vou sofrer e ficar feliz?

— Abram suas mentes, meus queridos, e deixem os olhos verem além do que é mundano! — gritou a professora.

— Credo, mulher doida — murmurei. — Como é o nome dela?

— Sibila Trelawney — respondeu Amanda. — Agora é a minha vez. — Assenti.

Peguei meu exemplar e folheei desanimada. Olhei a xícara da Bisbal.

— E aí? O que você vê?

— Vejo apenas borras marrons — respondi.

— Susana…

— Eu sei, deixa-me ver aqui. — Olhei a xícara e a virei. — Estou vendo... — De repente ouvi um berro vindo junto a um barulho de xícara se quebrando; o desastrado tinha quebrado mais uma xícara.

Olhei assustada para a professora, que afundou em uma cadeira vazia com a mão no peito e olhos fechados.

— Meu pobre garoto... Meu pobre garoto querido... Não... É mais caridoso não dizer... Não... Não me pergunte…

— Que foi professora? — perguntou um garoto de pele retinta com o uniforme da Grifinória na mesma hora.

Todos da sala — menos eu — se levantaram e se amontoaram em torno na mesa do Potter e Weasley.

— Meu querido — os olhos da professora se abriram teatralmente — você tem o Sinistro.

— Sinistro? — perguntei-me.

— O Sinistro, meu querido. O Sinistro! — exclamou a professora. — O cão gigantesco e espectral que assombra os cemitérios! Meu querido menino, esse é um mau agouro. O pior de todos: agouro de morte!

Até eu fiquei preocupada com o cão gigantesco naquela hora. Será que era o mesmo cão que eu vira na capa? Será que era o mesmo cão que eu vira naquela madrugada na casa do meu padrinho? Será que eu também tinha o sinistro? Acho que não, já que a Amanda não viu nada na minha xícara. Ou será que ela não viu e não entendeu?

Logo peguei minha xícara e comecei a ver melhor, mas não entendia nada por causa do meu nervosismo.

— Acho que vamos encerrar a aula hoje — disse a professora no tom mais etéreo possível. — E... por favor, guardem suas coisas…

Guardei meu livro o mais rápido possível, coloquei minha bolsa no ombro e sai da sala. Desci as escadas de caracol sem prestar atenção em quem estava na minha frente. Isso do Sinistro estava me deixando louca. Eu também queria saber se tinha isso também, mas não queria perguntar para a Profª. Trelawney. Vai que ela teve o mesmo ataque…

“Será que eu deveria falar disso com a Tonks?”, perguntei a mim mesma.

— Não! — exclamei nervosa ao ver a imagem da Tonks rindo feito uma psicopata e me dizendo: “É nisso que dá escolher adivinhação".

Por causa do meu ataque todos me olharam.

— Está olhando o que? — perguntei nervosa para uma garota morena do meu lado. Ela negou rápido com a cabeça e desceu correndo as escadas. — Idiota! — murmurei bufando.

— Susana! — chamou Amanda descendo as escadas correndo junto com a garota loira que estava com ela na sala. — Credo, que pressa. Você saiu muito rápido da sala.

— Pois é, eu não aguentava mais ficar naquela sala — disse dando de ombros, voltando a descer.

— Espera, vamos com você. — Ela pegou meu braço e me fez acompanhá-la contra minha vontade.

De volta ao corredor, e com Amanda na minha cola conversando sem parar com a amiguinha dela, olhei meu horário para ver qual seria a próxima aula. Era Transfiguração.

— Qual é a sua próxima aula? — perguntou Amanda.

— Transfiguração.

— Da Profª Minerva. São legais as aulas dela, mas eu a acho muito rabugenta. Não sei se você sabe, acho que deveria saber, mas ela é a diretora da Grifinória.

— Hm.

— Eu fiquei tão triste quando você foi anunciada para Grifinória e não para Lufa-Lufa — disse fazendo cara de choro.

Ela ficou triste, mas eu não.

— Pois é, não foi dessa vez.

— Mas o importante é que estamos na mesma escola e podemos nos ver todos os dias. — “Ou não”, pensei.

— Sem querer ser chata, mas preciso ir, ou vou chegar atrasada na aula.

— Claro, também precisamos ir. Se a gente chegar atrasadas o Prof. Snape vai nos matar — disse rápido. — Falamos com você depois, Susana. — Ela se afastou puxando o braço da amiga.

O corredor começou a ficar mais movimentado. Vários alunos passavam por mim. Olhei para todos os cantos do corredor e me dei conta de que não sabia qual era a sala de Transfiguração. E eu poderia ter perguntado para a Bisbal onde ficava a sala.

— Ótimo! — exclamei em tom sarcástico, fazendo todos do corredor olhar para mim.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?