Era noite de Halloween e o hotel estava todo decorado com um tema assustador, com teias de aranha, fumaça, caldeirões espumantes e música de fundo fantasmagórica. Até mesmo o clima tinha resolvido colaborar, e lá fora caia uma tempestade forte e algumas árvores até tinham sido destruídas por relâmpagos. O saguão havia sido preparado para uma festa que começaria a meia noite, porém antes disso todos iriam ver o que América e Inglaterra tinham preparado para o desafio anual.

Como esperado, a atração do americano eram apenas algumas decorações bobas que só tinham conseguido assustar Itália e Romano, que estavam vestidos de mafiosos, com direito a armas falsas e bigodes.

"Polônia, onde está seu amigo, ele está perdendo a festa!" Disse Itália, abraçando o braço de Alemanha, que estava usando roupas da Oktoberfest. Prússia deveria usar a mesma coisa, porém por algum motivo desconhecido pelos países, nem ele nem Hungria tinham ido para a comemoração.

"Nem me fale do traidor do Liet, ele tipo pode cair de um precipício que eu não vou dar a mínima." Falou Polônia, usando um vestido de bailarina. Ele e Toris não se falavam fazia algum tempo, desde que sua pergunta sobre o pedido de namoro tinha sido deixada de lado com um monte de palavras gaguejadas e uma mudança patética de assunto.

"Como vocês estão conversando assim normalmente depois de tudo que eu fiz? Aquilo ficou tão assustador que até eu fiquei com medo quando estava arrumando!" Reclamou América, arrumando sua cartola de Tio Sam.

"Não estava tão ruim assim, aquela parte do fantasma de papel me deu um pouco de arrepios." O canadense usando um uniforme para jogar hockey consolou seu irmão, tentando evitar olhar certo francês do outro lado do salão, que na opinião de Matthew estava maravilhoso na fantasia de príncipe, porém não podia fazer esse elogio, já que vinha evitando Francis desde sua confissão. Afinal, aquele era o melhor pros dois certo?

"Inglaterra-san, sua atração está pronta?" Perguntou Japão, apertando seu kimono de shinigami.

"Sim, preparem-se para conhecer uma realidade que vai os traumatizar eternamente." Falou o britânico que estava fantasiado de 007, abrindo caminho para os outros entrarem em uma sala, que estaria completamente vazia se não fossem algumas velas no chão e nas paredes e um espelho de 1 metro com moldura dourada pendurado na parede central.

"Só isso Iggy? Hahaahahaha desistiu de competir com o hero ou sua decoração é invisível como seus amigos imaginários?" Alfred falou no meio de risadas.

"Heh, depois de ver o que eu tenho aqui você nunca mais zombará de minhas fadas ou de minha magia América. Sentem-se ai no chão mesmo, já irei começar a explicar." Disse Arthur, ao mesmo tempo que as luzes elétricas se apagaram e a sala ficou iluminada apenas pelas velas. "Diz a lenda que existe um mundo, uma dimensão, completamente diferente da nossa escondida nas sombras. Porém, usando certos "portais" somos capazes de ver as chamadas "contra-partes", nossas existências nesse lugar. Então, quem será o primeiro a olhar para o espelho das contra-partes? Que tal você Itália?"

"~Ve? Eu? Nãaaaaao isso parece assustador! Eu não quero ver!" O italiano choramingou.

"Fica frio Itália, do jeito que as "magias" do Iggy são, não vai acontecer nada. Ai essa chatice termina e podemos ir pra festa."

"Vá zombando América, vai tornar mais prazeroso quando eu te fizer borrar as calças. E venha logo aqui Itália, fique na frente do espelho!" O inglês exclamou, puxando Feliciano pelo braço e o colocando na posição correta, porém o espelho continuou do mesmo jeito que antes.

"Viu só, é papo furado do Ig-"

"Quem diabos são vocês?" O americano tinha sido interrompido por um reflexo no espelho, que apesar de parecer com Itália tinha pele e cabelo mais escuro, olhos arroxeados e usava um uniforme militar marrom e preto. "Oy Alemanha e Japão seus idiotas, que roupinhas ridículas são essas ai? E quem é esse pirralho que parece uma versão fresca de mim? Respondam agora ou todos vão conhecer minha receita de "molho especial" para pasta." O italiano no espelho falou, com um sorriso sádico, contanto quando não obteve resposta, acabou se irritando e atirando várias facas, que apenas bateram na parte de dentro do vidro do espelho. "Que droga foi essa? Vocês estão me irritand-" De repente, a contra-parte de Itália sumiu, simplesmente porque o original havia corrido pros braços de Alemanha choramingando.

"Funcionou!!! Q-Quero dizer, claro que funcionou, e-eu disse a vocês que era real." Falou Inglaterra, perdendo a compostura por alguns segundos, mas logo depois a recuperando.

"Inglaterra! Que brincadeira é essa?" Questionou Ludwig, com Veneziano ainda lhe abraçando.

"Não me ofenda meu caro Alemanha. Não tem nenhum truque ou armação, é apenas a mais pura verdade, seus olhos acabaram de testemunhar isso. Se não acredita, porque não tenta?"

"Eu irei então. E pare de chorar Itália." Falou o alemão, fazendo um carinho rápido na cabeça de Feliciano e o fazendo sentar perto do irmão e de Espanha, que usava uma roupa de toureiro.

"Alemanha-san, é mais sensato não fazer isso sozinho, permita que eu o acompanhe."Sugeriu Japão, e ele e Alemanha ficaram parados na frente do espelho. Como da primeira vez, depois de alguns segundos os reflexos mudaram, dessa vez para um alemão usando camiseta branca, uma jaqueta nos ombros e calça preta, com olhos roxo claro e uma cicatriz na bochecha, e um japonês usando uniforme militar preto e de olhos avermelhados.

"Tsc, pelo visto o idiota do Itália estava falando a verdade. E eu pensando que ele finalmente tinha pirado de vez." Disse a contra parte de Alemanha, bocejando.

"Realmente uma pena. Se ele fosse internado por problemas mentais teríamos bastante paz por aqui." Comentou o outro homem no espelho, com uma expressão fria e impassível.

"Agora digam logo quem são vocês, ou assim que bobearem ou virarem o olhar eu acabo com todos."

"Sinceramente, sua falta de honra me dá nojo Alemanha." Falou o japonês, sacando uma katana. "Se vamos matá-los tem que ser do jeito certo."

"JÁ CHEGA, JÁ CHEGA!" Gritou América, empurrando os dois países pra longe do espelho. "Hahahaha e-eu acho que já brincaram bastante vocês dois!"

"Ora América, se queria que chegasse sua vez era só ter falado." Disse Inglaterra com um sorriso irônico, ao mesmo tempo que Alfred percebia que ele próprio estava na frente do espelho, e uma imagem já se formava nele.