Quando a bola já estava prestes a entrar no gol...

– Ai eu não quero nem ver! – Falou Nagazy cobrindo sua visão com as mãos.

Minaho a intercepta com o pé.

Mas mesmo com isso, a bola ainda estava poderosa o bastante para entrar no gol. Minaho fazia de tudo para tentar tirar a bola de lá colocando toda sua força em sua perna.

– Eu... Não vou... DEIXAR!

Ele consegue devolver a bola para o meio do campo, salvando o gol da Raimon, não deixando-a entrar no gol.

– QUE FOI ISSO!!!!!!!!!!!!!!!!!! A bola quase entra no gol! Porém, o defensor da Raimon conseguiu salvar seu time!

– Obrigado cara... – Agradece Eryk ofegante.

– Sem problemas. – Tranquilizou Minaho.

– A bola está na posse da Raimon! Será que os Ondas Difíceis vai deixar isso barato?

– É minha! – Falou Endou recebendo a bola e avançando até o gol.

Mas Tsunami corre até alcança-lo e ficando em seu caminho.

– Não vai passar daqui! – Garantiu Tsunami determinado.

– Vou fazer o possível que for!

Endou concentra sua energia até o enorme punho dourado aparecer em cima de sua cabeça.

– GOLPE MEG-

– Não senhor! – Tsunami tenta interromper pisando na bola tentando rouba-la com um carrinho com toda sua força. Endou agora tenta impedir isso com um chute, ocasionando uma batalha para ver quem vai ficar com a bola.

Porém, a enorme mão dourada ainda estava sobe Endou.

Tsunami consegue empurrar a bola e Endou para trás, fazendo-o tropeçar em cima de Tsunami, se atrapalhando como resultado.

Enquanto isso, o enorme punho fechado bate na bola e, em seguida, o punho gira com ela para fora do campo.

– Nossa! O que ouve aqui? – Se perguntava o narrador.

Todos ficaram surpresos também. Aparentemente, ouve uma reação diferente do Golpe Megaton. Todos estavam pasmos e confusos ao mesmo tempo.

Mas com o soar do apito, todos retornam a realidade. Mas a cena de antes ainda não tinha sido esquecida.

– E é o FINAAAL DO JOOOGO! A Raimon vence com um placar de 1 X 0! – Dizia o narrador, fazendo todos se lembrarem que a Raimon estava com um gol de vantagem no jogo.

– É mesmo... Nós vencemos. Haha nós VENCEMOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Grita Eryk antes de correr até o resto do time e abraça-los em comemoração.

– Haha bisavó! Nós vencemos! – Chamou Kanon animado.

– É... – Mas Endou não conseguia tirar aquele movimento de antes. Estava focado só com aquela cena. Mas depois que ver o time de Tsunami, logo retorna a realidade. – É mesmo! Nós ganhamos! – Falou agora alegre.

– Endou... – Natsumi encarava Endou. Tinha visto a expressão de antes. Ela volta a olhar seu time, que comemoravam de alegre e...

Começa a sentir saudades.

Mas tarde...

– Eu devo dar os meus parabéns! Raimon! Vocês são demais! – Elogiou Tsunami para o time. Por conta dos Ondas Difíceis, todos resolveram fazer uma festa no restaurante da praia, em nome da vitória do colégio Raimon.

– Vocês foram incríveis mesmo! – Falou Aoi ao lado de Tenma.

– Hehe obrigado. – Falou Tenma um pouco sem jeito.

– Morimura! Você me viu lá no campo jogando? – Pergunta Kusaka como uma criança boba com sua garota. Konoha acena com a cabeça positivamente, escondendo seus rosto e um pouco corada.

– Tsurugi arrasou com a Zona Mortal, não é Tsurugi? – Falou Nagazy abraçando o braço do jogador.

– Eu não joguei sozinho. E será que dá para você me soltar?

– Não. – A garota o responde afinando sua voz.

– Está servido Eryk? – Pergunta Fran oferecendo para Eryk uma jarra de suco.

– Oba! Valeu! – Agradece Eryk pegando um copo vazio. Fran derrama o suco dentro do copo do garoto e logo em seguida senta ao seu lado, tomando o seu também.

– Eu achei que aquela bola ia entra no gol. – Comentou Fran.

– Heh eu também achei. – Admitiu Eryk tomando um gole de seu suco e ficando pasmo só de lembrar. – Se não fosse pelo Minaho...

– É.

– Heh e eu queria te ver fazendo algum gol no jogo. – Falou Eryk com seus olhos sinceros mirados na garota.

– É-é-é? – Pergunta a garota gaguejando um pouco corada.

– Sim. Você emite um brilho diferente quando joga. Eu não sei o que é, mas eu gosto. – Falou Eryk sincero. Fran fica mais corada ainda. Não conseguia nem olhar para Eryk, ao sentir seu coração acelerar.

– Fran! Vem comigo! – Aoi chama amigavelmente, pegando Fran pelo braço e levando-a para uma ala mais animada da festa. A garota se surpreende ao ser chamada assim. Aoi nem tinha percebido que um “clima” estava se formando naquela conversa, por isso que a chamou dessa forma. Fran fica chateada por não poder ficar mais com Eryk, e acaba se entregando ao chamado da amiga.

– Hã? Mas...

– Eryk vem comigo! Você tem que ver isso! – Quando Eryk já ia falar alguma coisa, Tsunami aparece e faz o mesmo que Aoi. Como naquele canto em que Eryk se encontrava estava vazio agora, Eryk resolveu entrar na onda de Tsunami.

Natsumi estava um pouco afastada da festança. Ela observava todo mundo alegre, feliz, tão à vontade que ela acabou sentindo uma imensa nostalgia de casa, de sua época. Sentia todos aqueles momentos com a Raimon retornando com tudo em seu coração. Aquela sensação era tão forte que doía. Doía de saudades. Ela não consegue ficar lá mais, e resolve sair daquele lugar para se manter um pouco tranquila.

– Ué? Cadê a Natsumi? – Pergunta Endou ao reparar que ela não estava na festa.

– Eu não sei. – Respondeu Fey. Endou resolve procurar pela garota pelos cantos, saindo do local da festa.

Endou

Onde será que a Natsumi foi? Procurei pelo restaurante, na praia, no campo, até na caravana. Mas nada do sinal dela. Estou começando a ficar preocupado.

Quando eu resolvo procurar nos rochedos, não muito longe da praia, eu finalmente a encontro. Ela estava em cima de uma das enormes rochas que tinham por lá. Ondas batiam na ponta daquelas rochas, formando um belíssimo fenômeno natural.

Mas com a Natsumi em cima deles... Nossa... Parecia uma obra de arte. As ondas batendo nas rochas, o horizonte banhado em céu e água, o brilho do sol que emitia na maré, e Natsumi de pé lá. Olhando aquele horizonte com seus belos olhos, seus cabelos soltos e ondulados castanhos, seu biquine vermelho-fogo, e usava uma saia rosa transparente de praia combinando.

Quando eu vejo um olhar diferente se formando em Natsumi, fico um pouco preocupado. Ela ainda olhava para o horizonte, como se fosse encontrar algo ao fazer isso. Seus olhos... Queriam chorar. Eu não queria estragar aquela cena linda, mas é melhor eu saber o que é. Espero que ela não se incomode de eu ir até lá.

– Natsumi?

– Ah. Oi Endou... – Falou assim que me viu. Ela volta a olhar o horizonte, enquanto eu tento subir no mesmo rochedo que ela se encontrava.

– Algum problema? – Pergunto assim que consigo ficar de pé.

Ela demora para me responder. Ela me olha, pensando em alguma resposta.

– Endou... Você sente falta de casa? – Assim que ela conseguiu falar ela volta a olhar para o oceano.

– Você está com saudades? – Pergunto. Provavelmente era isso. Natsumi esta muito longe de casa. Muito mesmo. Seria mentira se eu disse-se que não estou com saudades também.

– Quando eu vi Tsunami e os outros... Fiquei com mais saudades ainda. – Admitiu, como eu suspeitava.

– É. Foi o mesmo comigo.

– Foi? – Perguntou virando seu rosto pra mim, surpresa.

– Sim. Não tem como evitar. Fico me lembrando dos dias que nós jogávamos futebol juntos, do tempo que passamos, das viagens e dos torneios. De tudo isso. – Admitir sorrindo, olhando agora para a mesma direção que Natsumi olhava. O oceano.

– Então... Como você consegue ficar tranquilo com isso?

– Ah... Bom... Quando eu conheci amigos novos, eu sinto que fico do mesmo jeito que os outros. Então eu fico alegre com eles assim como eu fico com os nossos amigos. Afinal! É ÓTIMO fazer novas amizades! Você não acha? – Falei, mostrando o meu maior sorriso, tentando confortá-la. Os olhos de Natsumi se enchem de lágrimas. Ela tenta segurar, limpando os olhos lagrimejados, até se jogar em mim.

– Ai Endou... – Eu a recebo abraçando ela. Tento reconforta-la com o melhor possível. Sinto sua pele, seus cabelos, suas lagrimas. Abraço mais ainda, sentindo toda a saudade dela em mim.

– Não se preocupe Natsumi. Eu estou aqui, certo?

Quando eu falo isso, ela enxuga suas lágrimas e me olha, apoiando sua mão no meu peito, tentando me encarar séria.

– Endou... Você me faz um favor?

– Qual?

Ela agora encosta sua cabeça em meu ombro, e volta a me abraçar.

– Promete ficar do meu lado? – Pediu sincera.

– Prometo. Prometo ficar do seu lado para o que precisar. – Prometi, apoiando minha cabeça na dela, com todo o meu carinho.

As ondas batem no rochedo onde estamos, fazendo um belo som da presença do oceano. Aí eu percebo que o clima está um pouco triste. Então eu resolvo animar.

– E não se preocupe! Quando você menos perceber, já estaremos de volta! Tá? – Agora eu falo animado, com um sorriso e com uma piscadinha de leve.

– O... Obrigada Endou. – Agradeceu voltando a me abraçar mais uma vez.

As ondas fazem seu som de presença novamente. Natsumi estava de olhos fechados, e quando abre, se espanta ao ter visto algo.

– O que foi? – Perguntei após ela ter me largado para ver aquilo melhor.

– Endou... O que é aquilo?

Natsumi aponta para uma única rocha, um pouco mais a frente de nós, no meio do oceano, não muito longe. A maré estava alta, e deve ter sido ela que trouxe, o que quer que seja, a coisa que estava em cima daquela rocha.

Era uma garota, usava conchas como biquine, seus cabelos eram rosados claros, e no lugar de suas pernas, avia uma calda de peixe.

– Aquilo é... – Começo com a pergunta.

– Uma Sereia?! – Termina Natsumi incrédula.

Continua...